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Planos de Aula 01 a 15 - FILOSOFIA GERAL E JURIDICA

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PLANO DE AULA 1
Caso Concreto 1 
O filósofo e a justiça 
Com questões práticas sobre riqueza, impostos, crimes, prêmios e castigos, o professor americano Michael Sandel transforma aulas de filosofia em eventos disputadíssimos (Adaptado Revista Época). MARCOS CORONATO Dissecar dilemas morais e éticos, sem nenhuma preocupação em definir o lado certo e o errado, é um dos programas de verão mais disputados por estudantes da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, desde 2004. À frente da classe, com a mão firme de um cirurgião revelando camadas e mais camadas de cada questão proposta, está Michael Sandel, filósofo, escritor, palestrante, fenômeno de popularidade e - seu papel mais importante - professor que consegue níveis impressionantes de atenção e participação dos alunos. O curso ministrado por Sandel foi o primeiro da história a ser publicado em vídeo integralmente por Harvard na internet, há três anos. Apelidado de Justice, ou Justiça (seu nome é Razão moral 22), ganhou um site próprio, e as 12 aulas ministradas em 2005 foram reproduzidas no YouTube. A primeira delas, que questiona se um assassinato pode ou não ser moral a depender de seus fins, foi clicada mais de 3,7 milhões de vezes. Se todos os visitantes virtuais a assistem, isso significa que a aula de filosofia chega a um público equivalente a 100 turmas diárias de 40 pessoas. O que torna uma aula de filosofia tão atraente para tanta gente? Sandel não tem um carisma especial, não faz muitas piadas nem usa recursos tecnológicos para chamar a atenção. Em vez disso, conduz uma aula bem preparada e ensaiada, com uma linha de raciocínio bem clara. Convida os alunos a participar, individualmente ou em grupo, o tempo todo, no melhor espírito socrático. Inclui as contribuições e dúvidas deles no debate e continua a se aprofundar nos dilemas morais e éticos que propõe. Em momentos-chave das aulas, para lidar com situações específicas, traz ao palco o pensamento de gigantes como o grego Aristóteles, o alemão Immanuel Kant ou o americano John Rawls, de maneira simples mas não simplória. Como resultado, cada aula oferece uma gratificante jornada intelectual. O grande objetivo de Sandel é exortar cada cidadão - aluno ou internauta - a usar a filosofia como ferramenta para enfrentar seus dilemas e dúvidas, em vez de fugir deles, e assim tomar decisões melhores no dia a dia. 
Pergunta-se: 
1. Que é Filosofia? 
De acordo com Raimundo Bezerra Falcão em sua obra “Curso de Filosofia do Direito”, a filosofia é o mais profundo e global dos ramos do saber, cujo estudo se encontra a respeito dos princípios primeiros do ser, do conhecimento e da conduta. 
2. Qual a utilidade da filosofia hoje? 
A filosofia é útil porque faz emergir a reflexão, o pensamento e a crítica. Ela nos faz pensar, levanta questões, problematiza o real vivido, o nosso cotidiano e a nossa existência. A filosofia é assim, sobretudo, uma atividade humana fundamental na tentativa de explicar o mundo, o homem e tudo o que nos diz respeito, orientando a nossa existência. 
3. Pesquise e traga para sala de aula uma reportagem sobre a importância da filosofia nos dias atuais.
 “A organização do II Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação é de suma importância para a Universidade. O debate sobre a Filosofia da Libertação no Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, teve um momento rico nos anos 80. Resgatar a memória desta orientação teórica significa refletir criticamente as condições de opressão e as possibilidades de libertação a partir de uma perspectiva latino- americana. A Educação, nesta direção, assume um papel significativo na construção de um pensar descolonizado, em que a reflexão sobre a democracia, a justiça social, e situações de discriminação étnico, racial e sexual são eixos fundamentais de luta. Neste sentido, este Congresso assume o compromisso da Carta de Gramado (07/09/1988), importante documento que registra o comprometimento de intelectuais com o desenvolvimento da Filosofia da Libertação a nível nacional, abrangendo a docência, a pesquisa articulados com os movimentos sociais e a realidade de opressão que vivemos hoje.”
PLANO DE AULA 2
Caso 1 - Como podemos identificar a filosofia na experiência jurídica? "Os argumentos de um juiz ao prolatar uma sentença em geral são técnico-normativos, não jusfilosóficos. (...) Quando alguém transcende a análise de uma norma jurídica (...) e se pergunta sobre o que são as normas jurídicas em geral, está dando um salto de generalização em suas reflexões. A partir de que grau ess salto consegue já se situar naquilo que se possa chamar de filosofia do direito? Durante grande parte da história, com a distinção do direito em relação à política, à ética, à moral e à religião, os discursos mais amplos sobre o direito, que não era ainda eminentemente técnico, eram tidos por filosofia do direito. No entanto, com o capitalismo, a contar da modernidade, o direito adquire uma especificidade técnica. Ele passa a ser considerado a partir do conjunto das normas jurídicas estatais." (MASCARO, MASCARO, Alysson L. Filosofia do direito. São Paulo: Atlas, 2010. p.12). 
Considerando a afirmação acima, pergunta-se: 
Que é Filosofia do direito? 
RESPOSTA: é o resultado da atitude de pensar, crítica e metodicamente, o Direito. Nesse sentido o Ser, aqui, é o Direito. 
Qual a utilidade da reflexão filosófica para o direito? 
RESPOSTA: Cumpre a função de problematizar o Direito; de implementar a tarefa conceitual; de depurar a linguagem jurídica etc. De qualquer modo à Filosofia do Direito compete oferecer ao acadêmico e ao profissional do Direito a possibilidade de pensar e re-pensar de forma crítica os diversos elementos que compõem o vasto universo jurídico. 
PLANO DE AULA 3
Caso 1 - A política Na conversa diária, usamos a palavra política de diversas formas que não se referem necessariamente a seu sentido fundamental. Por exemplo, sugerimos a alguém muito intransigente que "seja mais político" na sua maniera de agir, ou nos referimos à "política"da empresa, da escola, da Igreja, como formas de exercício e disputa do poder interno. Há também um sentido pejorativo de política, atribuído pelas pessoas desencantadas, que, diante da corrupção e da violência, a associam à "politicagem", falsa política em que predominam os interesses particulares sobre os coletivos. Afinal, de que trata a política? (ARANHA, Maria Lúcia de A.; MARTINS, Maria Helena P. Filosofando. Introdução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003. p. 214) 
Diante da citação acima, responda as perguntas que seguem: 
1 - Podemos considerar a filosofia política como estudo da "politicagem"? Justifique. 
RESPOSTA: Não. A politicagem é um sistema de idéias e de comportamentos [racionais ou mesmo não racionais] caracterizado pela utilização de técnicas abusivas do poder. E a Filosofia Política investiga as relações humanas em sentido coletivo. 
2 - Com base na problematização do texto acima, pesquise e, após, apresente à turma uma definição filosófica para política? 
RESPOSTA: A política é uma actividade orientada ideologicamente para a tomada de decisões de um grupo para alcançar determinados objectivos. Também pode ser definida como sendo o exercício do poder para a resolução de um conflito de interesses. A utilização do termo passou a ser popular no século V a.C., quando Aristóteles desenvolveu a sua obra intitulada precisamente “Política
PLANO DE AULA 04 
Caso 1 
Diante da entrevista acima, responda: 
Que tipo de liberdade, definida pelos antigos, percebemos nesta entrevista? Justifique.
RESPOSTA: Liberdade de expressão. A maioria dos ideais políticos modernos como justiça, a liberdade, o governo constitucional, surgiu na Grécia antiga. 
2 - Pelo que você leu na entrevista acima e, pelos seus conhecimentos acerca da forma como a Antiguidade relacionou ética e política, pesquise e apresente em sala de aula exemplos atuais para o sentido de liberdade apontada na questão anterior. 
Liberdade é classificada pela filosofia, como a independência do ser humano,o poder de ter autonomia e espontaneidade .A liberdade é um conceito utópico, uma vez que é questionável se realmente os indivíduos tem a liberdade que dizem ter, se com as mídias ela realmente existe, ou não. Diversos pensadores e filósofos dissertaram sobre a liberdade, como Sartre, Descartes, Kant, Marx e outros. 
PLANO DE AULA 05 
Caso 1 – Michael Sandel: "A política precisa se abrir à religião" O professor de filosofia em Harvard diz que os princípios e a moral são bem-vindos ao debate público – mesmo que tenham origem na fé. MARCOS CORONATO A sociedade brasileira se acomodou perigosamente a uma ideia: quem não pode pagar um colégio particular não tem como garantir aos filhos educação de qualidade. Convivemos com situações variadas em que o dinheiro manda: com ele, é possível eleger políticos, passar à frente da fila em parques de diversões e até adquirir o direito de emitir poluentes no ar comprando créditos de carbono. O fenômeno não é só brasileiro. Em diversos países, ricos e pobres, experimentam-se os limites do poder do dinheiro para que caçadores possam caçar, crianças sejam incentivadas a ler mais e pacientes consigam atendimento médico decente. Um dos filósofos mais populares do mundo, o americano Michael Sandel, acha que estamos indo rápido demais. Sandel, um filósofo de fala pausada, virou celebridade por causa da repercussão de seu curso “Justiça”, à disposição na internet. Em seu livro mais recente, O que o dinheiro não compra (Editora Civilização Brasileira), Sandel defende um resgate dos princípios e das convicções morais diante da lógica de mercado, em contraponto aos que pregam soluções técnicas e ênfase apenas nos resultados. Nessa defesa, faz propostas polêmicas, como acolher no debate público as convicções religiosas. ÉPOCA – O cidadão comum precisa fazer escolhas sobre questões cada vez mais complicadas, relacionadas a economia, meio ambiente, saúde pública, tecnologia. A filosofia pode nos ajudar? Michael Sandel – Sim, potencialmente. A filosofia pode contribuir com a cidadania da seguinte forma: ser um bom cidadão é mais do que votar no dia da eleição. O cidadão deve se manter informado sobre as questões públicas, debater com outros cidadãos sobre o bem comum, ajudá-los a formar as decisões deles. E o único jeito de deliberar sobre o bem da coletividade é encontrar, logo abaixo da superfície de nossas discordâncias políticas, os princípios importantes que temos em comum – justiça, equidade, liberdade, democracia. Temos de discutir quão diferentes são nossas concepções de justiça e liberdade, e essas questões são filosóficas. Tento promover a ideia da filosofia pública, excitante, desafiadora e acessível a todos os cidadãos.(Adaptado da Revista Época. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/07/politica-precisa-se-abrir-religiao.html>. Acesso em: 02 jun. 2013.) 
Após ler a reportagem acima, responda: 
1 - Na Ética a Nicômaco, Aristóteles observou que o homem só é feliz quando alcança a pelnitude da sua essência racional. Com base em tal pensamento, a que tipo de liberdade Sandel se refere, na entrevista, ao mencionar que precisamos saber escolher. Justifique. 
RESPOSTA: Escolha ou alternativa consiste num processo mental de pensamento envolvendo o julgamento dos méritos de múltiplas opiniões e a seleção de uma delas para ação. De nada adianta, poder escolher e não ter raciocinio logico e coeerente no momneto de escolher. Quando não existe uma boa estrutura o ser humano tende a fazer escolhas ruins que não tras beneficios para sua vida. 
PLANO DE AULA 06 
Caso 1 - Os contratualistas De um modo geral, o termo Contratualismo designa toda teoria que pensa que a origem da sociedade e do poder político está num contrato, um acordo tácito ou explícito entre aqueles que aceitam fazer parte dessa sociedade e se submeter a esse poder. Embora não se trate de uma posição estritamente moderna, nem restrita às filosofias de Hobbes, Locke e Rousseau, o Contratualismo adquiriu o estatuto de um movimento teórico ou corrente de pensamento precisamente com esses autores. Quando alguém contemporaneamente se declara um contratualista refere-se ou filia-se a eles. Assim, quando Rawls (...) declara que sua teoria da justiça prolonga a "teoria do contrato social, tal como se encontra em Locke, Rousseau e Kant", logo em seguida puxa uma nota indicando que não estava se esquecendo de Hobbes, mas que o deixara deliberadamente de lado. Ele tem de fazer isso, já que, como os autores citados, Hobbes é um e o primeiro dos contratualistas (LIMONGI, Maria Isabel de M. P.) Os contratualistas: Hobbes, Locke e Rousseau. In: RAMOS, F. C.; MELO, R.; FRATESCHI, Y. Manual de filosofia política. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 97). 
Hobbes, Locke e Rousseau são contratualistas, embora com teses diferentes. Todavia aceitam a mesma tese de fundo ou sintaxe. Explique-a 
RESPOSTA: O homem desenvolve sua caminhada evolutiva a partir de um estado primitivo ou estado de natureza, que é a infância da civilização. Estado de Natureza é aquela condição em que o homem, para sua segurança, depende unicamente de sua própria força e engenho e há temor constante de morte violenta. Em tal condição, não há Estado. Estado de Sociedade é aquele em que todos estão submetidos a um poder maior que os contêm. O ser humano não foi destinado a viver perpetuamente no estado de natureza. É preciso, que o ser humano se desenvolva intelectual e moralmente e não pode volver ao estado de infância. 
O que podemos designar por "estado de Natureza"? 
RESPOSTA: As teorias de Hobbes e Locke acerca da passagem dos homens do estado de natureza para o de sociedade, desenvolvidas, respectivamente, nas obras Leviatã e Segundo tratado sobre o governo. Tal passagem se deu por meio de um contrato, no qual, em Hobbes, cada homem renunciou a seu direito a todas as coisas; e em Locke, renunciou ao próprio poder natural de julgar e executar. Por meio desse pacto, o poder soberano é constituído, tendo autoridade judicial e obrigação de manter a paz e a justiça entre todos os homens. A garantia à propriedade é preservada, e a vida em sociedade se torna possível.
PLANO DE AULA 7
Caso Concreto1 - Depois ler a manchete acima, pesquise, na Constituição da República, o direito à livre manifestação e, em seguida na doutrina, a expressão "direito de resistência". Após, responda o que segue: 
O direito de manifestação pacífica desvela o sentido de vontade geral de Rousseau? Justifique. 
RESPOSTA: No livro “Ciência Política & Teoria do Estado” de Lenio Luiz Streck e Jose Luis Bolzan de Morais, para Rousseau, o estado de natureza até o estado social produz no homem uma mudança bem acentuada, substituindo, em sua conduta, o instinto pelo sentimento de justiça e outorgando a suas ações, relações morais que antes estavam ausentes. Somente assim, quando a voz do dever substitui o impulso físico, e o direito substitui o apetite, o homem que até então se havia limitado a contemplar-se a sim mesmo, se vê obrigado a atuar segundo outros princípios, consultando com sua razão antes de escutar as suas inclinações. O que se encontra no artigo 5ª da Constituição Federal sobre o direito à Livre Manifestação se assemelha a vontade geral de Rousseau, pois permite ao Estado que o seu povo exercite o sentimento de justiça, entendendo que soberania é a ação do povo, que dita a vontade geral cuja expressão é a lei, participando dessa forma da Política na sociedade. 
Os excessos praticados pela polícia, como órgão repressor do Estado, poderiam configurar a tese hobbesiana do poder do soberano? Justifique. 
RESPOSTA: Para Thomas Hobbes, tem-se a construção de um poder ilimitado, uma vez que “o príncipe” tudo pode, ou tudo deve fazer, pecando unicamente pela fraqueza. Aqui não há parâmetros naturais para a ação estatal, pois pelo contrato o homem se despoja de tudo, exceto da vida, transferindo o asseguramento dos interesses ao soberano. Logo, segundo teses hobbesiana de que o estado tudo deve fazer para concretizar a finalidade para o qual foi outorgado,os excessos praticados pela polícia com o objetivo de reprimir qualquer poder adverso é legítimo. 
Quais são as diferenças fundamentais que separam as teorias políticas de Hobbes e Rousseau? 
RESPOSTA: Hobbes - O homem usufrui de liberdade incondicional para preservar sua própria vida, sendo assim, pode fazer qualquer coisa que lhe convém para alcançar seus objetivos. No entanto, os homens sentem medo, pois, há um momento em que não suportam mais o estado natural, a partir deste momento reúnem-se para realizar um contrato social, o qual é capaz de manter a paz entre eles. Surgem então as sociedades organizadas, as quais devem render-se a uma autoridade absoluta que promoverá a paz entre os homens. O Estado deve ser soberano perante os homens, visto que eles são maus por natureza, dominados por paixões, desejos, egoísmo, ou seja, o homem é lobo de si mesmo, para que o Estado de natureza, composto por barbárie, não seja retomado. É defensor do estado monárquico. O é pleno e absoluto, ninguém pode julgá-lo. O contrato não é assinado pelo soberano, portanto, não tem obrigações e compromissos, apenas deve por fim a guerra de todos contra todos. Entende que a igualdade leva à guerra, a liberdade é um valor retórico – ao assinar o contrato, os homens abrem mão de sua liberdade. Hobbes nega a propriedade como um direito natural. 
Rousseau - Propõe a concepção de que o Homem é bom por natureza, contudo, a sociedade o corrompe. Em seu estado de natureza, o homem não obedece a lei convencional, porque não as possui, mas age de acordo com seus instintos. A propriedade privada é um eixo nuclear de seu pensamento. Ela é a origem de todos os males da sociedade. Sua ausência propiciaria uma vida sem conflitos, de modo que os homens viveriam em liberdade no seu estado natural, o que fortaleceria também a democracia. No estado civil o homem não é livre. O contrato tem a função de garantir isso, não tendo que sofrer por leis impostas por outros acima dele. Por isso disse que “o homem nasce livre, mas por toda parte encontra-se aprisionado”. A vontade geral exerce papel fundamental na relação Estado e a sociedade, onde o primeiro é submisso ao segundo. É defensor do povo. Somente quando a vontade geral é respeitada, a lei é justa e o homem é livre. Porém, não há como restaurar a liberdade natural, apenas aproximar-se dela. O pacto social deu fim a liberdade natural, fixou a propriedade trazendo a desigualdade em proveito de alguns poucos ambiciosos. Desta forma, o homem torna-se sujeito ao trabalho, à miséria e à servidão.
PLANO DE AULA 9
Caso Concreto 1 - O que importa é o motivo. Perguntas para Kant de Michael Sandel "A filosofia moral de Kant é poderosa e convincente, mas pode ser difícil de compreender, principalmente à primeira vista. Se você conseguiu me acompanhar até este ponto, pode ser que várias questões lhe tenham ocorrido. Questão I: O imperativo categórico de Kant ensina-nos a tratar todos os indivíduos com respeito, como um fim em si mesmos. Não seria isso praticamente a mesma coisa que a Regra de Ouro? (...)Resposta: Não. A Regra de Ouro depende de fatos contingentes que variam de acordo com a forma como cada um gostaria de ser tratado. O imperativo categórico obriga-nos a abstrair essas contingências e a respeitar as pessoas como seres racionais, independentemente do que elas possam desejar em uma determinada situação" (SANDEL, M. Justiça. O que é fazer a coisa certa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.)
 Após a leitura da citação de Michael Sandel, responda: 
O que é o imperativo categórico e o que representou na teoria moral de Kant? 
RESPOSTA: Kant demonstra até que ponto a razão pura está em condição de determinar sozinha a vontade, sem a intervenção de impulsos sensíveis, e responde: a razão pode e deve determinar a vontade de modo puro, segundo a lei moral, ou seja, segundo a proposição sintética a priori do imperativo categórico fundado sobre a liberdade. A essência do imperativo categórico consiste em ele valer em virtude da forma da lei. Sua formulação sugerida é: “Age de modo que a máxima de tua vontade possa valer sempre, ao mesmo tempo, como princípio de uma legislação universal”. Contêm-se aí uma regra prática subjetiva (a máxima) e uma regra prática objetiva (legislação universal). 
Você concorda com o argumento apresentado por Sandel? Justifique a sua resposta.
RESPOSDA: No campo teórico, Confúcio, filósofo oriental, por volta do século VIII a.C., criou a “regra de ouro”: Não faça aos outros o que não gostaria que fizessem contigo. Algum tempo depois, Jesus Cristo trouxe o mesmo ensinamento ético, em sua “versão positiva”: Faça aos outros somente o que gostaria que fizessem contigo. Kant, segundo seu Princípio do Imperativo Categórico: Devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal. Assim, não há exceção à regra. A ação moral é universal. E, se eu não gostaria que houvesse uma exceção numa “regra moral” para me prejudicar, também não posso abrir essa exceção para me beneficiar. Para o filósofo, então, uma ação deve ser executada por senso do dever, em obediência a lei que nos é dada pela razão prática, e não, segundo nossos desejos, ou em busca da felicidade ou de algum benefício para si ou para os outros. Agindo dessa maneira, ainda que não traga felicidade ao homem, trará o mais alto valor, a dignidade. Afinal, todo ser humano é um fim em si mesmo e não pode nunca ser tratado apenas como um meio para outros fins. Logo, o argumento apresentado por Sandel faz sentido, pois ele argumenta que a Regra de Ouro é relativa, ou seja, você segue aquilo que acredita que seja certo ou não, dependendo de cada situação ou do contexto, já o Imperativo Categórico invalida essa ação pois ela segue um princípio universal.
PLANO DE AULA 10
Caso Concreto 1 - Liberalismo e democracia Na história do Estado moderno, as duas liberdades são estreitamente ligadas e interconectadas, tanto que, quando uma desaparece, também desaparece a outra. Mais precisamente: sem liberdade civis, como a liberdade de imprensa e de opinião, como a liberdade de associação e de reunião, a participação popular no poder político é um engano; mas, sem participação popular no poder, as liberdades civis têm pouca probabilidade de durar. Enquanto as liberdades civis são uma condição necessária para o exercício da liberdade política, a liberdade política, ou seja, o controle popular do poder político é uma condição necessária para, primeiro, obter e, depois, conservar as liberdades civis. Trata-se, como qualquer um pode ver, do velho problema da relação entre liberalismo e democracia (BOBBIO, N. Igualdade e liberdade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. p. 65.) 
Após a leitura da citação, responda: 
Apresente e explique os dois tipos de liberdade a que Norberto Bobbio se refere no texto. 
RESPOSTA: A Liberdade indica um estado, uma qualidade da pessoa humana. Norberto Bobbio trata a Liberdade com relação ao tema Igualdade e Justiça. Para ele a “liberdade é o valor supremo do indivíduo em face do todo, enquanto a justiça é o bem supremo do todo enquanto composto das partes”. A liberdade do indivíduo se distingue ao da coletividade com base no diferente sujeito histórico que é portador de uma e de outra. Usa o termo liberdade negativa para o primeiro e liberdade positiva (autodeterminação) para o segundo. Isto não quer dizer que se deve confundir uma distinção histórica relevante com uma distinção conceitual, embora não signifique que, conceitualmente, as duas liberdades se distingam com base no diferente sujeito que seria o beneficiário das mesmas.
PLANO DE AULA 11
1. A partir da leitura acima, como Habermas sugere uma possibilidade de consenso? Por quê? 
 RESPOSTA: Habermas sugere a comunicação como possibilidade de consenso. Porque é a partir de um agir comunicativo, utilizando-se da linguagem como forma de mediação, que os sujeitos podem alcançar um discurso ampliado universalmente, pois neste, cada um comunga com a perspectiva de todos chegando-sea um consenso para com as questões sociais. E é essa ideia de consenso dialógico que Habermas diz ser a única via para que não se incorra num apriorismo desnecessário. 
 2. Com base em que argumentos este pensador reconstrói o sentido de racionalidade para dar conta do problema da universalidade? Por quê?
 RESPOSTA: Sob o argumento de que na sociedade contemporânea, o mundo da vida corre o risco de ser colonizado pelos sistemas (econômicos e administrativos) de modernização capitalista, Habermas reconstrói o sentido da racionalidade servindo-se de um conceito de racionalidade comunicativa (orientado pelo entendimento, pelo diálogo, pela compreensão) único meio capaz de trazer à tona o conteúdo normativo de qualquer comunicação e, assim dar conta do problema da universalização. Porque a racionalidade comunicativa está voltada ao entendimento do mundo da vida que abarca a esfera das tradições, da cultura compartilhada, da solidariedade e cooperação. A racionalidade, segundo ele, capacita os sujeitos para o diálogo, gerando consensos que servem para orientar suas ações, daí dizer que o consenso é uma ideia comunitária a ser desenvolvida pelas sociedades que pensam seus problemas em comum, e constroem comunicativamente, suas soluções (universalidade). Nesse sentido, esse agir comunicativo atua como o responsável pela integração social.
PLANO DE AULA 12
Após ler a notícia acima, responda:
 
 1. John Rawls procurou estabelecer princípios de justiça, a partir de algumas premissas. Denominou um desses princípios como “princípio da diferença” (maximin). O que significa este princípio na visão de Rawls? 
 
 RESPOSTA: A concepção rawlsiana sobre o princípio de diferença, é a ideia de que só serão admitidas as desigualdades sócio-econômicas que gerem vantagens aos menos favorecidos. Por isso ela exige, principalmente dos mais privilegiados pelas circunstâncias naturais, sociais e culturais, uma carga obrigacional de ordem motivacional muito grande. O ideal do princípio de diferença acredita que os mais favorecidos seriam capazes de, com suas habilidades pessoais, darem o máximo de si no mercado e, ao mesmo tempo, acharem que os recursos sociais produzidos por seus próprios talentos e aptidões são moralmente arbitrários e, por isso, não devem ser retidos e sim distribuídos. 
 
 2. É possível afirmar que o sistema de cotas baseia-se no princípio da igualdade de oportunidades, pensado por J. Rawls? Segundo o artigo acima, qual o objetivo a que visa o sistema de cotas, tema do debate? 
 
RESPOSTA: Sim. Uma vez que o sistema de cotas baseia-se em um direito adquirido para portadores de necessidades especiais com o intuito de facilitação desses ao ingresso no mercado de trabalho. Essa diferenciação dos demais candidatos significa a promoção da equidade, objeto de estudo do trabalho de John Rawls.
PLANO DE AULA 13
1 - Como Ronald Dworkin propõe uma distinção entre princípios e política?
 RESPOSTA: Enquanto ‘princípios’ são argumentos destinados a estabelecer um direito individual, ou seja, são proposições que descrevem direitos; ‘política’ são argumentos destinados a estabelecer um objetivo coletivo - são proposições que descrevem objetos. Dworkin, denomina ‘princípio’ um padrão que deve ser observado, não porque vá promover ou assegurar uma situação econômica, política ou social considerada desejável, mas porque é uma exigência de justiça ou equidade ou alguma outra dimensão da moralidade. E ‘política’ o tipo de padrão que estabelece um objetivo a ser alcançado, em geral uma melhoria em algum aspecto econômico, político ou social da comunidade.
PLANO DE AULA 14
Diante do texto apresentado, responda as perguntas abaixo: 
1- A que sentido de justiça o autor se refere? 
REPOSTA: Na visão de Dworkin, o direito, enquanto conceito será considerado fruto da concepção histórica de justiça de um conjunto de participantes (envolvidos em uma história, em uma mundividência, etc.), e não poderá se descolar daquilo que são as próprias práticas sociais. Essa é a manifestação primitiva que fundamenta a justiça. 
 
 2. Destaque uma parte do texto que justifica sua resposta anterior. 
 
 RESPOSTA: Quando o autor diz que o que ele quer dizer com os fundamentos da justiça da qual nos ocupamos agora advém disso que nominamos justiça na milenar trajetória da vida do espírito, da primitiva manifestação, quando se havia ausência de quaisquer categorias que se instaura o apelo à justiça.
PLANO DE AULA 15
Diante da síntese acima apresentada, responda as perguntas abaixo:
1. Podemos considerar que o caso concreto apresenta a célebre discussão acerca da legitimidade das normas? Justifique.
RESPOSTA: Sim, uma vez que a lei promulgada pelo o rei, que impedia que os mortos que atentaram contra a lei da cidade fossem enterrados, não atingiu a eficácia social entre alguns membros da sociedade. 
 
 2. Por que o acaso narrado revela uma das preocupações da filosofia Jurídica? 
 
 RESPOSTA: Porque a narrativa relata o fato da lei apresentar vigor, porem não atinge a eficácia social. A filosofia jurídica é uma ferramenta para os legisladores elaborem lei que atendam as necessidades sociais.

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