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Áudio aula 12 – Raul Prebisch
Limites da industrialização que Prebisch e CEPAL propunham como instrumento da situação de dependência:
Prebisch e Furtado ao longo dos anos 60 e 70 reconhecem que as propostas iniciais da CEPAL negligenciavam alguns aspectos e superestimavam as potencialidades da industrialização. A industrialização era vista como meio de obter o desenvolvimento econômico, mas ele não deveria ser só uma incorporação do progresso técnico visando aumento da produtividade. Essa era uma condição de que só haveria desenvolvimento a medida que o progresso técnico, o ganho da produtividade fosse distribuído com aumento do bem-estar da população, e de outro lado, se traduzisse num ganho de autonomia nacional. Maior autonomia, um avanço em relação ao sistema tradicional da DIT, que polarizava um centro formado por países altamente industrializados e uma periferia basicamente de primários exportadores.
O que Prebisch e Furtado observam ao longo desses anos é que a industrialização da CEPAL não se convertia em desenvolvimento de fato, por mais que estivesse gerando crescimento econômico, modernização da produtividade de alguns países, dinamismo econômico notado nos países que mais avançaram. No entanto, essa industrialização não conseguia resolver os problemas básicos da AL, o subdesenvolvimento que se traduz como baixo nível de vida da população, desemprego estrutural e heterogeneidade (desigual) estrutural, persistência da dependência externa.
Três pontos principais na discussão da industrialização:
A industrialização não modificou a posição da AL na DIT: A industrialização por substituição de importações nos anos 40 e 50, mesmo avançando bastante no caso do Brasil, Argentina e México, não foi substancial para modificar a posição subordinada da AL na DIT. Mesmo onde a AL se industrializa, continua sendo, externamente, provedora de produtos primários, porque essa industrialização se deu nas condições da crise de 29 e pelo desarranjo momentâneo nas relações internacionais. Uma industrialização no contexto de relativo isolamento, protecionismo involuntário em alguns países e que não tinha como concorrer no meio internacional, portanto não altera a inserção externa dos países LA.
O que se nota a partir disso é que nos mais industrializados da AL, ganha importância a exportação de manufaturados, mas sem superar a exportações de primários, e esse aumento de manufaturados estava voltado para países da periferia, da AL inclusive, do que para países do centro. Então a relação do centro e periferia, no intercambio, não se modificou de modo significativo, como essa industrialização e mesmo os manufaturados ganhando peso nas exportações, ainda foi uma estratégia de lucros transacionais. Configura-se mais o comércio entre filiais de transnacionais localizadas em vários países da AL do que um avanço em superar essa inserção internacional dos países LA no capitalismo.
“internacionalização do mercado interno”: que foi quando as economias mais industrializadas da AL abriram mercados para participação de empresas transnacionais. Isso criou novas formas de dependência mais profundas que as tradicionais baseadas no comércio exterior, pois nessa fase ocorre internacionalização das relações de dependência, onde a influência externa se internaliza nas estruturas das economias LA, com essas filiais de transnacionais que agora ocupam o mercado interno e participam do processo de industrialização periférica. Portanto, os sumos dessa industrialização passam a se dar em função das necessidades dos grupos transnacionais, onde as filiais são um prolongamento condicionado por uma estratégia global desses grupos econômicos.
Esses países não formaram capital e burguesia nacional, o desnível entre capitais que penetram na indústria voltados ao mercado externo e os capitais nacionais que antes estavam, protegido nas décadas de substituição de importações eram desnível insuperável para capitais nacionais, que foram deslocados pelo capital estrangeiro na industrialização nos setores mais estratégicos da própria industrialização, setores da indústria pesada.
A empresa transnacional representa concentração do poder econômico (termo do autor), que teria consequências no plano político, crescendo a influência do capital internacional na decisão dos rumos da industrialização periférica.
Possível reversibilidade da industrialização dependente: ideia vista por Caio Prado, que para Furtado no estudo da empresa transnacional é possível apontar esse risco, que nos anos 90 se concretizou, o processo de desendustrialição, que se identificou no Brasil e em outros LA, inclusive México e Argentina com crises políticas, mostrou que essas conquistas não tinham bases tão solidas quanto parecia na avaliação da CEPAL.
A proposta inicial da CEPAL e Prebisch na industrialização e desenvolvimento econômico capitaneado pelo Estado Nacional era um processo que se mostraria problemático e limitado dos próprios objetivos que a CEPAL queria.
Retorno a explicação do autor:
A questão colocada pelos estudos do autor era o problema da condição periférica, a inserção das economias LA explicada como situação de dependência e vulnerabilidade externa que se manifestou ainda mais na crise de 29, e por outro lado, a situação de desigualdades que são profundas na sociedade LA, chamadas heterogeneidade estrutural e uma consequência da forma de inserção baseada em economia primárias exportadoras que reproduz o padrão lento e desigual de difusão do progresso técnico em nível mundial. Reforçam a cisão entre países do centro capitalista, onde o progresso técnico se concentra e as estruturas econômicas e sociais permitem retenção de ganhos de produtividade, e uma periferia de economias onde o progresso técnico penetra de modo lento e restrito, em setores específicos e limitados. Não reproduz a revolução das estruturas tal qual ocorreu nos países centrais na chamada RI.
Política de desenvolvimento (Republica Peruana):
A grande questão é a superação da condição periférica e suas implicações. Sendo necessário, a partir do diagnóstico do Prebisch, elaborar um conjunto de medidas de transformações das estruturas econômicas e sociais que permitam a concretização desse objetivo. Esse conjunto de medidas é o que forma uma política de desenvolvimento.
Programa/conjunto de medidas para transformação das estruturas econômicas e sociais da AL, visando superação da condição periférica e superação da dependência e heterogeneidade estrutural interna. Isso que a política de desenvolvimento visa. A ideia de desenvolvimento do Prebische envolve mais que a acumulação de capital e progresso técnico, essas são pré-condições fundamentais não suficientes para adquirir verdadeiro desenvolvimento, a possibilidade de difundir da população os ganhos da produtividade e inovações que são procuradas nessa economia.
Esse programa que o autor propõe tem ramificações profundas nas relações econômicas internacionais, propondo mudança radical na forma como a economia mundial esta organizada, onde a política de desenvolvimento para a AL deveria significar ruptura na DIT, superação dessa organização internacional baseada na polarização centro-periferia. Fica uma questão, dentro do pensamento do autor e CEPAL e que aparentemente se mostrava era a possibilidade de todos os países se transformarem em centros, no sentido de ser desenvolvidos, então a superação da condição periférica deveria levar a superação da própria periferia. Se esse sistema capitalista baseada nessa DIT e depois numa organização internacional comandada por grupos transnacionais, será que nessas condições é possível superação da existência da periferia? Será que não é a existência do sistema capitalista e a forma como ele se difundiu que cristalizou essa estrutura e dentro desses marcos possa haver a superação da condição periférica?
Observações: há em comum entre Prebisch e Furtado a confiança que eles têm nos princípios da razão e possibilidade de vontade política internacional que gere um espaço para reorganização da ordeminternacional favorecendo a periferia. Isso estava em debate por conta da industrialização na periferia. No momento que esse elemento estava acuado não havia a internacionalização do mercado interno e as potencialidades dessa industrialização pareciam ter fundamento e base real. Não que essa industrialização estivesse desde o inicio fracassada, o que faltou e a CEPAL, Prebische e Furtado vão apontar era transformações nas estruturas sociais que levassem adiante a industrialização.
O desenvolvimento econômico é uma parte num desenvolvimento maior, não se pode modificar estruturas produtivas sem simultaneamente proceder nas transformações igualmente profundas das estruturas sociais, políticas, culturais.
O problema é que como o avanço da industrialização se deu sem modificar as relações de dependência que vão se aprofundar na nova fase, e sem modificar a estrutura da propriedade latifundiária, era nos anos 50 e 60, o foco das contradições na AL. As polêmicas sobre desenvolvimento, lutas e movimento sociais da AL, em meados do século XX estavam vinculadas à questão agrária e foi um ponto que não foi equacionado.
O que acontecia é que esses países estavam internacionalizando as estruturas produtivas dos países que passaram pela RI, sem realizar as outras transformações que eles tinham realizado, pra dar suporte a acumulação capitalista e pro processo de desenvolvimento econômico nacional.
... não é possível transformar as estruturas produtivas latinas e simultaneamente mudar as estruturas sociais política e culturais, e o problema é q com o avanço da industrialização se deu sem terminar com a dependência externa e a questão fundamental da estrutura fundiária q nos anos 50 e 60 era o ponto focal da America latina, todas as grandes polemicas sobre o desenvolvimento em meados de 20 estava muito vinculados a questão agrária, um ponto q também n foi resolvido.
 A proposta era a superação da situação periférica através de uma política de desenvolvimento pelo estado nacional onde dois pontos da política de desenvolvimento da Cepal são destacados são as : políticas de industrialização, pois ela é a forma típica do capitalismo onde incorpora se técnicas modernas, pois a agricultura não consegue absorver grande Mao de obra como a industrialização pode. O segundo ponto é que somente através da industrialização seria possível romper a inserção subordinada da DIT, conforme avançasse a substituição de importados AA America ficaria cada vez menos dependente de produtos importados e ganharia a sua dependência suprindo suas próprias necessidades internas. 
 O prebish vê os problemas da incorporação da tecnologia que não guarda vínculos com a realidade latina, pois o desemprego estrutural é inerente ao desenvolvimento, entretanto era prejudicial a população . Logo é necessário critérios para a incorporação dessa tecnologia e o critério fundamental seria a viabilização do aumento do bem estar da população.
Outro ponto que é recorrente ao e pensamento de prebish é o comercio exterior, ele era importante pois no desenvolvimento latino americano a disponibilidade de divisas ou seja o poder de compra em moeda internacional, era necessário enfrentar o problema da restrição da capacidade de importar pois e dependemos de tecnologia estrangeira e a importação é necessária por isso a importância da a disponibilidade de divisas.
Nos países de maiores dimensões o padrão de distribuição de renda é mais desigual e nos países menores é concentrada a renda e a industrialização é mais difícil, logo prebish achava que uma cooperação entre os países era fundamental que futuramente iria se tornar em um mercado comum, sendo possível atenuar os problemas e abrindo melhores perspectivas em relação a industrialização.

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