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Direito Civil l

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Lei geral do código civil: lei 10.406/02 25/07
O código civil de 16 tinha como principal norma a ser seguida a defesa do patrimônio.
No direito de família no código de 16 a relação de família só era reconhecida por via do casamento. O casamento era indissolúvel. Filhos biológicos tinham tratamento diferente de filhos adotados e isso era previsto na norma. 
O código civil de 1916 foi criado como toda e qualquer norma refletindo a realidade histórica e socioeconômica daquele momento do país, recém escravocrata, primando pelo individualismo e pelo ideal liberal de que o estado deveria intervir minimamente na esfera privada. Assim, aquela lei geral como visava resguardar interesses pertencentes ao direito privado. Teve como principal preocupação ao ser elaborada a promoção e a tutela do patrimônio. As normas do código anterior revelava uma sociedade patriarcal, com grande influência da igreja católica, onde o interesse privado deveria ser resguardado a qualquer preço.
Exemplos:
Família-> casamento
Sucessório-> bens sucessórios
Contratos-> 
Reais-> Os direitos reais se traduzem na noção de propriedade. Segundo o Código Civil Brasileiro, art. 1.228, essa noção abrange os poderes que o proprietário pode exercer sobre a coisa, objeto de sua apropriação, quais sejam: poder de usar, fruir, dispor e reivindicar.
Esta realidade muda quando surge a CF de 1988.
 
A constituição federal de 88 se constituiu em um grande avanço normativo. A constituição É chamada de lei das leis considerando que todas as normas que estão abaixo dela devem com a CF se harmonizar. Quando a constituição de 88 entrou em vigor se deparou com um código civil em total descompacto com a mesma. A constituição de 88, promulgada logo após o fim da ditadura estabelecendo como principal fundamento a ser seguida a proteção integral do homem e de suas liberdades individuais. Toda a estrutura da atual constituição é no sentido de em um primeiro momento assegurar aos indivíduos as garantias individuais devendo todo ordenamento, todas as demais leis obedecerem a esse comando. Assim, a constituição não se adequava ao código civil, que por estar em posição inferior sofreu revogação de vários artigos, bem como a releitura de diversas outras normas de seu texto de forma a se adequar a nova realidade que a constituição determinava que fosse seguida.
 A constituição de 88 assegurou ainda a necessidade de intervir a esfera política e social promovendo ainda o intervencionismo de matéria contra atual e no direito de propriedade. Assim como a constituição se deparou com um código que não revelava os seus anseios e as suas preocupações, a constituição se viu inchada, obrigada a prever em seus dispositivos várias regras que poderiam ser deixadas para o legislador infraconstitucional oque, não pode acontecer já que no direito civil a norma naquele momento existente não estava de acordo com a constituição. Isso tudo chama-se a constitucionalização do direito civil.
Art. 226 CF: A família base da sociedade tem especial proteção do estado.
§1º O casamento é civil e gratuita.
29/07
Lei infraconstitucional-> leis abaixo da constituição (todas são) Ex: códigos, etc.
Constitucionalização do direito civil.
A doutrina por conta da realidade histórica e normativa em que foi promulgada a constituição de 88 criou um fenômeno chamado constitucionalização do direito civil. Como o código de 16 não refletia a nova preocupação da constituição vigente bem como também não admitia a intervenção do estado no direito privado onde e insere 
O direito civil, a constituição se viu obrigada a trazer para seu teto normas que poderiam ser deixadas para nível infraconstitucional que não existia no momento em que refletissem um intervencionismo do estado também no direito civil como forma de assegurar os direitos individuais, bem como regras que refletissem o novo paradigma criado pelo legislador constituinte, qual seja, a defesa do homem.
PRINCÍPIOS E /OU CLÁUSULAS GERAIS
 
Socialidade-> O código deve ser interpretado de acordo com o interesse público.
O código civil de 2002 entrou em vigor 15 anos após a CF refletindo em suas normas uma certa interferência do estado no direito privado, bem como, assegurando os direitos individuais na forma da constituição. O código de 2002 estabeleceu ainda 3 cláusulas gerais a serem obedecidas não só no processo de elaboração do código, como também em sua interpretação pelo operador do direito. Inicialmente se destaca o princípio da socialidade onde, apesar do direito civil assegurar o patrimônio por pertencer ao direito privado, as normas devem ser elaboradas e interpretadas de acordo com o interesse público, tem do por base serve de exemplos os arts. 421 bem como o art 1.228 §1.
Operabilidade-> O princípio da operabilidade tem por objetivo evitar que as normas se tornem engessadas, paralisadas fazendo com que o legislador a todo o momento tenha que editar novas normas ou complementar as já existentes como forma de atender a nova realidade que advém do evoluir dos tempos. Na medida em que o código se vale de normas genéricas, de conteúdo impreciso permite ao operador do direito a cada momento adequar o caso concreto aquela situação. O art. 927 parágrafo único é típico exemplo na medida em que a não especificar quais as atividades poderiam ser entendidas como de auto risco permite que o operador do direito possa resolver tal questão.
Boa-fé ou Probidade -> Art. 180 Agir de má-fé responde-se pelo ato cometido. A terceira e ultima cláusula geral é a boa fé também é conhecida como probidade ou etcidade o legislador ao elaborar suas normas não se preocupa apenas com a autonomia da vontade mas também que as condutas sejam pautadas na ética e na razoabilidade não podendo o indivíduo se valer de um direito a ele assegurado sem que o mesmo esteja pautado na boa-fé. Servem como exemplos os arts 180 bem com o art. 422 do CC 
Código
Art.1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. (Pessoas física e/ou Jurídica.) 
O ordenamento brasileiro não confere personalidade a animais ou outras coisas inanimadas . Apenas a pessoa física ou jurídica, pode ser titular de direitos podendo se afirmar que ao nascer com vida, ou seja, no momento em que se respira sem o auxilio materno, o bebe adquiri personalidade jurídica. O conceito de personalidade se confunde com o de capacidade do direito ou de gozo que é conceituado como a possibilidade de todo e qualquer indivíduo de ser titular de direitos e obrigações. Assim, se um senhor recebe benefício previdenciário, apesar de ser incapaz do direito a receber esse benefício é do mesmo por possuir capacidade de direito , muito embora não administre os seus proventos. Assim, todos indistintamente possuem capacidade de direito, sem qualquer restrição. 
A doutrina discute a aquisição de personalidade por parte do nascituro, sendo desenvolvida duas teorias sobre o tema a natalista e a concepcionista . De acordo com a primeira, enquanto o nascituro não respirar sem o auxilio materno este possui apenas uma expectativa de direito limitando-se a ser titular de um direito eventual, em estado de potencialidade que só se concretizará com o nascimento com vida. Pela teoria Concepcionista, a CF bem como o próprio código civil conferem uma série de direitos ao nascituro e como no Brasil apenas a pessoa natural ou a jurídica pode ser titular de direito, deve ser reconhecido a ele personalidade e por consequência capacidade de direito ou de gozo. Servem de exemplo o Art. 542 o direito a vida, bem como a lei especial que assegura ao nascituro direito a percepção dos alimentos. 
Eficácia Erga Omnes-> Todos a partir do registro de nascimento deve respeitar o estado de personalidade do indivíduo. (Não é o registro que constitui a personalidade, ele só declara a personalidade já existente que foi adquirida automaticamente.) Art. 54. 
Muito embora a aquisição da personalidade seja obtida com o nascimento com vida, o registro do nascimento junto ao cartório do registrocivil das pessoas naturais (RCPN) se faz necessário para que aquela personalidade já obtida adquira eficácia Erga Omnes, ou seja, a partir do registro o indivíduo identifica o seu estado(Filiação, estado civil, local e data de nascimento, e ainda promove a sua vida civil que fica na dependência desse registro) O registro assim possui caráter declaratório limitando-se a reconhecer a personalidade já obtida funcionando ainda como meio de prova da existência desse indivíduo. O Art. 53 da lei de registros públicos (lei complementar) estipula os requisitos que devem ser seguidos para elaboração do registro, bem como os dados que dele devem constar.
 Capacidade de gozo e de direito-> Todos tem.
Capacidade de fato e de exercício de direitos-> Nem todos tem. São eles: Menores de 18 anos. 
Muito embora todos indistintamente possuam capacidade de direito, a capacidade de fato ou de exercício que significa a possibilidade de um indivíduo exercer pessoalmente sem o auxilio de terceiros os direitos de que seja titular bem como as obrigações que pretenda contrair é atributo a penas dos indivíduos que tenham atingido a maioridade ou tenham se tornados emancipados. O emancipado é aquele que possui capacidade civil plena antes da maioridade podendo a emancipação ser obtida de 3 formas diversas, na forma do Art. 5º §1º e seus incisos da CC. Capacidade de direito somada a capacidade de fato conduz a capacidade civil plena. (Emancipado não é maior e não responde como o mesmo, ele só possui já a capacidade civil.)
Tutela-> menor que não tem família ou alguém responsável por ela. Ainda sendo menor é necessário q alguém responda por seus interesses daí pedido a tutela.
O código prevê 3 modalidades de emancipação, todas elas previstas no Art. 5º §1º e seus incisos. A emancipação voluntária só é admitida aos 16 anos e necessitam do consentimento de ambos os pais, bem como o do menor em escritura pública que deve ser seguida do registro perante o cartório do RCPN para que a emancipação seja oponível, deva ser respeitada por toda a coletividade indistintamente. A emancipação Judicial estará presente quando houver divergência entre os pais ou quando um menor estiver sobre regime de tutela. A tutela é obtida através de processo judicial quando ambos os pais são mortos ou ainda quando perderam o poder familiar. (pais viciados em drogas, presos...) O tutor pode estar pretendendo essa emancipação como forma de ficar livre de seu encargo razão pela qual a emancipação deve obrigatoriamente ser dirigida ao juiz. A sentença favorável a emancipação também deverá ser registrada. Qualquer q seja a espécie de emancipação não há que se falar em direito do menor a ser emancipado uma vez que, o poder familiar é dos pais incumbindo a eles o exercício e direção da vida dos filhos.
22 e 26 não terá aula
Art. 5º CC e seus incisos. Da emancipação. 
 A emancipação legal vem tratada dos incisos 2 á 5 do art.5º parágrafo único, podendo se afirmar que a situação mais comum é a do casamento. No direito brasileiro o casamento é admitido a todos bastando que possua 16 anos completos. Nessas circunstâncias, contando com a autorização dos pais, basta que os mesmos compareçam a cartório permitindo junto ao RCPN que se realize o matrimônio. Antes dos 16 anos o casamento só será possível em caso de gravidez hipótese que deverá ser ajuizada ação de suprimento de idade p/ o casamento para que o juiz afaste o requisito da idade permitindo a realização do ato. Qualquer que seja a espécie de emancipação a mesma é irrevogável e irretratável. Ou seja, uma vez emancipado o indivíduo já mais retornará a ser incapaz, desaparecendo a circunstância que o levou a emancipar. 
Representação-> Alguém faz por você. Antes da maioridade ou da emancipação o indivíduo já é titular de direitos e obrigações, porém para exerce-los deverá se valer do auxilio de terceiros criando a lei dois mecanismos distintos para que isso aconteça quais sejam: 
A representação-> A representação será conferida aos absolutamente incapazes e o representado tem sua vontade substituída pela vontade do representante que opta por praticar ou não o negócio jurídico. Muito embora o representante é quem decide se deve ou não praticar o ato, algumas situações só poderão ser contraídas mediante autorização judicial. (EX: Venda de bens do menor.) Até aos 16 anos presume-se a falta de discernimento devendo o menor ser representado por seus pais ou tutores. {Art. 3º CC}
 A segunda hipótese que poderia levar a representação é a do indivíduo que não possua qualquer discernimento muito embora maior. Com a maioridade presume-se de forma relativa que o indivíduo possui capacidade civil plena. Assim, para que essa presunção que é relativa possa ser afastada é preciso o ajuizamento da chamada ação de interdição que tem por objetivo afastar a capacidade civil plena daquele que presumia tê-la. A ação de interdição será ajuizada por qualquer familiar sendo certo porem que o curador, representante natural do interditado será seu cônjuge ou companheiro considerando que normalmente o patrimônio é comum a ambos. A finalidade da ação de interdição é a de proteger a pessoa bem como o patrimônio do incapaz para que o mesmo não promova a dilapidação, a destruição do seu patrimônio. Ao final da ação de interdição o juiz poderá concluir pela total ou parcial incapacidade nomeando-se o curador e ainda determinado que a sentença de interdição seja registrada no RCPN. Para que adquira eficácia Erga Homines. A partir de então é que os atos praticados pelo incapaz são inválidos. Antes do registro da interdição não é possível tentar desconstituir os atos praticados pelo incapaz, salvo se a incapacidade é notória, visível ou conhecida por aquele que contra atuou com incapaz. [Na representação só vale o desejo do representante.]
(Art. 4º) Assistência-> É conferida aos menores antes dos 18 anos. São representados por pais ou tutores e é obrigatório o desejo de ambos.
 Na assistência o ato ou negócio jurídico precisa conter a manifestação de vontade do relativamente incapaz bem como daquele que o assiste. Assim, o ajuizamento de uma ação de alimentos por um menor de 16 anos deve vir acompanhada de sua assinatura bem como da assinatura daquele que com ele reside. Em se tratando do inc.2 do art. 4º CC, o viciado em drogas ou o alcoólatra poderá ser considerado absoluta ou relativamente incapaz dependendo do grau de comprometimento que a incapacidade em razão da doença lhe proporcione podendo assim ser absoluta ou relativamente incapaz.
12/08
Morte presumida sem declaração de ausência-> vc sabe e tem certeza que a pessoa esta morta mas não tem como provar pois ninguém viu o corpo.
Morte presumida com declaração de ausência-> Quando vc em certeza que a pessoa desapareceu e ACHA que ela esta morta.
Fase 1 declaração de ausência é facultativa. Pois se vc some sem deixar procuração, entra-se o pedido de declaração de ausência. Art. 22 CC. Esta primeira fase da morte presumida com declaração de ausência é a declaração propriamente dita que não possui qualquer prazo, bastando que o magistrado fique convencido de que o indivíduo desapareceu de seu domicílio. Caso o desaparecido tenha deixado procurador com poderes específicos para administrar os seus bens não há pq se requerer a declaração de ausência já que o objetivo inicial é o de tomar frente dos bens do ausente evitando-se assim o perecimento dos bens daquele que desapareceu. Declarada a ausência o juiz nomeará imediatamente a pessoa de um curador que normalmente é o cônjuge do desaparecido considerando que o patrimônio normalmente pertence a ambos. O curador nomeará os bens do ausente, prestando contas da destinação dada ao patrimônio do desaparecido sempre que o juiz exigir que assim proceda.
Após a declaração de ausência o próximo passo a Sucessão provisória que tem o caráter obrigatório, o ausente não é absoluta nem relativamente incapaz simplesmente não esta no local de seu domicílio para praticar os atos da vida civil de que é titular. Muitoembora o ausente não seja incapaz, o reconhecimento da ausência deverá ser registrado junto ao RCPN na forma do At. 9º inc. 4 para que adquira eficácia Erga homines permitindo ao curador praticar todos os atos da vida civil que sejam possíveis em nome do desaparecido. A sucessão provisória vem a ser a segunda fase da ausência esta sim de caráter obrigatório já que oque se pretende é dar uma destinação inicial ao patrimônio daquele que desapareceu. Todos os herdeiros a exceção dos irmãos poderão a partir desse momento perceber os frutos, rendimentos que os bens do ausente possa oferecer; arrendando-os, alugando-os, mantendo-se a propriedade dos bens em favor do ausente. Em se tratando dos irmãos na falta destes dos tios e primos poderão receber metade dos alugueis e a outra metade depositar em Juízo, no caso do ausente aparecer uma vez que o bem continua sendo do ausente.
Ainda na sucessão provisória os herdeiros que não sejam irmãos tios e sobrinhos poderão ser imitidos na posse dos bens do ausente sem qualquer restrição. Quanto aos demais deveram obrigatoriamente oferecer caução(garantia) para que os bens do ausente lhe sejam entregues. Assim, se pretende ter entregado a seu favor um bem que vale 220 mil, por exemplo, deverá oferecer de seu patrimônio pessoal um bem com idêntico valor. Caso promova a dilapidação dos bens do ausente o seu patrimônio pessoal responderá por aquela dívida. Como o ausente não é tido ainda como morto dessa fase os bens imóveis a ele pertencentes não podem ainda serem alienados salvo se houver autorização judicial comprovando-se a eminencia de dilapidação patrimonial pelo efeito do tempo como o carro por exemplo que se não for devidamente utilizado estará automaticamente condenado a não funcionar mais.
Após a sucessão provisória entra-se o próximo e ultimo passo que é a declaração de sucessão definitiva que é quando o juiz por sentença declara o óbito do ausente. Art. 37 com a sucessão definitiva na forma do Art. 6º extinguisse finalmente a personalidade do então ausente. Após 10 anos da sucessão definitiva caso o desaparecido apareça terá direito a retomar os bens como os mesmo estão descontando-se todas as melhorias e incrementos que o herdeiro fez no bem uma vez que seu direito é limitado aos bens ou aos seus respectivos financeiros daquilo que ele deixou, uma vez que não contribuiu em nada para a conservação desses bens que foi mantida pelos herdeiros ou pelo curador.
Pessoa jurídica Art. 40/41/ 42/43 e 44
Pessoa jurídica de direito 
A pessoa jurídica para ser criada deve passar obrigatoriamente por 2 momentos distintos, o da elaboração do ato constitutivo que deve ser seguida para a aquisição da personalidade no registro perante o órgão competente dependendo da espécie de pessoa jurídica que se enfrenta. O registro confere a aquisição da personalidade na forma do artigo 45 diferentemente do que ocorre em relação a pessoa natural onde há capacidade é adquirida do nascimento com vida independentemente do registro. 
A pessoa jurídica de direito privado regularmente constituída adquiri personalidade jurídica própria e todos os direitos e obrigações por ela assumidos são de sua inteira responsabilidade não se confundindo assim com a personalidade de seus membros. Se uma sociedade de moda intima assumiu uma divida com um banco apenas a pessoa jurídica poderá responder por aquela dívida não podendo ser alcançado o patrimônio dos sócios ao menos em princípio para o pagamento das dividas da RCPJ. As sociedades irregulares e de fato terão o tratamento absolutamente diferente já que age sem poder fazê-lo no primeiro caso pq o registro junto ao órgão competente não espelha a atual citação fática daquela sociedade e no segundo pq a pessoa jurídica atua na total informalidade por conta da ausência de ato constitutivo. 
Nas sociedades irregulares e de fato caso a sociedade venha a ficar devendo e sem patrimônio suficiente para saudar suas dívidas será possível avançar de imediato sobre patrimônio do sócio que assinou pela sociedade. Se o patrimônio desses também for insuficiente aí sim será possível se chegar ao patrimônio dos demais sócios. Nessas espécies de sociedade a responsabilidade dos sócios é ilimitada ou seja é possível avançar sobre o patrimônio da pessoa natural sócia da PJ que não procedeu da forma correta ao cria-la ou ao mantê-la. 
A capacidade de poder da pessoa jurídica é distinta da pessoa natural. Enquanto a segunda pode ser titular de todo e qualquer direito e obrigação, na primeira isso não acontecerá pq apenas é possível ser titular de direitos e obrigações ligados, relacionados ao que consta do ato constitutivo e de sua posterior alteração. No que diz respeito a capacidade de fato, enquanto a pessoa física pode exercer todos os direito e obrigações de que seja titular bastando a maioridade ou a emancipação, a pessoa jurídica exerce a capacidade de fato através de seus membros e mesmo assim sempre de acordo junto ao ato constitutivo devidamente registrado já que não se pode fugir aos limites ali estabelecidos.
15/08/13
Enquanto o registro da pessoa natural possui caráter declaratório o registro da pessoa jurídica possui caráter constitutivo já que é a partir dele que se adquiri personalidade. O art. 114 da lei de registros públicos prevê quais pessoas jurídicas devem ter seus registros constantes do RCPJ.
Dentre as pessoas jurídicas de direito privado é possível identificar as associações e as sociedades como corporações. As corporações se qualificam como a união de pessoas que se reúnem objetivando atingir um fim comum. Nas associações as pessoas estão reunidas e objetivando atingir uma finalidade não econômica. Muito embora uma associação possa ter lucro, funcionários remunerados toda a renda de uma associação deve ser revertida em benefício aos seus associados, sem distribuição de dividendos. Servem de exemplo os clubes, associações de classe associações de bairro... etc. ARt. 53 CC
A CF. no art. 5º inc.. 20 e 21 tratam expressamente da associação deixando claro a possibilidade conferida a todos de ser associar livremente. Assim é livre a criação de associações da mesma forma que é livre o direito de se associar e manter-se associado. Muito embora não haja obrigatoriedade de se manter associado algumas decisões recentes do STJ têm entendido que, se a pessoa natural ou jurídica se beneficia direta e comprovadamente da execução dos serviços prestados pela aquela associação será possível exigir a contribuição daquele indivíduo ou pessoa jurídica. Como a associação tem personalidade jurídica própria poderá defender os interesses dos seus associados inclusive judicialmente desde que a questão posta em juízo pela associação esteja relacionada com as suas finalidades. 
Não há entre os associados direitos e obrigações recíprocos já que o compromisso assumido pela pessoa ao se associar é com os interesse e objetivos da associação.
Arts. 53, 54, 55, 56, 57.
O ato constitutivo de uma associação é chamado de estatuto e o associado pode a qualquer tempo retirar-se daquela associação. Mesmo prevendo o estatuto a transmissão da qualidade de associado pode o herdeiro não ter a intenção de manter aquele status. A exclusão compulsória de um associado exige prévio processo administrativo onde o mesmo deverá ser ouvido tudo na forma definida pelo estatuto. A qualidade de associado pode estar condicionada ao pagamento de uma quantia e o seu não pagamento também poderá conduzir a exclusão do associado na forma do estatuto. É possível na forma do art. 55 estipular diversas qualidades de associados desde que essa distinção não ofenda os próprios objetivos delineados pela associação. Assim, é possível prevê no estatuto associado que não precise pagar como acontece em alguns clubes mas é impossível por exemplo que seja proibido o direito de voto que é inerente aquele que mantem a qualidade de associado. 
(Fundações são diferentes de associações.
Associações-> de direito público. Sem lucro. EX: associações de bairro, etc.
Fundação-> direito privado.Sem lucro. Ex: fundação Geúlio Vargas, XUXA, Roberto marinho.)
Fundações
As fundações são tratadas pelo CC nos Art. 62 ao 69. O ponto comum de uma fundação e de uma associação é o de que ambas são constituídas objetivando alcançar com fim não econômico, a distribuição de lucros. Podem ter funcionários remunerados, mas não há distribuição de dividendo. As fundações de direito privado são criadas por pessoa física ou jurídica que afetam, separam de seu patrimônio determinados bens para a criação dessa pessoa jurídica. Assim, enquanto as associações se qualificam pela união de esforços chegando algumas se quer a ter patrimônio, a fundação se qualifica como um patrimônio destinado a obter finalidade não lucrativa. Serve de exemplo a fundação Roberto Marinho, Getúlio Vargas, XUXA meneguel, entre outros... 
 Art. 62 prevê a fase de dotação-. Momento em que o indivíduo delibera quanto sairá de seu patrimônio para sua associação. 
Muito embora o art. 62 Parágrafo único discipline algumas atividades que podem ensejar (levar a) criação de uma fundação o entendimento pacificado a respeito desse Art. É no sentido de que o rol das atividades ali previstas não é taxativo e sim exemplificativo bastando no caso concreto a prova de que a atividade pretendida não é econômica como a proteção do meio ambiente objetivo cientifico, dentre outro... 
Desconsideração da personalidade da pessoa jurídica 
A pessoa jurídica regularmente constituída é responsável civilmente pelos atos que venha a praticar que os direitos e obrigações pela P.J. contraídos deveram por ela ser cumpridos não se admitindo ao menos em princípio se avançar sobre o patrimônio dos sócios, diretores e demais membros da P.J. para que respondam com o seu patrimônio pessoal pelas dívidas da pessoa jurídica.
Se valendo da separação patrimonial propiciada pelas personalidades distintas e pelos membros da P.J. ao longo dos tempos, ora intencionalmente, ora não começaram a praticar uma série de atos que revelam verdadeiro abuso da personalidade da P.J. servem de exemplo de tais condutas a situação do sócio que antevendo uma falência desvia do patrimônio da P.J para o seu patrimônio pessoal bens e receita(dinheiro), o diretor que age contrariamente ao determinar o ato constitutivo e ainda o sócio que utiliza do patrimônio da P.J para fazer frente as suas dívidas pessoais. 
A partir de tais condutas dentre outras é que foi desenvolvida teoria da desconsideração permitindo-se caso a caso processo por processo se avançar sobre o patrimônio do membro da P.J para que esse de forma excepcional possa a ser responsabilizado por dívidas da pessoa jurídica.
Teoria da desconsideração maior objetiva(art. 50) 
Teoria da desconsideração maior subjetiva 
	Mesmo aplicando a teoria da desconsideração, a responsabilidade dos sócios deve ser entendida como subsidiária em relação as dívidas da P.J ou seja, só é possível se chegar o patrimônio do membro da P.J caso a P.J não possua patrimônio suficiente para saldar a dívida.
Não se deve confundir desconsideração com despersonalização. Na despersonalização fica evidente a perda da personalidade oq não acontece na desconsideração onde apesar do juiz permitir se chegar ao patrimônio do sócio fica mantida a sua personalidade. O art. 50 do CC adotou a teoria maior objetiva da personalidade bastando para que o juiz defira a desconsideração que o credor comprove que o membro da P.J praticou uma conduta em evidente abuso da personalidade independentemente da intensão de assim proceder. A teoria maior subjetiva, não adotada no Brasil exige que o credor comprove além do abuso de personalidade da P.J que o membro agiu com intensão, com dolo de praticar aquela conduta. Pela dificuldade de se comprovar essa intensão o legislador repeliu a teoria maior subjetiva. A aplicação 
Da teoria maior permite apenas se avançar sobre o patrimônio do membro da P.J que realizou o ato fraudulento.
 Além da teoria maior foi desenvolvida pela doutrina a chamada teoria menor adotada pelo art. 28 P. 5º do CDC e também em indenizações ambientais. Pela teoria menor constatada a insuficiência patrimonial da P.J será possível se alcançar o patrimônio do sócio independentemente d qualquer conduta praticada por qualquer membro da P.J. como aqui nessa teoria não se analisa a conduta do membro da P.J todos os seus donos poderão ser alcançados com seu patrimônio pessoal. A aplicação da teoria menor acaba sendo excepcional até mesmo porque todos os sócios poderão ser atingidos pela dívida da P.J como se não existisse separação de personalidade. (Aplica-se a teoria menor somente em casos de crimes ambientais, e CDC. Somente) 
A teoria da desconsideração inversa permite se alcançar o patrimônio a P.J para que ele responda por dívidas da pessoa natural. trata-se de aplicação comum nas hipóteses de divórcio onde um dos cônjuges é sócio e transfere de seu patrimônio pessoa física para a pessoa jurídica parte de seu patrimônio tudo objetivando dificultar oq de direito ao outro cônjuge por ocasião do divórcio. o cônjuge prejudicado com essa prática poderá no divórcio requerer a desconsideração e caso a comprove trará para o patrimônio do casal os bens indevidamente transferidos para a P.J
02/09/13
Dissolução da pessoa jurídica
EM se tratando de pessoa jurídica de direito público como a sua criação se da pela lei a sua extinção deverá acontecer da mesma forma. Em se tratando de pessoa jurídica de direito privado a doutrina aponta algumas formas de extingui-la. Inicialmente aponta-se a dissolução administrativa que tem cabimento quando a pessoa jurídica de direito privado ara ser criada necessita de prévia autorização do chefe do executivo, tal como acontece com bancos e financeiras que podem a qualquer momento caçar essa autorização. A dissolução judicial terá cabimento quando por sentença o juiz decretar o fim da personalidade. São exemplos mais comuns a hipótese de decretação da falência bem como a sociedade empresarial onde os sócios vão a juízo para promover essa dissolução quando não há consenso em por fim a PJ. Por fim a dissolução será consensual quando se põe em fim a personalidade pelo acordo de vontade. o distrato do ato constitutivo seguido do registro em hipótese de dissolução consensual e a pessoa jurídica constituída a prazo outro exemplo dessa circunstância.
Direito da personalidade art. 11 a 21
No código de 16 não se preocupava com os direitos da personalidade e sim do patrimônio. As principais características:
Absolutos-> todos indistintamente devem respeitar os direitos da personalidade de cada um. (eficácia Erga omnes)
Inatos-> inerentes á condição do ser humano (todos possuem o direito da personalidade sem qualquer distinção)
Imprescritível-> não se prescrite. É possível exercer o direito a qualquer tempo, agora, a ofensa à direito como indenização , isso sim terá tempo para ser exercício. Art. 206, p 3º, inc 5º
Impenhorabilidade-> não é penhorado, ou seja, não pode ser trocado para o pagamento de dívida
Vitaliciedade-> a personalidade se extingue na morte. (os parentes próximos tem o direito de manter a imagem de seu ente falecido.)
O código de 16 não tutelava os direitos da personalidade já que naquele momento histórico a preocupação do legislador era única e exclusivamente com a defesa do patrimônio. No direito brasileiro principalmente no período pós ditadura se fortaleceu a proteção aos direitos da personalidade que ganhou muito mais força com a constituição de 88 que estabeleceu inúmeros direitos da personalidade, alguns deles reproduzidos pelo código civil atual. A doutrina discute se os direitos da personalidade se apoiam no direito natural onde É inerente a condição de ser humano a existência de tais direitos não dependendo assim de qualquer regulamentação legal para que exista. Outros doutrinadores sustentam a ideia de que os direitos da personalidade estão apoiados no direito positivo só existindo os direitos dessa espécie a medida em que o legislador expressamente os consagram. A maioria da doutrina entendecomo direito natural até mesmo porque a lei não tem condições de prever todos os direitos dessa espécie. A doutrina aponta algumas características dos direitos da personalidade. São mesmo e absolutos todos indistintamente devem respeitar os direitos da personalidade de cada indivíduo uma vez que possuem eficácia erga omnes. Devem ser considerados como inatos, ou seja, inerentes a própria condição de ser humano possuindo todos os indivíduos indistintamente direitos dessa espécie. 
Os direitos da personalidade são imprescritíveis, ou seja, o não exercício de tais direitos de forma prolongada não implica na perda desse direito que pode ser exercitado pelo seu titular a qualquer tempo. A defesa a um direito da personalidade não se extingue porém ocorrida uma lesão a lei fixa o prazo de 3 anos para que se ajuíze uma ação indenizatória na forma do art. 206, p 3º, inc 5º. Os direitos da personalidade são também impenhoráveis ou seja , não podem ser aprendidos judicialmente para o pagamento de uma dívida. Por fim são direitos vitalícios podendo se afirmar que com o fim da personalidade são imediatamente extintos. O art. 12 P único aparenta conter disposição contrária a vitaliciedade porém, o referido art. Dos chamados lesados indiretos onde o direito da personalidade violado era o do parente ali indicado que possui um direito ao sentimento e a proteção dos seus entes queridos.
O uso do direito da personalidade pode ser suspendida pelo mesmo. Como por exemplo, o direito de imagem.
Os direitos da personalidade são intransmissíveis oq significa que não podem ser transferidos a terceiros em especial sendo vedada a alienação(transferir) onerosa a intransmissibilidade gratuita é afastada em alguns casos previsto em lei tais como a doação de órgão duplo. No que diz respeito a irrenunciabilidade o código não se admite que se abra mão dos direitos da personalidade. A irrenunciabilidade é relativa a pedido dos critérios dos critérios, a renuncia não é do próprio direito, mas sim oque se admite é a cessão do seu uso e mesmo assim desde que de forma temporária como acontece na cessão de uso de uma determinada imagem onde o titular continua titular da imagem e só pode cede-la por determinado prazo.
Tutela inibitória e Tutela repressiva
A defesa dos direitos da personalidade pode se dar através da tutela inibitória bem como da tutela repressiva que dependendo do caso concreto pode ser cumuladas. A tutela inibitória visa evitar a que perpetre(ofensa) uma ofensa a um direito da personalidade que ainda não se concretizou. Na tutela repressiva a lesão já aconteceu e o lesado ou o lesado indireto pretende uma reparação. A reparação ocorre através do dano moral e do dano patrimonial, já explorados anteriormente bem como através do dano estético que não se confunde com o moral na forma da súmula 387 STJ e como dano a imagem na forma da súmula 403 do STJ. 
O dano estético decorre da lesão a integridade física apta a criar por parte daquele que a sofreu um sentimento de inferioridade pena ou repulsa pela coletividade ou por fim aleijão(aleijado) apreciada objetivamente(visível) . quanto ao dano a imagem isoladamente considerado, a divulgação da vida privada mesmo das pessoas públicas pela sua simples divulgação, mesmo que sem qualquer repercussão econômica da direito a postura o dano a imagem na forma do art. 21 bem como na súmula acima citada. 
 
O art. 13 
proíbe a chamada auto lesão ao direito da personalidade deixando claro que só se admite por exigência médica que na hipótese de não existir essa exigência deve estar presente a autorização conferida pelos bons costumes. A cirurgia de mudança de sexo tbm conhecida como de transgenitalização é perfeitamente admitida já que aquele que pretende a modificação de sexo passa por um rigoroso controle psiquiátrico e psicológico que leva a se concluir que a alteração é o melhor a ser feito, por exigência médica. Uma vez modificada o sexo do indivíduo está o mesmo autorizado a propor ação judicial para a retificação do nome e do sexo em sua certidão de nascimento junto ao RCPN precedida da necessária autorização judicial.
Ler sumula 221, e que responsabilidade subjetiva deve-se comprovar a culpa.
DA PERSONALIDADE
É comum no dia a dia a colisão entre dois ou mais direitos da personalidade, cabendo ao magistrado no caso concreto realizar uma ponderação de valores exercendo juízo de razoabilidade para promover a adequação entre esses direitos da personalidade. Na questão da transfusão de sangue essa ponderação de valores ganha especial relevância já que de um lado estamos diante da proteção do direito a vida indisponível e irrenunciável e de outro lado o direito a liberdade religiosa também protegida integralmente pelo nosso ordenamento. O art. 20 trata da questão que hoje é a mais levada aos nossos tribunais. O direito a informação versus o direito a intimidade e a vida privada tem sido recorrentemente levado a propositura a ações civis de reparação de dano. A jurisprudência tem se manifestado no sentido de ser lícita a divulgação da informação quando aquilo contribua de alguma forma a formação da opinião pública que sejam relevantes ao interesse público. A informação deve ser prestada de forma objetiva e clara evitando-se comentários de caráter pessoal e juízo de valor sobre a informação. Caso a pessoa jurídica responsável pela divulgação da informação atue de forma leviana (mentirosa), ou promova os comentários acima é cabível o pedido de indenização contra a pessoa jurídica bem como contra o jornalista responsável pela informação na forma da súmula 221 do STJ. 
DO NOME:
O nome é um nítido direito da personalidade, porem é inerente ao mesmo à possibilidade de se renunciar a ele em alguns casos expressamente previstos em lei. O nome é composto de prenome simples ou composto e do sobrenome. O ECA admite a mudança de prenome em caso de adoção, cabendo ainda a mudança de prenome em processo de naturalização de estrangeiro e em algumas outras hipóteses previstas na lei de registros públicos, tais como a substituição por apelidos públicos notórios como a Lucilene que é conhecida pela coletividade como Lucia, o individuo que modifica o seu prenome por estar amparado pela lei de proteção a testemunha, os evidentes erros de grafia, e por fim justifica-se a modificação do prenome quando o mesmo expõe a pessoa ao ridículo. Nesse ultimo caso, se os país optarem por colocar em seu filho algum nome que levara-lo a se expor de alguma forma no futuro o oficial do cartório deverá se negar a realizar o registro submetendo ao juiz da vara de família a decisão a esse respeito. Caso o registro venha a ser realizado é possível a sua modificação na forma do art. 56. 
A alteração do sobrenome também é admitida em alguns casos valendo destacar a adoção onde a mudança do sobrenome é obrigatória e a do prenome facultativa. No casamento e no divórcio é possível a modificação do sobrenome tanto pelo homem tanto pela mulher. É importante frisar que em havendo modificação do sobrenome por ocasião do casamento este passa a ser direito da personalidade daquele cônjuge que não pode ser obrigado a retirar o nome. A modificação do sobrenome também se justifica naquelas situações em que há exposição ao ridículo, quando pela conjunção de sobrenome paterno e materno se chegar a situação vexatória. Apesar dessas hipóteses previstas em lei, há evidente flexibilização das hipóteses de alteração do sobrenome uma vez que em se tratando de direito da personalidade prevalece o entendimento junto ao STJ no sentido de que como se trata de direito da personalidade é possível uma maior elasticidade na modificação do sobrenome que, entretanto deve ser judicializada devendo o homem ou a mulher considerar o justo motivo.
09/09/13
Domicílio (art. 70 e 78)
O domicílio é o local em que a pessoa natural tem a sua residência com ânimo definitivo.
A residência é o local onde a pessoa tem o centro de suas atividades profissionais, de lazer podendo ser entendida como requisito objetivo do domicílio. Para a suaconstituição válida é necessária ainda que nele se estabeleça ânimo definitivo, ou seja, a demonstração por parte do indivíduo de que possui intenção de ali permanecer. 
Em regra todas as pessoas naturais tem a possibilidade de escolher o seu domicilio que é assim perfeitamente modificável, substituível.
Em que pese a lei facultada a todos os indivíduos a escolha de seu domicílio algumas pessoas possuem domicílio necessário, ou seja, não tem a opção de escolher seu domicílio sendo este assim imposto pela lei na forma do art. 76 p. único.
O domicílio voluntário da pessoa natural é por ela eleito e se aplica a todas as relações jurídicas que seja titular. O art. 72 prevê a chamada pluralidade de domicílios deixando claro que é possível à pessoa natural ter um domicílio geral e outro especial ficando este ultimo diretamente relacionado diretamente ao exercício profissional. Assim se o indivíduo possui como domicílio Nova Friburgo, porém exerce suas funções de dentista em outro município como Cordeiro por Exemplo se um determinado consumidor precisar aciona-lo por conta de um erro profissional cometido em Cordeiro a ação de indenização deverá ser proposta em Cordeiro. Para as demais ações vale a regra geral, ou seja, de que a ação deva ser proposta no seu domicílio geral que é Nova Friburgo. 
(O domicilio pode ser geral-> onde vc reside definitivamente
 ou especial-> )
(Como também pode ser domicílio necessário geral e especial)
O domicilio pode ser também o de eleição, também conhecido como Foro de eleição que é estabelecido contratualmente e se presta a regular uma relação jurídica específica e determinada. É usualmente vista em contratos nos seguintes termos: “ as partes elegem o foro da comarca de nova Friburgo para dirimir(resolver) todas as questões oriundas do presente contrato.” O domicílio de eleição pode ser estipulado tanto para aqueles que possuam domicílios voluntários como para os que possuem domicílio necessário. São em regra perfeitamente válidos desde que não tenham sido estipulado em relação de consumo e essa escolha feita pelo prestador de serviço ou fornecedor de mercadoria coloque o consumidor em desvantagem. Caso o consumidor seja colocado em desvantagem a cláusula de eleição de foro é nula prevalecendo para todos os efeitos o domicílio do consumidor. 
As pessoas naturais que possuam domicílio voluntário tem um domicílio geral poderão ter um domicílio especial na forma do art. 72 sem prejuízo de um eventual foro de eleição na forma do art 78. 
Bens (art. 79)
Mínimo existencial ou teoria do patrimônio
Lei 8009/90 bem de família legal.
A teoria do patrimônio mínimo, também conhecida como mínimo existencial é uma consagração do princípio maior que a dignidade da pessoa humana e do reflexo da nova visão do legislador constitucional de estabelecer o homem como centro de suas normas estimulando assim à criação de uma série de leis e artigos que deixem clara a proteção integral a pessoa natural. Antes da constituição o devedor por suas dívidas poderia ter todo o seu patrimônio comprometido ficando colocado em condição de miserabilidade sem condições de se reerguer. A teoria do patrimônio mínimo tem por objetivo através de leis e normas assegurar ao devedor a proteção de alguns de seus bens para que com isso o mesmo possa preservar essa dignidade e ainda possua condições de se reerguer economicamente. Não se trata de estimulo ao calote em tão pouco de proteger o consumidor descontrolado, mas sim de assegurar um mínimo de dignidade ao devedor. Exemplo. Art. 548
(penhora-se o imóvel de menor valor)
Em regra a penhora é feita pelo imóvel de maior valor independentemente do valor da dívida, se a divida for de menor valor o credor. 
A lei 8009/90 conhecida como lei do bem de família legal confere proteção a alguns bens do devedor para o pagamento de suas dívidas. Como regra geral o devedor terá resguardado o seu único imóvel residencial, sendo certo que se possuir mais de 1 imóvel, o imóvel de menor valor ficará resguardado e o de maior valor será penhorado, ou seja, apreendido para pagamento da dívida. Muito embora a lei diga a respeito ao bem de família, o entendimento pacificado é no sentido de que o benefício criado na norma deve ser estendido a pessoa solteira, divorciada com ou sem filhos, etc. o Art. 1º da lei 8009/90 p. único estende a impenhorabilidade aos bens móveis que guarnecem a casa, ou seja, não é possível a apreensão dos bens móveis usualmente encontrados em um lar de classe média, tais como fogão, geladeira, freezer, televisão, etc. O veículo de transporte, bem com, obras de arte poderão ser utilizadas como forma de pagamento, desde que aquilo não seja utilizado para o devedor como de uso profissional. Assim, o veículo de um gerente de banco que deva, porém se o devedor é taxista ou usa o carro para o transporte escolar não poderá o veículo ser penhorado. 
O art. 3º da lei 8009/90 trata-se das exceções. 
Na hipóteses do artigo 3º da lei do bem de família o indivíduo poderá perder todos os seus bens para o pagamento de suas dívidas. Merece destaque a hipótese da sentença penal condenatória que gere o direito a indenização. Se a hipótese comporta a indenização proveniente de sentença penal poderá também o devedor vir a perder seu único imóvel.
12/09/13
Continuação de bens...
(Adquire-se a propriedade do bem imóvel pelo RGI (registro geral de imóvel)
Adquire-se a propriedade do bem móvel pela tradição.)
 Bens móveis e Imóveis: art 79 cc
 A primeira classificação tratada pelo código é aquela que define os bens móveis e imóveis, classificação essa que possui enorme importância prática. Os imóveis tem a propriedade adquirida através do registro, exigem para sua alienação a outorga uxória ou marital e ainda pode ser objeto de contrato de hipoteca naquelas hipóteses em que o mesmo for oferecido como garantia. Os bens móveis têm a sua propriedade adquirida através da tradição, para sua alienação não é preciso à outorga uxória ou marital e por fim a exceção dos navios e aeronaves caso o seu titular pretenda oferece-lo em garantia será o mesmo objeto de penhor.
O código trabalha com 4 espécies distintas de bens imóveis, o imóvel propriamente dito, o imóvel por acessão natural, o imóvel por acessão artificial e por fim o imóvel por definição legal. Da primeira espécie podemos extrair apenas o solo. São considerados imóveis por acessão natural tudo aquilo que se incorpora definitivamente ao solo sem a participação humana. Tal como: mata nativa. Por fim o imóvel por acessão artificial é aquilo que agregou ao solo por conta da intervenção humana tais como plantações e construções. 
No que diz respeito a acessão vigora o chamado princípio da gravitação jurídica onde os negócios jurídicos envolvendo o principal compreendem os acessórios e as acessões. Assim na compra de um terreno onde no momento da escritura já exista a casa, não há necessidade de menção expressa a casa que presumi pertencer ao dono do solo. 
Bens corpóreos-> bens que podemos tocar.
 Incorpóreos-> os que não podemos tocar. 
A ultima espécie de imóvel são os por definição legal. Tecnicamente os bens previstos no artigo 80 não podem ser considerados nem como móveis nem como imóveis considerando que são incorpóreos são considerados bens incorpóreos aqueles bens que não são tangíveis ou seja, não podem ser objeto dos sentidos humanos já que não são concretos. Merece destaque o chamado direito a sucessão aberta que consiste no direito dos herdeiros do momento do falecimento até a partilha ou adjudicação nesse espaço de tempo o herdeiro tem direito a algo incerto e eventual uma vez que não se sabe se ao término do inventário oque e se o herdeiro receberá alguma coisa, uma vez que se o falecido possuir dívidas os bens serão penhorados para o pagamento das mesma, fazendo assim os herdeiros só receberem oque sobrar. 
Bens semoventes-> art. 82 todos aqueles que se movem por força própria. Animais...
Bens propriamente ditos-> se movem por força alheia. Computador, mesa... 
Os bensmóveis podem ser de quatro espécies, os propriamente ditos que só se deslocam com o auxilio humano, os semoventes que se deslocam por força própria, os móveis por definição legal assim previstos no art. 83 tais como energias elétrica, hidráulica, o direito de propriedade sobre um carro a ação indenizatória dentre outras hipóteses.
Móveis por antecipação art. 84 e 95 CC
A ultima modalidade de bem móvel é o móvel por antecipação onde muito embora a coisa ainda fisicamente esteja imobilizada, como medida de facilitação de sua circulação econômica pode ser tratada como bem móvel. A compra de eucaliptos bem como da próxima safra de laranja é caso haja interesse bem móvel.
 Bens fungível e infungível: 
São bens infungíveis todos os imóveis bem como os bens móveis que não podem ser substituídos por outro de mesmo gênero. 
A infugibilidade do bem móvel pode ser natural quando o bem é insubstituível, quando o seu titular emprega a ela o laço afetivo que impede a sua substituição e por fim porque foi estabelecida contratualmente essa infugibilidade. A importância prática da classificação prevista no artigo 85 se verifica no âmbito contratual porque o comodato tem por objeto o bem infungível o mútuo bens fungíveis art. 1586 dinheiro. Outra importância dessa classificação é de que a obrigação fungível em caso de óbito do devedor poderá ser satisfeita por qualquer outro. 
16/09/13
 
 Bens consumíveis e inconsumíveis art. 86, 87
Os bens imóveis são inconsumíveis, não se admitindo a inconsumibilidade não se admitindo mesmo naquelas situações em que o bem imóvel estiver destinado a alienação. A consumibilidade pode ser natural ou por afetação daquelas situações em que o bem móvel estiver destinado a alienação. 
Aqueles bens móveis cujo uso importa em discrição imediata ou possui curto tempo de sobre vida com caneta lápis são naturalmente consumíveis. No que diz respeito a um automóvel, por exemplo, enquanto esse bem estiver ocupando a residência de alguém a hipótese é de bem inconsumível. Porém se este mesmo carro for encontrado em uma concessionária trata-se de bem consumível no que diz respeito a indivisibilidade esta poderá ser natural, legal ou convencional. A indivisibilidade natural não é necessariamente a física devendo se verificado no caso concreto se a repartição do bem o tornará imprestável ao seu uso. Assim, uma nota de dinheiro é fisicamente fracionável, porém é indivisível já que o dinheiro perderá a sua finalidade. A indivisibilidade legal deriva da norma ao passo que a convencional foi colocada por intenção de algum indivíduo como acontece, por exemplo, quando os pais doam um imóvel rural para os filhos estipulando expressamente a sua indivisibilidade. 
O bem principal é aquele que possui vida autônoma e a sua existência não esta condicionada a de qualquer outra coisa o bem principal pode ser móvel e imóvel, servindo de exemplo o solo, o carro.
 Em matéria de bens acessórios que são aqueles que pressupõem a existência de um bem principal, vigora um princípio da gravitação jurídica. Salvo no que diz respeito às pertenças e na específica situação e dos móveis por antecipação. 
Os frutos são as utilidades que a coisa principal periodicamente oferece e a cada vez que são percebidas não importam em diminuição da coisa principal. Possui 2 características específicas, ou seja; são renováveis, já que não destroem a coisa principal e periódicas considerando que podem ser perseguidos com frequência. Ex: a cria animal, aluguel, frutas.
Os frutos podem ser naturais, industriais ou civis. 
Os frutos naturais-> são percebidos sem a intervenção do homem.
Os frutos industriais-> contam inafastavelmente com essa participação como, por exemplo, a criação de animais.
Os frutos cíveis-> são o lucro que o titular da coisa principal percebe ao permitir seu uso por terceiros. Exemplo: aluguel.
Benfeitorias art. 96/97
As benfeitorias vem tratadas em dois artigos na parte geral do código o 96 e 97. As benfeitorias exigem inafastavelmente a participação do homem e possuem inúmeros efeitos previstos na parte especial do código. Se a relação entre as partes for locatícia, aplicasse a hipótese dos art. 35 e 36.
O inquilino terá direito as benfeitorias necessárias podendo com elas inclusive, reter o imóvel. Caso não seja pago. As benfeitorias úteis conferem mesmo direto ao inquilino desde que tenha sido permitida expressamente pelo proprietário. Caso contrário o inquilino perderá todos os gastos feitos com as benfeitorias uteis. 
Com relação as benfeitorias voluptuárias o inquilino poderá leva-las consigo desde que no caso concreto a coisa principal não seja prejudicada com a retirada do bem.
Essa norma só se valerá se nada estiver estipulado no contrato de locação em relação as benfeitorias, se houver cláusula a respeito, se valerá a mesma. 
 19/09/13
Pertenças art. 92,93 e 94.
A ultima modalidade de bem acessórios são as pertenças. As pertenças são bens móveis que são empregados na coisa principal com o intuito de conferir maior funcionalidade ou embelezar a mesma. Caracterizam-se pela sua destactabilidade, ou seja, as pertenças são perfeitamente removíveis sem que isso implique em destruição da coisa principal ou das próprias pertenças; servem de exemplo: fogão, geladeira, sofá, ar condicionado, armário, etc.
Exatamente pelo fato das pertenças serem removíveis é que a elas não aplicam o princípio da gravitação jurídica. Assim, o negócio jurídico que disser respeito a coisa principal não às compreende salvo expressa disposição nesse sentido. 
Ao alugar o imóvel se o locatário quiser ter consigo as pertenças como parte da locação deverá menciona-las expressamente sob pena de não estarem incluídas naquele contrato.
Bens Públicos
O legislador ao definir um bem como público preferiu se valer de um critério de titularidade e não de funcionalidade. Assim para que determinado bem seja considerado como público não interessa se o mesmo cumpre ou não uma finalidade pública bastando a prova de que o bem pertence a pessoa jurídica de direito público. O legislador prevê 3 modalidades de bens públicos, todas definidas no art. 99. 
O bem de uso comum é aquele em que todos indistintamente tem acesso. Mesmo naquelas situações em que é possível a cobrança de pedágio, ainda sim o bem continua a ser compreendido como bem público considerando que todos tem acesso ao mesmo desde que realize o devido pagamento. Os bens de uso especial cumprem uma finalidade pública já que estão separados objetivando atingir essa finalidade. Por estarem destinados a cumprir essa finalidade pública a população como um todo tem uma limitação em relação ao seu acesso. Servem de exemplo hospitais públicos prédio do fórum e a prefeitura.
Os bens dominicais são aqueles que são utilizados pela pessoa jurídica de direito público como se particular fosse, ou seja, tais bens só são públicos porque pertencem a pessoa jurídica de direito público que não confere a ele qualquer finalidade social. O terreno baldio que pertença ao município e o imóvel do estado alugado para o particular são exemplos de bens dominicais. 
A doutrina aponta 3 características dos bens públicos em suas 3 modalidades. São imprescritíveis, ou seja, por mais tempo de posse que o indivíduo tenha em relação a determinado bem jamais poderá adquirir a propriedade dele pelo usucapião. 
 A segunda característica no bem público é a sua inalienabilidade que significa a transferência da titularidade de um bem público a titulo oneroso ou gratuito, não possuindo a pessoa jurídica de direito público a mesma autonomia que o particular tem em relação a seus bens até mesmo porque o administrador atual da coisa pública se pudesse alienar livremente os bens fatalmente tiraria proveito pessoal com tal possibilidade. 
O bem de uso comum e de uso especial que deixarem de cumprir sua finalidade poderá ser desafetados passando a integrar de direito público como se particular fosse já que passará a ser bem dominical. 
O bem dominical pode ser alienado porém para que haja um controlenessa alienação é necessário prévia autorização por processo administrativo, deixando claro que não há liberdade total na venda ou doação de um bem público.
Impenhorabilidade os bens públicos são impenhoráveis. Por dívidas e outros.
 A ultima característica do bem público é a sua impenhorabilidade. O particular que não pagar sua dívida em virtude de uma sentença judicial poderá ter seus bens apreendidos(penhorados) sendo alienados para o pagamento da dívida. Isso não acontece com o bem público, ou seja os bens públicos não podem sofrer essas restrições judiciais, inicialmente porque se insistissem em não pagar a consequência seria a venda que é proibida pela inalienabilidade. Ademais se a penhora fosse admitida a consequência normal seria a paralização dos serviços públicos considerando as inúmeras penhoras que seriam realizadas. Como forma de evitar o favorecimento pessoal de alguns credores da PJ de direito público em prejuízo de outros foi estabelecido o sistema de precatórios no art. 100 CF assim, da sentença que não caiba mais recurso o credor da PJ de direito público interno terá em suas mãos um precatório que será previsto no orçamento do ano seguinte do município, estado ou união passando aquele credor a integrar uma listas de precatórios onde o crédito do indivíduo só será satisfeito depois dos anteriores que estiverem na lista.
FIM DA MATÉRIA PARA -AV1-
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