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Unidade 3 - Currículo e suas
materializações: Projeto Político
Pedagógico
Franciane Heiden Rios
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Introdução
Para compreender a efetivação do Currículo, esse que anteriormente discutimos e
analisamos, seguimos em direção a sua efetivação em documentos que organizam e,
consequentemente, orientam a prática pedagógica na escola.  Para tanto, nesta
terceira unidade iremos ampliar saberes e reflexões acerca do Projeto Político
Pedagógico - PPP , documento previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Brasileira, LDB 9394/96, em seu artigo nº 12 que define como obrigatória a todos os
estabelecimentos de ensino: "[...] a incumbência de elaborar e executar sua proposta
pedagógica". (BRASIL, 1996, online).
Teremos como objetivo principal definir e conceituar Projeto Político Pedagógico,
reconhecendo os princípios que o estruturam e o orientam, bem como esses influem
nas práticas pedagógicas, sob a ótica das Teorias Curriculares. Avançaremos para,
enquanto objetivos específicos:
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Estabelecer e refletir sobre as relações estabelecidas entre o PPP, os planos
curriculares e o currículo.
Analisar possibilidades diversas de PPP sob a ótica das Teorias Curriculares,
promovendo a integração dessas teorias e, com isso, fornecendo a vocês,
cursistas, instrumentos para futuras análises no campo de estágio ou na atuação
profissional.
Identificar os principais conceitos e concepções que constituem um PPP e como
essas definições estampadas nos documentos escolares se relacionam com as
práticas pedagógicas.
Reconhecer e analisar demais relações pertinentes existentes nos PPP, tais
como: conhecimento, cultura e diversidade.
Esses objetivos são fundamentais para compreender a escola e suas relações
complexas que por diversas vezes evidenciam questões nem um pouco simples de
serem respondidas.
Você já parou para pensar no desafio que é, de fato, efetivar uma prática pedagógica
coesa e democrática? Será possível todos os sujeitos serem ouvidos e todas culturas
acolhidas no espaço escolar? Quanto tempo precisaríamos para que todo o conteúdo
diverso na escola fosse significado? Toda a seleção de conteúdo resulta,
necessariamente, em uma relação de poder e, consequentemente, na predileção de
uma visão em detrimento de outra?
Essas são algumas questões que discutiremos nessa unidade, obviamente, não
apresentaremos respostas definitivas, tampouco, receitas infalíveis a serem
reproduzidas em forma de documentos normativos, mas, esperamos contribuir para
a visão crítica e para a postura reflexiva, indispensáveis a vocês, futuros profissionais
da educação. Desejamos a todos um excelente percurso formativo!
1. Definição de Projeto Político
Pedagógico
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O primeiro ponto a ser compreendido sobre o PPP  é que esse documento, além de
uma determinação legal conforme evidenciado na introdução deste capítulo, é o
registro da Proposta Pedagógica da escola. Ou seja é "[...] um documento que
propõe uma direção política e pedagógica para o trabalho escolar, formula metas,
prevê as ações, institui procedimentos e instrumentos de ação." (LIBÂNEO, 2005, p.
345). De uma maneira ilustrada, podemos afirmar que o PPP - e a proposta que o
compõe - é a “ponte” entre escola e sociedade, indicando o sujeito que se espera
formar e que sociedade se espera que esse sujeito se insira e transforme: “[...] supõe
rupturas com o presente e promessas para o futuro [...] tornam visíveis os campos de
ação possível, comprometendo seus atores e autores.” (GADOTTI, 1994, p. 579).
1.1. O que é Projeto Político Pedagógico?
Para uma melhor compreensão precisamos responder de maneira mais completa a
questão que nomeia esse subtítulo: O que é Projeto Político Pedagógico? Para tanto,
é preciso compreender no contexto global as três palavras que o compõe: projeto,
político e pedagógico .
Já iniciamos a compreensão do termo projeto : aquilo que “lança objetivos futuros”.
Etimologicamente, significa: desejo, intenção de fazer ou realizar (algo) no futuro;
plano (MICHAELIS, 2009, online). Para Veiga (2013) consiste em:
[...] uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido
coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por
estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos
da população majoritária ( p. 13 ).
Assim, avançamos para o sentido do termo político . A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação - LDB 9394/96 - define como princípio e fins da Educação: “Art. 2º [...] o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 1996, online - grifos nossos), ou seja, é
explícito o compromisso com a formação do cidadão para sua vivência em
determinado tipo de sociedade, compromisso evidentemente político.
E o pedagógico , portanto, “[...] no sentido de definir as ações educativas e as
características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua
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intencionalidade.” (VEIGA, 2013, p. 19). Político e Pedagógico são indissociáveis, sejam
em termos, sejam em efetivação.
Figura 1. Correlação dos termos no PPP. Fonte: a autora, 2019
Assim, é possível definir o PPP como o documento que organiza o trabalho
pedagógico em dois níveis:
1º) Organização da escola enquanto instituição - organização funcional.
2º) Organização da sala de aula - organização didático-pedagógica.
Constitui-se enquanto documento globa l, fruto de um processo democrático de
decisões, que objetiva implementar práticas e ações pedagógicas que acolham e r
epresentem as diversidades , superando os conflitos, eliminando a competitividade,
as relações corporativas e autoritárias, superando o modelo tradicional de currículo
que racionaliza e burocratiza relações e reproduz o modelo produtivo do capital -  da
divisão do trabalho  -, grande responsável pela manutenção das desigualdades e
exclusão.
1.2. Princípios e estrutura do Projeto
Político Pedagógico
Para que o PPP seja efetivado conforme a definição proposta, é necessário que ele se
estruture em princípios democráticos , vertente essa, também prevista na
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legislação:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (
BRASIL, 1996, online )
Assim, o trabalho da escola em seu PPP terá como princípios:
a) Igualdade de condições para acesso e permanência na escola.
b) Qualidade da oferta em todos seus elementos.
c) Gestão Democrática.
d) Liberdade.
e) Valorização do magistério.
Princípios que discutiremos na sequência.
Saiba Mais!
Indicação de REA:
Elaborando uma Proposta Pedagógica
A elaboração da Proposta Pedagógica de uma instituição de ensino deve
considerar uma série de princípios e referências e, como temos discutido, ela é
essencial para o bom desenvolvimento das práticas. Portanto, sistematizar e
qualificar seu processo de construção é essencial. Nesse REA - Recurso
Educacional Aberto - que consiste em um mapa mental, esses fundamentos
elementares estão organizados de maneira esquematizada, permitindoum
melhor acompanhamento do raciocínio necessário, passo a passo.
Para acessar: https://apps.univesp.br/elaborando-uma-proposta-pedagogica/
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https://apps.univesp.br/elaborando-uma-proposta-pedagogica/
1.2.1. Igualdade de condições
Sobre igualdade dois aspectos são fundamentais: oportunidade e manutenção.
Assim, a garantia de vagas é o primeiro aspecto a ser efetivado, mas, não o único,
afinal, é necessário que a proposta educativa ofertada seja pautada em princípios de
qualidade. Saviani destaca que: “[...] só é possível considerar o processo educativo em
seu conjunto sob a condição de se distinguir a democracia como possibilidade no
ponto de partida e democracia como realidade no ponto de chegada.” (1982, p. 63).
1.2.2. Qualidade
Saiba Mais!
Observe as imagens a seguir:
Imagem 1. Exemplo de escola 1. Fonte: UOL, 2019
Imagem 2. Exemplo de escola 2. Fonte: 180 Graus, 2019
A partir da visualização dessas imagens e sabendo que as duas representam
escolas brasileiras, com alunos matriculados e frequentando, podemos dizer
que os princípios de igualdade e qualidade foram garantidos? Por quê?
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A qualidade opera em duas dimensões: a técnica e a política. Dimensões essas que
não são subordinadas uma a outra, tampouco, significadas separadamente apesar
de, cada uma, apresentar perspectivas próprias.
A dimensão técnica diz respeito aos instrumentos e aos métodos, significando: “[...]
a habilidade de manejar meios, instrumentos, formas, técnicas, procedimentos
diante dos desafios do desenvolvimento" (DEMO, 1994, p. 14).
Já a dimensão política está relacionada ao princípio democrático, estando voltada
para os fins, valores e conteúdos, ou seja, para "[...] a competência humana do sujeito
em termos de se fazer e de fazer história, diante dos fins históricos da sociedade
humana" (DEMO, 1994, p. 14).
Se retornarmos a Imagem 2 que ilustra um exemplo de escola, essas dimensões nos
diriam: “Professores, nossa meta vai além do fato dessas crianças estarem aqui
conosco, matriculadas. Precisamos garantir que aqui conosco elas permaneçam e
mais, precisamos pensar efetivamente em como fazer isso, com a intenção do que
esperamos que elas aprendam, e o que venham a ser enquanto sujeitos.”
Portanto, o princípio da qualidade "[...] implica consciência crítica e capacidade de
ação, saber e mudar" (DEMO, 1994, p. 19), efetivando-se no PPP quando educadores,
funcionários, alunos e pais pensam e definem “que escola desejamos”, “que
sociedade desejamos”, “que cidadão desejamos formar”, estruturando os meios -
ações, práticas pedagógicas. Essas definições só são significadas se coletivas,
portanto, se gestadas e geridas sob a égide da Gestão Democrática.
1.2.3. Gestão Democrática
O princípio da Gestão democrática abrange as dimensões pedagógica ,
administrativa e financeira . Prevê uma mudança na perspectiva da tomada de
decisão na escola, chamando toda a comunidade escolar a deliberar sobre o que se
quer, como é possível fazer e a responsabilidade de cada um nesse processo. Implica,
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portanto, na construção coletiva do PPP em um processo em que todos têm voz e
espaço decisório.
O grande desafio é da gestão democrática. Por isso, é necessária a participação de
todos no processo de construção do PPP, rompendo com as frações: concepção X
execução, pensar X fazer, teoria X prática.  Afinal,
A socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, que atenua o
individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da solidariedade, que supera a
opressão; da autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários que elaboram
políticas educacionais das quais a escola é mera executora. A busca da gestão democrática
inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos da
escola nas decisões/ações administrativo-pedagógicas ali desenvolvidas. ( VEIGA, 2013, p. 52 )
Para a participação e decisão, outro princípio é fundamental: Liberdade.
1.2.4. Liberdade
Você quer ver?
Especial José Pacheco - Escola da Ponte - Educa Play
Nesse vídeo José Pacheco, um dos educadores idealizador da Escola da
Ponte, apresenta um pouco da proposta dessa instituição e relata como se dá o
processo deliberativo participativo, permitindo, assim, ampliar com um exemplo
prático as possibilidades de ação no campo da Gestão Democrática e sua
efetivação.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=53bNtzTVix4
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https://www.youtube.com/watch?v=53bNtzTVix4
Precisamos iniciar conceituando liberdade. Aqui liberdade é consonante ao princípio
de autonomia, essa sendo a promoção e possibilidade de construção da consciência
pelo sujeito. (FREIRE, 1998, 1996).
Assim, autonomia é um processo de decisão e de humanização que vamos construindo
historicamente, a partir de várias, inúmeras decisões que vamos tomando ao longo da
existência ( MACHADO, 2008, p. 57 ).
Portanto, quando falamos de liberdade na escola evidenciamos esse princípio na
relação entre todos os sujeitos da comunidade escolar, cada um assumindo sua
parte de responsabilidade na construção do PPP e no projeto de sociedade.
1.2.5. Valorização do magistério
Outro princípio fundamental se relaciona ao magistério. O exercício da docência é
definidor da qualidade no processo formativo dos estudantes, e esse exercício
profissional está estreitamente relacionado aos seguintes aspectos:
a formação inicial e continuada;
a condições de trabalho: recursos didáticos, recursos físicos e materiais,
dedicação integral à escola, redução do número de alunos na sala de aula, entre
outros e,
a remuneração, elementos esses indispensáveis à profissionalização do
magistério. (VEIGA, 2013, p. 45)
No PPP esses elementos devem ser percebidos e indicados, mobilizando as esferas
necessárias para que as condições de trabalho sejam asseguradas para que seja de
fato possível, a garantia dos demais princípios.
Você quer ver?
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Diante dos princípios discutidos podemos avançar para os fins previstos no PPP, para
isso, utilizaremos como suporte as Teorias do Currículo trabalhadas no Capítulo 2.
Título: Construção dos Projetos Político Pedagógicos - Conviva Educação
Nessa breve animação, são relembrados os elementos que definem o PPP de
forma simples e direta.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=WVp2qC8HGAQ
2. Teorias Curriculares e
Projeto Político Pedagógico
Nesse momento iremos discutir sob a perspectiva das Teorias Curriculares quais os
objetivos finais possíveis diante dessa ou daquela perspectiva teórica e finalidade
prevista no PPP. Para isso, é importante estabelecer as principais características que
organizam essas finalidades, vejam:
Quadro 1. Resumo das concepções das Teorias Curriculares
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https://www.youtube.com/watch?v=WVp2qC8HGAQ
Fonte: a autora, 2019.
Diante dessa retomada, podemos avançar para os elementos de evidência que se
incorporam nos textos dos PPP, evidências essas, que indicam as finalidades da
proposta pedagógica.
2.1. Elementos de evidência
Para Veiga (2013) é indiscutível a necessidade de se refletirsobre as finalidades e os
objetivos da ação educativa e, para isso, ela nos apresenta algumas reflexões
fundamentais:
Das finalidades estabelecidas na legislação em vigor, o que a escola persegue, com maior ou
menor ênfase?   Como é perseguida sua finalidade cultural, ou seja, a de preparar
culturalmente os indivíduos para uma melhor compreensão da sociedade em que vivem?
 Como a escola procura atingir sua finalidade política e social, ao formar o indivíduo para a
participação política que implica direitos e deveres da cidadania?  Como a escola atinge sua
finalidade de formação profissional, ou melhor, como ela possibilita a compreensão do papel
do trabalho na formação profissional do aluno?   Como a escola analisa sua finalidade
humanística, ao procurar promover o desenvolvimento integral da pessoa? ( VEIGA, 2013, p.
58 )
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Cada uma dessas questões teria uma resposta diferente diante da perspectiva
curricular adotada, por exemplo: uma escola que em sua lista de materiais escolares
direciona a compra de brinquedos especificando por gênero - carrinhos para
meninos, bonecas para meninas - estará, intencionalmente ou não, corroborando
para a reprodução de um modelo social sexista e, mesmo que seu PPP aponte
teórico críticos, há fortes evidências de uma concepção tradicional, na qual há a
predominância da cultura hegemônica machista, na qual a mulher, por vezes, acaba
assumindo a responsabilidade do filho quase que exclusivamente.
Sabemos que esse exemplo pode gerar mal estar e discordância por parte de alguns
de vocês, estudantes. Lembramos que o processo educativo, como discutimos no
Capítulo 1, carrega nele um caráter ideológico, afinal, enquanto professores, somos
movidos por ideais e posicionamentos. Assim, aqui não se espera desenvolver um
texto no sentido do convencimento para essa ou aquela perspectiva, no entanto,
pretende-se a cientificidade e, principalmente, o distanciamento pessoal para as
análises permitindo instrumentalização para uma prática pedagógica fundamentada
e consciente. Ou seja, o mesmo exemplo poderia servir para discutirmos se, de fato,
é essa sociedade mesmo que devemos objetivar e, portanto, privilegiar na escola:
meninos dirigem, meninas cuidam dos filhos.
Você quer ler?
Artigo: Um guia para um PPP com a cara de 2017, Por: Patrick Cassimiro,
Beatriz Vichessi e Gustavo Heidrich, Revista Nova Escola.
Esse artigo discute o processo de elaboração ou revisão do projeto político
pedagógico (PPP).
Link: https://novaescola.org.br/conteudo/8152/um-guia-para-um-ppp-com-a-
cara-de-2017
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https://novaescola.org.br/conteudo/8152/um-guia-para-um-ppp-com-a-cara-de-2017
https://novaescola.org.br/conteudo/8152/um-guia-para-um-ppp-com-a-cara-de-2017
Enfim, o fato é que a escola “persegue finalidades” e que seus educadores, bem como
todos aqueles que democraticamente participam do processo, precisam saber quais
são. Somente assim é possível se estruturar, finalmente, as áreas, disciplinas e
conteúdos. Essas finalidades “aparecem” nos textos do PPP quando na definição de
sociedade, homem, conhecimento e educação, cada definição co-dependente entre si
e ancorada na perspectiva global que as teorias elucidam: se concebemos e
idealizamos uma sociedade justa e igualitária, as práticas educativas devem
promover a autonomia, o conhecimento deverá permitir a formação para o exercício
da cidadania, resultando em uma educação crítica, ou seja, não faria sentido o PPP
promover práticas reprodutivas, excludentes e autoritárias, não é mesmo? Mas, será
que na escola essas premissas são efetivadas?
Percebemos que o grande desafio está no campo da diversidade e cultura, elementos
que ainda precisam ser melhores apropriados no discurso e práticas pedagógicas.
2.2. Diversidade
Podemos compreender a diversidade como componente do desenvolvimento
biológico e cultural da humanidade. Toda a manifestação humana é diversa: saberes,
valores, danças, comidas, língua, representações sociais, etc.
Figura 2. Diversidade. Fonte: Toda Materia, 2019
Porém, por mais que em conceito a questão da diversidade “[...] enquanto elemento
constitutivo do processo de humanização” (GOMES, 2007, p. 21) seja algo de simples
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aceitação, na prática, a tendência é conflitante: aquilo que me estranho
culturalmente, tendo a rejeitar.
Saiba mais!
A diversidade religiosa é um elemento do trato pedagógico. E, dentro de uma
vastidão de possibilidades, temos as religiões de matrizes africanas e seus
Orixás, como Iemanjá.
Figura 3. Iemanjá. Fonte: Abril, 2019
Como já discutimos, é comum aquilo que não faz parte da minha realidade me
causar estranhamento. Com o exemplo e a ilustração, podemos afirmar que a
presença da diversidade no acontecer humano, no espaço da escola, é sempre
recebida com um olhar positivo e de respeito? Para colaborar com suas
reflexões, indicamos que acessem essas duas reportagens:
Reportagem 1:
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/diretora-de-escola-que-proibiu-
apresentacao-de-pesquisa-sobre-umbanda-e-denunciada-por-intolerancia-
religiosa-na-rmb.ghtml
Reportagem 2:
https://www.brasildefato.com.br/2019/01/21/a-intolerancia-religiosa-na-visao-de-
muculmanos-que-vivem-na-periferia-de-sao-paulo/
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https://g1.globo.com/pa/para/noticia/diretora-de-escola-que-proibiu-apresentacao-de-pesquisa-sobre-umbanda-e-denunciada-por-intolerancia-religiosa-na-rmb.ghtml
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/diretora-de-escola-que-proibiu-apresentacao-de-pesquisa-sobre-umbanda-e-denunciada-por-intolerancia-religiosa-na-rmb.ghtml
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/diretora-de-escola-que-proibiu-apresentacao-de-pesquisa-sobre-umbanda-e-denunciada-por-intolerancia-religiosa-na-rmb.ghtml
https://www.brasildefato.com.br/2019/01/21/a-intolerancia-religiosa-na-visao-de-muculmanos-que-vivem-na-periferia-de-sao-paulo/
https://www.brasildefato.com.br/2019/01/21/a-intolerancia-religiosa-na-visao-de-muculmanos-que-vivem-na-periferia-de-sao-paulo/
Falar de diversidade é, consequentemente, falar de cultura. Vivemos no momento da
diversidade cultural, elemento presente e que nos faz indagar o currículo
cotidianamente. Assim, não podemos conceber e nem prever diversidade e cultura
como tema ou disciplina: não é possível falar a respeito de questões da vida como
algo “descolado” da vida. Paulo Freire exemplificou muito bem essa afirmação: “Não
basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva
ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com
esse trabalho.” (FREIRE, 1988, p. 61). Assim, Cultura e Diversidade são eixos que
orientam as experiências e as práticas curriculares e, portanto, devem ser vividos.
3. Currículo e Conhecimento
Nesse momento da aprendizagem, esperamos que todos já tenham uma visão mais
ampla e significativa de currículo e da sua dimensão na organização escolar. Sendo
assim, é possível avançar para um recorte importante do tema: o currículo escolar.
Enquanto construção social, o currículo escolar pressupõe a sistematização e a
transmissão dos saberes historicamente produzidos, esses, organizados de diversas
formas. Portanto, o currículo escolar refere-se à organização do conhecimento
escolar .
Esse conhecimento que habita a escola também é dinâmico e precisa ser
constantemente repensado, reestruturado e atualizado. Um exemplo é em relação
aos gênerostextuais. Há quanto tempo você não envia uma carta pessoal? Há quanto
tempo você não recebe uma carta pessoal? E um e-mail? Pensando sobre isso, por
mais que não se possa esquecer a estrutura de uma carta até como conhecimento
histórico e para estabelecer a percepção de passagem de tempo e avanço
tecnológico, qual a importância de se ampliar o currículo escolar para a estrutura do
texto de e-mail? Se faz urgente em uma sociedade conectada? Esse é um excelente
exemplo da necessidade de se pensar e repensar o currículo escolar.
3.1. PPP e rotina escolar
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É importante também evidenciar que o conhecimento escolar não é uma
simplificação do conhecimento científico. Como já vimos, sua essência perpassa
cultura, ideologia e elementos os quais foram discutidos no Currículo Oculto e nas
perspectivas críticas, afinal "[...] cada conteúdo deixa de ter significado por si só, para
assumir uma importância relativa e passar a ter uma função bem determinada e
explícita dentro do todo de que faz parte" (DOMINGOS, 185, p. 153). E, no pensar do
PPP, outros elementos também são essenciais na rotina de efetivação curricular,
como o tempo e o espaço escolar.
Em relação ao tempo, o calendário e o horário escolar são organizações que
segmentam, no final das contas, o conhecimento. São essas estruturas que fixam
quantos dias, horas, minutos e vezes os estudantes terão acesso a aquele ou a esse
conteúdo. Quanto mais compartimentado esse tempo, menos significado e menos
oportunidade de aprendizagem ativa os alunos terão. Afinal, novamente as escolhas
e direcionamento estarão vinculados ao professor e não ao tempo necessário do
estudante.
Essa divisão horária influi na hierarquização do conhecimento. Vocês já pararam para
pensar porque, conscientemente ou inconscientemente, a matemática tem, no
imaginário docente, um viés de maior importância em detrimento de outras
disciplinas? Uma possível resposta para essa reflexão é que quanto mais essa
disciplina e esse conteúdo aparece na grade curricular, mais importante e maior
relevância ele aparentará ter.
Nesse momento é importante compreendermos o significado de conhecimento ,
conteúdo e plano curricular , nessa perspectiva mais específica. Veja:
04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 16/24
Figura 5. Plano Curricular, Conteúdo e Conhecimento. Fonte: a autora, 2019.
Portanto, se retornarmos ao PPP é necessário compreender que o tempo é um
elemento fundamental para a manutenção ou transformação das relações de ensino-
aprendizagem, portanto, esse quesito precisa ser pensado e as condições para uma
“nova forma de organização do trabalho pedagógico” (SILVA, 2013, p. 18), precisam
ser propostas e, quiçá, ousadas.
Você quer ver?
Roda de Conversa: Projeto Político Pedagógico - Programa exibido em 15 de
outubro de 2012 pelo Canal Minas Saúde, com a proposta de discutir e refletir
sobre o contexto educacional brasileiro, ações e projetos. Participaram dessa
conversa: Ilma Passos, em tempo, como membro da Comissão de Supervisão
Pedagógica de Cursos de Formação de Professores da Secretaria de
Educação do Ministério da Educação; Celso Vasconcelos, doutor em educação
pela Universidade de São Paulo; e Ana Lúcia Amaral, doutora em educação
pela Universidade de Stanford.
Links:
Parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=fntnXK-LroY&t=24s
04/03/2025, 09:24 EDU_CURRIC_19_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 17/24
https://www.youtube.com/watch?v=fntnXK-LroY&t=24s
Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=0LvDIHbOy-g
Parte 3: https://www.youtube.com/watch?v=f-dsgBWcdpw
Conforme evidencia Moreira (2007), o projeto educativo é o projeto de vida do
estudante, assim:
[...] há que se criar oportunidades de acesso às ciências, às artes, a novos saberes e novas
linguagens, a novas interações, a outras lógicas, à capacidade de buscar conhecimentos, ao
aprofundamento, à sistematização e ao rigor. Há que se considerar o aluno em suas diferentes
dimensões sem que, no entanto, se coloquem no plano secundário o intelecto e a
aprendizagem. Em última análise, sustento que a revalorização do conhecimento escolar no
currículo pode construir instrumento útil para o resgate da tarefa de desencaixe ansiada por
Bauman. ( MOREIRA, 2007, p. 288 )
Reflexão e propostas que serão analisadas na sequência, esperando ampliarmos a
nossa perspectiva de formação e de responsabilidade enquanto educadores.
4. Formas de organização
curricular
Quando nesse momento evidenciamos o termo “organização curricular” estamos,
também, pensando a necessária “forma” da organização das práticas pedagógicas
que irão sustentar e organizar as ações docentes nos espaços escolares. A frente, na
unidade 4, veremos a legislação educacional nacional, ela que define os conteúdos e
bases das matrizes curriculares, evidentemente, adaptáveis e ampliadas em seus
contextos, porém, aqui no PPP, o que nos é importante é a evidência de como esses
conteúdos, saberes e objetivos de aprendizagens podem ser organizados de formas
diferentes daquelas que já temos como experiência seja do nosso tempo como
estudantes, seja como profissional da educação, dos estágios ou de outras vivências.
4.1. Gestão do conhecimento
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https://www.youtube.com/watch?v=0LvDIHbOy-g
https://www.youtube.com/watch?v=f-dsgBWcdpw
Portanto, a premissa é de que a escola acolha diferentes saberes e culturas,
constituindo-se enquanto um espaço heterogêneo e plural, no qual a diversidade
seja de caráter emancipador e não apenas conceitual. Nesse sentido, é preciso que
os papéis assumidos no processo educativo sejam em diversos aspectos:
socioeducativo, artístico, cultural, ambiental, todos fundamentados no respeito e na
valorização das diferenças, sejam elas: física, sensorial e socioemocional, origem,
etnia, gênero, classe social, contexto sociocultural.
Contemplar essa multiplicidade na organização e gestão do currículo nos faz refletir
sobre alguns termos recorrentes na estrutura pedagógica: disciplinar ,
pluridisciplinar , interdisciplinar e transdisciplinar . Mais que termos, essas
abordagens revelam a visão de mundo que orienta as práticas pedagógicas dos
educadores e organizam o trabalho docente e discente em busca da efetivação da
aprendizagem e da construção do conhecimento.
A multidisciplinaridade  estabelece relações entre diversas áreas do conhecimento. Já
a pluridisciplinaridade busca compreender o objeto de uma disciplina a partir do
campo de diversas outras, ao mesmo tempo.
Na transdisciplinaridade , o conhecimento próprio da disciplina está para além
dela. É a busca pela unidade do conhecimento, de sua parte com o todo. Prevê e
estimula a articulação de diferentes referências para a compreensão de um mesmo
objeto: “[...] é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático-
pedagógico em que temas, eixos temáticos são integrados às disciplinas, às áreas
ditas convencionais de forma a estarem presentes em todas elas.” (NOGUEIRA, 2001,
p. 27). Nesse sentido, essa abordagem objetivaria a comunhão entre o teórico e o
prático, entre o “aprender sobre a realidade” e o “aprender na e da realidade”.
4.2. Entre o prescrito e a narrativa
Uma dessas possíveis compreensões que já foi mencionada por Moreira (2008) é a
perspectiva de currículo enquanto narrativa. Essa visão curricular assentada nas
perspectivas pós-modernas destaca três diferentes tipos de aprendizagem e as
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relaciona a modelos curriculares: aprendizagem primária, aprendizagem
secundária e aprendizagem terciária.
A aprendizagem primária é ligada aos conteúdos prescritos, aqueles que compõe o
currículo formal , a secundária ao currículo real, está relacionado ao fazer para
aprender. Já a aprendizagem terciária, é o que Goodson (2007) propõe enquanto
aprendizagens narrativas e de gerenciamento da vida.
Esse princípio narrativo como instrumento para ensinar e aprender e, também, de
autoformação, significada como a autonomia do sujeito para “se formar” sabendo
que:
a)Todos os espaços/tempo de interação humana são formadores;
b) O aprendente é o centro da formação;
c) A potência narrativa; – ao narrar o sujeito toma consciência de suasescolhas, ancoragens,
dos seus referenciais e das aprendizagensdesenvolvidas;
d)As narrativas de vida geram projetos pessoais, familiares, profissionais eformativos;
e) Para compreender o processo formativo do outro é necessário, antes,compreender o seu
próprio processo;
f) Existem processos inconscientes na formação – “saberes que não sesabem”;
g)Valorização da experiência – potencial heurístico e formador daabordagem experiencial;
h) Convite à reflexividade crítica – reflexão sobre o que vivemos paratermos clareza do que
aprendemos e como aprendemos;
i) Os sujeitos envolvidos na pesquisa-formação tomam consciência dasaprendizagens
experienciais – aprendem que “podem aprender consigo aaprender”;
j) Potencial transformado – a consciência reflexiva sobre nossasexperiências e sobre nosso
processo formativo nos permite alterar ideiascristalizadas, superar o modelo escolarizado de
formação, abrindo-nos ainovação em diferentes planos: pessoais, sociais e profissionais. (
OLINDA, 2010, p. 14 )
A aprendizagem , portanto, na perspectiva do currículo narrativo prevê a formação
do ser social, que aprende sobre si a partir de um projeto identitário que prepara
para a vida, significando habilidades para o convívio pacífico e harmonioso diante das
incertezas e ambivalências, “[...] com os diferentes pontos de vista e a ausência de
autoridade infalível e digna de confiança.” (BAUMAN, 2001, p. 138).
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Por mais longe da nossa realidade que essa proposta possa parecer estar, alguns
exemplos de sua efetividade e das transformações possíveis da concepção de
Currículo, Escola e Aprendizagem já existem e são exitosas. Assim, para que possam
visualizar de forma mais real como acontecem esses processos, trouxemos alguns
exemplos de escolas com propostas curriculares inovadoras para que ampliem seus
repertórios e, assim, quando na prática profissional, possam avançar e qualificar suas
ações em busca de uma educação de qualidade.
Essas são apenas algumas possibilidades, como próprio Goodson (2007) afirmou “Se
o currículo prescritivo está acabando, a nova era do currículo no novo futuro social
está, e temos que admitir, longe de ser bem definida.” (p. 87). Temos, enquanto
profissionais da Educação um longo caminho pela frente e uma enorme
Artigo: Avaliação do projeto político-pedagógico: o que manter? O que
descartar?, Por: Aurélio Amaral, Revista Nova Escola.
Nesse artigo se discute a importância da avaliação, reedição e transformação
sistemática do PPP diante das necessidades reais da escola. Ainda, propõe-se
um passo a passo ilustrado com um fluxograma com uma sugestão de como
organizar e desenvolver esse processo de reestruturação.
Link: https://novaescola.org.br/conteudo/7861/avaliacao-do-projeto-politico-
pedagogico-o-que-manter-o-que-descartar
1) Escolas ao ar livre:
2) Escolas sem classes, séries ou turmas:
3) Escolas livres:
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https://novaescola.org.br/conteudo/7861/avaliacao-do-projeto-politico-pedagogico-o-que-manter-o-que-descartar
https://novaescola.org.br/conteudo/7861/avaliacao-do-projeto-politico-pedagogico-o-que-manter-o-que-descartar
responsabilidade, afinal, que futuro social queremos e como devemos provê-lo?
Como nossas ações enquanto educadores serão responsáveis por essas
transformações? Pensar sobre essas questões é nosso primeiro desafio e avançar da
perspectiva da aprendizagem prescritiva autoritária para aquela que ouve, acolhe e
transforma já é o início para se “[...] cumprir a promessa de ajudar na mudança do
futuro social de seus alunos.” (GOODSON, 2007, p. 89).
Síntese
Nesse capítulo avançamos do conceito e concepções de currículo para sua
materialização no espaço da escola no Projeto Político Pedagógico, assim:
Definimos e conceituamos Projeto Político Pedagógico, reconhecendo os princípios
que o estruturam e orientam.
Estabelecemos e refletimos sobre as relações estabelecidas entre o PPP, os planos
curriculares e o currículo.
Analisamos possibilidades diversas de PPP sob a ótica das Teorias Curriculares,
promovendo a integração dessas teorias e, com isso, fornecendo a vocês, cursistas,
instrumentos para futuras análises no campo de estágio ou na atuação profissional.
Identificamos os principais conceitos e concepções que constituem um PPP e como
essas definições estampadas nos documentos escolares se relacionam com as
práticas pedagógicas.
Reconhecemos e analisamos demais relações pertinentes existentes nos PPP, tais
como: conhecimento, cultura e diversidade.
Download do PDF da unidade
Bibliografia
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https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=wsHi4fNk4AVi0NxS%2bnXy5w%3d%3d&l=2VmW0Q8%2b7v0IzPrUiN%2bi5A%3d%3d&cd… 22/24
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Tradução: Plínio Dentzien, autorizada da edição inglesa publicada em 2000 por Polity
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Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional da Educação. Câmara Nacional de
Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica.
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GOODSON, Ivor. Currículo, narrativa e o futuro social. Em Revista Brasileira de
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