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Doenças do Tecido Conjuntivo Lúpus. Amanda Cavalcanti Esclerodermia. Leonardo Roberto Dermatopolimiosite. Rafaela Gomes Lúpus C onc eito Lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem se limitar à pele (lúpus cutâneo) ou surgir em diversos órgãos (lúpus eritematoso sistêmico [LES] ), manifestando-se de forma lenta e progressiva ou rapidamente, de acordo com as fases de remissão e atividade da doença Lúpus Et i ol ogia O lúpus ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói alguns tecidos saudáveis do corpo. Estudos mostram que pessoas com pré-disposição ao lúpus podem desenvolver a doença ao entrar em contato com algum elemento do meio ambiente capaz de estimular o sistema imunológico a agir de forma errada Luz solar: Exposição à luz do sol pode iniciar ou agravar uma inflamação preexistente a desenvolver lúpus. Medicamentos: Lúpus também pode estar relacionado ao uso de determinados antibióticos, medicamentos usados para controlar convulsões e também para pressão alta. Ambiente Hormônio Problemas com o sistema imunológico Lúpus F i s iopatologia O LES é uma doença relacionada à produção de diversos autoanticorpos. Cada um destes é direcionado a um antígeno do próprio indivíduo, o que resulta em uma reação inflamatória espalhada pelos locais onde os imuno complexos formados estão localizados ou por onde eles se depositam. Para o lúpus eritematoso (LE) cutâneo, o anti-Ro (SSA) tem relação com fotossensibilidade, LE cutâneo subagudo, LE neonatal (e bloqueio atrioventricular [BAV] congênito) e síndrome de Sjögren. O anti-La (SSB), quando presente, confere resistência ao desenvolvimento de nefrite lúpica e está relacionado à síndrome de Sjögren. O anti-Sm é o autoanticorpo mais específico para LES, porém está presente em apenas 30% dos indivíduos com a doença. Seus níveis não têm relação com atividade de doença. A anti-histona está relacionada ao lúpus induzido por drogas. Lúpus Por ser uma doença que afeta principalmente mulheres em idade fértil, existe a hipótese de associação dos hormônios femininos, ou do cromossomo X, à doença. Lúpus Inc idência Sexo: a doença é mais comum em mulheres do que em homens Idade: a maior parte dos diagnósticos acontece entre os 15 e os 40 anos, apesar de poder surgir em todas as idades Etnia: lúpus é mais comum em pessoas afro-americanas, hispânicas e asiáticas. Lúpus Class i f icação As manifestações cutâneas específicas do lúpus dividem-se em duas classificações: uma clínica e outra histológica. clínica do lúpus eritematoso [3]: agudo, subagudo e crônico. As apresentações histológicas [3]: Agudas, subagudas (variantes anular e psoriasiforme) e crônicas (lúpus discóide, tumidus e profundus) Lúpus Lúpus eritematoso cutâneo agudo As lesões cutâneas surgem durante a atividade sistêmica da doença. Uma associação de lesões é vista, sendo as mais comuns o rash malar(borboleta), o eritema maculopapular(erupção cutânea avermelhada) a fotossensibilidade, a alopecia(perda de cabelo), as aftas orais e as lesões vasculíticas. As lesões do lúpus agudo apresentam-se clinicamente nas formas localizadas (eritema malar) e generalizadas (lesões disseminadas pelo corpo). Lúpus Lúpus eritematoso cutâneo subagudo Clinicamente as lesões são apresentadas como placas não infiltrativas que preferencialmente envolvem as áreas expostas do tronco e das extremidades superiores. São divididas em lesões do tipo anular e psoriasiforme. As lesões anulares têm menor acometimento da epiderme e têm distribuição mais centrípeta que centrífuga, como no caso das lesões psoriasiformes, que também se caracterizam pela significativa descamação. Lúpus Lúpus Eritematoso cutâneo crônico As lesões crônicas clássicas são as lesões discóides. Caracterizam-se como placas recobertas por fino tecido descamativo, que se estende até o folículo piloso. As placas podem ser inicialmente hiperpigmentadas e em um processo evolutivo se despigmentarem e evoluírem para lesões cicatriciais mais profundas, que são, na maioria das vezes, permanentes. O lúpus tumidus é caracterizado por lesões tipo pápulas urticariformes, nódulos ou placas infiltrativas edemaciadas que atingem preferencialmente a cabeça, o pescoço e os braços. Lúpus O lúpus profundus ou paniculite lúpica. Suas lesões são mais profundas e caracterizadas pela presença de nódulos e placas. Acometem superfícies expostas a traumas, como bochechas, ombros, coxas e mamas. A progressão das lesões pode resultar calcificação e ulcerações. Lúpus Eritematoso cutâneo crônico Lúpus As manifestações clinicas mais frequentes são: Lesões de pele denominadas de lesões de vespertílio, ou asa de borboleta, dores nas articulações e edema, principalmente nas articulações das mãos, inflamação de Quadro Cl in ico Pleura ou pericárdio, inflamação do rim, anemia, leucopenia, linfopenia, plaquetopenia, febre, emagrecimento, fraqueza, manifestações oculares, aumento do fígado, baço e gânglios podem ocorrer na fase ativa da doença. Lúpus A doença branda pode ser tratada com: Antiinflamatórios não esteroides para artrite e pleurisia Protetor solar para as lesões de pele Corticoide tópico para pequenas lesões cutâneas Uma droga antimalárica (hidroxicloroquina) e corticoides de baixa dosagem para os sintomas de pele e artrite. Tratamento O tratamento para lúpus mais grave inclui: Alta dosagem de corticoides ou medicamentos para diminuir a resposta do sistema imunológico do corpo (imunossupressores) Drogas citotóxicas (drogas que bloqueiam o crescimento celular) quando não houver melhora com corticoides ou quando os sintomas piorarem depois de interromper o uso. Esses medicamentos têm efeitos colaterais graves, por isso o médico deverá monitorar o uso com muita frequência. O tratamento medicamentoso deve ser individualizado para cada paciente e dependerá dos órgãos ou sistemas acometidos e da gravidade desses acometimentos. O Fisioterapeuta pode desempenhar um papel importante para os pacientes com LES durante e entre os períodos mais agudos da doença. Educação: É essencial para os pacientes com lesões de pele terem uma educação apropriada sobre a melhor maneira de cuidar da sua pele e garantir que não experimentam lesões adicionais da pele. Exercício aeróbio: Um dos sintomas mais comuns que os pacientes com LES experienciam é a fadiga generalizada que pode limitar suas atividades ao longo do dia. O programa de exercício aeróbio consistiu em 30-50 minutos de atividade aeróbia (caminhada / natação / ciclismo), com exercícios cardiovasculares. Conservação de Energia: O Fisioterapeuta pode educar os pacientes sobre as técnicas adequadas de conservação de energia e as melhores formas de proteger as articulações que são suscetíveis a danos. Lúpus Tratamento em Fis io terapia Lúpus Prognost ico Mesmo com os avanços recentes em seu tratamento, o Lúpus é uma doença crônica, potencialmente grave, que interrompe a vida normal do indivíduo obrigando-o a uma rotina de freqüentes exames, visitas ao médico, hospitais, efeitos colaterais de medicações, sintomas e seqüelas da doença, estas às vezes permanentes. Isso é particularmente difícil de aceitar na juventude, faixa etária mais acometida pelo lúpus. Porém o prognóstico dos doentes com LES melhorou significativamente nos últimos anos, com o desenvolvimento de esquemas mais agressivos e menos tóxicos. A gravidez de doentes com LES é possível, mantendo medicamentos que anteriormente se pensavam tóxicos. Felizmente,a maioria dos doentes tem doença ligeira, só articular e cutânea e que não interfere na funcionalidade. C onc eito Esclerodermia é uma doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo, ligada a fatores autoimunes. Sua principal característica é o endurecimento (esclero) da pele (dermia), que se torna mais espessa, brilhante e escura nas áreas afetadas. Esclerodermia Et i ol ogia Acredita-se que haja uma base genética para a doença, pois a ocorrência é mais comum entre pessoas que têm familiares com outras doenças autoimunes, como o lúpus. Não se conhece a causa dessa doença considerada reumatológica, que não é contagiosa, Existem hipóteses sem confirmação de que alguns fatores, como temperatura baixa, estresse, exposição a produtos químicos e a toxinas resultantes de infecção por vírus e bactérias possam desencadear o processo. Alguns pacientes desenvolveram a doença trabalhando com pó de sílica. Esclerodermia Essa enfermidade é mais frequente nas mulheres A esclerodermia localizada é mais comum em crianças. As lesões aparecem em pequenas áreas da epiderme e nos tecidos abaixo delas. Inc idência Esclerodermia Class i f icação ESCLERODERMIA LOCALIZADA, OU EM PLACAS: A localizada é mais comum em crianças. As lesões aparecem em pequenas áreas da epiderme e nos tecidos abaixo delas. De acordo com o aspecto, é chamada de morféa (manchas) ou linear (em faixas). ESCLERODERMIA SISTÊMICA: A doença agride não só a pele, mas também os pulmões, rins, esôfago, vasos sanguíneos, articulações, estruturas nas quais pode provocar fibrose. O esôfago e o pulmão são os órgãos internos mais atingidos. Os sintomas de comprometimento do esôfago são queimação no estômago, sensação de parada da comida no esôfago, dificuldade de engolir, difícil digestão e regurgitação do alimento. Os sintomas do pulmão são tosse e falta de ar, mas quando esses sintomas aparecem o pulmão pode já estar alterado antes de aparecer os sintomas. É o que chamamos de doença silenciosa. Esclerodermia Dedos das mãos ou dos pés que ficam azulados ou brancos em reação a temperaturas altas e frias Perda de cabelo Rigidez da pele Pele anormalmente clara ou escura Espessamento da pele, rigidez e endurecimento dos dedos, das mãos e do antebraço Pequenos nódulos brancos abaixo da pele que às vezes liberam uma substância branca Feridas (úlceras) na ponta dos dedos das mãos ou dos pés Pele do rosto rígida e repuxada Problemas respiratórios podem ser resultado de cicatrizes nos pulmões e também podem incluir: Tosse seca Falta de ar Respiração ofegante Quadro Cl in ico Esclerodermia Os sintomas nos ossos e nos músculos podem incluir: Dor nas articulações Dormência e dor nos pés Dor, rigidez e inchaço nos dedos e nas articulações Dor no pulso •Problemas no trato digestivo podem incluir: •Inchaço após as refeições •Constipação •Diarreia •Dificuldade para engolir •Refluxo do esôfago ou azia •Problemas para controlar as fezes (incontinência fecal) Quadro Cl in ico Esclerodermia A esclerodermia pode tomar muitas formas e afetar áreas diferentes do corpo. Justamente por isso, pode ser difícil de diagnosticar. Depois de um exame físico completo, o médico pode sugerir exames de sangue para verificar os níveis de certos anticorpos produzidos pelo sistema imunológico. O especialista pode remover uma pequena amostra de tecido (biópsia) da pele afetada para que possa ser examinado em laboratório, a fim de verificar anormalidades. O paciente também pode precisar realizar testes de respiração (testes de função pulmonar), uma tomografia computadorizada de seus pulmões e um ecocardiograma do coração. Prognost ico Esclerodermia Não existe um tratamento específico e voltado exclusivamente para esclerodermia. Os medicamentos usados para tratar a doença incluem: Medicamentos antiinflamatórios Medicamentos imunossupressores Anti-inflamatórios não esteroides Outros tratamentos para sintomas específicos podem incluir: Medicamentos para azia ou problemas para engolir Medicamentos para a pressão arterial, para pressão alta ou problemas nos rins Terapia com luz para aliviar o espessamento da pele Medicamentos para melhorar a respiração Medicamentos para tratar o fenômeno de Raynaud Tratamento Esclerodermia O tratamento fisioterapêutico para esclerodermia é, especialmente, usado no tratamento para esclerodermia localizada e serve para diminuir a dor, prevenir contraturas articulares e mantar a função e amplitude dos membros. Para isso, o tratamento fisioterapêutico para esclerodermia consiste em exercícios de mobilização e manipulação que devem ser feitos diariamente ou de acordo com a indicação do fisioterapeuta. Tratamento f i s ioterapêut ico para esc lerodermia Esclerodermia Dermatopolimiosite A dermato polimiosite (DM) é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune, que afeta inicialmente a pele, os músculos estriados proximais, podendo haver ainda comprometimento nas articulações e consequentemente limitação do movimento e na qualidade de vida. Ela deriva da polimiosite- Caracterizada pela inflamação dolorosa e degeneração dos músculos. Sendo assim: a dermato polimiosite é a polimiosite acompanhada pela inflamação cutânea. C onc eito Dermatopolimiosite A sua causa é desconhecida, mas alguns fatores relacionados ao seu desenvolvimento já foram identificados: Predisposição genética Câncer; defeito auto imune (reação imunológica contra si mesmo). Agentes infecciosos ou tóxicos agindo como desencadeadores induzidas por medicamentos (incluem a hidroxiuréia, penicilamina, estatinas, quinidina e fenilbutazona. Agentes virais ou reações auto-imunes. Et i o l ogia Dermatopolimiosite O mecanismo fisiopatológico da DM caracteriza-se por uma vasculopatia com depósitos de imunocomplexos, enquanto o da PM, por lesão muscular mediada por células T. Além disso, a DM apresenta achados cutâneos característicos e associação com neoplasias. A variação de autoanticorpos existentes e os achados clínicos determinam o curso e a gravidade da doença. A fraqueza muscular ocorre não só por perda e fibrose de fibras musculares, mas também por anormalidades no processo de contração. A lesão capilar é a primeira manifestação que ocorre em pacientes com DM e desencadeia atrofia perivascular. F i s iopatologia Dermatopolimiosite A (DM) é uma doença relativamente rara. A prevalência é de cerca de 1/100.000 habitantes. Afeta com mais frequência o sexo feminino. Ocorre em indivíduos de qualquer idade, porém apresenta dois picos de incidência: dos 10 aos 15 e dos 40 aos 50 anos. Quando a DPM está associada a neoplasias, se manifesta em pessoas com idade mais avançada. Inc idência Dermatopolimiosite Juvenil: Miosite e lesões cutâneas ocorrendo em crianças < 16 anos. Dermatopolimiosite Amiopática: Lesões cutâneas se desenvolvem sem evidência de envolvimento muscular. Class i f icação Dermatopolimiosite Dermatopolimiosite Na dermatomiosite, as erupções cutâneas tendem a ocorrer no mesmo momento que a fraqueza muscular e outros sintomas (Mialgia, dispneia). A lesão capilar é a primeira manifestação que ocorre em pacientes com DM, fora esse há vários outras Quadro Cl in ico Eritema em heliotropo Uma erupção de cor vermelho escuro pode surgir na face, assim como um inchaço vermelho-arroxeado em torno dos olhos. DermatopolimiositeQuadro Cl in ico Sinal de Manicure Hipertrofia e hemorragia cuticular, com áreas de infarto e eritema. Mãos de Mecânico Esse é um outro tipo de erupção, a qual pode ser descamativa, lisa ou elevada, pode ocorrer em qualquer local do corpo, mas é especialmente comum nos nodos dos dedos. Sinal do Xale Fotossensibilidade em V no dorso (Ombro, pescoço). Dermatopolimiosite Quadro Cl in ico *Fenômeno de Raynaud Eritrodermia, fotossensibilidade e calcinose. Dermatopolimiosite Diagnóstico Enzimas musculares: Aumento dos níveis de enzimas musculares principalmente creatinina fosfoquinase, creatinina urinária transaminases, lactato desidrogenase, aldolase e fosfatase. Diagnósticos de Bohan e Peter: Consideram como polimiosite definida presença de todos critérios de 1 a 4. A doença é provável se houver 3 critérios. Estabelece-se o diagnóstico de dermatomiosite definida se houver o critério 5. Os critérios de Bohan e Peter,4 para o diagnóstico de PM e DM são os seguintes: •Fraqueza muscular proximal simétrica •Biópsia muscular com evidência de miosite •Elevação sérica de enzimas musculares •EMG com padrão característico •Rash típico da dermatomiosite Esses critérios apresentam em média sensibilidade de 70% e especificidade de 93%. Diagnost ico Eletromiografia: Auxilia a diferenciar uma miopatia de uma desordem neurológica pura. * Ressonância: Pode demonstrar alterações musculares antes das manifestações clínicas e do aumento da CPK (creatinofosfoquinase), sendo considerado o exame essencial no diagnóstico. Biópsia Muscular: Realizada em músculos clinicamente afetados, em geral na musculatura proximal, sempre dando preferência ao músculo tríceps, pois o deltóide é mais afetado tardiamente. Notou-se na biópsia muscular a diminuição do número de linfócitos nos pacientes com dermatopolimiote. Dermatopolimiosite Diagnost ico Dermatopolimiosite Tratamento TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: O tratamento pode ser iniciado com glicocorticóides (GC) sistêmico. A associação de imunossupressores à corticoterapia é recomendável principalmente para pacientes com mau prognóstico. * É necessário evitar a exposição solar excessiva, e utilizar medidas de fotoproteção, para minimizar os efeitos danosos do Sol em uma pele que já está danificada e fotossensível. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: Consiste na manutenção ou na restauração da mobilidade articular e da postura, evitar contraturas e atrofia muscular e facilitar as atividades funcionais. A cinesioterapia é essencial para o tratamento aplicada através de exercícios de alongamento muscular global, exercícios de fortalecimento, transferência de peso e dissociação de cinturas,treino de equilíbrio, propriocepção e da marcha. Assim como outros recursos como a hidroterapia, podem ser benéficos. Tratamento da pele. A terapêutica cutânea baseia-se na introdução de creme lubrificante ou emoliente no uso de potente corticosteróide não-fluorado; no emprego de antibióticos locais para combate de infecções e na excisão cirúrgica para a remoção da calcinose mais superficial. Dermatopolimiosite BENEFÍCIOS ESPERADOS: Não existe a cura completa da doença, assim como outras doenças auto-imune. O tratamento visa a remissão e estabilização da doença e minimizar a incapacidade e melhorar a qualidade de vida. Melhora da força muscular; Prevenção do desenvolvimento de complicações extra musculares; Controle das manifestações cutâneas na DM Prognost ico
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