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Aula 10 - Teoria geral do Direito Tributário (1ª parte)

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1
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Aula 10 – Teoria Geral do Direito Tributário 
(1ª parte)
Professora Eveline Lima
O ASSUNTO DESTA AULA FOI ABORDADO NO MATERIAL DIDÁTICO DA ESTÁCIO,
COM O SEGUINTE TÍTULO:
Coleção Tópicos – Direito Tributário
1ª Edição/2009
Davi Marques da Silva
João Luis da Silva Pereira
Capítulos
‒ DIREITO TRIBUTÁRIO – CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO
TRIBUTO
‒ COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
‒ LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
‒ FATO GERADOR E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
‒ SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
‒ LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Para entender a obrigação tributária, é necessário estabelecer uma
linha da relação jurídico-obrigacional, uma representação gráfica que
sistematize a relação jurídico-tributária em cotejo com o tempo:
CONCEITO DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O conceito de obrigação está calcado no Direito Civil, ao qual cabe definir
e estabelecer os contornos gerais e específicos das relações
obrigacionais. Desta forma, a obrigação é o vínculovínculo jurídicojurídico entreentre duasduas
partes,partes, emem virtudevirtude dodo qualqual umauma delasdelas ficafica adstritaadstrita aa satisfazersatisfazer umauma
prestaçãoprestação patrimonialpatrimonial dede interesseinteresse dada outra,outra, queque podepode exigiexigi--la,la, sese nãonão
forfor cumpridacumprida espontaneamenteespontaneamente.
�� SujeitoSujeito ativoativo �������� credor da obrigação (deve ver satisfeita a prestação).
�� SujeitoSujeito passivopassivo �������� devedor (deve adimplir a obrigação, satisfazendo a
prestação ao credor).
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA
O objeto da obrigação tributária equivale à prestação a que se submete o
sujeito passivo diante do fato deflagrador da obrigação tributária. Pode se
materializar em uma prestação dotada de patrimonialidade (obrigação
principal) ou instrumentalidade (obrigação acessória). Ou seja, a obrigação
tributária constitui-se em obrigação de dar (principal) ou fazer/não fazer
(acessória).
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§1°. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente.
§2°. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.
§3°. A obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em
obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária.
O objeto da obrigação tributária se refere à prestação a que se deve
submeter o contribuinte ou o responsável. Tal prestação pode ser de
cunho pecuniário ou de cunho não pecuniário. Se pecuniária, a obrigação
será principal; se não pecuniária, será acessória, dotada do ato de “fazer”
ou “não fazer”.
É importante ressaltar que o descumprimento de uma obrigação
acessória faz nascer uma obrigação principal, com relação à multa.
Tal entendimento pode ser extraído do art. 113, §3°, do CTN.
�� CCARACTERÍSTICASARACTERÍSTICAS DADA OOBRIGAÇÃOBRIGAÇÃO TTRIBUTÁRIARIBUTÁRIA PPRINCIPALRINCIPAL
� Fonte: lei em sentido formal.
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.
� Necessidade de lei formal: art. 150, I, CF (princípio da legalidade) e
art. 97, I, III e IV, CTN.
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;
(...)
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal...;
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo...;
� O valor da penalidade a que se sujeita o devedor tributário deve ser
pago juntamente com o tributo devido.
�� CCARACTERÍSTICASARACTERÍSTICAS DADA OOBRIGAÇÃOBRIGAÇÃO TTRIBUTÁRIARIBUTÁRIA AACESSÓRIACESSÓRIA
� Fonte: legislação tributária (lei em sentido material).
Art. 113...
(...)
§2°. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure
obrigação principal.
� Deve ser cumprida ainda que não exista obrigação tributária principal,
pois no Direito Tributário não se aplica a regra do Direito Privado de que
o acessório segue o principal.
2
O fato gerador ou “fato imponível” é a materialização da hipótese de
incidência, representando o momento concreto de sua realização.
Art. 4°. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da
respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure
obrigação principal.
Somente com a prévia existência da norma (hipótese de incidência),
acrescida da ocorrência do fato gerador, restará criada a obrigação
tributária, pela subsunção (aplicação) do fato à norma. Isolados, a
hipótese de incidência e o fato gerador não criam qualquer obrigação.
FATO GERADOR ESPÉCIES DE FATO GERADOR
� Fato gerador simples: único fato faz nascer a obrigação tributária ���� v.g.,
ICMS (cada saída de mercadoria é analisada isoladamente).
� Fato gerador complexo: inúmeros atos da mesma espécie ���� v.g., IR
(diversos rendimentos auferidos pelo contribuinte).
� Fato gerador genérico: o legislador tem liberdade para definir as
hipóteses ���� v.g., ITBI (o legislador pode definir as hipóteses de transmissão
de propriedade).
� Fato gerador específico: hipóteses previstas na lei ���� v.g., ISS (somente
os serviços especificados na LC n° 116/2003 podem gerar a obrigação
tributária principal).
� Fato gerador baseado em ato válido e inválido: o tributo é devido
mesmo que o negócio jurídico seja inválido ���� v.g., ato praticado por incapaz.
� Fato gerador instantâneo: esgota em certa fração de tempo ���� v.g., II.
� Fato gerador complexivo: abrange diversos fatos dentro de um período
���� v.g., IR.
Sujeito ativo: pólo ativo da relação jurídico-tributária. Refere-se ao
credor da relação tributária, representado pelos entes que devem proceder
à invasão patrimonial para a retirada compulsória de valores, a título de
tributos.
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
Sujeito passivo: pólo passivo da relação jurídico-tributária. Refere-se
ao devedor da relação tributária, representado pelos entes destinatários da
invasão patrimonial na retirada compulsória de valores, a título de tributos.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento
de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua
o respectivo fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação
decorra de disposição expressa em lei.
SSujeitos passivosujeitos passivos : : contribuinte (direto)contribuinte (direto) e e responsável (indireto)responsável (indireto)..
SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA � Sujeito Passivo Direto: é o “contribuinte”, ou seja, aquele que tem
uma relação pessoal e direta com o fato gerador.
ExemplosExemplos:: o proprietário do bem imóvel ou o possuidor com ânimo de
domínio, quanto ao IPTU; o adquirente do bem imóvel transmitido com
onerosidade, quanto ao ITBI.
� Sujeito PassivoIndireto: é o “responsável”, ou seja, terceira pessoa
escolhida por lei para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato
gerador. A este respeito, há alguns exemplos expressivos, que ilustram a
temática da responsabilidade tributária:
� Contribuinte absolutamente incapaz: a capacidade tributária passiva
independe da capacidade civil.
� Bem imóvel alienado com dívidas de IPTU: o adquirente do imóvel
será o responsável pelos tributos referentes ao bem, enquanto o
alienante, por ter relação direta com o fato gerador, permanece como
contribuinte.
� Bem móvel alienado com dívidas de IPVA: o adquirente do veículo
será o responsável pelos tributos, enquanto o alienante, por ter relação
direta com o fato gerador, permanece como contribuinte.
� Responsabilidade de terceiros: em casos de impossibilidade de
cumprimento da obrigação tributária principal pelo contribuinte,
responderão os pais, tutores, curadores, síndico, inventariante, sócio
na liquidação de sociedade de pessoas, etc.
Em princípio, o tributo deve ser cobrado da pessoa que realiza o fato
gerador. Nestas condições, surge o sujeito passivo direto (contribuinte).
Em certos casos, no entanto, o Estado pode ter necessidade de cobrar o
tributo de uma terceira pessoa, que não o contribuinte, que será o sujeito
passivo indireto (responsável tributário).
ResponsabilidadeResponsabilidade porpor substituiçãosubstituição:: a lei determina que o
responsável (substituto) ocupe o lugar do contribuinte (substituído),
desde a ocorrência do fato gerador, de tal sorte que, desde o nascimento
da obrigação tributária, o responsável já é o sujeito passivo. Assim, o
contribuinte é logo esquecido, não sendo ele sequer indicado como sujeito
passivo, pois o legislador já o substitui pelo responsável.
ExemploExemplo:: retenção na fonte, pois a lei prevê que a fonte pagadora do
rendimento deve proceder ao recolhimento do tributo devido no momento
em que realiza a entrega ou faz o crédito dos recursos ao contribuinte.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
3
�� ResponsabilidadeResponsabilidade porpor transferênciatransferência:: quando se transfere a um
terceiro a condição de sujeito passivo da obrigação tributária, que até
então era ocupada pelo contribuinte. Essa transferência poderá excluir
a responsabilidade do contribuinte ou atribuí-la em caráter supletivo.
Comporta três situações possíveis:
� Responsabilidade por solidariedade: a lei atribui a mais de uma
pessoa a responsabilidade pelo pagamento do tributo (arts. 124 e 125,
CTN).
� Responsabilidade dos sucessores: art. 131, CTN.
a) adquirente pelos tributos relativos aos bens adquiridos;
b) sucessor a qualquer título e cônjuge meeiro, pelos tributos devidos
pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta
responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação;
c) espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura
da sucessão.
� Responsabilidade de terceiros: art. 134, CTN. Nos casos de
impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal
pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados
ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos
por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida
ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos
tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles,
em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
O crédito tributário decorre da obrigação principal e se constitui através do
lançamento.
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza
desta.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente,
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar
o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória,
sob pena de responsabilidade funcional.
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso
em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e
rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. (...)
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO PPRINCÍPIOSRINCÍPIOS APLICÁVEISAPLICÁVEIS AOAO LLANÇAMENTOANÇAMENTO
PrincípioPrincípio dada vinculaçãovinculação àà leilei:: art. 142, parágrafo único.
PrincípioPrincípio dada irretroatividadeirretroatividade:: aplica-se a lei contemporânea ao fato
gerador, salvo se a lei posterior estipular penalidade menos severa,
deixar de caracterizar um ato como infração, ampliar os poderes de
fiscalização (normas de procedimento) ou conferir maiores garantias e
privilégios.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e
rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
§1°. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o
efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
PrincípioPrincípio dada irrevisibilidadeirrevisibilidade:: o lançamento é definitivo, somente
podendo ser alterado nos casos previstos no art. 145, CTN.
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado 
em virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.
PrincípioPrincípio dada inalterabilidadeinalterabilidade:: não é possível mudar os critérios
jurídicos adotados por ocasião da exigência dos tributos.
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão
administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa
no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo
sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
MMODALIDADESODALIDADES DEDE LLANÇAMENTOANÇAMENTO
LançamentoLançamento porpor declaraçãodeclaração:: efetuado com base na declaração do
sujeito passivo ou de terceiro, quando presta à autoridade administrativa
informações sobre matéria de fato indispensáveis à sua efetivação.
Assim, no lançamento por declaração é relevante a colaboração do
sujeito passivo ou de terceiro, com a atividade privativa da autoridade
administrativa, havendo um misto de atuação (administração e sujeito
passivo ou terceiro) na realização do procedimento.
ExemplosExemplos:: ITBI (o Município cobra o tributo com base nas informações
declaradas pelo contribuinte), ITR, Imposto de Importação sobre
bagagem acompanhadas (o contribuinte preenche a Declaração de
Bagagem Acompanhada, informando a matéria de fato indispensável à
realização do lançamento porventura cabível), Imposto de Exportação.
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de
terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informaçõessobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
§1°. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir
ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e
antes de notificado o lançamento.
§2°. Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de
ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor
ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante
processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos
expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso
de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.
4
LançamentoLançamento porpor homologaçãohomologação:: a lei atribui ao sujeito passivo o
dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, para após ser homologado pelo Estado.
A homologação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando a
autoridade administrativa editar ato em que formalmente afirme sua
concordância com a atividade do sujeito passivo, homologando-a. Será
tácita quando a Administração Tributária deixar escoar o prazo legal
para a homologação expressa.
ExemplosExemplos:: IR, ICMS, IPI, ITCMD, PIS, COFINS.
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
§1°. O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito,
sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§2°. Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação,
praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do
crédito.
§3°. Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na
apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou
sua graduação.
§4°. Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da
ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito,
salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
LançamentoLançamento dede ofícioofício:: a participação do sujeito passivo na atividade
privativa da autoridade é nula ou quase nula. A autoridade fiscal, como
decorrência do poder-dever imposto por seu ofício, diretamente procede
ao lançamento do tributo, sem colaboração do devedor. Para tanto,
utiliza-se dos dados que dispõe a respeito do sujeito passivo.
ExemplosExemplos:: IPTU, IPVA, contribuição de melhoria, contribuições
corporativas, contribuição para o serviço de iluminação pública, taxas,
todos originariamente lançados de ofício, com as informações que a
administração tributária possui.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos
seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos
termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a
pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo
ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido
na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente
obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente
obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu
com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do
lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional
da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade
especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o
direito da Fazenda Pública.

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