RESUMO DE DIREITO PENAL II

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CONCURSO DE PESSOAS (ART. 29º, CP)
CONCEITO DE CONCURSO DE PESSOAS: REUNIÃO DE VÁRIOS AGENTES PARA O COMETIMENTO DE UM MESMO CRIME. 
OBS. SÓ HÁ CONCURSO DE PESSOAS NOS CRIMES UNISSUBJETIVOS (CONCURSO EVENTUAL).
REQUISITOS:
PLURARIDADE DE AGENTES 
NEXO CAUSAL
IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PARA TODOS OS PARTICIPANTES (RELEVÊNCIA CAUSAL DO COMPORTAMENTO)
TIPO DE CRIMES
PLURISSUBJETIVO = CONCURSO NECESSÁRIO – PLURARIDADE DE PESSOAS – EX ART 137 (RIXA)
UNISSUBJETIVO = CONCURSO EVENTUAL – PODE PRATICAR SOZINHO – ART 121 (MATAR ALGUÉM)
TEORIAS 
HÁ 3 TEORIAS PARA O CONCURSO DE PESSOAS QUE SÃO: 
MONÍSTA (UNITÁRIA), 
DUALÍSTICA
PLURALÍSTICA. 
NO BRASIL É ADOTADA A TEORIA UNITÁRIA VIA DE REGRA, MAS DEPENDENDO DO TIPO DO CRIME, SE EXPRESSAMENTE CONTIDO NO PRECEITO PRIMÁRIO DA NORMA, ADOTAREMOS A TEORIA PLURALÍSTICA, SENDO ESTA A EXCEÇÃO À REGRA. EX.: MÃE QUE CONCORDA EM FAZER O ABORTO NA FILHA (NÃO RESPONDE PELO MESMO CRIME, A MÃE RESPONDE PELO ART 124 E O QUE CONSENTIR RESPONDE PELO 126.)
DOMÍNIO DO FATO 
CONCEITO: O AGENTE POSSUI SOZINHO O DOMÍNIO DA CONDUTA, TENDO O PODER DE DECISÃO INTELECTUAL, MEDIATO E EXECUTOR.
TEORIA NORMATIVA (ADOTADA PELO DAMÁSIO)
AUTOR: POSSUI O DOMÍNIO DO FATO, CONDUTA TÍPICA.
COAUTOR: DIRETA (QUE POSSUI O DOMÍNIO DO FATO) E O FUNCIONAL (REPARTIÇÃO DAS FUNÇÕES)
PARTÍCIPE: INSTIGA, AUXILIA E INDUZ.
EX.: O WELL ARQUITETOU UM PLANO PARA ASSALTAR O BANCO CENTRAL (AUTOR INTELECTUAL, QUE POSSUI O DOMÍNIO DO FATO), SENDO ASSIM CHAMOU RODRIGO (AUTOR MEDIATO) PARA PARTICIPAR DO CRIME, POIS ELE CONHECE PESSOAS QUE ESTÃO DISPOSTAS A PRATICAR O DELITO. ASSIM O MESMO VISANDO FICAR IMPUNE E OBTER LUCRO, CHAMA A VANESSA, DAYSE E SAMUEL PARA A EXECUÇÃO DO CRIME. O SAMUEL (COAUTOR DIRETO) TOMA A FRENTE E DITA AS REGRAS NO MOMENTO DE EXECUÇÃO E A VANESSA (COAUTORA FUNCIONAL) FICA NO CARRO AGUARDANDO PARA A FUGA E A DAYSE (COAUTORA FUNCIONAL JUNTAMENTE COM O SAMUEL VÃO PRATICAR O CRIME. AS ARMAS UTILIZADAS NESSE ASSALTO FORAM FORNECIDAS PELO RONALDO (PARTÍCIPE).
AUTORIA COLATERAL: QUANDO OS AGENTES DESCONHECEM A CONDUTA UM DO OUTRO. 
EX.: A E B ESTÃO NO DESFILADEIRO, UM DE CADA LADO, AGUARDANDO O C PARA O MATAR, CASO AMBOS DESCONHEÇAM A CONDUTA UM DO OUTRO E A VÍTIMA MORRE PELO COMPORTAMENTO DE UM SÓ DELES, FALA-SE EM AUTORIA COLATERAL, POIS NÃO HÁ VÍNCULO PSICOLÓGICO ENTRE ELES E OS MESMOS RESPONDEM POR HOMICÍDIO EM AUTORIA COLATERAL.
NO ENTANTO, SE HOUVER O VÍNCULO PSICOLÓGICO FALAR-SE-Á EM COAUTORIA.
AUTORIA INCERTA: QUANDO NÃO SE PODE ATRIBUIR A AUTORIA A NENHUM DOS AUTORES COLATERAIS. AMBOS RESPONDEM POR TENTATIVA. SE UM COMETER CRIME IMPOSSÍVEL ABSOLVE-SE OS DOIS.
AS PENAS – LER O CÓDIGO 
CONCURSO DE CRIMES (ART. 69º, 70º e 71º, CP)
CONCEITO: QUANDO UM SUJEITO, MEDIANTE UMA OU MAIS DE UMA AÇÃO OU OMISSÃO, PRATICA DOIS OU MAIS DELITOS, OCORRE O CONCURSO DE CRIMES OU DE PENAS. SENDO POSSÍVEL TAMBÉM OCORRER JUNTAMENTE COM O CONCURSO DE PESSOAS, QUANDO DOIS OU MAIS AGENTES SE JUNTAM PARA A PRATICA DE DOIS OU MAIS DELITOS.
O CONCURSO DE CRIMES, PODE OCORRER ENTRE:
DOLOSOS, 
CUPOSOS, 
CONSUMADOS OU 
TENTADOS, 
COMISSIVOS E
OMISSIVOS. 
SE DIVIDE EM TRÊS ESPÉCIES:
CONCURSO MATERIAL
CONCEITO: PARA QUE HAJA CONCURSO MATERIAL DE CRIMES O AGENTE PRECISA PRATICAR DUAS OU MAIS CONDUTAS (FATOS), REALIZANDO DOIS OU MAIS CRIMES.
ESPÉCIES: O CONCURSO MATERIAL PODE SER:
HOMOGÊNEO: QUANDO OS CRIMES SÃO IDÊNTICOS. EX: HOMICÍDIO PRATICADO A UMA PESSOA E TAMBÉM A TESTEMUNHA
HETEROGÊNEO: QUANDO OS CRIMES NÃO SÃO IDÊNTICOS. EX: FURTO E ESTUPRO
APLICAÇÃO DA PENA NO CONCURSO MATERIAL: NOS TERMOS DO ART 69 CP, AS PENAS SERÃO APLICADAS CUMULATIVAMENTE, AINDA QUE SEJAM RECLUSÃO E DETENÇÃO SOMAM-SE TODAS.
CONCURSO FORMAL
CONCEITO: CONFORME DISPOSTO NO ART 70 CAPUT DO CP, OCORRE CONCURSO FORMAL OU IDEAL, QUANDO O AGENTE MEDIANTE UMA SÓ AÇÃO OU OMISSÃO PRATICA DOIS OU MAIS DELITOS, IDÊNTICOS OU NÃO. SE DIFERENCIA DO CONCURSO DE CRIMES OU PENAS JUSTAMENTE PELA UNIDADE DE AÇÃO (CONDUTA). EX: O AGENTE COM APENAS UM TIRO, ATINGE MAIS DE UMA PESSOA. 
ESPÉCIES: O CONCURSO FORMAL PODE SER:
HOMOGÊNEO: OCORRE QUANDO OS CRIMES ESTÃO DESCRITOS PELA MESMA FIGURA TÍPICA, HAVENDO DIVERSIDADE DE SUJEITOS PASSIVOS. EX: ATROPELAMENTO CULPOSO COM MORTE DE DUAS OU MAIS PESSOAS.
HETEROGÊNEO: OCORRE QUANDO OS CRIMES SE ACHAM DEFINIDOS EM NORMAS PENAIS DIVERSAS (SE ENCONTRAM EM TIPOS DIFERENTES). EX: ATROPELAMENTO CULPOSO COM MORTE DE UMA PESSOA E FERIMENTO EM OUTRA (HOMICIDIO E LESÕES CORPORAIS CUPOSOS).
PERFEITO: QUANDO O AGENTE, MEDIANTE AÇÃO OU OMISSÃO PRATICA DOIS OU MAIS CRIMES, IDÊNTICOS OU NÃO, APLICA-SE-LHE A PENA MAIS GRAVE DAS PENAS CABÍVEIS OU SE IGUAIS, SOMENTE UMA DELAS, MAS AUMENTADA, EM QUALQUER CASO DE UM SEXTO ATÉ METADE. (ART 70, CAPUT PRIMEIRA PARTE)
IMPERFEITO: AS PENAS APLICAM-SE, ENTRETANTO, CUMULATIVAMENTE, SE A AÇÃO OU OMISSÃO É DOLOSA E OS CRIMES CONCORRENTES RESULTAM DE DESÍGNIOS AUTÔNOMOS (ESCOLHA CONSCIENTE DOS MEIOS PARA ATINGIR DETERMINADO FIM DELITUOSO). (ART 70, CAPUT, SEGUNDA PARTE, CP).
REQUISITOS PARA QUE OCORRA O CONCURSO FORMAL DE CRIMES: O CÓDIGO PENAL BRASILEIRO, ADOTA A TEORIA OBJETIVA, QUE EXIGE: UNIDADE DE COMPORTAMENTO; PLURALIDADE DE CRIMES. PORÉM A QUESTÃO SUBJETIVA É LEVADA EM CONSIDERAÇÃO PARA A APLICAÇÃO DA PENA (ART 70 CAPUT, SEGUNDA PARTE). PODENDO HAVER CONCURSO FORMAL ENTRE CRIME DOLOSO E CULPOSO NO EXEMPLO DOS ARTIGOS 73(ERRO NA EXECUÇÃO), SEGUNDA PARTE, E 74 (RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO).
APLICAÇÃO DA PENA: NA APLICAÇÃO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE, O CÓDIGO DETERMINA DUAS REGRAS:
a) SE AS PENAS SÃO IDÊNTICAS, APLICA-SE UMA SO, AUMENTADA DE UM SEXTO ATÉ METADE 
b) SE AS PENAS NÃO SÃO IDÊNTICAS, APLICA-SE A MAIS GRAVE, AUMENTADA DE UM SEXTO ATÉ METADE, EX: O AGENTE QUE POR MEIO DE AÇÃO CULPOSA DA CAUSA A UM ACIDENTE DE CARRO, VINDO A MATAR DUAS PESSOAS: APLICA-SE A PENA DO HOMICIDIO CULPOSO AUMENTADA DE UM SEXTO ATE METADE.
UNIDADE E AUTONOMIA DE DESÍGNIOS 
OCORRE A AUTONOMIA DE DESÍGNIOS QUANDO O SUJEITO PRETENDE PRATICAR NÃO SÓ UM CRIME, MAS VARIOS, TENDO CONSCIÊNCIA E VONTADE EM RELAÇÃO A CADA UM DELES, CONSIDERADO ISOLADAMENTE. ASSIM, O SUJEITO PODE ESTUPRAR COM DUPLA FINALIDADE: SATISFAZER O INSTINTO SEXUAL E TRANSMITIR DOENÇA VENÉREA DE QUE ESTA CONTAMINADA A VÍTIMA. COM UMA SÓ CONDUTA, REALIZA DOIS FINS.
CRIME CONTINUADO 
CONCEITO: OCORRE QUANDO O AGENTE, MEDIANTE MAIS DE UMA AÇÃO OU OMISSÃO, PRATICA DOIS OU MAIS CRIMES DA MESMA ESPÉCIE E, PELAS CONDIÇÕES DE TEMPO, LUGAR, MANEIRA DE EXECUÇÃO E OUTRAS SEMELHANTES, DEVEM SUBSEQUENTES SER HAVIDOS COMO CONTINUAÇÃO DO PRIMEIRO (ART 71, CAPUT).
REQUISITOS: SÃO REQUISITOS DO CRIME CONTINUADO:
PLURALIDADE DE CONDUTAS;
PLURALIDADE DE CRIMES DA MESMA ESPÉCIE;
CONTINUAÇÃO, TENDO EM VISTA AS CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS; E
UNIDADE DE DESÍGNIOS.
NATUREZA JÚRIDICA: HÁ TRÊS TEORIAS A RESPEITO DA NATUREZA DO CRIME CONTINUADO: 
TEORIA DA UNIDADE REAL: OS VÁRIOS DELITOS FORMAM CRIMES ÚNICOS 
TEORIA DA FICÇÃO JÚRIDICA: O LEGISLADOR PRESUME A EXISTÊNCIA DE UM SÓ CRIME 
TEORIA MISTA: VÊ NO CRIME CONTINUADO NO TERCEIRO DELITO, NEGANDO A UNIDADE OU PLURALIDADE DE VIOLAÇÕES JÚRIDICAS.
OBS: O NOSSO CODIGO ADMITE A TEORIA DA FICÇÃO JÚRIDICA. EMBORA HAJA PLURALIDADES DE CRIMES, A LEI PRESUME A EXISTÊNCIA DE CRIME ÚNICO. ENTRETANTO, ESSA PRESUNÇÃO, SÓ TEM RELEVÂNCIA NA APLICAÇÃO DA PENA. PARA OUTROS EFEITOS O DELITO CONTINUADO É CONSIDERADO A FORMA DE CONCURSO DE CRIMES.
APLICAÇÃO DA PENA: O CRIME CONTINUADO PODE SER SIMPLES (ART. 71º CAPUT) E QUALIFICADO (§ ÚNICO) PORÉM NA APLICAÇÃO DA PENA O CÓDIGO IMPÕE DUAS REGRA QUANTO AO TIPO SIMPLES:
SE AS PENAS SÃO IDÊNTICAS APLICA-SE UMA SO COM AUMENTO DE UM SEXTO A DOIS TERÇOS 
SE AS PENAS SÃO DIVERSAS, APLICA-SE A MAIS GRAVE, AUMENTDA DE UM SEXTO A DOIS TERÇOS 
NA FORMA QUALIFICADA, O AUMENTO E DE UM SEXTO ATÉ O TRIPLO (ART. 71º PARÁGRAFO ÚNICO).
BEM JURÍDICO PESSOAL: UNIDADE OU PLURALIDADE DE SUJEITO PASSIVO
O NOSSO CP VIGENTE ADOTOU A TEORIA OBJETIVA A RESPEITO DO CRIME CONTINUADO, ADMITINDO O NEXO DE CONTINUIDADE
ENTRE CRIMES QUE LESAM INTERESSES JURÍDICOS PESSOAIS, AINDA QUE PRATICADOS CONTRA VÍTIMAS DIVERSAS. CUMPRE OBSERVAR O DISPOSTO NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 71, CP - “NOS CRIMES DOLOSOS, CONTRA VÍTIMAS DIFERENTES, COMETIDOS COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA, PODERÁ O JUIZ, CONSIDERANDO A CULPABILIDADE, OS ANTECEDENTES, A CONDUTA SOCIAL E A PERSONALIDADE DO AGENTE, BEM COMO OS MOTIVOS E AS CIRCUNSTÂNCIAS, AUMENTAR A PENA DE UM SÓ DOS CRIMES, SE IDÊNTICAS, OU A MAIS GRAVE, SE DIVERSAS, ATÉ O TRIPLO, OBSERVADAS AS REGRAS DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 70 E DO ART. 75 DESTE CÓDIGO.” 
	ASSIM, ADMITE A REFORMA PENAL NEXO DE CONTINUIDADE ENTRE HOMICÍDIOS, LESÕES CORPORAIS OU ROUBOS CONTRA VÍTIMAS DIVERSAS, PODENDO O JUIZ, DE ACORDO COM AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DO ART. 59, CAPUT, AUMENTAR A PENA DE UM DOS DELITOS ATÉ O TRIPLO, OBSERVADOS DOIS PRINCÍPIOS: A PENA NÃO PODE SER SUPERIOR À QUE SERIA IMPOSTA SE O CASO FOSSE DE CONCURSO MATERIAL E O SEU CUMPRIMENTO NÃO PODERÁ SER SUPERIOR A TRINTA ANOS.
APLICAÇÃO DE MULTA EM SITUAÇÃO DE CONCURSO DE CRIMES
AS MULTAS NO CONCURSO FORMAL E NO CRIME CONTINUADO: AS MULTAS, EM SUA APLICAÇÃO, NÃO SE SUJEITAM ÀS REGRAS PREVISTAS PARA O CONCURSO FORMAL E O CRIME CONTINUADO. ASSIM, SE O SUJEITO PRATICA VÁRIOS FURTOS EM CONTINUAÇÃO, AS PENAS DE MULTA DEVEM SER SOMADAS, NÃO SE APLICANDO O DISPOSTO NO ART 71, CAPUT, CP.
QUANDO AS MULTAS SUBSISTEM AS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE (ART 60, §2º, CP): SE O SUJEITO, EM CONCURSO, COMETE VÁRIOS DELITOS, VINDO AS PPL A SER SUBSTITUÍDAS POR MULTA, ESTA NÃO SE SUJEITA AO CÚMULO MATERIAL.
ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRACTIO ICTUS) (ART 73º, CP) 
“QUANDO, POR ACIDENTE OU ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUÇÃO, O AGENTE, AO INVÉS DE ATINGIR A PESSOA QUE PRETENDIA OFENDER, ATINGE PESSOA DIVERSA, RESPONDE COMO SE TIVESSE PRATICADO O CRIME CONTRA AQUELA, ATENDENDO-SE AO DISPOSTO NO § 3º DO ART. 20 DESTE CÓDIGO. NO CASO DE SER TAMBÉM ATINGIDA A PESSOA QUE O AGENTE PRETENDIA OFENDER, APLICA-SE A REGRA DO ART. 70 DESTE CÓDIGO”.
RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (ABERRACTIO DELICT) (ART 74º, CP)
“FORA DOS CASOS DO ARTIGO ANTERIOR, QUANDO, POR ACIDENTE OU ERRO NA EXECUÇÃO DO CRIME, SOBREVÉM RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO, O AGENTE RESPONDE POR CULPA, SE O FATO É PREVISTO COMO CRIME CULPOSO; SE OCORRE TAMBÉM O RESULTADO PRETENDIDO, APLICA-SE A REGRA DO ART. 70 DESTE CÓDIGO”.
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA PENA (SURSIS) (ART 77º, 78º, 79º, 80º, 81º,82º, CP)
ORIGEM: CONFORME ENSINAMENTO DE BASILEU GARCIA, SURSIS É UM SUBSTANTIVO MASCULINO, QUE SIGNIFICA SUSPENSÃO, SENDO CORRELATO DO VERBO SURSEIOR – SUSPENDER. “SENDO DE INSPIRAÇÃO BELGA-FRANCESA O SISTEMA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA, A PRÓPRIA PALAVRA SURSIS INTEGROU-SE AOS HÁBITOS FORENCESES, COM PRONÚNCIA JÁ UM TANTO NACIONALIZADA”.
CONCEITO: DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO DO RÉU DE, PREENCHIDOS TODOS OS REQUISITOS LEGAIS, TER SUSPENSA A EXECUÇÃO DA PENA IMPOSTA, DURANTE CERTO PRAZO E MEDIANTE DETERMINADAS CONDIÇÕES.
NATUREZA: HÁ DUAS POSIÇÕES.
DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO DO SENTENCIADO: O JUIZ NÃO PODE NEGAR SUA CONCESSÃO AO RÉU QUANDO PREENCHIDOS OS REQUISITOS LEGAIS; NO ENTANTO, RESTA AINDA ALGUMA DISCRICIONARIEDADE AO JULGADOR, QUANDO DA VERIFICAÇÃO DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS, OS QUAIS DEVEM FICAR INDUVIDOSAMENTE COMPROVADOS NOS AUTOS, NÃO SE ADMITINDO SEJAM PRESUMIDOS. 
FORMA DE EXECUÇÃO DA PENA: O INSTITUTO, NA REFORMA PENAL DE 1984, NÃO CONSTITUI MAIS INCIDENTE DA EXECUÇÃO NEM DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO DE LIBERDADE DO CONDENADO. É MEDIDA PENAL DE NATUREZA RESTRITIVA DA LIBERDADE E NÃO UM BENEFÍCIO. NESSE SENTIDO, DECIDIU O STJ: “O SURSIS, DENOMINADO, NO CP, SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (RECTIUS – SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA PENA) DEIXOU DE SER MERO INCIDENTE DA EXECUÇÃO PARA TORNAR-SE MODALIDADE DE EXECUÇÃO DA CONDENAÇÃO. LIVRA O CONDENADO DA SANÇÃO QUE AFETA O STATUS LIBERTATIS, TODAVIA, IMPÕE-SE-LHE PENA MENOS SEVERA, EMINENTEMENTE PEDAGÓGICA. O CONFRONTO DO INSTITUTO NA REDAÇÃO INICIAL DA PARTE GERAL DO CP E A DADA PELA REFORMA DE 1984 EVIDENCIA SER A PRIMEIRA MAIS BENIGNA”. NO MESMO SENTIDO, ENTENDEU O STJ QUE A REFORMA PENAL INTRODUZIDA LEI N. 7.209/84 CONFERIU AO SURSIS A NATUREZA DE PENA EFETIVA, TRATANDO-SE DE FORMA DE EXECUÇÃO DE PENA.
LIVRAMENTO CONDICIONAL (ART. 83º, CP)
O LIVRAMENTO CONDICIONAL DIFERE DO SURSIS. ENTRE OUTRAS DIFERENÇAS, NO SURSIS NÃO EXIGE QUE O RÉU INICIE O CUMPRIMENTO DA PENA, O QUE NÃO ACONTECE NO LIVRAMENTO CONDICIONAL. ALÉM DISSO, NO SURSIS O PERÍODO DE PROVA DURA DE 2 A 4 OU 6 ANOS. NO LIVRAMENTO CONDICIONAL CORRESPONDE AO RESTANTE DA PENA. A EXECUÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL ESTÁ DISCIPLINADA NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL LEP ART. 131 E SEGUINTES
REQUISITOS: SÃO EXATAMENTE AS ALÍNEAS DOS ART. 83, CP.
 ART. 83 - O JUIZ PODERÁ CONCEDER LIVRAMENTO CONDICIONAL AO CONDENADO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE IGUAL OU SUPERIOR A 2 (DOIS) ANOS, DESDE QUE:  (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 7.209, DE 11.7.1984)
        I - CUMPRIDA MAIS DE UM TERÇO DA PENA SE O CONDENADO NÃO FOR REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO E TIVER BONS ANTECEDENTES; (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 7.209, DE 11.7.1984)
        II - CUMPRIDA MAIS DA METADE SE O CONDENADO FOR REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO;  (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 7.209, DE 11.7.1984)
        III - COMPROVADO COMPORTAMENTO SATISFATÓRIO DURANTE A EXECUÇÃO DA PENA, BOM DESEMPENHO NO TRABALHO QUE LHE FOI ATRIBUÍDO E APTIDÃO PARA PROVER À PRÓPRIA SUBSISTÊNCIA MEDIANTE TRABALHO HONESTO;  (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 7.209, DE 11.7.1984)
        IV - TENHA REPARADO, SALVO EFETIVA IMPOSSIBILIDADE DE FAZÊ-LO, O DANO CAUSADO PELA INFRAÇÃO;    (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 7.209, DE 11.7.1984)
        V - CUMPRIDO MAIS DE DOIS TERÇOS DA PENA, NOS CASOS DE CONDENAÇÃO POR CRIME HEDIONDO, PRÁTICA DA TORTURA, TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, E TERRORISMO, SE O APENADO NÃO FOR REINCIDENTE ESPECÍFICO EM CRIMES DESSA NATUREZA. (INCLUÍDO PELA LEI Nº 8.072, DE 25.7.1990)
       PARÁGRAFO ÚNICO - PARA O CONDENADO POR CRIME DOLOSO, COMETIDO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA, A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO FICARÁ TAMBÉM SUBORDINADA À CONSTATAÇÃO DE CONDIÇÕES PESSOAIS QUE FAÇAM PRESUMIR QUE O LIBERADO NÃO VOLTARÁ A DELINQÜIR. (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 7.209, DE 11.7.1984)