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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS

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CONTINUAÇÃO AÇÃO PENAL
5 - CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL
Classificada a partir da legitimação ativa. 
A ação penal pública, cujo titular é o Ministério Público, subdivide-se em:
ação penal pública incondicionada;
 ação penal pública condicionada.
A ação penal de iniciativa privada tem como espécies:
ação penal exclusivamente privada;
ação penal privada personalíssima;
ação penal privada subsidiária da pública (ou ação penal acidentalmente privada): art. 5º, LIX, CF.
6. PRINCÍPIOS
6.1. Princípio do ne procedat iudex ex officio: não poderá o juiz dar início a um processo de ofício, sendo-lhe vedado o exercício da ação.
Exceção: art. 654, §2°, do CPP.
6.2. Princípio do ne bis in idem: Ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo fato. 
Duas ações penais são idênticas quando figura no polo passivo o mesmo acusado e quando o fato delituoso atribuído ao agente em ambos os processos criminais for idêntico.
6.3. Princípio da intranscendência: a denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas contra o provável autor do fato delituoso. Não pode passar da pessoa do suposto autor do crime.
Art. 5º, XLV, CF – princípio da pessoalidade da pena.
6.4. Princípio da obrigatoriedade da ação penal pública: ao órgão do Ministério Público se impõe o dever de oferecer denúncia caso estejam presentes todas as condições da ação penal (art. 24 do CPP).
6.5. Princípio da oportunidade ou conveniência da ação penal de iniciativa privada: o ofendido ou seu representante legal possuem o juízo de oportunidade ou conveniência acerca do oferecimento (ou não) da queixa-crime. Caso opte pela não oferta, será através da decadência ou da renúncia. 
6.6. Princípio da indisponibilidade da ação penal pública: o Ministério Público não pode dispor ou desistir do processo em curso.
Aplicável à ação penal pública, o princípio da indisponibilidade também se aplica à ação penal privada subsidiária da pública.
Exceção: art. 89 da Lei n° 9.099/95.
6.7. Princípio da disponibilidade da ação penal de iniciativa privada (exclusiva ou personalíssima): é possível que o querelante desista do processo criminal em andamento de 3 formas - perdão da vítima, perempção e conciliação e termo de desistência da ação no procedimento dos crimes contra a honra.
6.8. Princípio da (in)divisibilidade da ação penal pública: o processo criminal de um obriga ao processo de todos.
*Discussão quanto a sua incidência na ação penal pública - nos Tribunais Superiores, tem prevalecido o entendimento de que, na ação penal pública, vigora o princípio da divisibilidade. 
6.9. Princípio da indivisibilidade da ação penal de iniciativa privada: A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá (CPP, art. 49). No mesmo sentido é a concessão do perdão do ofendido, exceto àquele que não aceitar.
7. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Titular: Ministério Público (art. 129, I, CF).
Peça inaugural: denúncia.
Regra geral em nosso ordenamento jurídico – art. 100, caput, CP e art. 257, I, CPP.
IMPORTANTE: 
Atentar aos seguintes termos:
* “somente se procede mediante representação” – Ação Penal Pública Condicionada à representação.
* “procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça” – Ação Penal Pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
* “somente se procede mediante queixa” – Ação Penal Privada.
8. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
Segundo Renato Brasileiro, “quando a promoção da ação penal pública pelo Ministério Público depender de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça, diz-se que a ação penal é pública condicionada”.
Representação: é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de possuir interesse na ação penal.
Condição específica da ação penal.
Sem formalidades.
Art. 39, caput do CPP.
Art. 38, caput do CPP: prazo decadencial de 6 (seis) meses. 
Retratação da representação: só poderá ser feita enquanto não oferecida a denúncia pelo órgão do Ministério Público.
Possível a retratação da retratação.
Requisição: é a manifestação da vontade do Ministro da Justiça, no sentido de que possui interesse na persecução penal do autor do fato delituoso.
a) crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (CP, art. 7o, §3°, “b”); b) crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro (CP, art. 141, I, c/c art. 145, parágrafo único, primeira parte).
Condição específica de procedibilidade.
A lei não menciona o prazo para o oferecimento da requisição, portanto, entende-se que não está sujeita ao prazo decadencial. 
Também é cabível a retratação da requisição do Ministro da Justiça, enquanto não oferecida a denúncia.
9. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA
Segundo Renato Brasileiro, trata-se de “verdadeira hipótese de legitimação extraordinária (ou substituição processual), já que o ofendido age, em nome próprio, na defesa de um interesse alheio, pois o Estado continua sendo o titular da pretensão punitiva”.
São três as espécies de ação penal de iniciativa privada: 
Exclusivamente privada; 
Personalíssima; 
Subsidiária da pública.
9.1. Ação penal exclusivamente privada
Funciona a ação penal exclusivamente privada como a regra.
Possível a sucessão processual - art. 31 do CPP.
9.2. Ação penal privada personalíssima
O direito de ação só pode ser exercido pelo ofendido.
Não há a figura do representante legal, do curador especial e nem existe a possibilidade de sucessão processual. 
9.3. Ação penal privada subsidiária da pública
Art. 5o, inciso LIX, CF; art. 100, §3º do CP e art. 29 do CPP.
A desídia do Ministério Público é a ausência de qualquer manifestação dentro do prazo previsto em lei para o oferecimento da peça acusatória.
Não transforma a natureza da ação penal – continua sendo pública.
Fica a critério do ofendido ou de seu representante legal fazer a opção pelo oferecimento (ou não) da queixa subsidiária.
Prazo decadencial de 6 (seis) meses, contado do dia em que terminar o prazo para o oferecimento da denúncia pelo MP. 
“Decadência imprópria”: a decadência do direito de ação penal privada subsidiária da pública não irá produzir a extinção da punibilidade. O MP ainda pode propor a ação penal. 
MP deve intervir em todos os atos do processo.
Inércia ou negligência do querelante - o MP retoma a ação penal.
9.4. Extinção da punibilidade e ação penal de iniciativa privada
Decadência: art. 38, CPP. É a perda do direito de ação penal privada ou de representação em virtude de seu não exercício no prazo legal. 
Renúncia ao direito de queixa: ato unilateral e voluntário por meio do qual a pessoa legitimada ao exercício da ação penal privada abdica do seu direito de queixa.
Perdão do ofendido: ato bilateral e voluntário por meio do qual, no curso do processo penal, o querelante resolve não prosseguir com a demanda, perdoando o acusado, com a consequente extinção da punibilidade, nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada personalíssima.
Ocorre no curso do processo penal, após o oferecimento da queixa-crime. 
Perempção: é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal privada em virtude da negligência do querelante, com a consequente extinção da punibilidade. 
Art. 60 do CPP
RENÚNCIA
Causa extintiva da punibilidade nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada personalíssima.
Decorre do princípio da oportunidade ou conveniência.
Ato unilateral: não depende de aceitação.
E concedida antes do início do processo (até o oferecimento da queixa-crime).
Por força do princípio da indivisibilidade, a renúncia concedida a um dos coautores ou partícipes do delito estende-se aos demais.
PERDÃO DO OFENDIDO
Causa extintiva da punibilidade nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada e de ação penal privada personalíssima.
Decorre do princípio da disponibilidade.
Ato bilateral: depende de aceitação do querelado
E concedido durante o curso do processo.
Por força do princípio
da indivisibilidade, o perdão concedido a um dos querelados estende-se aos demais, mas desde que haja aceitação.

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