Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
05-Feb-13 1 Introdução à Ciência Atuarial Luisa Terra 2º semestre 2012 2 Avaliações 05/03 – Prova 1 26/03 – Prova 2 1º/04 – Prova Substitutiva 15/04 – Prova Final 3 A História do Seguro no Mundo Conceito do seguro � compartilhamento ou divisão de riscos. Sinais de preocupação do homem em se segurar ou se proteger são encontrados desde a pré-história. No início dos tempos o homem era nômade e os riscos eram constantes. Com o passar do tempo os homens passaram a se organizar em grupos e se fixar em regiões que lhes proporcionassem segurança e sobrevivência. 4 Neste contexto inicia-se a distribuição de tarefas e o mutualismo. Mutualismo (Bio) � é a interação entre duas espécies que se beneficiam reciprocamente, ex. aves que catam parasitas no gado. Mutualismo (Atuaria) � formação de um grupo de pessoas com interesses em comum constituindo uma reserva econômica para dividir um risco de um acontecimento não previsto. Os povos hebreus praticavam o mutualismo repartindo os prejuízos provenientes de acidentes com algum dos rebanhos entre todos os pastores. MARCELO Realce 05-Feb-13 2 5 Os fenícios desenvolveram um sistema de reposição das embarcações em caso de eventuais perdas em suas viagens realizadas pelo Mediterrâneo e pelo Mar Egeu. Civilizações gregas e romanas � as doações dos fiéis durante os cultos religiosos eram destinada à assistência médica e auxílio funeral. 6 No século XIII a.C. os comerciantes da Babilônia já se preocupavam com os riscos de perda dos camelos ao longo da travessia pelo deserto em direção as regiões vizinhas - formavam acordos nos quais quem perdesse um camelo por desaparecimento ou morte, recebia outro, pago pelos demais criadores. Em 1800 a.C. os navegadores criaram o código Hamurábi - previa que os navegadores deveriam ressarcir aquele que perdesse o seu navio em alguma tempestade. 7 Importante: Os conhecimentos matemáticos da época não permitiam a elaboração de modelos que conseguissem mensurar estatisticamente as perdas esperadas - o sinistro era dividido entre os participantes após a sua ocorrência. Sinistro: o risco previsto no contrato de seguro Hoje a prevenção das perdas é feita mediante ao pagamento antecipado: o prêmio. Continuando a história... 8 Idade Média Seguros náuticos: os navegadores obtinham com os banqueiros um empréstimo em dinheiro que deveria ser devolvido, acrescido de elevados juros, caso a embarcação chegasse sem sofrer danos ou perdas ao seu destino; caso contrário o navegador ficaria de posse do empréstimo. Proibição do seguro marítimo pela igreja: somente a vontade divina seria capaz de minorar as desgraças e infortúnios do homem. MARCELO Realce 05-Feb-13 3 9 Criativo mecanismo entra em ação: os banqueiros passaram a “comprar” os navios e a carga. Ocorrendo o sinistro (algum acidente ou perda no percurso) os navegadores ficam com o dinheiro do banqueiro e o banqueiro com o prejuízo. Se, ao contrário, nada acontecesse nem com a carga e nem com o navio, o navegador rescindia o contrato de venda, ficando com o bem, mas pagando uma multa (equivalente aos juros sobre o capital cobrado anteriormente à proibição. 10 O primeiro contrato do seguro, propriamente dito, foi em 1347 e, em 1370, o primeiro co-seguro, ambos em Gênova. Todos ligados à navegação mercantil. Em 1385, em Piza, tem-se registro da primeira apólice, cujo nome deriva do italiano polizza, que significa “promessa”. O seguro só se estabeleceu nas bases em que é conhecido atualmente na Inglaterra, durante a Revolução Industrial, quando foram criadas as primeiras sociedades de seguros. A mais significativa delas foi a Lloyd's que surgiu de uma taberna e um jornal (dedicado aos seguradores marítimos). Fundada em 1687, por Edward Lloyd é, hoje, uma das mais tradicionais companhias de seguro do mundo. 11 Em 1693, o astrônomo inglês Edmond Halley, descobridor do cometa que leva seu nome, publicou um estudo que consistia na observação de sobrevida, de um ano para o outro, de um determinado grupo de pessoas. No entanto, apenas em 1815 é possível encontrar evidências da primeira tábua de vida que utiliza conceitos atuariais. Em 1684, surge em Londres a primeira companhia de seguros “contra incêndio”, criando o primeiro seguro incêndio do mundo. Em 1755, o matemático inglês james Dodson publicou seus cálculos sobre os preços de um Seguro de Vida Inteira, e introduziu o conceito de provisão matemática. 12 Em 1789, publicava-se o primeiro Código Uniforme de Seguros, proporcionando a universalização dos seguros. A Revolução Industrial e os avanços matemáticos de Leibnitz e de Pascal, na estatística, que possibilitaram a formação dos critérios atuariais que permanecem até os dias de hoje e que foram fundamentais para evolução da atividade de seguros. MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce 05-Feb-13 4 13 O seguro no Brasil A atividade seguradora no Brasil teve início com a abertura dos portos ao comércio internacional, em 1808. A primeira sociedade de seguros a funcionar no país foi a "Companhia de Seguros BOA-FÉ", com sede na Bahia, em 24 de fevereiro daquele ano, que tinha por objetivo operar no seguro marítimo. Essa seguradora foi findada com a chegada da corte de Portugal. Neste período, a atividade seguradora era regulada pelas leis portuguesas. Somente em 1850, com a promulgação do "Código Comercial Brasileiro" (Lei n° 556, de 25 de junho de 1850) é que o seguro marítimo foi pela primeira vez estudado e regulado em todos os seus aspectos. 14 O seguro no Brasil O advento do "Código Comercial Brasileiro" foi de fundamental importância para o desenvolvimento do seguro no Brasil, incentivando o aparecimento de inúmeras seguradoras, que passaram a operar não só com o seguro marítimo, expressamente previsto na legislação, mas, também, com o seguro terrestre. A Argos Fluminense foi a primeira seguradora a realizar seguros terrestre no Brasil. 15 O seguro no Brasil O seguro de vida, até meados do século XIX, era proibido pelo Código Comercial Brasileiro, com exceção dos escravos que eram considerados “objetos passíveis de propriedade”. Em 1855, foi autorizado o funcionamento da Seguradora Tranquilidade que assegurava vidas de pessoas livres e escravos, sob o fundamento de que o Código Comercial só proibia o seguro de vida quando feito juntamente com o seguro marítimo. Com a expansão do setor, as empresas de seguros estrangeiras começaram a se interessar pelo mercado brasileiro, surgindo, por volta de 1862, as primeiras filiais de seguradoras sediadas no exterior. 16 O seguro no Brasil Estas filiais transferiam para suas matrizes os recursos financeiros obtidos pelos prêmios cobrados, provocando uma significativa evasão de divisas → visando proteger os interesses econômicos do País, foi promulgada, em 5 de setembro de 1895, a Lei n° 294, dispondo exclusivamente sobre as companhias estrangeiras de seguros de vida, determinando que suas reservas técnicas fossem constituídas e tivessem seus recursos aplicados no Brasil, para fazer frente aos riscos aqui assumidos. Algumas empresas estrangeiras mostraram-se discordantes das disposições contidas no referido diploma legal e fecharam suas sucursais. MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce 05-Feb-13 5 17 O seguro no Brasil O mercado segurador brasileiro já havia alcançado desenvolvimento satisfatório no final do século XIX. Contribuíram para isso, em primeiro lugar, o Código Comercial, estabelecendo as regras necessárias sobre seguros marítimos, aplicadas também para os seguros terrestres e, em segundo lugar, a instalação no Brasil de seguradoras estrangeiras, com vasta experiência em seguros terrestres. 18 O seguro no Brasil O CONTRATO DE SEGURO NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO Foi em 1º de janeiro de 1916 que se deu o maior avanço de ordem jurídica no campo do contrato de seguro, ao ser sancionada a Lei n° 3.071, que promulgou o "Código Civil Brasileiro", comum capítulo específico dedicado ao "contrato de seguro". Os preceitos formulados pelo Código Civil e pelo Código Comercial passaram a compor, em conjunto, o que se chama Direito Privado do Seguro. 19 O seguro no Brasil Esses preceitos fixaram os princípios essenciais do contrato e disciplinaram os direitos e obrigações do segurado e do segurador, de modo a evitar e dirimir conflitos entre os interessados. Foram esses princípios fundamentais que garantiram o desenvolvimento da instituição do seguro. 20 O seguro no Brasil SURGIMENTO DA PRIMEIRA EMPRESA DE CAPITALIZAÇÃO A primeira empresa de capitalização do Brasil foi fundada em 1929, chamada de "Sul América Capitalização S.A". Entretanto, somente 3 anos mais tarde, em 10 de março de 1932, é que foi oficializada a autorização para funcionamento das sociedades de capitalização através do Decreto n° 21.143, posteriormente regulamentado pelo Decreto n° 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, também sob o controle da Inspetoria de Seguros. MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Nota entender melhor essa partenull 05-Feb-13 6 21 O seguro no Brasil CRIAÇÃO DO INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL - IRB Em 1939, foi criado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), através do Decreto-lei n° 1.186, de 3 de abril de 1939. O objetivo do IRB que detinha o monopólio do resseguro (seguro do seguro) e dos mecanismos de cosseguro (repartir riscos com outras seguradoras) e retrocessão (resseguro de um resseguro), era fortalecer as seguradoras nacionais por meio de pulverização do risco em resseguro automático e reter no Brasil atividades de resseguros feitas em outros países. 22 As sociedades seguradoras ficaram obrigadas, desde então, a ressegurar (seguro do seguro) no IRB as responsabilidades que excedessem sua capacidade de retenção própria, que, através da retrocessão (resseguro do resseguro), passou a compartilhar o risco com as sociedades seguradoras em operação no Brasil. Com esta medida, o Governo Federal procurou evitar que grande parte das divisas fosse consumida com a remessa, para o exterior, de importâncias vultosas relativas a prêmios de resseguros em companhias estrangeiras. 23 É importante reconhecer o saldo positivo da atuação do IRB, propiciando a criação efetiva e a consolidação de um mercado segurador nacional, ou seja, preponderantemente ocupado por empresas nacionais, sendo que as empresas com participação estrangeira deixaram de se comportar como meras agências de captação de seguros para suas respectivas matrizes, sendo induzidas a se organizar como empresas brasileiras, constituindo e aplicando suas reservas no País. 24 DESENVOLVIMENTO DO MERCADO SEGURADOR Antes da estabilização da moeda, fatores como falta de legislação e regulamentação para o setor, baixo poder de compra, falta de concorrência e a própria inflação prejudicavam bastante o setor de seguros. Em época de inflação alta, a moeda desvalorizava-se tanto, que mesmo a correção monetária das apólices não era suficiente para repor os bens sinistrados. MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Realce MARCELO Nota estudar melhor essa parte 05-Feb-13 7 25 O Plano Real causou uma explosão dos seguros no Brasil. Consumidores antes esquecidos e com baixo poder de compra, principalmente no que se refere ao um produto intangível como o seguro, foram trazidos pela estabilidade econômica para o mercado de seguros, assim como para muitos outros. Isso gerou um incremento significativo no faturamento do setor e uma nova cultura de consumo e poupança no país, trazendo de volta a oportunidade de investir a médio e longo prazo. 26 Os slides foram gentilmente cedidos pelos Professores Leonardo Costa e Reinaldo Marques MARCELO Realce MARCELO Realce
Compartilhar