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Unidade 3 - Currículo e suas materializações: Projeto Político Pedagógico Franciane Heiden Rios Iniciar Introdução Para compreender a efetivação do Currículo, esse que anteriormente discutimos e analisamos, seguimos em direção a sua efetivação em documentos que organizam e, consequentemente, orientam a prática pedagógica na escola. Para tanto, nesta terceira unidade iremos ampliar saberes e reflexões acerca do Projeto Político Pedagógico - PPP , documento previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, LDB 9394/96, em seu artigo nº 12 que define como obrigatória a todos os estabelecimentos de ensino: "[...] a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica". (BRASIL, 1996, online). Teremos como objetivo principal definir e conceituar Projeto Político Pedagógico, reconhecendo os princípios que o estruturam e o orientam, bem como esses influem nas práticas pedagógicas, sob a ótica das Teorias Curriculares. Avançaremos para, enquanto objetivos específicos: 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd=… 1/24 Estabelecer e refletir sobre as relações estabelecidas entre o PPP, os planos curriculares e o currículo. Analisar possibilidades diversas de PPP sob a ótica das Teorias Curriculares, promovendo a integração dessas teorias e, com isso, fornecendo a vocês, cursistas, instrumentos para futuras análises no campo de estágio ou na atuação profissional. Identificar os principais conceitos e concepções que constituem um PPP e como essas definições estampadas nos documentos escolares se relacionam com as práticas pedagógicas. Reconhecer e analisar demais relações pertinentes existentes nos PPP, tais como: conhecimento, cultura e diversidade. Esses objetivos são fundamentais para compreender a escola e suas relações complexas que por diversas vezes evidenciam questões nem um pouco simples de serem respondidas. Você já parou para pensar no desafio que é, de fato, efetivar uma prática pedagógica coesa e democrática? Será possível todos os sujeitos serem ouvidos e todas culturas acolhidas no espaço escolar? Quanto tempo precisaríamos para que todo o conteúdo diverso na escola fosse significado? Toda a seleção de conteúdo resulta, necessariamente, em uma relação de poder e, consequentemente, na predileção de uma visão em detrimento de outra? Essas são algumas questões que discutiremos nessa unidade, obviamente, não apresentaremos respostas definitivas, tampouco, receitas infalíveis a serem reproduzidas em forma de documentos normativos, mas, esperamos contribuir para a visão crítica e para a postura reflexiva, indispensáveis a vocês, futuros profissionais da educação. Desejamos a todos um excelente percurso formativo! 1. Definição de Projeto Político Pedagógico 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd=… 2/24 O primeiro ponto a ser compreendido sobre o PPP é que esse documento, além de uma determinação legal conforme evidenciado na introdução deste capítulo, é o registro da Proposta Pedagógica da escola. Ou seja é "[...] um documento que propõe uma direção política e pedagógica para o trabalho escolar, formula metas, prevê as ações, institui procedimentos e instrumentos de ação." (LIBÂNEO, 2005, p. 345). De uma maneira ilustrada, podemos afirmar que o PPP - e a proposta que o compõe - é a “ponte” entre escola e sociedade, indicando o sujeito que se espera formar e que sociedade se espera que esse sujeito se insira e transforme: “[...] supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro [...] tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.” (GADOTTI, 1994, p. 579). 1.1. O que é Projeto Político Pedagógico? Para uma melhor compreensão precisamos responder de maneira mais completa a questão que nomeia esse subtítulo: O que é Projeto Político Pedagógico? Para tanto, é preciso compreender no contexto global as três palavras que o compõe: projeto, político e pedagógico . Já iniciamos a compreensão do termo projeto : aquilo que “lança objetivos futuros”. Etimologicamente, significa: desejo, intenção de fazer ou realizar (algo) no futuro; plano (MICHAELIS, 2009, online). Para Veiga (2013) consiste em: [...] uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária ( p. 13 ). Assim, avançamos para o sentido do termo político . A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB 9394/96 - define como princípio e fins da Educação: “Art. 2º [...] o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 1996, online - grifos nossos), ou seja, é explícito o compromisso com a formação do cidadão para sua vivência em determinado tipo de sociedade, compromisso evidentemente político. E o pedagógico , portanto, “[...] no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd=… 3/24 intencionalidade.” (VEIGA, 2013, p. 19). Político e Pedagógico são indissociáveis, sejam em termos, sejam em efetivação. Figura 1. Correlação dos termos no PPP. Fonte: a autora, 2019 Assim, é possível definir o PPP como o documento que organiza o trabalho pedagógico em dois níveis: 1º) Organização da escola enquanto instituição - organização funcional. 2º) Organização da sala de aula - organização didático-pedagógica. Constitui-se enquanto documento globa l, fruto de um processo democrático de decisões, que objetiva implementar práticas e ações pedagógicas que acolham e r epresentem as diversidades , superando os conflitos, eliminando a competitividade, as relações corporativas e autoritárias, superando o modelo tradicional de currículo que racionaliza e burocratiza relações e reproduz o modelo produtivo do capital - da divisão do trabalho -, grande responsável pela manutenção das desigualdades e exclusão. 1.2. Princípios e estrutura do Projeto Político Pedagógico Para que o PPP seja efetivado conforme a definição proposta, é necessário que ele se estruture em princípios democráticos , vertente essa, também prevista na 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd=… 4/24 legislação: Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. ( BRASIL, 1996, online ) Assim, o trabalho da escola em seu PPP terá como princípios: a) Igualdade de condições para acesso e permanência na escola. b) Qualidade da oferta em todos seus elementos. c) Gestão Democrática. d) Liberdade. e) Valorização do magistério. Princípios que discutiremos na sequência. Saiba Mais! Indicação de REA: Elaborando uma Proposta Pedagógica A elaboração da Proposta Pedagógica de uma instituição de ensino deve considerar uma série de princípios e referências e, como temos discutido, ela é essencial para o bom desenvolvimento das práticas. Portanto, sistematizar e qualificar seu processo de construção é essencial. Nesse REA - Recurso Educacional Aberto - que consiste em um mapa mental, esses fundamentos elementares estão organizados de maneira esquematizada, permitindoum melhor acompanhamento do raciocínio necessário, passo a passo. Para acessar: https://apps.univesp.br/elaborando-uma-proposta-pedagogica/ 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd=… 5/24 https://apps.univesp.br/elaborando-uma-proposta-pedagogica/ 1.2.1. Igualdade de condições Sobre igualdade dois aspectos são fundamentais: oportunidade e manutenção. Assim, a garantia de vagas é o primeiro aspecto a ser efetivado, mas, não o único, afinal, é necessário que a proposta educativa ofertada seja pautada em princípios de qualidade. Saviani destaca que: “[...] só é possível considerar o processo educativo em seu conjunto sob a condição de se distinguir a democracia como possibilidade no ponto de partida e democracia como realidade no ponto de chegada.” (1982, p. 63). 1.2.2. Qualidade Saiba Mais! Observe as imagens a seguir: Imagem 1. Exemplo de escola 1. Fonte: UOL, 2019 Imagem 2. Exemplo de escola 2. Fonte: 180 Graus, 2019 A partir da visualização dessas imagens e sabendo que as duas representam escolas brasileiras, com alunos matriculados e frequentando, podemos dizer que os princípios de igualdade e qualidade foram garantidos? Por quê? 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd=… 6/24 A qualidade opera em duas dimensões: a técnica e a política. Dimensões essas que não são subordinadas uma a outra, tampouco, significadas separadamente apesar de, cada uma, apresentar perspectivas próprias. A dimensão técnica diz respeito aos instrumentos e aos métodos, significando: “[...] a habilidade de manejar meios, instrumentos, formas, técnicas, procedimentos diante dos desafios do desenvolvimento" (DEMO, 1994, p. 14). Já a dimensão política está relacionada ao princípio democrático, estando voltada para os fins, valores e conteúdos, ou seja, para "[...] a competência humana do sujeito em termos de se fazer e de fazer história, diante dos fins históricos da sociedade humana" (DEMO, 1994, p. 14). Se retornarmos a Imagem 2 que ilustra um exemplo de escola, essas dimensões nos diriam: “Professores, nossa meta vai além do fato dessas crianças estarem aqui conosco, matriculadas. Precisamos garantir que aqui conosco elas permaneçam e mais, precisamos pensar efetivamente em como fazer isso, com a intenção do que esperamos que elas aprendam, e o que venham a ser enquanto sujeitos.” Portanto, o princípio da qualidade "[...] implica consciência crítica e capacidade de ação, saber e mudar" (DEMO, 1994, p. 19), efetivando-se no PPP quando educadores, funcionários, alunos e pais pensam e definem “que escola desejamos”, “que sociedade desejamos”, “que cidadão desejamos formar”, estruturando os meios - ações, práticas pedagógicas. Essas definições só são significadas se coletivas, portanto, se gestadas e geridas sob a égide da Gestão Democrática. 1.2.3. Gestão Democrática O princípio da Gestão democrática abrange as dimensões pedagógica , administrativa e financeira . Prevê uma mudança na perspectiva da tomada de decisão na escola, chamando toda a comunidade escolar a deliberar sobre o que se quer, como é possível fazer e a responsabilidade de cada um nesse processo. Implica, 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd=… 7/24 portanto, na construção coletiva do PPP em um processo em que todos têm voz e espaço decisório. O grande desafio é da gestão democrática. Por isso, é necessária a participação de todos no processo de construção do PPP, rompendo com as frações: concepção X execução, pensar X fazer, teoria X prática. Afinal, A socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, que atenua o individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da solidariedade, que supera a opressão; da autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera executora. A busca da gestão democrática inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas decisões/ações administrativo-pedagógicas ali desenvolvidas. ( VEIGA, 2013, p. 52 ) Para a participação e decisão, outro princípio é fundamental: Liberdade. 1.2.4. Liberdade Você quer ver? Especial José Pacheco - Escola da Ponte - Educa Play Nesse vídeo José Pacheco, um dos educadores idealizador da Escola da Ponte, apresenta um pouco da proposta dessa instituição e relata como se dá o processo deliberativo participativo, permitindo, assim, ampliar com um exemplo prático as possibilidades de ação no campo da Gestão Democrática e sua efetivação. Link: https://www.youtube.com/watch?v=53bNtzTVix4 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd=… 8/24 https://www.youtube.com/watch?v=53bNtzTVix4 Precisamos iniciar conceituando liberdade. Aqui liberdade é consonante ao princípio de autonomia, essa sendo a promoção e possibilidade de construção da consciência pelo sujeito. (FREIRE, 1998, 1996). Assim, autonomia é um processo de decisão e de humanização que vamos construindo historicamente, a partir de várias, inúmeras decisões que vamos tomando ao longo da existência ( MACHADO, 2008, p. 57 ). Portanto, quando falamos de liberdade na escola evidenciamos esse princípio na relação entre todos os sujeitos da comunidade escolar, cada um assumindo sua parte de responsabilidade na construção do PPP e no projeto de sociedade. 1.2.5. Valorização do magistério Outro princípio fundamental se relaciona ao magistério. O exercício da docência é definidor da qualidade no processo formativo dos estudantes, e esse exercício profissional está estreitamente relacionado aos seguintes aspectos: a formação inicial e continuada; a condições de trabalho: recursos didáticos, recursos físicos e materiais, dedicação integral à escola, redução do número de alunos na sala de aula, entre outros e, a remuneração, elementos esses indispensáveis à profissionalização do magistério. (VEIGA, 2013, p. 45) No PPP esses elementos devem ser percebidos e indicados, mobilizando as esferas necessárias para que as condições de trabalho sejam asseguradas para que seja de fato possível, a garantia dos demais princípios. Você quer ver? 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd=… 9/24 Diante dos princípios discutidos podemos avançar para os fins previstos no PPP, para isso, utilizaremos como suporte as Teorias do Currículo trabalhadas no Capítulo 2. Título: Construção dos Projetos Político Pedagógicos - Conviva Educação Nessa breve animação, são relembrados os elementos que definem o PPP de forma simples e direta. Link: https://www.youtube.com/watch?v=WVp2qC8HGAQ 2. Teorias Curriculares e Projeto Político Pedagógico Nesse momento iremos discutir sob a perspectiva das Teorias Curriculares quais os objetivos finais possíveis diante dessa ou daquela perspectiva teórica e finalidade prevista no PPP. Para isso, é importante estabelecer as principais características que organizam essas finalidades, vejam: Quadro 1. Resumo das concepções das Teorias Curriculares 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 10/24 https://www.youtube.com/watch?v=WVp2qC8HGAQ Fonte: a autora, 2019. Diante dessa retomada, podemos avançar para os elementos de evidência que se incorporam nos textos dos PPP, evidências essas, que indicam as finalidades da proposta pedagógica. 2.1. Elementos de evidência Para Veiga (2013) é indiscutível a necessidade de se refletirsobre as finalidades e os objetivos da ação educativa e, para isso, ela nos apresenta algumas reflexões fundamentais: Das finalidades estabelecidas na legislação em vigor, o que a escola persegue, com maior ou menor ênfase? Como é perseguida sua finalidade cultural, ou seja, a de preparar culturalmente os indivíduos para uma melhor compreensão da sociedade em que vivem? Como a escola procura atingir sua finalidade política e social, ao formar o indivíduo para a participação política que implica direitos e deveres da cidadania? Como a escola atinge sua finalidade de formação profissional, ou melhor, como ela possibilita a compreensão do papel do trabalho na formação profissional do aluno? Como a escola analisa sua finalidade humanística, ao procurar promover o desenvolvimento integral da pessoa? ( VEIGA, 2013, p. 58 ) 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 11/24 Cada uma dessas questões teria uma resposta diferente diante da perspectiva curricular adotada, por exemplo: uma escola que em sua lista de materiais escolares direciona a compra de brinquedos especificando por gênero - carrinhos para meninos, bonecas para meninas - estará, intencionalmente ou não, corroborando para a reprodução de um modelo social sexista e, mesmo que seu PPP aponte teórico críticos, há fortes evidências de uma concepção tradicional, na qual há a predominância da cultura hegemônica machista, na qual a mulher, por vezes, acaba assumindo a responsabilidade do filho quase que exclusivamente. Sabemos que esse exemplo pode gerar mal estar e discordância por parte de alguns de vocês, estudantes. Lembramos que o processo educativo, como discutimos no Capítulo 1, carrega nele um caráter ideológico, afinal, enquanto professores, somos movidos por ideais e posicionamentos. Assim, aqui não se espera desenvolver um texto no sentido do convencimento para essa ou aquela perspectiva, no entanto, pretende-se a cientificidade e, principalmente, o distanciamento pessoal para as análises permitindo instrumentalização para uma prática pedagógica fundamentada e consciente. Ou seja, o mesmo exemplo poderia servir para discutirmos se, de fato, é essa sociedade mesmo que devemos objetivar e, portanto, privilegiar na escola: meninos dirigem, meninas cuidam dos filhos. Você quer ler? Artigo: Um guia para um PPP com a cara de 2017, Por: Patrick Cassimiro, Beatriz Vichessi e Gustavo Heidrich, Revista Nova Escola. Esse artigo discute o processo de elaboração ou revisão do projeto político pedagógico (PPP). Link: https://novaescola.org.br/conteudo/8152/um-guia-para-um-ppp-com-a- cara-de-2017 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 12/24 https://novaescola.org.br/conteudo/8152/um-guia-para-um-ppp-com-a-cara-de-2017 https://novaescola.org.br/conteudo/8152/um-guia-para-um-ppp-com-a-cara-de-2017 Enfim, o fato é que a escola “persegue finalidades” e que seus educadores, bem como todos aqueles que democraticamente participam do processo, precisam saber quais são. Somente assim é possível se estruturar, finalmente, as áreas, disciplinas e conteúdos. Essas finalidades “aparecem” nos textos do PPP quando na definição de sociedade, homem, conhecimento e educação, cada definição co-dependente entre si e ancorada na perspectiva global que as teorias elucidam: se concebemos e idealizamos uma sociedade justa e igualitária, as práticas educativas devem promover a autonomia, o conhecimento deverá permitir a formação para o exercício da cidadania, resultando em uma educação crítica, ou seja, não faria sentido o PPP promover práticas reprodutivas, excludentes e autoritárias, não é mesmo? Mas, será que na escola essas premissas são efetivadas? Percebemos que o grande desafio está no campo da diversidade e cultura, elementos que ainda precisam ser melhores apropriados no discurso e práticas pedagógicas. 2.2. Diversidade Podemos compreender a diversidade como componente do desenvolvimento biológico e cultural da humanidade. Toda a manifestação humana é diversa: saberes, valores, danças, comidas, língua, representações sociais, etc. Figura 2. Diversidade. Fonte: Toda Materia, 2019 Porém, por mais que em conceito a questão da diversidade “[...] enquanto elemento constitutivo do processo de humanização” (GOMES, 2007, p. 21) seja algo de simples 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 13/24 aceitação, na prática, a tendência é conflitante: aquilo que me estranho culturalmente, tendo a rejeitar. Saiba mais! A diversidade religiosa é um elemento do trato pedagógico. E, dentro de uma vastidão de possibilidades, temos as religiões de matrizes africanas e seus Orixás, como Iemanjá. Figura 3. Iemanjá. Fonte: Abril, 2019 Como já discutimos, é comum aquilo que não faz parte da minha realidade me causar estranhamento. Com o exemplo e a ilustração, podemos afirmar que a presença da diversidade no acontecer humano, no espaço da escola, é sempre recebida com um olhar positivo e de respeito? Para colaborar com suas reflexões, indicamos que acessem essas duas reportagens: Reportagem 1: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/diretora-de-escola-que-proibiu- apresentacao-de-pesquisa-sobre-umbanda-e-denunciada-por-intolerancia- religiosa-na-rmb.ghtml Reportagem 2: https://www.brasildefato.com.br/2019/01/21/a-intolerancia-religiosa-na-visao-de- muculmanos-que-vivem-na-periferia-de-sao-paulo/ 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 14/24 https://g1.globo.com/pa/para/noticia/diretora-de-escola-que-proibiu-apresentacao-de-pesquisa-sobre-umbanda-e-denunciada-por-intolerancia-religiosa-na-rmb.ghtml https://g1.globo.com/pa/para/noticia/diretora-de-escola-que-proibiu-apresentacao-de-pesquisa-sobre-umbanda-e-denunciada-por-intolerancia-religiosa-na-rmb.ghtml https://g1.globo.com/pa/para/noticia/diretora-de-escola-que-proibiu-apresentacao-de-pesquisa-sobre-umbanda-e-denunciada-por-intolerancia-religiosa-na-rmb.ghtml https://www.brasildefato.com.br/2019/01/21/a-intolerancia-religiosa-na-visao-de-muculmanos-que-vivem-na-periferia-de-sao-paulo/ https://www.brasildefato.com.br/2019/01/21/a-intolerancia-religiosa-na-visao-de-muculmanos-que-vivem-na-periferia-de-sao-paulo/ Falar de diversidade é, consequentemente, falar de cultura. Vivemos no momento da diversidade cultural, elemento presente e que nos faz indagar o currículo cotidianamente. Assim, não podemos conceber e nem prever diversidade e cultura como tema ou disciplina: não é possível falar a respeito de questões da vida como algo “descolado” da vida. Paulo Freire exemplificou muito bem essa afirmação: “Não basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.” (FREIRE, 1988, p. 61). Assim, Cultura e Diversidade são eixos que orientam as experiências e as práticas curriculares e, portanto, devem ser vividos. 3. Currículo e Conhecimento Nesse momento da aprendizagem, esperamos que todos já tenham uma visão mais ampla e significativa de currículo e da sua dimensão na organização escolar. Sendo assim, é possível avançar para um recorte importante do tema: o currículo escolar. Enquanto construção social, o currículo escolar pressupõe a sistematização e a transmissão dos saberes historicamente produzidos, esses, organizados de diversas formas. Portanto, o currículo escolar refere-se à organização do conhecimento escolar . Esse conhecimento que habita a escola também é dinâmico e precisa ser constantemente repensado, reestruturado e atualizado. Um exemplo é em relação aos gênerostextuais. Há quanto tempo você não envia uma carta pessoal? Há quanto tempo você não recebe uma carta pessoal? E um e-mail? Pensando sobre isso, por mais que não se possa esquecer a estrutura de uma carta até como conhecimento histórico e para estabelecer a percepção de passagem de tempo e avanço tecnológico, qual a importância de se ampliar o currículo escolar para a estrutura do texto de e-mail? Se faz urgente em uma sociedade conectada? Esse é um excelente exemplo da necessidade de se pensar e repensar o currículo escolar. 3.1. PPP e rotina escolar 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 15/24 É importante também evidenciar que o conhecimento escolar não é uma simplificação do conhecimento científico. Como já vimos, sua essência perpassa cultura, ideologia e elementos os quais foram discutidos no Currículo Oculto e nas perspectivas críticas, afinal "[...] cada conteúdo deixa de ter significado por si só, para assumir uma importância relativa e passar a ter uma função bem determinada e explícita dentro do todo de que faz parte" (DOMINGOS, 185, p. 153). E, no pensar do PPP, outros elementos também são essenciais na rotina de efetivação curricular, como o tempo e o espaço escolar. Em relação ao tempo, o calendário e o horário escolar são organizações que segmentam, no final das contas, o conhecimento. São essas estruturas que fixam quantos dias, horas, minutos e vezes os estudantes terão acesso a aquele ou a esse conteúdo. Quanto mais compartimentado esse tempo, menos significado e menos oportunidade de aprendizagem ativa os alunos terão. Afinal, novamente as escolhas e direcionamento estarão vinculados ao professor e não ao tempo necessário do estudante. Essa divisão horária influi na hierarquização do conhecimento. Vocês já pararam para pensar porque, conscientemente ou inconscientemente, a matemática tem, no imaginário docente, um viés de maior importância em detrimento de outras disciplinas? Uma possível resposta para essa reflexão é que quanto mais essa disciplina e esse conteúdo aparece na grade curricular, mais importante e maior relevância ele aparentará ter. Nesse momento é importante compreendermos o significado de conhecimento , conteúdo e plano curricular , nessa perspectiva mais específica. Veja: 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 16/24 Figura 5. Plano Curricular, Conteúdo e Conhecimento. Fonte: a autora, 2019. Portanto, se retornarmos ao PPP é necessário compreender que o tempo é um elemento fundamental para a manutenção ou transformação das relações de ensino- aprendizagem, portanto, esse quesito precisa ser pensado e as condições para uma “nova forma de organização do trabalho pedagógico” (SILVA, 2013, p. 18), precisam ser propostas e, quiçá, ousadas. Você quer ver? Roda de Conversa: Projeto Político Pedagógico - Programa exibido em 15 de outubro de 2012 pelo Canal Minas Saúde, com a proposta de discutir e refletir sobre o contexto educacional brasileiro, ações e projetos. Participaram dessa conversa: Ilma Passos, em tempo, como membro da Comissão de Supervisão Pedagógica de Cursos de Formação de Professores da Secretaria de Educação do Ministério da Educação; Celso Vasconcelos, doutor em educação pela Universidade de São Paulo; e Ana Lúcia Amaral, doutora em educação pela Universidade de Stanford. Links: Parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=fntnXK-LroY&t=24s 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 17/24 https://www.youtube.com/watch?v=fntnXK-LroY&t=24s Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=0LvDIHbOy-g Parte 3: https://www.youtube.com/watch?v=f-dsgBWcdpw Conforme evidencia Moreira (2007), o projeto educativo é o projeto de vida do estudante, assim: [...] há que se criar oportunidades de acesso às ciências, às artes, a novos saberes e novas linguagens, a novas interações, a outras lógicas, à capacidade de buscar conhecimentos, ao aprofundamento, à sistematização e ao rigor. Há que se considerar o aluno em suas diferentes dimensões sem que, no entanto, se coloquem no plano secundário o intelecto e a aprendizagem. Em última análise, sustento que a revalorização do conhecimento escolar no currículo pode construir instrumento útil para o resgate da tarefa de desencaixe ansiada por Bauman. ( MOREIRA, 2007, p. 288 ) Reflexão e propostas que serão analisadas na sequência, esperando ampliarmos a nossa perspectiva de formação e de responsabilidade enquanto educadores. 4. Formas de organização curricular Quando nesse momento evidenciamos o termo “organização curricular” estamos, também, pensando a necessária “forma” da organização das práticas pedagógicas que irão sustentar e organizar as ações docentes nos espaços escolares. A frente, na unidade 4, veremos a legislação educacional nacional, ela que define os conteúdos e bases das matrizes curriculares, evidentemente, adaptáveis e ampliadas em seus contextos, porém, aqui no PPP, o que nos é importante é a evidência de como esses conteúdos, saberes e objetivos de aprendizagens podem ser organizados de formas diferentes daquelas que já temos como experiência seja do nosso tempo como estudantes, seja como profissional da educação, dos estágios ou de outras vivências. 4.1. Gestão do conhecimento 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 18/24 https://www.youtube.com/watch?v=0LvDIHbOy-g https://www.youtube.com/watch?v=f-dsgBWcdpw Portanto, a premissa é de que a escola acolha diferentes saberes e culturas, constituindo-se enquanto um espaço heterogêneo e plural, no qual a diversidade seja de caráter emancipador e não apenas conceitual. Nesse sentido, é preciso que os papéis assumidos no processo educativo sejam em diversos aspectos: socioeducativo, artístico, cultural, ambiental, todos fundamentados no respeito e na valorização das diferenças, sejam elas: física, sensorial e socioemocional, origem, etnia, gênero, classe social, contexto sociocultural. Contemplar essa multiplicidade na organização e gestão do currículo nos faz refletir sobre alguns termos recorrentes na estrutura pedagógica: disciplinar , pluridisciplinar , interdisciplinar e transdisciplinar . Mais que termos, essas abordagens revelam a visão de mundo que orienta as práticas pedagógicas dos educadores e organizam o trabalho docente e discente em busca da efetivação da aprendizagem e da construção do conhecimento. A multidisciplinaridade estabelece relações entre diversas áreas do conhecimento. Já a pluridisciplinaridade busca compreender o objeto de uma disciplina a partir do campo de diversas outras, ao mesmo tempo. Na transdisciplinaridade , o conhecimento próprio da disciplina está para além dela. É a busca pela unidade do conhecimento, de sua parte com o todo. Prevê e estimula a articulação de diferentes referências para a compreensão de um mesmo objeto: “[...] é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático- pedagógico em que temas, eixos temáticos são integrados às disciplinas, às áreas ditas convencionais de forma a estarem presentes em todas elas.” (NOGUEIRA, 2001, p. 27). Nesse sentido, essa abordagem objetivaria a comunhão entre o teórico e o prático, entre o “aprender sobre a realidade” e o “aprender na e da realidade”. 4.2. Entre o prescrito e a narrativa Uma dessas possíveis compreensões que já foi mencionada por Moreira (2008) é a perspectiva de currículo enquanto narrativa. Essa visão curricular assentada nas perspectivas pós-modernas destaca três diferentes tipos de aprendizagem e as 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd…19/24 relaciona a modelos curriculares: aprendizagem primária, aprendizagem secundária e aprendizagem terciária. A aprendizagem primária é ligada aos conteúdos prescritos, aqueles que compõe o currículo formal , a secundária ao currículo real, está relacionado ao fazer para aprender. Já a aprendizagem terciária, é o que Goodson (2007) propõe enquanto aprendizagens narrativas e de gerenciamento da vida. Esse princípio narrativo como instrumento para ensinar e aprender e, também, de autoformação, significada como a autonomia do sujeito para “se formar” sabendo que: a)Todos os espaços/tempo de interação humana são formadores; b) O aprendente é o centro da formação; c) A potência narrativa; – ao narrar o sujeito toma consciência de suasescolhas, ancoragens, dos seus referenciais e das aprendizagensdesenvolvidas; d)As narrativas de vida geram projetos pessoais, familiares, profissionais eformativos; e) Para compreender o processo formativo do outro é necessário, antes,compreender o seu próprio processo; f) Existem processos inconscientes na formação – “saberes que não sesabem”; g)Valorização da experiência – potencial heurístico e formador daabordagem experiencial; h) Convite à reflexividade crítica – reflexão sobre o que vivemos paratermos clareza do que aprendemos e como aprendemos; i) Os sujeitos envolvidos na pesquisa-formação tomam consciência dasaprendizagens experienciais – aprendem que “podem aprender consigo aaprender”; j) Potencial transformado – a consciência reflexiva sobre nossasexperiências e sobre nosso processo formativo nos permite alterar ideiascristalizadas, superar o modelo escolarizado de formação, abrindo-nos ainovação em diferentes planos: pessoais, sociais e profissionais. ( OLINDA, 2010, p. 14 ) A aprendizagem , portanto, na perspectiva do currículo narrativo prevê a formação do ser social, que aprende sobre si a partir de um projeto identitário que prepara para a vida, significando habilidades para o convívio pacífico e harmonioso diante das incertezas e ambivalências, “[...] com os diferentes pontos de vista e a ausência de autoridade infalível e digna de confiança.” (BAUMAN, 2001, p. 138). Você quer ler? 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 20/24 Por mais longe da nossa realidade que essa proposta possa parecer estar, alguns exemplos de sua efetividade e das transformações possíveis da concepção de Currículo, Escola e Aprendizagem já existem e são exitosas. Assim, para que possam visualizar de forma mais real como acontecem esses processos, trouxemos alguns exemplos de escolas com propostas curriculares inovadoras para que ampliem seus repertórios e, assim, quando na prática profissional, possam avançar e qualificar suas ações em busca de uma educação de qualidade. Essas são apenas algumas possibilidades, como próprio Goodson (2007) afirmou “Se o currículo prescritivo está acabando, a nova era do currículo no novo futuro social está, e temos que admitir, longe de ser bem definida.” (p. 87). Temos, enquanto profissionais da Educação um longo caminho pela frente e uma enorme Artigo: Avaliação do projeto político-pedagógico: o que manter? O que descartar?, Por: Aurélio Amaral, Revista Nova Escola. Nesse artigo se discute a importância da avaliação, reedição e transformação sistemática do PPP diante das necessidades reais da escola. Ainda, propõe-se um passo a passo ilustrado com um fluxograma com uma sugestão de como organizar e desenvolver esse processo de reestruturação. Link: https://novaescola.org.br/conteudo/7861/avaliacao-do-projeto-politico- pedagogico-o-que-manter-o-que-descartar 1) Escolas ao ar livre: 2) Escolas sem classes, séries ou turmas: 3) Escolas livres: 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 21/24 https://novaescola.org.br/conteudo/7861/avaliacao-do-projeto-politico-pedagogico-o-que-manter-o-que-descartar https://novaescola.org.br/conteudo/7861/avaliacao-do-projeto-politico-pedagogico-o-que-manter-o-que-descartar responsabilidade, afinal, que futuro social queremos e como devemos provê-lo? Como nossas ações enquanto educadores serão responsáveis por essas transformações? Pensar sobre essas questões é nosso primeiro desafio e avançar da perspectiva da aprendizagem prescritiva autoritária para aquela que ouve, acolhe e transforma já é o início para se “[...] cumprir a promessa de ajudar na mudança do futuro social de seus alunos.” (GOODSON, 2007, p. 89). Síntese Nesse capítulo avançamos do conceito e concepções de currículo para sua materialização no espaço da escola no Projeto Político Pedagógico, assim: Definimos e conceituamos Projeto Político Pedagógico, reconhecendo os princípios que o estruturam e orientam. Estabelecemos e refletimos sobre as relações estabelecidas entre o PPP, os planos curriculares e o currículo. Analisamos possibilidades diversas de PPP sob a ótica das Teorias Curriculares, promovendo a integração dessas teorias e, com isso, fornecendo a vocês, cursistas, instrumentos para futuras análises no campo de estágio ou na atuação profissional. Identificamos os principais conceitos e concepções que constituem um PPP e como essas definições estampadas nos documentos escolares se relacionam com as práticas pedagógicas. Reconhecemos e analisamos demais relações pertinentes existentes nos PPP, tais como: conhecimento, cultura e diversidade. Download do PDF da unidade Bibliografia 04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 22/24 BAUMAN, Zygmunt (2001). Modernidade Líquida. Título Original: Liquid Modernity. Tradução: Plínio Dentzien, autorizada da edição inglesa publicada em 2000 por Polity Press, Oxford, Inglaterra. Jorge Zahar Editor, 2001. 258 p. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional da Educação. Câmara Nacional de Educação Básica. 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