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Aula_21___Sistema_Complemento

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Sistema Complemento 
Prof.: Daniela Pontes 
Definição 
Sistema de defesa constituído por mais de 30 
proteínas produzidas pelo fígado e encontradas 
circulando pelo soro sanguíneo e nos tecidos por 
todo o corpo. 
* Soro ≠ Plasma: 
Soro: líquido amarelo-claro que sobra após o sangue ter coagulado. 
Plasma: líquido remanescente depois que elementos figurados são removidos do sangue não coagulado, 
por exemplo, por centrifugação. 
Conjunto de proteínas séricas que reagem em cascata (sendo ativadas cataliticamente) e 
que possuem três papéis principais: formação de poros na superfície de bactérias; 
opsonização; fator quimiotático. 
Introdução 
• As proteínas do sistema complemento destroem 
os microrganismos através de: 
- Citólise, 
- Inflamação, e 
- Fagocitose. 
• Além disso, impedem que lesões excessivas 
ocorram aos tecidos do hospedeiro. 
Principais funções efetoras 
do sistema complemento. 
Introdução 
• As proteínas do sistema complemento agem em 
cascata, ou seja, uma reação aciona outra que, 
por sua vez, aciona outra e assim 
sucessivamente. 
• O efeito é amplificado à medida que a reação 
continua, pois mais substrato é formado com 
cada reação sucessiva da cascata. 
Introdução 
• Existem 3 vias de ativação do sistema 
complemento: 
- Via Clássica 
- Via alternativa 
- Via de lectina 
Introdução 
• Via clássica 
• Via alternativa 
• Via de lectina 
Ativada por certos isotipos de anticorpos ligados a antígenos. 
Ativada na superfícies das células dos microrganismos na ausência 
de anticorpo. 
Desencadeada pela ligação da lectina ligadora da manose (MBL) 
aos resíduos de manose terminais das proteínas e polissacarídeos 
microbianos. 
Nomenclatura 
• As proteínas do sistema complemento são identificadas 
com uma letra C maiúscula e são inativas até que sejam 
partidas em seus substratos (proteínas ativadas). 
• São numeradas de C1 a C9, de acordo com a ordem que 
foram descobertas. 
• Substratos são indicados com as letras minúsculas a e b. 
• Os fragmentos ativados possuem novas funções 
fisiológicas ou enzimáticas. 
Ex.: A proteína inativa C3 é partida em dois fragmentos ativados, 
C3a e C3b. 
Resultados da Ativação 
do Complemento 
• A proteína C3 pode ser ativada por três 
mecanismos: 
- Via clássica 
- Via alternativa 
- Via da lectina 
• A ativação de C3 é muito importante, porque 
inicia a cascata que resulta em citólise, 
inflamação e fagocitose. 
(1) Quando a proteína C3 é ativada, ela se parte nos 
substratos C3a e C3b. 
(2) A C3b intensifica a fagocitose, pois adere à 
superfície de um micróbio invasor, e receptores no 
fagócitos aderem à C3b. 
* Opsonização: revestimento dos microrganismos com 
certas proteínas séricas (opsoninas), resultando no 
reforço da fagocitose 
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(3) C3b inicia uma sequência de reações que resulta 
na citólise. Primeiro, C3b parte C5 em C5a e C5b. C5b 
se liga a C6 e C7, que adere à membrana plasmática 
da célula invasora. A seguir, C8 e várias moléculas de 
C9 se agrupam com as outras proteínas e formam 
um complexo de ataque à membrana (CAM), que 
consegue se inserir através da membrana. 
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(4) A CAM cria canais transmembrana que permitem 
a entrada de água na célula e a saída de íons, 
resultando em citólise. 
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(5) C3a e C5a se ligam a mastócitos, fazendo-os 
liberar histamina e outras substâncias químicas que 
aumentam a permeabilidade dos vasos sanguíneos 
durante a inflamação. C5 também age como um fator 
quimiotático muito poderoso que atrai fagócitos para 
o sítio da infecção. 
Ativação do Complemento 
• As membranas plasmáticas das células do 
hospedeiro contêm proteínas que protegem 
contra a lise ao prevenir a aderência das 
proteínas CAM (complexo de ataque à 
membrana) à sua superfície. 
• As bactérias G- são mais susceptíveis à citólise 
porque possuem uma camada delgada de 
peptideoglicano para proteger a membrana 
plasmática. 
• A cascata de proteínas do complemento que 
ocorre durante a infecção é chamada de 
ativação do complemento e pode ocorrer em 
três vias: 
- Via clássica 
- Via alternativa 
- Via da lectina 
Ativação do Complemento 
Via Clássica 
Inicia-se com a seguinte reação Ag-Ac: 
(1) Um par de moléculas de Ac’s se fixa a um Ag, 
formando um complexo Ag-Ac. Esse complexo se 
liga e ativa C1. 
(2) C1 ativa C2 e C4. 
(3) C2a e C4b se combinam e, juntos, ativam C3. 
Via Alternativa 
Via da Lectina 
Quando macrófagos fagocitam bactérias, vírus e outros materiais estranhos, eles liberam 
substâncias químicas que estimulam o fígado a produzir lectinas, proteínas que se ligam a 
carboidratos numa célula. 
(1) Uma dessas lectinas, a lectina que se liga à 
manose (MBL, do inglês manose-binding lectin), liga-
se à manose carboidrato. A MBL se liga a muitos 
patógenos porque suas moléculas reconhecem um 
padrão distintivo de carboidratos, entre eles, a 
manose, que é encontrado nas PC bacterianas e em 
alguns vírus. Como resultado da ligação, a MBL age 
como uma opsonina para intensificar a fagocitose e 
(2) ativar C2 e C4; 
(3) C2a e C4b ativam C3. 
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Inativação do 
Complemento 
• Uma vez que o complemento seja ativado, suas 
capacidades destrutivas geralmente cessam muito 
rapidamente, de modo a minimizar a destruição das 
células do hospedeiro. 
Isso é obtido por várias proteínas reguladoras no sangue do 
hospedeiro e em certas células, como as células sanguíneas. 
* As proteínas desencadeiam a degradação do complemento 
ativado e atuam como inibidores e enzimas destrutivas. 
Complemento e Doença 
• O sistema complemento pode estar envolvido na 
doença humana de dois modos gerais: 
- Deficiências de quaisquer componentes proteicos; 
 
 
- Sistema complemento funcionando normalmente 
pode ser ativado em resposta a estímulos anormais. 
Podem levar a padrões anormais de ativação do 
complemento. 
Complemento e Doença 
• O sistema complemento pode estar envolvido na 
doença humana de dois modos gerais: 
- Deficiências de quaisquer componentes proteicos; 
 
 
- Sistema complemento funcionando normalmente 
pode ser ativado em resposta a estímulos anormais. 
Microrganismos persistentes, Ac’s contra Ag’s próprios 
ou complexos imunes depositados no tecidos. 
Nessas doenças infecciosas e autoimunes, os efeitos 
inflamatórios e líticos do complemento podem 
contribuir para as alterações patológicas da doença. 
Complemento e Doença 
• Deficiências do complemento – causam: 
- Distúrbios vasculares do colágeno que resulta em 
hipersensibilidade (anafilaxia). 
 
- Susceptibilidade aumentada a infecções recorrentes 
com microrganismos patogênicos. 
 
- Susceptibilidade aumentada a infecções causadas por 
Neisseria meningitidis e N. gonorrhoeae. 
* Anafilaxia: reação de hipersensibilidade envolvendo anticorpos IgE, mastócitos e basófilos. 
(Deficiência de C1, C2 ou C4) 
(Deficiência de C3, rara) 
(Defeitos de C5-C9) 
Complemento e Doença 
• Efeitos patológicos de um sistema complemento 
normal: 
- Alguns dos efeitos patológicos associados a infecções 
bacterianas podem ser devidos a respostas 
inflamatórias agudas a organismos infecciosos, 
mediadas pelo complemento. 
-Em algumas situações, a ativação do complemento 
está associada a trombose intravascular e pode levar à 
lesão isquêmica dos tecidos. 
 
Bibliografia 
• TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2005. 
• ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia Básica: funções e 
distúrbios do sistema imunológico. 3° ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2009. 
• ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J. S. Imunologia Celular e 
Molecular. 6° ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

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