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1 2 2012 1a edição Al. N24014 Drumond 2a edição Al. N24101 Bonfadini Al. N24045 Vinicius Assis Orientador: Prof. Hermann Regazzi Gerk Hidrodinâmica Para Navegantes 3 Sumário Sistemas de Unidades 02 Princípio da Aderência 04 Equações da Mecânica dos Fluidos 06 Princípios de Conservação 12 Efeitos hidrodinâmicos 15 Previsão de Fórmulas 18 Análise dimensional ____________________________________________________________________________ 21 Semelhança Física 23 O número de Reynolds (Re) 32 O número de Froud (Fr) 37 O Número de Mach (Ma) 41 Ondas 43 Cavitação e Ventilação 53 Lemes e suas características ___________________________________________________________________57 Sistemas propulsores ___________________________________________________________________________64 Propulsores Especiais 66 Dispositivos Hiper-sustentadores 73 Tópicos especiais _______________________________________________________________________________74 4 Grandezas Fundamentais → definem o sistema Grandezas Derivadas → expressas em função das fundamentais Comprimento ∴ L Massa ∴ M LMT Tempo ∴ T Comprimento ∴ L Força ∴ F LFT Tempo ∴ T → Sistemas Inerciais (LMT) CGS: cm, g, s SI (MKS): m, kg, s EE (FPS – English Engineering) ft (foot) 1 ft = 0,3048 m lb (pound) 1 ft² = 0,0929 m² sec (second) 1 ft³ = 0,0283 m³ 1 lb = 0,4536 Kg 1 Kg = 2,2 lb → Sistemas Gravitacionais (LFT) MK*S: m, Kgf, s BG (FP*S – British Gravitational): ft, lbf, sec Obs: Nos sistemas LFT, a massa é uma grandeza derivada. ∴ U(F) = X U(F) = Peso da massa padrão nos locais onde g é normal. g normal Sistemas Inerciais Sistemas Gravitacionais Massa Padrão Aceleração normal da gravidade Equações Dimensionais Inerciais Sistemas de Unidades 5 ∴ → Definição Antiga: ○ Definição Atual: → utm ∴ unidade técnica de massa → Definição Antiga: ○ Definição Atual: Sistema Massa Força CGS g dyn SI kg N EE lb Pl MK*S utm kgf FP*S slug Lbf U(F) = U(m) . U(a) CGS: U(F) = 1g . 1cm/s² = 1 dim = 1 dyn SI: U(F) = 1kg . 1m/s² = 1 Newton = 1 N EE: Equação de definição: ∴ = Volume Equação dimensional Exemplo: H2O (4°C) MK*S: EE: BG: → → Equações Dimensionais Gravitacionais Massa Específica ρ : “Density” 6 Equação de definição: d → é adimensional * A densidade é expressa por um número que é o mesmo para todos os sistemas de unidades. Líquidos: padrão H2O ∴ 1) Um óleo tem densidade 0,80. Calcule sua massa específica nos sistemas de unidade conhecidos. Resolução: CGS → SI → EE → MK*S → FP*S → 2) Um corpo tem massa 20kg. Calcular o seu peso no SI e no MK*S. Resolução: SI → MK*S → 3) Um corpo tem massa 10lb. Calcular o seu peso no EE e no BG Resolução: EE → BG → (Não deslizamento) Coesão: mantem unidas partículas de mesma natureza Adesão: mantem unidas partículas de naturezas distintas. * Quando um fluido está em contato com um sólido, aquelas camadas do fluido que estão em contato direto com o sólido aderem plenamente a ele. Exemplos: 1º Caso: Sólido em repouso Quando o sólido está com velocidade relativa nula em relação ao líquido, a camada de aderência terá igualmente velocidade nula. Densidade (d): “Specific Gravity” Exercícios Resolvidos Princípio da Aderência [i superfície sólida adesão plena fluido sólido em repouso fluido V V = 0 V = 0 liq liq s 7 2º Caso: Sólido em movimento Quando o sólido está com velocidade relativa diferente de zero em relação ao líquido, a camada de aderência terá velocidade igual a do sólido. 3º Caso: Dois sólidos A camada de aderência não desprende do corpo imerso, portanto, as camadas de aderência que estão em cada um dos corpos adquirem suas respectivas velocidades. 4º Caso: Escoamento Efeito Coanda A camada de aderência tende a acompanhar o contorno do objeto imerso no fluido. 5º Caso: Vórtices Quando o escoamento se desprende do casco, sua energia é dissipada na forma de vórtices, gerando a esteira. 6º Caso: Objeto rombudo Quando o objeto não é bem delineado o fluido encontra muita resistência ao seu deslocamento, ou seja, mais energia é desprendida na forma de vórtices. * O aspecto da esteira dependerá do perfil do objeto. Streamlined → Bem delinado (5º Caso) Blunt → Rombudo (6º Caso) Convenção: Dado um referencial, o fluido que está vindo de encontro a este referencial está a montante e, por sua vez, o fluido que deixa o referencial está a jusante. sólido fluido V = 0 V = V V liq liq s s sólido em repouso fluido V V = 0 V = V V = 0 S1 S1 liq liq s V Vórtices 8 V y F SL sólido em repouso dy dv S y: altura do líquido s: área da placa F: força aplicada v: velocidade de deslocamento Semelhança de triângulos : gradiente vertical develocidade (velocidade de deformação) Da experiência: F ~ S F ~ v F ~ 1/y d viscosidade absoluta ou dinâmica Obs: Viscosidade Dinâmica Pressão: Tensão de cisalhamento ( ) – Força tang a area ∴ → Fluido é toda substância que se deforma quando aplicada uma tensão de cisalhamento, independentemente da magnitude dessa tensão. CGS: SI: Viscosidade Dinâmica e a Experiência de Newton S F F F T N Fluido Newtoniano (dependência linear) Fluido não Newtoniano (dependência não linear) τc Plástico Ideal Fl ui do Id ea l Pseudoplásticos dv dy Equações da Mecânica dos Fluidos 9 c ∴ Viscosidade Cinemática CGS: SI MK*S EE BG Equação de definição: ∴ ∴ CGS ∴ SI ∴ MK*S ∴ FP*S ∴ Equação de definição: Unidades de pressão: CGS ∴ SI ∴ Obs: MK*S ∴ Obs: BG ∴ Viscosidade Cinemática Peso Específico Pressão Obs: ) (in) 10 h Patm 1 2 patm ∴ CGS: SI: MK*S: BG: Energia Cinética: → → : pressão dinâmica A experiência de Torriccelli 760 mmHg 76 cmHg 0,76 mHg 2,49 ftHg 29,92 inHg Pressão dinâmica 11 Força hidrostática ∴pressão estática x área Força hidrodinâmica ∴pressão dinâmica x área k depende do ngulo de ataque α : ângulo de ataque bc: Span ou envergadura ab: Corda Área: corda x span F Conceitos de Aerodinâmica Sustentação (Lift) A sustentação é uma força que surge quando um fluxo de ar passa por um perfil aerodinâmico, normalmente assimétrico em relação à corda. Esta força é perpendicular ao fluxo. A força de sustentação é causada pela diferença de pressão entre a superfície superior (baixa pressão) e a inferior (alta pressão). A diferença de pressão acontece quando o fluido (ar) é acelerado devido ao formato do objeto através do qual ele passa. Força hidrodinâmica (FH) L : Lift ou sustentação D: Draft ou arrasto (resistência ao andamento) a b c α Bordo de ataque (Leading Edge) Bordo de fuga (Traling Edge) FL D Conceitos de aerodinâmica e modelagem com Foilslim 12 No caso de um perfil assimétrico, as partículas de ar que passam pela parte de cima percorrem um caminho mais longo que as que passam por baixo. Com o aumento da velocidade, ocorre uma queda de pressão de acordo com as leis da Mecânica dos Fluidos. Ou seja o Teorema de Bernoulli. A resultante desta diferença de pressão multiplicada pela área de referência origina a força de sustentação...que faz os aviões voarem, velas velejarem, etc... O arrasto ( drag) é uma força paralela ao fluxo de ar, que acontece devido ao formato do objeto que interage com o fluxo e ao atrito do fluido com a superfície deste. Resultante Somando vetorialmente a sustentação e o arrasto temos a resultante aerodinâmica. Na maioria dos perfis, a sustentação é 10 vezes maior (ou bem mais) que o arrasto. Eficiência Aerodinâmica A eficiência aerodinâmica de um perfil pode ser calculada dividindo-se a sustentação pelo arrasto (L/D). Um dos objetivos ao projetar uma boa asa ou kite é obter o maior L/D (eficiência) possível! Ângulo de ataque O ângulo de ataque é o ângulo da asa em relação ao ar que se aproxima. Ele que determina a espessura da fatia de ar que a asa está atravessando. a 13 Por determinar essa fatia o ângulo de ataque também dita a sustentação que a asa gera (embora não seja o único fator) Stall Todo perfil apresenta um ângulo de ataque máximo, quando ocorre o STALL, ou seja, a sustentação cai drasticamente e o arrasto aumenta. 14 No caso de um avião que diminui sua velocidade, há necessidade de aumentar o ângulo de ataque de vôo, para assegurar sustentação. No entanto poderá ocorrer a situação em que a velocidade é muito baixa e o ângulo de ataque muito alto, ocorrendo o stall. Neste caso, é necessário tomar alguma outra providencia urgente para que o avião saia da condição de stall. O Software FoilSlim A B C D dl1 A’ B’ C’ D’ dl2 Princípios de Conservação Princípio da conservação da massa 15 ∴ Se considerarmos um tempo dt: (Equação da continuidade) Dimensão de fluxo: vaz o ou fluxo Q Se ∴ ∴ Princípio da conservação da energia z 1 z 2 1 2 nível de referência 16 (A Equação de Bernoulli) Expressar: Fluido incompress vel (Equação de Bernoulli) O tubo de Venturi: A2 A1 Aplica-se aequação de Bernoulli em (1) e (2) Horizontal Se ∴ ∴ ∴ Equação da quantidade de movimento Problema de engenharia: Determinar as forças que agem em estruturas sólidas, fixas ou em movimento, devidas aos fluidos que se movem em contato com elas. Esta análise é feita pela equação da quantidade de movimento, onde as forças são denominadas dinâmicas, pois há movimento relativo entre a estrutura sólida e o fluido. Energia Potencial: Peso Específico: 17 A equação da quantidade de movimento, resulta da aplicação da 2ª lei de Newton, adaptada ao estudo da mecânica dos fluidos. De acordo com a 2ª lei: A aceleração de uma determinada massa, implica na existência de uma força resultante sobre ela, que tem a cada instante, a direção e o sentido da aceleração. Acelerar uma massa significa modificar a sua velocidade (em módulo e/ou direção), e sendo assim para modificar a velocidade de m fluido em módulo e/ou direção, é necessário aplicar uma força provocada por um agente externo, em geral uma superfície sólida em contato com o fluido. Pelo princípio da ação e reação (3ª Lei), se a superfície aplica uma força no fluido, este aplicará sobre a superfície, uma outra força de mesmo módulo e de sentido contrário. Pela 2ª lei: , equação estabelecida para um sistema que tem por definição massa constante. De uma forma geral: Como é, por definição, a quantidade de movimento do sistema, logo a força resultante que age no sistema em estudo é igual a variação com o tempo da quantidade de movimento do sistema. Este teorema da mecânica é aproveitado para determinar as forças dinâmicas envolvidas. A equação da quantidade de movimento será estabelecida para um tubo de corrente em regime permanente. Ou seja, as propriedades do fluido podem variar de ponto a ponto, mas num mesmo ponto não variam com o tempo. A variação da quantidade de movimento na figura deverá ser entendida como a variação entre as seções (1) e a seção (2). (1) ’ (2) ’ v1 v2 A1 A2 dm1 dm2 dt F m∆v . Tem-se: : massa que atravessa a seção (1) com velocidade : incremento na quantidade de movimento do fluido entre as seções (1) e (2). No mesmo intervalo de tempo, através da seção (2): : massa que atravessa a seção : quantidade de movimento de saída Logo a variação da quantidade de movimento entre (1) e (2) será: . Pelo teorema da quantidade de movimento, a força resultante que age no fluido ∴ porém: ∆ ∆ Admitindo propriedades uniformes na seção no intervalo dt: 18 O ponto de aplicação de pode ser encontrado na interseção das direções das velocidades e . Equação da quantidade de movimento aplicada a hélices A função de uma hélice é alterar a quantidade de movimento do fluido no qual está submersa e, portanto, desenvolver um impulso, thrust, utilizado para a propulsão. O projeto de uma hélice não é feito de acordo com a teoria da quantidade de movimento, porém algumas relações que governam o seu funcionamento são explicadas pela aplicação da teoria. P2 P1 v1 v1 v1 P3 P4 v4F Força no Fluido Contorno da corrente de fluido (1) (2) (3) (4) F Thrust da Hélice O escoamento não é perturbado na seção (1) a montante da hélice, sendo acelerado à medida que se aproxima da mesma devido à redução na pressão deste lado. Ao passar pela hélice, a velocidade do fluido aumenta, acelerando ainda mais o escoamento e reduzindo a seção em (4). A velocidade não varia através da hélice de (2) até (3). A pressão em (1) e (4) é a do fluido não perturbado e coincide com a pressão do contorno da corrente de fluido. No sistema considerado (volume de controle), limitado pelas seções (1) e (4) e pelo contorno da corrente de fluido, a única força externa que age na direção axial é , exercida pela hélice, pois a pressão é a mesma em todos os pontos da superfície de controle. Portanto: Onde S é a área varrida pelas pás da hélice. Logo a força que age na hélice deverá ser igual e de sentido oposta à força que age sobre o fluido, logo: , fazendo (I) Aplicando a equação de Bernoulli entre (1) e (2) e entre (3) e (4) vem: onde 19 Resolvendo: (II) Igualando (I) e (II), temos: Ou seja, a velocidade através da hélice e a média das velocidades à montante e à jusante. A potência útil de uma hélice que se move num fluido em repouso é: ∴ ∴ A pot ncia fornecida ao fluido é aquela necess ria para aumentar sua velocidade de até . Potência fornecida: Rendimento da hélice O rendimento teórico é dado por: Sendo O que mostra que o rendimento é máximo para o caso de é mínimo. Obs: Devido aos efeitos da compressibilidade, o rendimento de uma hélice de avião diminui a partir de 400 mph. As hélices de aviões, em condições ótimas de operação têm rendimentos reais próximos aos teóricos, em torno de 85%. Hélices de navios, têm rendimento menores, cerca de 60%, devido às restrições ao diâmetro. A propulsão a hélice é uma das formas de propulsão a jato. A criação ou desenvolvimento de um jato em uma dada direção cria uma reação (thrust) no sentido contrário. Portanto, a propulsão em ar ou em água é causada, em ambos os casos, pela reação de um jato formado na traseira do corpo. As diversas maneiras de propulsão incluem além do hélice, o turbojato, o turbohélice, o motor de reação e o foguete. Efeitos Hidrodinâmicos “Efeito Asa” 20 D: na dire o do escoamento arrasto L: perpendicular ao escoamento sustenta o S: corda x span F: (Ludwig Prandtl) Definição: Camada limite de um escoamento é a região do escoamento em que a velocidade do fluido é perturbada por esforços cisalhantes devido a presença de uma superfície sólida. v0 : velocidade do fluido (não perturbado) Bordo de ataque (Leading Edge) Bordo de fuga (Traling Edge) V0 V0 V0 V0 V0 V = 0 Obs: Resistência ao avanço 1) Resistência de superfície (viscosa) 2) Resistência de forma 3) Resistência de ondas 4) Resistência do ar (não se aplica na hidrodinâmica) Camada limite (Boundary layer) a b c α Bordo de ataque (Leading Edge) Bordo de fuga (Traling Edge) FL D Infradorso Extradorso ∆p V1 V2 21 No casco da embarcação: V0 V0 V0 V0 V0 Problema: Esteira (wake) Vórtices A camada limite se desprende (descola) quando há uma mudança brusca na seção do objeto ou quando este termina. Neste caso, originam-se vórtices que dissipam sua energia na esteira. Experiência Notável80º Bola lisa V1 240º Bola rugosa V1 22 Superfície Livre Trem de ondas Ondas divergentes Ondas transversais O deslocamento de uma embarcação em águas profundas gera um padrão de ondas divergentes e transversais tanto na proa quanto na popa. As ondas divergentes são delimitadas por um ângulo constante de 19°28’, em cada lado da linha de centro do casco. α α = 19º 28’ ≅ 19º 30’ (constante) α α SL Onda: Dissipação de energia que foi transferida a superfície da água. Ela não é causa, é efeito. 1º Caso: vx = 0 c → Celeridade da onda (velocidade de propagação) vx → Velocidade de propagação do objeto Efeito Squat Razão: → A superfície livre da água é uma superfície isóbara, ou seja, é regulada pela pressão atmosférica local. Também é verdade que nessa superfície a aceleração da gravidade é constante. Por tais características serem constantes, o ângulo α também será constante. c v = 0x 23 2º Caso: vx < c 3º Caso: vx > c Define-se uma condição de operação em águas rasas quando o sistema de ondas que são geradas pelo deslocamento do casco começa a ser afetado pela presença do fundo. A alteração do sistema de ondas afeta ou influência a resistência de ondas (uma das resistências ao avanço) experimentada pela embarcação. Um aumento na velocidade de escoamento sob o fundo da embarcação produz uma redução na pressão, aumentando, por conseqüência o calado e o TRIM. L H V Squat Águas Profundas Águas Rasas Pressão diminui; Calado aumenta Observações sobre o efeito squat Quando um navio inicia o segmento através da água, ele sofre uma mudança em seu calado médio, sendo esse efeito conhecido como afundamento. Esse efeito pode ocorrer igualmente a vante e a ré, ou ser maior em um dos dois pontos, resultando em uma mudança no compasso junto com a mudança do calado médio. A combinação desse afundamento com o compasso é chamado squat. (1) Tem havido alguma inconsistência entre as definições usadas para descrever os componentes do efeito squat em vários estudos e publicações náuticas. Devido a pesquisas mais recentes terem provido informações mais detalhadas e porque o do ponto de vista da manobrabilidade o assunto é mais complexo do que previamente entendido, algumas considerações básicas a respeito são providas por esse estudo. Afundamento é o aumento total do calado, isto é, o aumento no calado médio em virtude do movimento em um canal restrito. c vx c vx 24 Compasso é a rotação ao longo do eixo transversal devido a mudanças na pressão na água e o resultante aumento no calado em algum ponto ao longo do comprimento do casco sendo a maior mudança na proa ou na popa dependente do formato do casco. Squat é a combinação do compasso com o afundamento, com sua maior medida e localização ao longo do casco na proa ou na popa, dependente da direção da mudança no compasso. Em termos práticos, diz-se que o navio “squats” em inglês ou sofre o efeito squat, numa determinada medida pela proa ou pela popa, já que é o resultado dos dois efeitos prévios o de maior interesse quando o navio se desloca em águas rasas. De fato mais atenção deve ser dada aos três componentes, pois todos afetam as características de manobra do navio. Squat é assim um fenômeno natural enquanto o navio se move em um canal com restrições. O navio desloca um montante de água igual ao seu próprio peso. Essa água deslocada se move primeiramente ao longo e sob o casco e retorna a ré para “preencher” o vazio deixado pelo avanço do navio, assim, quanto maior for a velocidade do navio se movendo em relação a água, mais rápido será esse fluxo sob e ao longo das carena, e menor será a pressão da água como resultado dessa velocidade. Dependendo de onde ocorrer a maior redução na pressão ao longo do comprimento do casco, essa redução resultará em afundamento, (aumento no calado) na proa ou na popa, embora haja aumento no calado médio do navio. 25 Conforme o navio entra em águas mais rasas, o fluxo de água se torna mais restrito devido a redução da folga sob a quilha (2), se o canal se torna estreito além de raso, o fluxo também sofre restrição em um ou em ambos os lados dependendo da posição do navio em relação ao centro do canal. Quando o navio está manobrando em água rasa, a folga sob a quilha é menor que 0,5 do calado do navio e se torna crítica quando atinge 0,2 tendo todos os efeitos aumentados. O efeito dessa restrição é dependente de alguns fatores ou variáveis: 1. A velocidade do navio na água. 2. A relação do calado com a profundidade. 3. A relação entre as boca do navio com a largura do canal. 4. O coeficiente de bloco 5. O deslocamento do navio que determinará o montante de água passar sob e em torno do casco numa dada velocidade. 6. A razão e o período de aceleração enquanto o navio aumenta a velocidade. Consideremos o efeito da velocidade do navio que é o fator sobre o qual se tem mais controle. Percebe-se baseado em observações dos navios e de modelos atuais que efeito squat é proporcional ao quadrado da velocidade. Se a velocidade dobra, o squat quadruplica. Com os grandes navios atuais e com a consequente diminuição da folga sob a quilha, torna-se óbvio que a velocidade e o resultante efeito squat devem ser considerados com atenção. Deve-se notar que a velocidade do navio se refere à velocidade na água e não em relação ao fundo, assim, se o navio estiver movendo-se contra a correnteza a velocidade em relação a água aumenta. A área da seção mestra do navio é significante quando comparada com a área da seção de um canal estreito. A relação dessas duas áreas, com referência ao efeito de restrição, determina o espaço através do qual a água deslocada deve fluir. Obviamente quanto menos área disponível, maior será a velocidade do fluxo para uma dada velocidade do navio e maior a resultante queda de pressão em torno e sob o casco. 26 A formula comumente usada para o cálculo foi expressa por por Barrass, Phd, e o squat total pode ser calculado através dela com relativa precisão. Squat= coeficiente de bloco x V² / 100, em metros. Squat em águas rasas e restritas é o dobro do encontrado através da formula acima. Assim, em um navio com coeficiente de bloco = 0,8 navegando em águas rasas a 10 nós ele afunda aproximadamente 1,6 metros. Se a velocidade for reduzida para 5 nós o mesmo navio afundará apenas 0,4 metros ou um quarto do squat a 10 nós. Deve-se notar que essa fórmula na maioria das vezes superestima o squat e portanto já provê uma margem de segurança. Em alguns casos onde a fórmula foi comparada com o squat medido, a margem de segurança foi considerada bastante para cálculos práticos. É apropriado neste ponto também discutir os efeitos que a restrição do fluxo e a velocidade tem nas características náuticas do navio. Já que um navio em águas restritas pode ser considerado como um pistão em um cilindro, é claro que há mais dificuldade para mover adiante enquanto a restrição aumenta. Existe então um limite prático para a velocidade na qual um navio pode navegar num canal: um navio que faz 16 nós a 80 rpm em águas profundas deve fazer apenas 9 ou 10 nós em águas rasas com a mesma rotação. Este limite é alcançado quando a água flui numa velocidade alta, então o navio torna-se difícil de governar.27 O efeito squat dessa maneita afeta o governo e as guinadas. Um navio que sofre efeito squat se torna mais direcionalmente estável, mais difícil de guinar e tem sua curva de giro aumentada quando o squat se dá pela popa e o inverso ocorre quando se dá pela proa, tornando-se direcionalmente instável. Efeiro squat, profundidade, compasso, formato da carena e velocidade são assim dinamicamente inter relacionados. O efeito de bancos próximos são também importantes em qualquer discussão a respeito de governo e guinadas. O squat ocorrerá na proa ou na popa, de acordo com o coeficiente de bloco. Navios com grandes coeficientes de bloco (maior que 0,75) tenderão a sofrer o efeito squat na proa. Navios com esse coeficiente geralmente são graneleiros ou petroleiros que têm formas cheias avante. As curvas da área submersa são, portanto, importantes na previsão do squat. Se as curvas alcançam seu ponto máximo nas suas sessões mais avante, o navio deve compassar pela proa. Geralmente, navios com formas mais delgadas, como os porta contêineres, compassam pela popa, devido a seu baixo coeficiente de bloco. Estudos indicam que o fenômeno se deve a uma maior ou menor aceleração da água que flui em direção a região de maior restrição (da proa até a seção mestra). Em coeficientes de bloco maiores, ou seja, em navios com seções mais cheias (ou mais volumosas) a vante, a água acelera mais rápido do que em formas mais delgadas onde a mesma atinge as seções mais volumosas mais para a ré. Assim, no primeiro caso a água estará numa velocidade maior mais avante determinando na proa uma área de menor pressão. O efeito squat, é um fenômeno bem conhecido por afetar o calado numa determinada configuração de um canal, forma do casco e velocidade na água. De fato outras componentes dinâmicas também afetam a folga sob a quilha como: 28 1- aceleração; 2- interação navio-navio; 3- adernamento durante guinadas; 4- estabilidade. A aceleração tem um efeito significante quando se manobra em águas rasas. Mudanças na rotação ou passo do hélice tem um grande efeito na folga sob a quilha. Testes indicam que o squat durante a aceleração é aproximadamente o dobro do calculado pela fórmula de Barras que assume uma velocidade constante. Assim, um navio muito potente pode tocar o fundo enquanto acelera mesmo que haja água suficiente sob a quilha quando a velocidade segura for atingida. O efeito squat também aumenta quando dois navios se encontram em um canal estreito, sendo óbvio que é inversamente proporcional a distancia entre os navios e na razão direta da velocidade relativa dos navios. Poderíamos esperar um efeito squat maior quando dois navios navegam paralelos em um situação de ultrapassagem num canal estreito do que numa situação onde os dois se cruzam no canal devido ao maior período de tempo em que atua essa interação. Porém por não haver ainda dados suficientes para suportar ou refutar essa afirmativa, é melhor assumir que o squat nessa situação é tão grande quanto, e que o efeito se estende por mais tempo. O adernamento durante as guinadas é outro fator limitante para a profundidade mínima sob a quilha visto que para navios com maior boca, cada grau no ângulo de adernamento, o bordo que se aproxima mais do fundo também tende a sofrer mais o efeito squat. Poderíamos dizer assim que nesse caso o efeito squat 29 se dá no sentido longitudinal e possivelmente associado ao que ocorre no sentido transversal já discutido. Embora navios graneleiros e petroleiros estejam mais sujeitos a terem maior aumento no calado porque o squat é maior para navios com coeficiente de bloco maior e frequentemente necessitarem de mais folga sob a quilha para uma dada velocidade, grandes navios porta contêineres em baixas velocidades devido a baixa altura metacêntrica tenderão a balançar mais nas mesmas velocidades, requerendo ainda mais folga sob a quilha. Fórmula (física): representação de um fenômeno físico por uma equação matemática. Uma equação matemática só poderá representa um fenômeno físico se ela for dimensionalmente homogênea, ou seja, cada termo da equação que representa um fenômeno físico deve apresentar a mesma equação dimensional. Se: Então: Obs: Para determinar a fórmula que representa um fenômeno físico, deve-se identificar as grandezas de que ele depende. (Teorema de Bridgeman) Todo fenômeno físico pode ser colocado sob a forma de um monômio exponencial contendo as grandezas que ele depende, multiplicado por uma constante adimensional. Previsão de Fórmulas Matemática → Variáveis Física → Grandezas (valor + dimensão) Independentes Dependentes Princípio da Homogeneidade Princípio da Potência Fenômeno: 30 * “Toda proporção pode ser transformada numa igualdade a menos de uma constante.” Então → → (?) k é adimensional 4) Sabendo-se que a Ec de um corpo depende de sua massa m e de sua velocidade v, determine a fórmula da energia cinética. Resolução: Princípio da potência Princípio da homogeneidade F : : : → Por experiências em laboratório: 5) Período de um pêndulo simples. Período (T): tempo necessário para completar 1 oscilação. Obs: ∴ Estabelecer por análise dimensional a fórmula do período de um pêndulo simples sabendo-se que ele depende do comprimento L, da massa m do pêndulo e da aceleração da gravidade local g. Premissa: Criticar a premissa. Resolução: Princípio da potência: Princípio da homogeneidade: L: M: T: : 6) Força de resistência de um fluido: Determinar por análise dimensional a força resistente exercida por um fluido em escoamento sobre um objeto nele imerso. Sabe-se que essa força depende da velocidade v do escoamento da superfície Exercícios Resolvidos L A Bm FL D v ( )ρ s 31 aparente do corpo S e da massa específica do fluido. Resolução: Princípio da potência Princípio da homogeneidade L: M: T: 7) O Número de Reynolds: (Re) Vários fenômenos físicos podem ser representados por um grupamento de várias grandezas que resultam em um número apenas. A tradição é conferir a este número o nome do cientista, físico. Números de: (Reynolds, Froude, Mach, etc) Estabelecer por análise dimensional a expressão do Número de Reynolds (Re) sabendo- se que ele depende de um comprimento característico L, da velocidade de escoamento v, da massa específica do fluido ρ e da viscosidade dinâmica d do fluido. Resolução: Sabe-se: L: M: T: ∴ L: ∴: ∴ 32 Os problemas em Fenômenos de Transporte envolvem muitas variáveis com diferentes sentidos físicos; As equações derivadas analiticamente são corretas para qualquer sistema de unidades (cada termo da equação deve ter a mesma representação dimensional: homogeneidade) Cada uma dessas variáveis é expressa por uma magnitude e uma unidade associada; As unidades são expressas utilizando apenas quatro grandezas básicas ou categorias fundamentais: - massa[M]; - comprimento[L]; - tempo[T] e - temperatura[θ] As quatro grandezas básicas representam as dimensões primárias que podem ser usadas para representar qualquer outra grandeza ou grupo de grandezas físicas; Dimensões Primárias: É um meio para simplificação de um problema físico empregando a homogeneidade dimensional para reduzir o número das variáveis de análise; A análise dimensional é particularmente útil para: Apresentar e interpretar dados experimentais; Resolver problemas difíceis de estudar com solução analítica; Estabelecer a importância relativa de um determinado fenômeno; Modelagem física. Dimensões de Grandezas Derivadas: Grandeza Símbolo Dimensão Geometria Área A L2 Volume V L3 Cinemática Velocidade U LT-1 Velocidade Angular ω T-1 Vazão Q L3T-1 L: comprimento característico Placas → comprimento da placa Tubos → diâmetro Hidrofólio → corda Aerofólio → corda Análise Dimensional 33 Fluxo de massa m MT-1 Dinâmica Força F MLT-2 Torque T ML2T-2 Energia E ML2T-2 Potência P ML2T-3 Pressão p ML-1T-2 Propriedades dos Fluidos Densidade ρ ML-3 Viscosidade µ ML-1T-1 Viscosidade Cinemática v L2T-1 Tensão superficial σ MT-2 Condutividade Térmica k MLT-3θ Calor Específico Cp,Cv L 2T-2 θ-1 Uma grandeza ou grupo de grandezas físicas tem uma dimensão que é representada por uma relação das grandezas primárias; Se esta relação é unitária, o grupo é denominado adimensional, isto é, sem dimensão; Um exemplo de grupo adimensional é o número de Reynolds: Como o número de grupos adimensionais é relativamente menor que o número de variáveis físicas, há uma grande redução de esforço experimental para estabelecer a relação entre algumas variáveis; A relação entre dois números adimensionais é dada por uma função entre eles com uma única curva relacionando-os; Pode-se afirmar que os grupos adimensionais produzem melhor aproximação do fenômeno do que as próprias variáveis; Análise Dimensional e Semelhança Dinâmica Restringindo as condições dos experimentos é possível obter dados de diferentes condições geométricas mas que levam ao mesmo ponto na curva; Isto é, experimentos de diferentes escalas apresentam os mesmos valores para os grupos adimensionais a eles pertinentes; Nessas condições os experimentos apresentam semelhança dinâmica; 1 .. Re 11 13 TML LLTMLVD y 34 Semelhança: Relação conhecida entre dois fenômenos de mesma natureza. Aplicação principal: construção de modelos reduzidos. Problemas em Engenharia (principalmente na área de Térmica e Fluidos) dificilmente são resolvidos aplicando-se exclusivamente análise teórica; Utilizam-se com freqüência estudos experimentais; Muito do trabalho experimental é feito com o próprio equipamento ou com réplicas exatas; Porém, a maior parte das aplicações em Engenharia são realizadas utilizando- se modelos em escala. Semelhança é, em sentido bem geral, uma indicação de que dois fenômenos têm um mesmo comportamento; Por exemplo: é possível afirmar que há semelhança entre um edifício e sua maquete (semelhança geométrica) Na Mecânica dos Fluidos o termo semelhança indica a relação entre dois escoamentos de diferentes dimensões, mas com semelhança geométrica entre seus contornos; Geralmente o escoamento de maiores dimensões é denominado escala natural ou protótipo; O escoamento de menor escala é denominado de modelo; Semelhança Física 35 Utilização de Modelos em escala: Vantagens econômicas (tempo e dinheiro); Podem ser utilizados fluidos diferentes dos fluidos de trabalho; Os resultados podem ser extrapolados; Podem ser utilizados modelos reduzidos ou expandidos (dependendo da conveniência); Para ser possível esta comparação entre o modelo e a realidade, é indispensável que os conjuntos de condições sejam FISICAMENTE SEMELHANTES; O termo SEMELHANÇA FÍSICA é um termo geral que envolve uma variedade de tipos de semelhança: Semelhança Geométrica Semelhança Cinemática Semelhança Dinâmica Semelhança Geométrica Semelhança de forma; A propriedade característica dos sistemas geometricamente semelhantes é que a razão entre qualquer comprimento no modelo e o seu comprimento correspondente é constante; Esta razão é conhecida como FATOR DE ESCALA. Deve-se lembrar que não só a forma global do modelo tem que ser semelhante como também a rugosidade das superfícies deve ser geometricamente semelhante; Muitas vezes, a rugosidade de um modelo em escala reduzida não pode ser obtida de acordo com o fator de escala – problema de construção/de material/de acabamento das superfícies do modelo. Semelhança Geométrica 36 As grandezas lineares correspondentes guardam entre si uma relação constante. Exemplo: maquetes de edifícios Comprimentos: raz o Áreas: Volumes: Quando dois fluxos de diferentes escalas geométricas tem o mesmo formato de linhas de corrente; É a semelhança do movimento; Exemplo de semelhança cinemática: Planetário. O firmamento é reproduzido de acordo com um certo fator de escala de comprimento e, ao copiar os movimentos dos planetas, utiliza-se uma razão fixa de intervalos de tempo e, portanto, de velocidades e acelerações. Existirá semelhança cinemática quando, além da semelhança geométrica, as velocidades do protótipo e do modelo são proporcionais. Ou seja, as velocidades dos pontos homólogos são vetores de mesma direção e sentido, cujos módulos guardam entre si uma relação constante. rela o entre os tempos Velocidade: Aceleração: Vazão: Semelhança Cinemática 37 É a semelhança das forças; Dois sistemas são dinamicamente semelhantes quando os valores absolutos das forças, em pontos equivalentes dos dois sistemas, estão numa razão fixa; Origens das Forças que determinam o comportamento dos Fluidos: Forças devido à diferenças de Pressão; Forças resultantes da ação da viscosidade; Forças devido à tensão superficial; Forças elásticas; Forças de inércia; Forças devido à atração gravitacional. Exemplos de estudos em modelos Ensaios em túneis aero e hidrodinâmicos; Escoamento em condutos;Estruturas hidráulicas livres; Resistência ao avanço de embarcações; Máquinas hidráulicas; Grupo Adimensional Nome Razão das Forças representadas Símbolo habitual UL Número de Reynolds Força de Inércia Força Viscosa Re _U_ (Lg)1/2 Número de Froude Força de Inércia Força da gravidade Fr U (L/ ) 1/2 Número de Weber Força de Inércia Força de Tensão Superficial We U C Número de Mach Força de Inércia Força Elástica M Existirá semelhança dinâmica quando, além das semelhanças geométrica e cinemática, as forças correspondentes do protótipo e do modelo serem proporcionais, ou seja, as forças homólogas tem a mesma direção e sentido e seus módulos guardam entre si a mesma razão. Obs: uma semelhança dinâmica total é irrealizável. Solução: Semelhança parcial Mesmo na semelhança parcial, toas as forças correspondentes, ou suas resultantes, guardam entre si uma relação constante denominada escala de forças. Grupos Adimensionais São extremamente importantes na correlação de dados experimentais; Em razão das múltiplas aplicações dos grupos adimensionais nos estudos de modelos e aplicações de semelhança dinâmica, vários grupos foram criados nas diversas áreas que compõem os Fenômenos de Transporte Semelhança Dinâmica 38 Alguns dos mais importantes: Número de Reynolds; Número de Froude; Número de Euler; Número de Mach; Número de Weber; Número de Nusselt; Número de Prandtl; 1) Escoamentos Dois escoamentos são semelhantes quando os seus números de Reynolds são iguais. 2) Navios v D D L L v (F )i (F )g P P (F )i (F )g M M Protótipo Modelo P P M P M M g g Escomento forçado: Semelhança de Re Superfície livre: Semelhança de Fr v v D ρ ρ µ µ 1 2 1 D2 1 2 1 2 (F )i (F )v P P (F )i (F )v M M Protótipo Modelo Aplicações 39 12) Desejam-se construir um navio cujo comprimento de casco é 138m e se move com velocidade de 7,5 m/s. a) Calcular Fr b) A que velocidade um modelo na escala de 1:30 deve ser arrastado atravéz da água para que haja semelhança dinâmica? Resolução: a) Obs: avio de deslocamento Navio de semi-deslocamento ou semi-planeio ( ) Navio de planeio ( b) Considerando o item resistência de ondas, existem barcas cujos números de Froude são favoráveis que são utilizados nos projetos dos estaleiros. Por outro lado, existem outros projetos cujos números de Froud são desfavoráveis. Exercícios Resolvidos 40 CD coeficiente de arrasto Componentes: 1) Viscosa De ondas Formação de ondas Quando Fr é pequeno, ou seja, aproximadamente 0,16, o navio não precisa de bulbo. Para Fr mais elevados, necessita-se de testes. Arrasto (considerações sobre as experiências) Pode-se dizer que a proa de uma embarcação cria um sistema de ondas cujo o comprimento de onda (lambda) está mais relacionado com a velocidade do navio e não necessariamente com o comprimento do casco. É sabido que, se a popa do navio está num cavado de onda (trough), ele está inclinado para cima e, portanto, apresenta um grande arrasto de onda. Se, por outro lado, a popa do navio está numa crista de onda (crest), o mesmo estará nivelado e terá, portanto, um baixo arrasto de onda. O critério para essas duas condições resulta da adoção de alguns valores para o Fr a partir da seguinte fórmula prática: v D Resistência de superf cie esfor os cisalhantes Resist ncia de forma distribui o das pressões ao longo do casco Resist ncia ao avan o Arrasto D 41 Cálculo da Potência Por definição: Para embarcações Sabe-se: número de meios comprimentos da onda de proa até a popa do casco Alto arrasto: mpar Baixo arrasto: par 13) Um barco de 400 ft de comprimento se desloca a 30 ft/sec. a) Qual deverá ser a velocidade de um modelo de 10 ft de comprimento para que haja semelhança dinâmica? b) Se a força de arrasto no modelo é de 2 lbf, qual o valor do arrasto do protótipo? c) Qual a potência necessária para que o protótipo atinja a velocidade acima? Resolução: a) Semelhança de Fr b) Obs: o CD é igual para o modelo e o protótipo! Semelhan a Geométrica : : : ² c) Exercícios Resolvidos : SI: MK*S: BG: 42 Obs: Prova-se que, e a análise dimensional mostra, que para cada tipo de navio existirá uma única dependência funcional entre Fr, Re, e pois . Obs: “Problema do p ra-quedas” S Área de um c rculo: força gravitacional = força de arrasto 14) Um pára-quedista pesa, com seu equipamento, 1200 N, sendo o diâmetro do pára- quedas de seis metros, admitindo um coeficiente de arrasto de 1,2 pergunta-se: a) qual será a velocidade máxima de decida? b) a que altura deveria saltar sem pára-quedas para chegar ao solo com a mesma velocidade? dado: ρar = 1,2 kg/m³) Resolução: a) b) Queda livre 15) Qual a velocidade de um óleo que deverá se estabelecer num tubo de 1 in de diâmetro para que este escoamento seja dinamicamente semelhante a um escoamento de água a 68°F com velocidade de 10 ft/sec num tubo de diâmetro de ¼ in? (Dados: Resolução: (SI) G D(Diâmetro) D(Arrasto) v(?) g 43 1) Re até 2000 2) Re ≥ 4000 Escoamento Turbulento Escoamento Laminar Escoamento Turbulento 1) Força de Inércia (Fi) Sabe-se: → se depende de L; Fi depende de L a → depende de v L: M: T: ∴ →2) Força de Viscosidade (Fv) Pela Lei de Newton: O número de Reynolds (Re) A experiência de Reynolds Escoamento Laminar “Os filetes de fluido não interferem verticalmente no escoamento.” Significado físico Verifica-se, então, que o número de Reynolds é proporcional a relação entre a Força de Inércia (Fi) e a Força de Viscosidade (Fv). Portanto a Força de Viscosidade é a ordenadora dos filetes fluidos enquanto que a de inércia tende a desagregá-los. Ocorre o regime laminar (Re baixo) quando a ação da força viscosa (Fv) predomina sobre a Força de Inércia (Fi). O predomínio da Força de Inércia (Fi) sobre a Força de Viscosidade (Fv) desagrega os filetes, originando o regime turbulento. 44 Convecção: Mecanismo predominante de transferência de calor nos fluidos. Convecção Natural Convecção Forçada Calor Correntes de convecção Calor Misturador Fenômeno complexo → Transferência simultânea de massa, energia, quantidade de movimento. Não há solução matemática conhecida. “Solu o de Engenharia” → troca de calor ∆ ∆ → h ∴ coeficiente de filme (de película) 1) Caldeiras fogo-tubulares 2) Trocadores de calor resfriadores da gua quente provenientes do MCP. Problema: como aumentar a troca de calor? (Análise Dimensional) Aplicações do nº de Reynolds T >T1 2 q T T 1 2 Gases Quentes Água Água Equação de Dittus Boeler VL y Re 45 : D: Diâmetro K: Condutividade Térmica Água: Solução proposta: Como vimos, o coeficiente de película depende do Re, ou seja, para aumentarmos a troca de calor podemos aumentar o Re, consequentemente o escoamento da água terá um comportamento turbulento. 8) Qual a vazão máxima Q que em m³/minutos de um óleo combustível na temperatura de 38° C e pressão de 1 atm para que num tubo de diâmetro 2 cm, o escoamento seja mantido laminar. (Dados: ). Resolução: Escoamento laminar: Usar → Velocidade Crítica Sabe-se: 9) Ar atmosférico a uma temperatura de 75°C escoa numa placa plana com velocidade de 12 . Para qual comprimento comprimento L da placa, o escoamento deixará de ser laminar. (Dados: ) Resolução: Escoamento Laminar (Placa plana): Gases Quentes Água Água Exercícios Resolvidos vQ πD² 4 Ar L 46 ∴ 10) Um escoamento de água se dá no interior de um tubo longo de 5 cm de diâmetro, numa vazão de . Sabendo-se que a viscosidade dinâmica da é , pergunta-se: qual o regime de escoamento? Resolução: ∴ Água: Regime turbulento 2º Método: comparar a velocidade atual com a velocidade crítica Cálculo da Regime turbulento 11) Um fluido newtoniano de escoa através de um tubo de 25mm de diâmetro e velocidade de 2,6m/s e com viscosidade 0,38 Ns/m². Determine o Re utilizando unidades SI e BG. SI: 47 BG: Obs: 48 Exemplos: SL Canal Rio Profundidade Navegação na superfície Ondas de superfície g For as que predominam: Força de inércia: Força gravitacional: Ondas de superfície: Froude estabeleceu as primeiras leis confiváveis em relação a resistência que a água oferece ao deslocameto da embarcação, estabeleceu, ainda, cálculos referentes a sua estabilidade. O número de Froude é um fator adimensional, proporcional à relação entre a força de inércia e as forças gravitacionais. Obs: O nº de Froud não se aplica apenas aos navios. c vx Velocidade de propagação Celeridade O número de Froude (Fr) Escoamento com superfície livre Prova-se que: Dividindo: Aplicações do nº de Froude 49 g v L v velocidade de avan o → velocidade de propagação da onda de superfície Para embarcações o nº de Froude pode ser definido como a razão entre a velocidade de escoamento (velocidade de avanço) e a velocidade de propagação de uma onda longa de superfície associada com a profundidade. A natureza das ondas produzidas depende do nº de Froud do escoamento e da forma do objeto. 1º Caso: c v = 0x O nº de Froude tem outras aplicações. Exemplos: Comprimento caracter stico Águas profundas: Comprimento do casco Águas rasas: profundidade do canal 2º Caso: c vx 3º Caso: c vx 50 o c lculo de dissipadores de Ec da água que adquire grandes velocidades em obras hidráulicas. Aplic vel a escoamentos livres classificando-os quanto a sua turbulência. * Em escoamentos livres: v velocidade do escoamento hm profundidade média Ts argura superficial ym ∆ = área molhada ∆ Fr < 1: Escoamento fluvial (lento) Rios e condutos artificiais de baixas velocidades de fluxo, ou baixas declividades. Fr > 1: Escoamento torrencial (rápido) Rios e condutos artificiais de altas velocidades de fluxo ou altas declividades. Fr = 1: Escoamento crítico ym ∆ rea molhada ∆ Obsfinal: estes conceitos podem ser aplicados p/navegação em canais, onde a velocidade média de escoamento é substituída pela velocidade de avanço de embarcações, Superfície Livre Ondas de proa Ondas de popa Ondasdivergentes Ondas transversais Canal ou Rio hm Resistência de ondas 51 Tipos de casco: v v Tradicional Bulbo de proa (bouble bow) O bulbo de proa gera um trem de ondas defasado de meio comprimento de onda em relação as ondas de proa. Diante disso tem-se uma interferência destrutiva entre elas, suavizando as ondas resultantes e, conseqüentemente, economizando o combustível da embarcação. Cálculo do Re dá água 52 Por definição: é Relação entre Forças de Inércia e Forças Elásticas; É uma medida da relação entre a energia cinética do escoamento e a energia interna do fluido; É o parâmetro mais importante quando as velocidades são próximas ou superiores à do som; ∴ velocidade do objeto projétil aeronave ∴ velocidade da onda de press o no ar som Obs: Ar meio el stico Quando: : velocidade subsônica : velocidade supersônica : velocidade hipersônica Obs: velocidade transônica velocidade sônica inst vel para voar 17) Uma aeronave a jato move-se numa velocidade v de 550 mph numa altitude H de 35000 ft, onde a temperatura é de -66 °F. determinar o número de Mach da aeronave. (Dados: : Resolução: Para l quidos Para g s 18) Um duto de ventilação tem seção reta igual a e escoa ar atmosférico a 27 °C. O dispositivo de fechamento desse duto suporta esforços até 400 kgf e sofreram avarias quando bloquearam uma corrente de ar insuflada a 6 m/s. Sugerir uma causa para a avaria. O Número de Mach (Ma) Exercícios Resolvidos C V Ma 53 Resolução; Ar atmosférico a 27 °C = 300 K ∆ ∆ ∆ Obs. Os cálculos mostram que a força aplicada excede o limite estabelecido para o dispositivo de fechamento. 19) Uma válvula é subitamente fechada numa tubulação de 3 pol de diâmetro que transportava glicerina a 68 °F. A instrumentação de controle indicou um acréscimo de pressão de 100 psi. Qual a vazão provável? Resolução: ∆ ∆ ∆ ∆ 54 Definição: Perturbações que se propagam alternadamente. Representa o gr fica Sen ide λ ∴ comprimento de onda v ∴ velocidade de propaga o celeridade c T ∴ período f ∴ freqüência Sabe-se: Camadas eletromagnéticas alternadas que se propagam. A sua propagação não depende da existência de um meio material. Necessitam de um meio material para se propagarem. Ondas de gravidade (superfície) Ondas Dispositivos Hiper-sustentadores Ondas Eletromagnéticas Ondas Mecânicas Celeridade: Velocidade de propagação da onda de pressão no fluido a m p lit u d e O A B C D E λ X +ym -ym 55 Originadas pela transferência de energia de um objeto sólido para a superfície livre de um liquido. Superfície Livre Trem de ondas Velocidade de propagação Ondas de pressão Originadas por uma súbita e localizada variação na pressão e massa específica. - Velocidade de propagação: - Corpos sólidos: Praticamente instantânea - Corpos fluidos: A velocidade de propagação (celeridade), é igual à velocidade do som no fluido. Obs: demonstra-se que: Celeridade c: Onde ρ massa espec fica E = módulo de elasticidade volumétrica (Tabelada) Para líquidos, é muito elevado. c Velocidade de avanço Quando Ma > 1, ou seja, em velocidade supersônica, ocorre o efeito chamado de “Cone de ach” Celeridade Nrº de Froude (Fr) é Número de Mach (Ma) : velocidade subsônica : velocidade supersônica : velocidade hipersônica 56 M < 1a M > 1a Aplicações/Consequências 1) Prejudicial: Golpe de Aríete (Fechamento de válvula) 2) Aplicações Ecobatímetro, sonar, sismografia (Terra ou mar), Sinalização sub aquática entre emissores/sensores (DP) As ondas no mar e lagos se formam pela perturbação da superfície da água por: Ventos, Sismos, deslizamentos e vulcões Forças gravitacionais Estes agentes transferem energia e momento à massa d’ gua Esta energia é dissipada de várias formas. Uma delas é através de ondas A forma é transmitida e não a massa de água A forma é transmitida e não a massa de água Hidrodinânica das ondas 57 Relações H/L = esbeltez (steepness) d/L >0,5 denota águas profundas H/d = altura relativa 0,1 < d/L<0,5 denota águas transicionais d/L = profundidade relativa d/L < 0,1 denota águas rasas • Dois tipos principais de ondas de gravidade: Ondas capilares • H < 2 mm • L < 2 cm • 0 < T < 0,2 s • São geralmente eliminadas pela tensão superficial da água. • Ondas de gravidade • H < 50 m • L < 1.000 m • 0,2 < T < 15 s Ondas de vento 58 ondulações (swell) Movimento orbital das partículas d’água numa onda A ondulação é uma onda distante da zona de formação e não recebe mais energia. Ondas em águas rasas 59 • Diminui a velocidade de avanço • Diminui o comprimento de onda • Aumenta a esbeltez • A onda arrebenta Tipos de arrebentação Difração de ondas Tsunamis ou maremotos Refração de ondas 60 Espectro de ondas Alturas máximas e significativa das ondas observadas no litoral do Paraná e em alguns períodos entre 21.08.82 e 21.01.83 Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Altura Máxima (m) 2,35 3,95 3,20 2,65 3,50 Altura Significativa (m) 1,58 2,54 2,041,49 2,13 Período Médio (seg) 16,53 10,73 12,00 9,80 12,00 Direção - 112º 133º 140º 123º 61 Correntes de deriva litorânea longitudinal (longshore current) Correntes de retorno (rip currents) 1ª) Causa: v vρ ρ1 1v v = 01 2 Válvula aberta Válvula subitamente fechada Q 1ª Situação 2ª Situação Corresponde ao choque (onda de choque), resultante do súbito decréscimo na velocidade de um fluido. A queda da energia cinética do fluido, implica numa súbita e localizada variação na pressão, o que causará uma onda de pressão que se deslocará pela tubulação na velocidade do som no fluido. Portanto as variações ou acréscimos de pressão, são decorrentes de variações na vazão ou fluido. As variações na vazão decorrem, por sua vez, por perturbações voluntárias ou involuntárias, que se interponham ao fluxo de líquidos e gases em condutos forçados, tais como: Aberturas e fechamento de válvulas Golpe de Aríete Correntes geradas por ondas 62 Falhas mecânicas de dispositivos de proteção e controle Parada de turbinas hidráulicas e de bombas, nestas últimas a causa principal é a queda de energia no motor Durante o fenômeno do golpe de aríete, a pressão poderá atingir níveis muito altos e não previstos no projeto. Esse fato poderá causar sérios danos ao conduto (tubulação) ou avarias nos dispositivos nele instalados. Tais como: ruptura de tubulações por sobrepressão, avarias em bombas e válvulas, colapso de tubos devido a formação de vácuo. Na engenharia hidráulica é pratica usual procederem-se à análise do golpe, procurando quantificá-lo numericamente, para que seja possível a apuração de medidas preventivas, que venham a anular ou minimizar seus efeitos indesejáveis. O simples desconhecimento dos efeitos de um golpe de aríete pode implicar em projetos de sistemas de tubulações com paredes desnecessariamente espessas (superdimensionadamente) ou perigosamente reduzidas (subdimensionamento). A análise do golpe de aríete, nem sempre é muito simples, requerendo em muitos casos o auxílio de softwares especiais, pois os métodos de cálculos tradicionais podem se tornar não confiáveis. A complexidade da análise é maior nos casos de sistemas ramificados ou com malhas de tubos, tornando indispensável o uso do computador. No Brasil, o método computacional adotado (método das características) consta da norma técnica da ABNT: NBR-12215/1992, aplicável especialmente nos projetos de sistemas de adução de água. Dispositivos de proteção: No projeto de tubulações de recalque, deve incluir uma análise/pesquisa pormenorizada para especificação dos equipamentos e dispositivos especiais, objetivando evitar transiente indesejáveis. O método de proteção mais simples é o de especificar tubulações capazes de operar numa certa faixa de pressões, que incluem as sobrepressões (pressões altas) e as depressões (pressões baixas) previstas no projeto. Este método, porém não oferece proteção adequada às válvulas, conexões e instrumentação. Cumpre acrescentar que as constantes variações de tensões (tensões alternadas) que podem induzir a fadiga do material, cuja trinca pode propagar-se rapidamente. O problema é agravado se uma tubulação metálica conduz um meio corrosivo (água salgada, por exemplo), onde poderá ocorrer a interação dos fenômenos de fadiga e corrosão. Neste caso, o limite de fadiga (endurance limit) é prontamente ultrapassado, provocando falhas, muitas vezes catastróficas da instalação. Logo, um procedimento adequado é adotar-se algum tipo de proteção capaz de minimizar as variações de pressão. Dentre os métodos de proteção podem ser citados. Volantes de inércia Ventosas Reservatórios unidirecionais By-pass 63 Chaminés de equilíbrio reservatórios hidropneumáticos Válvulas de alívio Válvulas de retenção Algumas vezes é vantajoso combinar esses dispositivos. Chaminé de alívio ou reservatório hidropneumático são inviáveis. Pode-se utilizar ventosas com válvulas de alívio. De acordo com Bernoulli se iguala a zero, o termo aumenta muito, gerando uma onda de pressão no fluido. 16) Numa tubulação rígida de 12 polegadas de diâmetro escoam alternadamente água a 60° F, glicerina a 68° F e um óleo de densidade 0,8. Estes fluidos que escoavam na velocidade inicial de 4 ft/sec foram subitamente parados pelo fechamento de uma válvula. Calcular, para cada caso, o acréscimo de pressão nas paredes do duto. Obs: Em cada fluido o acréscimo de pressão percorre a tubulação na celeridade do som no fluido. Para o cálculo dessa celeridade, necessita-se do módulo de elasticidade volumétrica do fluido, que é tabelado. Dados: Para a água: Para a glicerina: Para o óleo: Resolução: ∆ Cálculo das celeridades: Água: Glicerina: Exercícios Resolvidos 64 Óleo: C lculo dos ∆p’s ∆ ∆ Água: ∆ Glicerina: ∆ Óleo: ∆ Conclusão: O cálculo mostra que os acréscimos de pressão são muito elevados, portanto, no projeto de sistemas de tubulações, deve-se prever algum tipo de proteção para minimizar ou atenuar os acréscimos de pressão. Obs: Os projetos modernos de tubulações de grande diâmetro prevêem que as válvulas de controle de segurança sejam acionadas por um atuador controlado por um posicionador através de um protocolo de abertura/fechamento. Introdução: Cavitação é o fenômeno decorrente da formação de bolhas de vapor nas regiões de baixas pressões, quando existe uma velocidade relativa muito alta entre um líquido e uma superfície sólida. O liquido fica cheio de cavidades correspondentes as bolhas de vapor formadas. Estas bolhas, em razão do fluxo, são carreadas (levadas) para regiões de altas pressões onde sofrem colapso (implodem). Pelo princípio da conservação de energia, a implosão das bolhas cria ondas de choque que, ao incidirem em qualquer superfície sólida provocam avarias ou trepidação. Cavitação e Ventilação Cavitação 65 P(ATM) T(ºC) P1 P2 P3 1 T3 T2 T1 100 Líquido Vapor Curva de Saturação ω u ω u Baixa Pressão Esteira de bolhas Para qualquer tipo de propulsor onde ocorra uma velocidade relativa muito alta entre a água e as partes sólidas, haverá o risco potencial de cavitação. Tal fato deve ser levado em conta, por ocasião do projeto e, também, na utilização do propulsor. Conseqüência: Quando as bolhas de vapor encontram uma área de alta pressão e elas implodem, voltando ao seu estado líquido. A energia armazenada nessas bolhas de vapor é dissipada nesse colapso sob a forma de ondas de choque. Quando essas ondas encontram um meio sólido (casco ou hélice, por exemplo) ocorre um desprendimento de matéria desses meios. Esse desgaste ou erosão poderá causar o desbalanceamento do hélice ou propiciar a oxidação do casco.
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