Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistema Complemento Prof.: Daniela Pontes Definição Sistema de defesa constituído por mais de 30 proteínas produzidas pelo fígado e encontradas circulando pelo soro sanguíneo e nos tecidos por todo o corpo. * Soro ≠ Plasma: Soro: líquido amarelo-claro que sobra após o sangue ter coagulado. Plasma: líquido remanescente depois que elementos figurados são removidos do sangue não coagulado, por exemplo, por centrifugação. Conjunto de proteínas séricas que reagem em cascata (sendo ativadas cataliticamente) e que possuem três papéis principais: formação de poros na superfície de bactérias; opsonização; fator quimiotático. Introdução • As proteínas do sistema complemento destroem os microrganismos através de: - Citólise, - Inflamação, e - Fagocitose. • Além disso, impedem que lesões excessivas ocorram aos tecidos do hospedeiro. Principais funções efetoras do sistema complemento. Introdução • As proteínas do sistema complemento agem em cascata, ou seja, uma reação aciona outra que, por sua vez, aciona outra e assim sucessivamente. • O efeito é amplificado à medida que a reação continua, pois mais substrato é formado com cada reação sucessiva da cascata. Introdução • Existem 3 vias de ativação do sistema complemento: - Via Clássica - Via alternativa - Via de lectina Introdução • Via clássica • Via alternativa • Via de lectina Ativada por certos isotipos de anticorpos ligados a antígenos. Ativada na superfícies das células dos microrganismos na ausência de anticorpo. Desencadeada pela ligação da lectina ligadora da manose (MBL) aos resíduos de manose terminais das proteínas e polissacarídeos microbianos. Nomenclatura • As proteínas do sistema complemento são identificadas com uma letra C maiúscula e são inativas até que sejam partidas em seus substratos (proteínas ativadas). • São numeradas de C1 a C9, de acordo com a ordem que foram descobertas. • Substratos são indicados com as letras minúsculas a e b. • Os fragmentos ativados possuem novas funções fisiológicas ou enzimáticas. Ex.: A proteína inativa C3 é partida em dois fragmentos ativados, C3a e C3b. Resultados da Ativação do Complemento • A proteína C3 pode ser ativada por três mecanismos: - Via clássica - Via alternativa - Via da lectina • A ativação de C3 é muito importante, porque inicia a cascata que resulta em citólise, inflamação e fagocitose. (1) Quando a proteína C3 é ativada, ela se parte nos substratos C3a e C3b. (2) A C3b intensifica a fagocitose, pois adere à superfície de um micróbio invasor, e receptores no fagócitos aderem à C3b. * Opsonização: revestimento dos microrganismos com certas proteínas séricas (opsoninas), resultando no reforço da fagocitose R es u lt ad o s d a A ti va çã o d o C o m p le m en to (3) C3b inicia uma sequência de reações que resulta na citólise. Primeiro, C3b parte C5 em C5a e C5b. C5b se liga a C6 e C7, que adere à membrana plasmática da célula invasora. A seguir, C8 e várias moléculas de C9 se agrupam com as outras proteínas e formam um complexo de ataque à membrana (CAM), que consegue se inserir através da membrana. R es u lt ad o s d a A ti va çã o d o C o m p le m en to R es u lt ad o s d a A ti va çã o d o C o m p le m en to (4) A CAM cria canais transmembrana que permitem a entrada de água na célula e a saída de íons, resultando em citólise. R es u lt ad o s d a A ti va çã o d o C o m p le m en to (5) C3a e C5a se ligam a mastócitos, fazendo-os liberar histamina e outras substâncias químicas que aumentam a permeabilidade dos vasos sanguíneos durante a inflamação. C5 também age como um fator quimiotático muito poderoso que atrai fagócitos para o sítio da infecção. Ativação do Complemento • As membranas plasmáticas das células do hospedeiro contêm proteínas que protegem contra a lise ao prevenir a aderência das proteínas CAM (complexo de ataque à membrana) à sua superfície. • As bactérias G- são mais susceptíveis à citólise porque possuem uma camada delgada de peptideoglicano para proteger a membrana plasmática. • A cascata de proteínas do complemento que ocorre durante a infecção é chamada de ativação do complemento e pode ocorrer em três vias: - Via clássica - Via alternativa - Via da lectina Ativação do Complemento Via Clássica Inicia-se com a seguinte reação Ag-Ac: (1) Um par de moléculas de Ac’s se fixa a um Ag, formando um complexo Ag-Ac. Esse complexo se liga e ativa C1. (2) C1 ativa C2 e C4. (3) C2a e C4b se combinam e, juntos, ativam C3. Via Alternativa Via da Lectina Quando macrófagos fagocitam bactérias, vírus e outros materiais estranhos, eles liberam substâncias químicas que estimulam o fígado a produzir lectinas, proteínas que se ligam a carboidratos numa célula. (1) Uma dessas lectinas, a lectina que se liga à manose (MBL, do inglês manose-binding lectin), liga- se à manose carboidrato. A MBL se liga a muitos patógenos porque suas moléculas reconhecem um padrão distintivo de carboidratos, entre eles, a manose, que é encontrado nas PC bacterianas e em alguns vírus. Como resultado da ligação, a MBL age como uma opsonina para intensificar a fagocitose e (2) ativar C2 e C4; (3) C2a e C4b ativam C3. Fu n çõ es d o C o m p le m e n to Inativação do Complemento • Uma vez que o complemento seja ativado, suas capacidades destrutivas geralmente cessam muito rapidamente, de modo a minimizar a destruição das células do hospedeiro. Isso é obtido por várias proteínas reguladoras no sangue do hospedeiro e em certas células, como as células sanguíneas. * As proteínas desencadeiam a degradação do complemento ativado e atuam como inibidores e enzimas destrutivas. Complemento e Doença • O sistema complemento pode estar envolvido na doença humana de dois modos gerais: - Deficiências de quaisquer componentes proteicos; - Sistema complemento funcionando normalmente pode ser ativado em resposta a estímulos anormais. Podem levar a padrões anormais de ativação do complemento. Complemento e Doença • O sistema complemento pode estar envolvido na doença humana de dois modos gerais: - Deficiências de quaisquer componentes proteicos; - Sistema complemento funcionando normalmente pode ser ativado em resposta a estímulos anormais. Microrganismos persistentes, Ac’s contra Ag’s próprios ou complexos imunes depositados no tecidos. Nessas doenças infecciosas e autoimunes, os efeitos inflamatórios e líticos do complemento podem contribuir para as alterações patológicas da doença. Complemento e Doença • Deficiências do complemento – causam: - Distúrbios vasculares do colágeno que resulta em hipersensibilidade (anafilaxia). - Susceptibilidade aumentada a infecções recorrentes com microrganismos patogênicos. - Susceptibilidade aumentada a infecções causadas por Neisseria meningitidis e N. gonorrhoeae. * Anafilaxia: reação de hipersensibilidade envolvendo anticorpos IgE, mastócitos e basófilos. (Deficiência de C1, C2 ou C4) (Deficiência de C3, rara) (Defeitos de C5-C9) Complemento e Doença • Efeitos patológicos de um sistema complemento normal: - Alguns dos efeitos patológicos associados a infecções bacterianas podem ser devidos a respostas inflamatórias agudas a organismos infecciosos, mediadas pelo complemento. -Em algumas situações, a ativação do complemento está associada a trombose intravascular e pode levar à lesão isquêmica dos tecidos. Bibliografia • TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. • ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia Básica: funções e distúrbios do sistema imunológico. 3° ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. • ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J. S. Imunologia Celular e Molecular. 6° ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
Compartilhar