3._NORMAS_E_PADROES_DE_NUTRICAO_E_ALIMENTACAO_ANIMAL

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NORMAS E PADRÕES DE NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO ANIMAL
OBJETIVOS: Destacar aspectos relacionados ao uso das tabelas de exigências nutricionais e composição química dos alimentos.
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
( As normas e padrões servem para orientação na escolha de rações balanceadas que estabeleçam as quantidades de nutrientes exigidas para cada espécie e categoria animal.
Ex de normas: Proibido utilizar farinhas de origem animal na ração de ruminantes;
Ex de padrão nutricional: Nível de Ca (frango x poedeira).
( Não preocupar somente com os padrões matemáticos por que:
Os padrões nutricionais variam com as regiões geográficas e estações do ano;
A composição de um mesmo alimento varia de acordo com a partida ou lotes. (Ex. ração com 30%FS = 30 x 45%PB = 13,5%PB // 30 x 43%PB = 12,9%PB).
Os animais diferem em capacidade de digerir e utilizar os alimentos (espécies diferentes = diferenças anatômicas no trato digestivo);
A exploração pode ser extensiva ou intensiva (confinados);
As normas são oriundas de resultados experimentais, o que pode torná-las teóricas.
CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS EM UMA RAÇÃO BALANCEADA:
Para que uma ração seja bem equilíbrio e dê os resultados esperados, satisfazendo o retorno econômico é necessário:
Proporção adequada de nutrientes;
Economicidade (Ração A = R$0,60/kg – CA=2:1 // Ração B = R$0,50/kg – CA=3:1).
Boa palatabilidade;
Comunicar aspectos desejáveis à carcaça ou produtos;
Ex: (Milho:25ppm xantofilas // Sorgo:6ppm // Ideal: 12ppm
Ração 60%M = 15ppm // Ração 60%Sorgo = 3,6ppm (usar pigmentos).
Teor de fibra adequado ao tipo ou categoria animal; 
Forma física da ração adequada a cada espécie animal (farelada, peletizada, extrusada, etc.,).
EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS:
As exigências podem ser expressas:
a) Em termos absolutos: quantidade de cada nutriente exigida num período de 24 horas. Ex: 780g de PB/dia para novilho de 400 kg PV com ganho diário de 800g/PV/dia.
b) Em termos relativos: quantidade de nutrientes expressa em porcentagem da dieta. Ex: exigência de 18% de PB para suínos em crescimento (10 – 20 kg de PV).
C.1) Exigência de Mantença: é a exigência diária do animal, para manter seu PV, sem ganho e/ou produção de leite, lã, carne, ovos, etc.
C.2) Exigência de Produção: quantidade diária de nutrientes requeridos para produção.
C.3) Exigência de Gestação e/ou Reprodução: é a quantidade exigida diária/te para desenvolvimento do feto ou para reprodução (acasalamento).
C.4) Exigência Total: somatório das exigências de mantença, produção e, quando for o caso, de gestação.
D) ALIMENTOS: Uso e Restrições = Aula teórica.
E) CONSUMO DE MS e VOLUMOSOS PELOS RUMINANTES:
E.1) MS = 2,0 a 5,0% (Média = 3,0% do PV).
E.2) FENO: BOM = 3% do PV na MN.
			 MÉDIO = 2% do PV na MN.
			 RUIM = 1% do PV na MN.
Obs: 1 a 3% de acordo com a qualidade (MN).
E.3) FORRAGEM: VERDE = 6 – 8% do PV na MN.
		 MADURA = 4 – 6% do PV na MN.
Obs: Média = 5 – 10%
E.4) SILAGEM: 5 – 10% do PV na MN.
E.5) RAÍZES E TUBÉRCULOS: 2 – 3% do PV na MN.
F) USO DAS TABELAS DE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS:
SUÍNOS: Levanta-se a composição dos ingredientes em PB e AAE: LIS, MET + CIS, TRP, HIS, TIR, TRE, FEN, LEU, VAL.
 	
ENERGIA: Digestível (ED), com tendências de usar a EM.
MINERAIS: Ca, P e Na (Cl incluso). Micro: Fe, Zn, Mn, Cu, I, Se.
VITAMINAS: A, D, E, K, Tiamina (B1), Riboflavina (B2), Piridoxina (B6), Cianocobalamina (B12), Niacina, Ácido Pantotênico, Biotina, Ácido Fólico, Colina.
Para um cálculo prático e simples: PB, ED, P, Ca, Na, Lis, Met + Cis.
Micro e vitaminas = nos premixes.
Demais AA’s = formulação geralmente atende.
AVES: Para cálculo completo: PB, EM, AAE: MET + CIS, LIS, TRP, FEN, LEU, ILE, TRE, TIR, HIS, VAL e GLI. (principalmente pintos = excreção protéica da gema = ácido úrico).
VITAMINAS: idem a suínos.
MINERAIS: Ca, P, Na, (Cl).
 
Micro: Cu, Mn, I, Fe, Zn, Se, (Co).
AG Essencial: Linoleico (nutricionalmente essencial).
Para um cálculo prático e simples: PB, EM, Ca, P, Na, Met + Cis, Lis.
 
RUMINANTES (e Equinos = PB ou PD, ED, Ca, P, Vit A): PB ou PD (devido variação na digestibilidade dos volumosos: 60 – 80%), NDT ou ED (também EM).
MINERAIS: Ca, P, Na (geralmente no sal mineral) e Micro {Fe, Zn, Mn, Cu, Co (solos são pobres), I e Se}. 
VITAMINAS: A e D (se confinados). Vit E = geralmente injetável.
ATUALMENTE = BOVINO DE LEITE: EL lactação
			 BOVINO DE CORTE: EL mantença e EL ganho.
	
		
E considera-se PDR e PNDR.
Poucas pesquisas e dados ainda são escassos na literatura. Pesquisas para determinações (métodos) são complexas.
G) USO DAS TABELAS DE COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ALIMENTOS:
Para se obter resultados satisfatórios quando se utiliza as tabelas é necessário observar:
Se possível retirar as exigências nutricionais e composição química de tabelas de mesma bibliografia;
Observar se a composição do alimento pertence ao mesmo nutriente levantado na tabela de exigência. 
Ex: Não confundir PB e PD, ED e EM, etc.
Verificar se os dados estão na MS ou MN e proceder às transformações quando necessário. 
 Ex: Alimento com 6% de FB e 32% de MS (na MN) - ? MS
6%FB ------------ 32%MS
 X = 18,75% FB na MS.
 X%FB ------------ 100%MS
Verificar se os dados estão na MS ou MN.
Ex: Alimento com 21%PB na MS - ?MN (sendo que na MN ele tem 25%de MS).
21%PB ------------ 100%MS
 X = 5,25%PB na MS.
 X%PB ------------ 25%MS
Estimativa de ED baseada no NDT ou vice-versa: considerar que 1 kg de NDT produz 4400 Kcal de ED.
Logo: ED (Kcal/kg) = % NDT x 44.
Para estimar a EM, considera-se: 82% da ED.
EM = ED x 0,82
ALIMENTOS VOLUMOSOS:
Para levantar a composição química na tabela, deve-se observar a que mais se aproxima ao alimento em uso, no que ser refere ao estágio de maturação, qualidade da silagem ou fenos.
Ex: Capim elefante: composição varia de acordo com a idade em que se processa o corte: 42 dias, 64 dias, etc.
ALIMENTOS CONCENTRADOS:
Consideramos 2 situações:
O alimento não possui análise laboratorial: a composição em nutrientes é retirada das tabelas e como conseqüência é mais passível de erros.
O alimento possui análise de alguns nutrientes: a composição de alguns nutrientes será retirada da tabela, utilizando-se os resultados da análise para localizar na tabela aquela que mais se aproxima da amostra.
Ex: F. Algodão 28 e 40% de PB.
A análise mais comum é PB, Ca e P, os demais nutrientes retirados da tabela.
É importante observar a MS (%).
CORREÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA:
ENERGIA: se houver muita divergência entre a MS da tabela e a da análise, para alimentos concentrados, deve-se corrigir a energia. 
Ex: Milho analisado = 84% de MS
	 Milho tabela = 88% de MS e 3417 Kcal de EM /Kg.
EM do analisado = ???
3417 Kcal EM ------------- 88% de MS
 X = 3262 Kcal EM/ kg
 X ------------- 84% de MS
Considerando uma ração com 60% de milho, a energia fornecida pelos 2 milhos seria:
Tabela: 3417 x 0,6 = 2050 Kcal
Analisado: 3262 x 0,6 = 1957 Kcal EM.
Diferença = 93 Kcal = expressivo, pode afetar desempenho (observar e fazer a correção).
PROTEÍNA: principalmente para os concentrados protéicos, deve-se fazer a correção da composição em AA’s, sempre que houver muita variação no teor de PB analisada em relação ao valor da tabela. 
Ex: Farinha de carne e ossos.
Tabela =50% PB e 2,68% de LIS
Analisada = 45% PB e ?? % de LIS.
Em 50% PB ----------- 2,68% de LISX = 2,41% de LIS no 								 alimento analisado
Em 45% PB ----------- X
 Ou pelo fator de correção:
 PB (analisada) 45
FC = ---------------------- = --------- = 0,9
 PB (tabela) 50
% LIS no alimento analisado = 2,68 x 0,9 = 2,41%
Idem para os demais AA’s : M + C = 1,22 (1,22 x 0,9 = 1,10)
Exemplo Prático: 
Silagem de Milho= 7,8%PB na MS (100%MS)
Quanto terá de PB na MN? – sendo que a matéria natural/integral (como o alimento é fornecido para o animal) a MS é 28,4%?
 Se o animal consome 30Kg de silagem/ dia qual o consumo diário de MS?
Qual a quantidade de PB consumida/ dia calculado em MN e MS?
 Em 100% de MS-----7,8%PB
 Em 28,4%de MS-----x
		 X= 2,22% PB na MN.
100Kg silagem(MN)-----28,4Kg MS
30Kg silagem(MN)------x
	 X= 8,55Kg MS/dia.
100Kg silagem(MN)-----2,22%PB
30Kg silagem(MN)----x
	 X= 0,67Kg PB/dia.
100Kg silagem(MS)-----7,8%PB
 8,55Kg (MS)----x
 X= 0,67Kg PB/dia
 
H) CAUSAS MAIS COMUNS DAS VARIAÇÕES NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE UM MESMO ALIMENTO:
Cultivares – Ex: sorgo sacarino x sorgo granífero (% PB).
Condições de armazenamento 
Acarreta perda de vitaminas (feno) 
Acarreta perda de MS.
Ex: Milho (carunchado) BR 451 = 8,34% PB e BR 473 = 10,24% PB.
Condições do solo – cuja composição do alimento pode variar de acordo com a adubação.
Teor de Água – Ex: Milho recém - colhido x milho já seco.
e) Condições de processamento 
1. Ex: farinha de sangue = tempo de secagem (aquecimento) x disponibilidade de AA’s;
2. Ex: farelo de algodão = prensagem x expeller (solvente);
				 = adição de casca.
3. Ex: farinha de carne e ossos = adição de carne e ossos variável de partida para partida ( não é padronizado.
“Sempre que possível, o mais viável é analisar os alimentos”.
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Professora Maria das Graças Carvalho Moura e Silva
Departamento de Zootecnia - UFLA