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COMPRA E VENDA – 481 e seguintes Toda e qualquer compra e venda são feitas em dinheiro. O comprador compra objeto em dinheiro e recebe coisa móvel e imóvel. "481 - Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro." Se não for em dinheiro, não invalida o contrato, só não é compra e venda. · Conceito Compra e Venda é o contrato pelo qual um contratante, no caso, o vendedor, se obriga a transferir a propriedade de um bem, enquanto o outro, no caso, o comprador, se obriga a pagar-lhe certo preço em dinheiro. · Análise de conceito A Compra e Venda é um contrato bilateral, visto que as duas partes têm obrigações. Além disso, é um contrato oneroso, pois as duas partes possuem vontades. O contrato de compra e venda é comutativo, ou seja, são aqueles em que as partes desde o início conhecem o montante de sua prestação e, em geral, há uma certa igualdade entre as prestações. A compra e venda por si só não transfere a propriedade, quando for bem imóvel, o que transfere é o registro (outorgando a escritura pública), e se for bem móvel, a tradição (entrega). · Regras sobre preço – 485, 486, 487, 488 e 489 O preço vai ser estipulado em comum acordo, porém, se o contrato for feito sem preço, o contrato será considerado inválido. Diferentemente de no caso deixar o preço para terceiro estipular. Elementos Constitutivos – 482 Há a compra e venda pura perfeita quando há coisa, preço e consentimento. 1. Coisa Coisa futura - 483: A compra e venda pode ter como objeto coisa atual ou futura. Corpóreas: Móvel ou imóvel. Se for coisa incorpórea, não é compra e venda, e sim cessão. Litigiosas: Depois da citação de um processo de coisa móvel ou imóvel, torna a coisa litigiosa. A coisa litigiosa pode ser objeto de compra e venda. Alheias: O vendedor tem que ser dono do bem para que o contrato seja válido. No entanto, existe uma ressalva, se a coisa for alheia e depois o vendedor se tornar dono, o contrato de compra e venda continua válido. 2. Preço O preço tem que ser certa soma em dinheiro, de forma determinada ou determinável. 3. Consentimento É o acordo de vontades, basta o consentimento para ter o contrato perfeito e acabado. 4. Forma Se a compra e venda for acima de 30 salários-mínimos, a compra e venda é solene. Se for abaixo, não é solene. A solenidade é a obrigação do contrato ser de determinada forma especial. · Compra e venda não pura A compra e venda não pura é sempre colocada por uma condição ou um termo, para que assim possa ter efeitos jurídicos. 1. Condição: Evento futuro e incerto. Exemplo: Realizar a compra e venda se a pessoa se casar. 2. Termo: Evento futuro e certo. Exemplo: Colocar um prazo para que faça efeitos jurídicos a partir dele. · Responsabilidade por riscos – 492 A responsabilidade por riscos vai depender se foi antes ou depois do registro ou tradição. 1. Antes do registro ou tradição: se a coisa perecer, o vendedor é o responsável, pois o bem ainda está com ele. 2. Depois do registro ou tradição: se a coisa perecer, o vendedor fica isento de responsabilidade. 3. Tradição simbólica - 492, parágrafo primeiro: significa que ainda não teve a entrega física, mas o objeto foi colocado à disposição do comprador. 4. Mora do comprador - 492, parágrafo segundo: se o comprador está em mora de receber o objeto, ele também responde pelos riscos. 5. Coisa expedida em lugar diverso - 494: se a coisa for expedida para lugar diverso ao domicílio do comprador, por ordem dele, por sua conta serão os riscos. · Responsabilidade por despesas Ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as de tradição. · Responsabilidade por Evicção (perda da coisa por melhor direito) ou Vício Redibitório (Defeito Oculto) Se um terceiro prova melhor direito, o vendedor responde por isso. (Evicção) Se o objeto contém Vício Redibitório, o adquirente pode rejeitar a coisa e voltar ao estado anterior, ou pedir abatimento do preço. · Venda a Vista - 491 Pago de uma vez só. Não sendo o pagamento a crédito e a prazo, o vendedor não é obrigado a entregar o bem antes de receber o preço. · Venda a prazo - insolvência 495 Pago parceladamente. Se o vendedor ainda não entregou ou registrou o bem, e percebe que o comprador esta insolvente, pode-se recusar de entregá-lo ou registrá-lo sem receber um sinal antes. · Regras especiais 1. Compra e Venda entre ascendentes e descendentes (anulável) - 496 Se houver compra e venda de pais em relação aos filhos, não configura como antecipação de herança, tendo em vista que há o pagamento. Além disso, deve haver autorização dos outros descendentes/cônjuge. Se não houver autorização, a compra e venda é anulável. Se não for proposta ação no prazo, caso não haja autorização, o ato jurídico é convalidado. O prazo conta-se 2 anos a partir da data da conclusão do ato (compra e venda). 2. Pessoas que não podem celebrar Compra e Venda – 497 Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta publica [...] 3. Compra e Venda entre cônjuges – 499 Pode haver compra e venda de um cônjuge ao outro, apenas do que diz respeito aos bens excluídos da comunhão. Artigo 1647: Nenhum dos cônjuges pode, sem a autorização do outro, exceto no regime de separação absoluta - inciso primeiro: alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis. OU SEJA, exceto no regime de separação absoluta, se o parceiro for alienar algum bem, deve ter autorização do outro. Tem prazo de 2 anos para propor ação. · Venda a Vista de amostras – 484 Se a venda se realizar a vista de amostras, protótipos e modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem. Se há uma relação de consumo, há responsabilidade objetiva. Se não há, há responsabilidade objetiva e perdas e danos. Responsabilidade objetiva e aquela que quem pede a indenização não precisa provar a culpa, o vendedor que deve provar que não tem culpa. (Relação de consumo) Na responsabilidade subjetiva, quem pede a indenização deve provar a culpa. · Venda "ad mensuram" (Por medida) - 500; serve para imóvel. É aquela que se fixa área determinada e estipula o preço por medida de extensão. Se no contrato não haver o nome da cláusula, mas estiver tudo estipulado, considera-se ad mensuram, o mesmo serve para o ad corpus, se não houver nada estipulado, considera-se ad corpus, mesmo que a intenção seja de ser ad mensuram. 1. Dimensão inferior Se o imóvel tiver tamanho menor do que estava no contrato, cabe reclamação. a) (REGRA) Complementação O comprador pode pedir a complementação da área, mas nem sempre isso é possível, tendo que utilizar de outra opção. Abatimento de preço O vendedor deve abater o preço Resolução Resolução do contrato (fim) b) Diferença de menos de 1/20 - 500, parágrafo 1 (não há o que reclamar) Se a diferença for irrisória, o comprador não pode reclamar. 2. Excesso de área- 500, parágrafo 2 No caso de o vendedor entregar uma área maior, o comprador pode escolher pagar diferença ou devolver excesso de área. 3. Prazo 1 ano decadencial a contar do registro para propor ação · Venda "AD corpus" (Por corpo certo) (não há o que reclamar) - 500, parágrafo 3; serve para imóvel Se faz sem determinação da área do imóvel, ou estipulação do preço por medida e extensão, o bem tem corpo certo ou determinado individualizado por suas características. Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. §3 Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus · Vício redibitório -503 (Defeito oculto que a coisa pode ter - 441) Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas. 1) Coisa singular: aplica-se o disposto no art. 503, visto que, o defeito oculto de apenas uma coisa não anula o contrato, portanto, não autoriza a rejeição como um todo, pois não estende o efeito para todas. 2) Coisa coletiva: não há aplicação do art. 503, podendo o comprador rejeitar a coisa por completo. Os bens singulares são aqueles que podem ser individualizados, possuindo uma existência independente dos demais. Os bens coletivos, universais ou universalidades são aqueles compostos por vários bens singulares considerados como um conjunto. Esse conjunto é considerado como um todo individualizado. · Compra e venda de bens em condomínio (copropriedade) Direito de preferência do condomínio – 504 Condômino tem preferência em relação a estranho. Se somente condôminos estiverem disputando, preferirá o condômino que tiver feito benfeitoria de maior valor, e na falta de benfeitoria, quem tiver o quinhão maior. - Prazo para depositar = 180 dias do contrato Se o condômino não der a preferência, cabe reclamação num prazo de 180 dias. · Cláusulas especiais da Compra e Venda 1. Retrovenda – 505 “Art. 505: O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.” Retrovenda é a cláusula do contrato de compra e venda que permite ao vendedor readquirir o bem imóvel mediante o reembolso do preço, das despesas e indenização das benfeitorias necessárias. a) Prazo Prazo decadencial de três anos. 30 dias do registro (em desuso) b) Recusa do comprador - 506 “Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador.” Havendo recusa por parte do comprador em receber as quantias ressarcidas pelo vendedor, poderá este para valer o seu direito de resgate efetuar o pagamento em juízo e reaver o imóvel, objeto do contrato. c) 3° Adquirente - 507 Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente. O dispositivo assegura aos sucessores a título universal do antigo proprietário o direito que cláusula de retrovenda assegura a este. Por exclusão, o direito à reaquisição do imóvel não pode ser cedido a terceiros a título singular. 2. Venda a contento - 509 e seguintes Condição suspensiva ou relativa Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la. Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável. 3. Preempção, Preferência ou Prelação – 513 Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. É a cláusula especial que obriga o comprador a dar preferência ao vendedor para adquirir a coisa nas mesmas condições ofertadas a terceiros, quando o comprador pretender vende-la ou dá-la em pagamento. a) Prazo = 180 dias móvel E 2 anos imóvel Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. b) Perdas e Danos Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé. 4. Venda com Reserva de Condomínio A venda com reserva de domínio é uma modalidade de negociação em que o vendedor tem a garantia da propriedade da coisa vendida a prazo (ou a reserva), até o pagamento integral pelo devedor, momento em que a propriedade (ou o domínio) será transferida ao comprador. a) Requisitos - 522 Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros. b) Responsabilidade por riscos – 524 Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue. c) Cobrança - 525, 526 Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial. Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida. d) Ação de reintegração de posse - 527 Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual. e) Instituição Financeira – 528 Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteriormente, mediante financiamento de instituição do mercado de capitais, a esta caberá exercer os direitos e ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer outro. A operação financeira e a respectiva ciência do comprador constarão do registro do contrato. · CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA – 533 Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações: I - Salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca; II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. DOAÇÃO · Conceito – 538 É o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outro. Esse conceito diz respeito à doação pura e simples. Somente a doação não transfere propriedade, quando imóvel, precisa-se do registro, e quando móvel, da tradição. 1. Contrato unilateral e gratuito (liberalidade) Unilateral, porque cria obrigações para somente uma das partes. Contudo, será bilateral quando modal ou com encargo. Gratuito. Porque constitui uma liberalidade, não sendo imposto qualquer ônus ou encargo ao beneficiário. Será, no entanto, oneroso se houver tal imposição. 2. Transferência de bens e vantagens Acarretando a diminuição do patrimônio do doador Somente com o contrato de doação não há transferência da propriedade, é necessário portanto, o registro ou tradição. · Espécies a) Doação pura e simples Configura-se quando o doador não impõe nenhuma restrição ou encargo ao beneficiário. nem subordina a sua eficácia a qualquer condição. O ato constitui uma liberalidade plena. b) Doação em contemplação – 540 É uma doação feita por algum motivo, no caso de compensação ou merecimento. Pode ser colocado ou não na escritura pública ou instrumento particular. c) Doação remuneratória- figura mista É a doação em pagamento de serviços. O que excedeu o valor do serviço prestado é a doação remuneratória. Se foi equivalente ao serviço prestado, não encaixa como doação. Mista no sentido da liberalidade. d) Doação com encargo É aquela que o doador impõe ao donatário uma incumbência ou dever. O encargo pode ser imposto: - a benefício do doador - a benefício de terceiro - a benefício do interesse geral (art. 553) e) Obrigação natural - não é doação Obrigação natural não é doação. Um exemplo de obrigação natural é no caso da dívida prescrita que a pessoa pagou mesmo estando prescrito. O credor não é obrigado a devolver, pois a pessoa pagou voluntariamente. · Forma – 541 A doação para estar perfeita e acabada, tem sua forma específica. 1. Escritura pública - imóveis acima de 30 salários-mínimos A escritura é essencial para a validade de negócios jurídicos (art. 108) 2. Instrumento particular Servirá para imóveis com menos de 30 salários-mínimos ou de bem móvel de grande valor. 3. Verbal - móveis de pequeno valor - imediata tradição Servirá para bem móvel de pequeno valor, além disso, deve haver a imediata tradição. A doação precisa ser escrita, exceto no caso verbal, mas dependerá da imediata entrega para que seja perfeita. A monta de valor dependerá da quantidade de patrimônio que o indivíduo tinha no momento da doação, isso atribuirá o que será de grande ou pequeno valor. · Consentimento O doador dará um prazo para quem receberá a doação aceitar 1. Aceitação - que pode ser: a) Tácita b) Expressa Se a doação for por encargo, a aceitação deve ser expressa. c) Presumida - Silêncio 539 Se o doador estabelece o prazo e a pessoa fica em silêncio, entende-se como aceitação. 2. Dispensa de aceitação - casamento futuro – 546 A doação feira em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa não pode ser impugnada por falta de aceitação e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar, pois o casamento já é a própria aceitação. 3. Aceitação de incapazes – 543 Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura. Se o menor for de 16 anos, não precisa da aceitação. Quanto ao relativamente incapaz, precisa ser assistido. Obs.: Nascituro, prole eventual (546) e entidade futura (554) 2 anos A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa [...] ou aos filhos que, de futuro, houver um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só fixará sem efeito se o casamento não se realizar. (Tem prazo de 2 anos para ter a prole) A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, está não estiver constituída regularmente. Essa entidade futura geralmente é fundação, ou alguma sociedade que a pessoa tenha e não esteja regularizada ainda (registro). A entidade tem 2 anos para se regularizar. · Doação de ascendentes para ascendentes/cônjuges 1. Adiantamento de herança – 544 Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. 2. Dispensa de colação A Colação é o ato pelo qual o herdeiro informa, no inventário, o recebimento de bens em vida, antecipado pelo autor da herança. Art. 2.005 (CC). São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação. A dispensa da colação pode ser feita pelo doador no próprio instrumento de doação ou em testamento, sendo necessário a declaração inequívoca de que o bem doado pertencia à parte disponível do seu patrimônio. A doação feita ao herdeiro necessário, sem cláusula de dispensa da colação, obriga aquele que recebeu a devolver o bem, ainda que este já tenha falecido. Nesses casos, os filhos do herdeiro necessário terão de devolver o que seus pais receberam em adiantamento de herança, ainda que nem sequer tenham herdado esse bem de seus pais. · Doação como subvenção periódica - 545 Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se esta outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. · Distribuição de Doação entre donatários 1. Por igual Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. 2. Direito de acrescer entre cônjuges - 551, Parágrafo único. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo. · Cláusula de reversão - 547 1. Estipulação do doador Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. A doação com cláusula de reversão é negócio jurídico bilateral sob condição resolutiva. Portanto, enquanto não se realizar a condição - que no caso é o retorno da propriedade ao doador, caso este sobreviva ao donatário - vige plenamente o negócio jurídico celebrado. A reversão admitida na generalidade dos códigos, é uma condição resolutiva. Os bens doados, passam desde o momento da tradição, ou da transcrição, para o domínio do donatário; verificada a condição, revertem ao domínio do doador, resolvendo-se, com a reversão, os direitos reais concedidos pelo donatário. A cláusula de reversão somente pode ser estabelecida em favor do doador, JAMAIS em prol de qualquer outra pessoa, que não o(s) proprietário(s) do bem por ocasião da prática da liberalidade. · Consequências da gratuidade - 552 (não responde por juros, Vício real, Evicção) Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário. · Doação com encargo - 553 Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito. · Restrições à liberdade de doar 1. Todos os bens - 548 (nula) Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. 2. Inoficiosa (nula) – 549 Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. 3. Cônjuge infiel (anulável) - 550 Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. · Revogação de Doação 1. Descumprimento de encargo Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. 2. Ingratidão - 555 e seguintes Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; II - se cometeu contra ele ofensa física; III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador. · Cláusula de inalienabilidade A cláusula de inalienabilidade é normalmente utilizada em testamentos e doações e é utilizada para limitar os direitos do donatário ou do herdeiro sobre bens imóveis. Assim, quem recebe o bem fica impedido de dispor do próprio bem, entenda-se, vendê-lo ou doá-lo. Isso ocorre no intuito de proteger o patrimônio, evitando que ele seja dilapidado por quem o recebeu, e também, como forma de proteção do donatário – aquele que recebeu o bem em doação - ou do herdeiro em razão de um casamento malsucedido.11/03/2024 Aula sobre contrato de empréstimo: Comodato e Mútuo Contrato de empréstimo É o contrato pelo qual uma pessoa entrega(empresta) a outra uma coisa com a obrigação de restituir dentro de certo tempo. Espécies: Comodato Mútuo COMODATO · Conceito - art. 579 O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto. (Se torna perfeito e acabado com a entrega do objeto, independentemente se for móvel ou imóvel, assim, um contrato REAL.) É um ato de liberalidade do comodante. Tem característica própria, individualizado. Não envolve pagamento. No comodato, é emprestado de forma gratuita um bem para o comodatário, de coisa não fungível (pode ser tanto móvel quanto imóvel) e não paga aluguel (mas poderá arcar com despesas). Passado o tempo, o comodatário terá que devolver o bem, da mesma forma que pegou. · Classificação É um contrato unilateral (só uma das partes tem obrigações, neste caso, o comodatário), gratuito (somente o comodatário tem obrigações e vantagens), real (se torna perfeito com a entrega) e personalíssimo (o comodatário tem uma relação de confiança com o comodante, pois só tendo uma relação para que emprestasse o bem). · Restrições Trata-se de liberalidade. "Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda". A quem está a supervisão do bem, que foi dado por confiança, não pode dar em comodato o mesmo sem autorização judicial. · Prazo - 581 É fixado no contrato É necessário para uso concedido. O comodante tem que respeitar, exceto se houver necessidade imprevista e urgente reconhecida pelo Juiz, ou seja, ele pode reaver antes o bem nas situações listadas, pois é um contrato gratuito). É vantajoso para as duas partes estipular o prazo e o porquê do uso (ex: morar na casa emprestada pelo comodante pois vai fazer um tratamento de saúde até o final do ano). Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado. · Obrigações do comodatário Conservar a coisa como se fosse sua – 582 Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante. Risco de dano: tem que salvar primeiro o objeto do comodato e depois as próprias coisas. – 583. Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior. · Mora do comodatário - 582, 2° parte Se o comodatário não devolver o bem e se recusa a devolver, responderá por sanção como o aluguel, com valor estipulado pelo Juiz, e por perdas e danos. Sanção: Aluguel O contrato passa a ser bilateral e oneroso. Também responde por perdas e danos. · Solidariedade Não se presume, ou é dada pela lei ou pelas partes. Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante. É um caso de solidariedade passiva. Se o juiz fixar a mora, por exemplo, o comodante poderá escolher de quem cobrará o aluguel. · Despesas ordinárias do comodato - 584 Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. Exemplo: alimentar o animal emprestado Pagar contas de consumo ou condomínio · Benfeitorias necessárias (aquela que serve para conservar o bem, se ela não for feita, não bem sofrerá dano. Ex: consertar encanamento) Despesa ordinária não é benfeitoria, ou seja, o comodatário não pode ser indenizado por isso, ao contrário de benfeitoria necessária) Indenização somente pelas melhorias urgentes e necessárias. (Alto valor (vai de acordo com o bem) - diferente de despesa ordinária) (Caso contrário, o contrato não seria contrato gratuito) Retenção - Enquanto o comodatário não for indenizado, ele tem direito de reter o bem, permanecendo na sua posse, não podendo o comodante cobrar aluguel. MÚTUO · Conceito - 586 O Mútuo é empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade (coisa fungível). No Mútuo, é somente bem móvel, imóvel somente no comodato. No Mútuo, o bem tem que ser devolvido não precisando ser o mesmo, porém deve ser do mesmo gênero, quantidade e qualidade. · A restituição deve ser do mesmo gênero, qualidade e quantidade. · Transferência de propriedade Uso, gozo e disposição do bem (fazer o que quiser com o bem). No Mútuo há Transferência de propriedade. VAI CAIR NA PROVA!!!! No Mútuo há a transferência de propriedade pois vai ser devolvido outro bem de mesmo gênero, qualidade e quantidade. Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição. · Classificação Gratuito (não tem juros) ou oneroso (tem juros), unilateral e real. (Se o contrato omitir sobre juros, presume-se que tem juros) Os juros tratados em questão são os compensatórios. Mesmo sendo gratuito ou oneroso, o contrato será unilateral. O Mútuo só é perfeito quando há a entrega (contrato real) O contrato Mútuo pode ser provado somente com uso de testemunhas. · Prazo de restituição - 592 Contrato (prevalece o que estiver no contrato, mas se não estiver...) OU Próxima colheita - produtos agrícolas Pelo menos 30 dias - dinheiro O que declarar o mutuante Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será: I - Até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura; II - De trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro; III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível. · Mútuo feito a menor sem autorização não pode ser reavido - 588 Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. Exceções - 589 Autorização posterior Alimentos habituais Bens ganhos com o próprio trabalho Benefício do menor Malícia para receber o empréstimo (se passou por um maior) Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente: I - Se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente; II - Se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais; III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças; IV - Se o empréstimo reverteu em benefício do menor; V - Se o menor obteve o empréstimo maliciosamente. · Juros no Mútuo - 591 Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual. Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. Feito o contrato e não há menção de juros, são devidos os juros. 12% ao ano ou 1% ao mês, tanto nos juros compensatórios quanto moratórios. · Garantia da restituição Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica.Exemplos: Fiança, aval, hipoteca, penhor. MANDATO · Origem Teve sua origem no Direito Romano, a denominação deriva de manu datum (mãos dadas), porque as partes se davam as mãos, simbolizando relação de confiança e a aceitação do encargo e a promessa de fidelidade no cumprimento da incumbência. · Conceito Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. O mandato é um contrato, pelo qual alguém (mandatário) se obriga a praticar um ou mais atos jurídicos, em nome de outrem (mandante). Mandato não se confunde com mandado, que é uma ordem judicial. · Denominação das partes 1) Mandante: É a pessoa que confere os poderes 2) Mandatário: É a pessoa que os aceita os poderes a ela conferidos · Espécies 1) Legal: quando a lei lhes confere mandato para administrar bens e interesses alheios, como os pais, tutores, curadores etc. 2) Judicial: quando nomeados pelo juiz, como o inventariante e o síndico da falência. 3) Convencional: quando recebem procuração para agir em nome do mandante. · Representação Convencional O mandatário é representante do mandante, para praticar atos ou administrar interesses, atuando como se o próprio mandante estivesse presente em certo ato. · Espécies 1) Ad negotia: Para praticar negócios jurídicos. Ex.: comprar, vender, administrar, hipotecar etc. 2) Ad judicia: Para representação em juízo · Classificação 1) Unilateral ou bilateral Em regra, unilateral, porque gera obrigações somente para o mandatário, podendo classificar-se como bilateral imperfeito devido à possibilidade de acarretar para o mandante, posteriormente, a obrigação de reparar as perdas e danos sofridas pelo mandatário e de reembolsar as despesas por ele feitas. Toda vez que se convenciona a remuneração, o mandato passa a ser bilateral e oneroso. 2) Gratuito ou oneroso Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa. Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por arbitramento. Em regra, gratuito, porque o art. 658 do Código Civil diz presumir-se a gratuidade “quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa”. O mandato confiado a advogado, corretor ou despachante, por exemplo, presume-se oneroso. Nesses casos, inexistindo acordo sobre a remuneração a ser paga, “será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por arbitramento” pelo juiz, que naturalmente levará em conta a natureza, a complexidade e a duração do serviço (CC, art. 658, parágrafo único, segunda parte). 3) Personalíssimo Se baseia na confiança, na presunção de lealdade e probidade do mandatário, podendo ser revogado ou renunciado quando aquela cessar e extinguindo-se pela morte de qualquer das partes. Celebra-se o contrato em consideração à pessoa do mandatário. · Forma Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito. a) Expresso ou tácito b) Verbal ou escrito Dependerá da aplicação ao caso concreto. Alguns atos dependem de procuração expressa e poderes especiais. 1) Procuração Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. § 1º O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. § 2º O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida. A procuração é o instrumento pelo qual se aperfeiçoa o mandato, para que o mandatário pratique atos em seu nome. Em alguns casos, firma reconhecida pode ser exigida por terceiro. Exceção: procuração ad judicia – 105 CPC Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. § 1º A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. § 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. § 3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. § 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença. 2) Substabelecimento É o ato pelo qual o mandatário transfere a um terceiro (substabelecido) os poderes que lhes foram conferidos pelo mandante. O mandante pode ou não continuar com os mesmos poderes. Espécies: a) Com reservas Quando o substabelecimento é feito com reserva de poderes, o substabelecente conserva os poderes recebidos, para poder usá-los juntamente com o substabelecido, total ou parcialmente. b) Sem reservas Sendo sem reserva, a cessão dos poderes é integral, e o mandatário desvincula-se do contrato, que passa à responsabilidade exclusiva do substabelecido. Por ser definitiva, equivale à renúncia ao poder de representação. c) Omisso Forma do substabelecimento Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular Substabelecer-se mediante instrumento particular. Portanto, o substabelecimento não tem a mesma rigidez. · Capacidade de ser mandante e mandatário Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores. 1) Mandante – capazes e incapazes 2) Mandatário – capazes e relativamente incapazes · Aceitação do mandato Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução. Normalmente a procuração contém apenas a assinatura do outorgante/mandante. Desta forma, há a necessidade da aceitação do mandatário. Esta aceitação pode ser tácita e resulta do começo da execução do mandato. Exemplo: Advogado junta a procuração no processo. · Extensão dos poderes do mandato A maioria dos atos podem ser praticados por mandato, exceto os atos personalíssimos. Ex.: voto, adoção, exercer poder familiar etc. Alguns atos exigem poderes especiais para serem praticados. 1) Poder geral – 660, 661 Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou geral a todos os do mandante. Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração. 2) Poder especial – 661, § 1º e 2º Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração. § 1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos. § 2º O poder de transigir não importa o de firmar compromisso. Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados,salvo se este os ratificar. Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá à data do ato. · Obrigações do mandatário – 667 e seguintes 1) Executar o contrato conforme instruções e poderes recebidos. 2) Aplicar a diligência habitual. 3) Responder por prejuízos causados por sua culpa 4) Prestação de contas 5) Transferir ganhos e vantagens (abuso – juros). 6) Entregar ou transferir a coisa comprada. 7) Concluir negócios começados em caso de morte, interdição, mudança de estado (evitar prejuízos) Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer pessoalmente. § 1º Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer substituir na execução do mandato, responderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, embora provenientes de caso fortuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse havido substabelecimento. § 2º Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao mandatário os danos causados pelo substabelecido, se tiver agido com culpa na escolha deste ou nas instruções dadas a ele. § 3º Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os atos praticados pelo substabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação expressa, que retroagirá à data do ato. § 4º Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o procurador será responsável se o substabelecido proceder culposamente. Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por qualquer título que seja. Art. 669. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte. Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao mandante ou recebeu para despesa, mas empregou em proveito seu, pagará o mandatário juros, desde o momento em que abusou. Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou crédito do mandante, comprar, em nome próprio, algo que deverá comprar para o mandante, por ter sido expressamente designado no mandato, terá esta ação para obrigá-lo à entrega da coisa comprada. Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do mandatário, com ele celebrar negócio jurídico exorbitante do mandato, não tem ação contra o mandatário, salvo se este lhe prometeu ratificação do mandante ou se responsabilizou pessoalmente. Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve o mandatário concluir o negócio já começado, se houver perigo na demora. · Obrigações do mandante – 675 e seguintes 1) Cumprir as obrigações contraídas pelo mandatário. 2) Adiantar despesas com o contrato. 3) Pagar remuneração e despesas. 4) Ressarcir perdas. Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo mandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das despesas necessárias à execução dele, quando o mandatário lho pedir. Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperado efeito, salvo tendo o mandatário culpa. Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução do mandato, vencem juros desde a data do desembolso. Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as perdas que este sofrer com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua ou de excesso de poderes. Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em virtude do mandato, direito de retenção, até se reembolsar do que no desempenho do encargo despendeu. · Instruções do mandatário – 679 Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante, se não exceder os limites do mandato, ficará o mandante obrigado para com aqueles com quem o seu procurador contratou; mas terá contra esta ação pelas perdas e danos resultantes da inobservância das instruções. Diferentemente dos poderes, são recomendações verbais ou escritas dadas pelo mandante. Um terceiro não tem como conhecer as instruções. Por isso, mesmo que contrarie as instruções, o mandante está obrigado. · Solidariedade dos mandantes – 680 Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para negócio comum, cada uma ficará solidariamente responsável ao mandatário por todos os compromissos e efeitos do mandato, salvo direito regressivo, pelas quantias que pagar, contra os outros mandantes. Solidariedade legal · Vários mandatários – 672 Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo instrumento, qualquer deles poderá exercer os poderes outorgados, se não forem expressamente declarados conjuntos, nem especificamente designados para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os mandatários forem declarados conjuntos, não terá eficácia o ato praticado sem interferência de todos, salvo havendo ratificação, que retroagirá à data do ato. Depende da procuração. Podem ser conjuntos ou sucessivos · Direito de retenção – 681 Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em virtude do mandato, direito de retenção, até se reembolsar do que no desempenho do encargo despendeu. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em virtude do mandato, direito de retenção, até se reembolsar do que no desempenho do encargo despendeu. 25/03/2024 DEPÓSITO É o contrato que o depositante se compromete a tomar conta (guarda) de determinada coisa. · Origem: Direito Romano: Depositum Não confundir com depósito mercantil, depósito judicial (consignação) e ação de depósito (901 e seguintes CPC). · Espécies de depósito 1. Depósito voluntário: Vem da vontade 2. Depósito necessário: Ele nasce de circunstâncias legais. Depósito voluntário - 627 · Conceito Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel (não existe depósito de imóvel), para guardar, até que o depositante o reclame. · Finalidade: Guardar A regra é de que o depositário não pode usar. Deve apenas usar. Exceção 640 - Com autorização o depositário pode usar ou dar a guarda para outra pessoa sob pena de responder por perdas e danos Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depositário, sem licença expressa do depositante, servir-se da coisa depositada, nem a dar em depósito a outrem. Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a coisa em depósito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste. Coisas que podem ser depositadas Não fungíveis - 645: móveis Fungível: regula-se pelo mútuo O depositário que não devolve o bem, é denominado como depositário infiel, e antigamente ensejava prisão civil. · Prazo É fixado no contrato Quando o depositante reclamar. Se não houver prazo - até 25 anos - Lei 2513/54: Não existe contrato perpétuo, ou seja, não poderia permanecer em depósito para sempre. Então, existe esta lei que determina que o prazo acaba em até 25 anos. · Restituição A obrigação da restituição é do depositário Após o prazo contratual o depositário deve devolver o objeto ao depositante (caso o depositante se recuse a receber o objeto haverá motivo para depósito judicial (Consignação) O depositante pode reclamar a qualquer tempo, mesmo durante o prazo do contrato. · Restituição antecipada pelo depositário Poderá ocorrer a restituição antes do prazo ou antes que o depositante reclame nas seguintes hipóteses: 1. Motivo plausível - 635 Durante o prazo do contrato o depositário não pode devolver, exceto por motivo plausível ou no caso das exceções legais. Em caso de recusa, nessas hipóteses, também caberá o depósito judicial. Exemplo de motivo plausível: depositário foi desapropriado e não tem mais local seguro para guardar o objeto do depositante. 2. Exceções legais - 633 a) Objetivo judicialmente embargado b) Execução pendente (penhora, arresto)notificada. c) Suspeita de coisa dolosamente obtida - depósito público - 634 · O depositário não pode alegar coisa de 3° ou compensação - 638 Exceto compensação em outro contrato de depósito. Art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não poderá o depositário furtar-se à restituição do depósito, alegando não pertencer a coisa ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar. · Depositário que se torna incapaz Deve haver a restituição imediata pelo curador, ou caso o depositante não receba, deverá enviar a depósito público ou outro depositário indicado. Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá nomeação de outro depositário. · Vários depositantes - 639 Sendo dois ou mais depositantes, e divisível a coisa, a cada um só entregara o depositário a respectiva parte, salvo se houver solidariedade. · Perda da coisa depositada - 636 Art. 636. O depositário, que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhe as ações que no caso tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira. · Lugar da restituição - 631 Em geral, será o lugar onde estiver guardada Art. 631. Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar-se no lugar em que tiver de ser guardada. As despesas de restituição correm por conta do depositante. · Depósito em interesse de 3° - 632 A restituição deve ocorrer com o consentimento do interessado. Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no interesse de terceiro, e o depositário tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, não poderá ele exonerar-se restituindo a coisa a este, sem consentimento daquele. · Classificação do depósito - 628: Real; Ele não é solene, é sim real. Só se aperfeiçoa a partir da entrega. (Não confundir forma com prova, a prova deve ser escrita, ou seja, solene) Gratuito ou Oneroso; em regra, é gratuito, exceto se houver convenção em contrário. Unilateral ou Bilateral; quando for gratuito, é unilateral. Quando for oneroso, bilateral. Personalíssimo Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão. · Direito de retenção - 643, 644 Se o contrato foi oneroso, se o depositário não recebeu a retribuição devida, pode reter o bem. Em caso de não recebimento das despesas de conservação da coisa e dos prejuízos sofridos também cabe o direito de retenção. Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem. Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas despesas. · Morte do depositário É motivo de extinção do contrato. Como é um contrato personalíssimo, os herdeiros não precisam dar continuidade no contrato. Se houver venda pelo herdeiro (de boa-fé) o mesmo deve assistir na reivindicação da coisa e restituir o comprador pelo preço. · Obrigações do depositário Guardar e zelar - 629 e 642 Restituir com frutos - 629: se a coisa der frutos, ele devolve a coisa principal e seus frutos. Responder por danos que ocorrerem na coisa, exceto se provar coisa maior. - 642 · Obrigações do depositante Remuneração Despesas com a coisa Se a coisa deu prejuízo para o depositário, o depositante deve indenizar. - 643 · Prova - 646 A prova do depósito voluntário deve ser escrita, conforme o artigo 646. Desta forma, o contrato somente pode ser provado por escrito. Não cabe prova testemunhal. A forma é livre. Depósito Necessário O depósito necessário não é fundado na confiança, e sim forçado pelas circunstâncias a guardar o bem com outra pessoa que desconhece as virtudes. · Espécies do depósito necessário 1. Depósito legal - 647 Art. 647. É depósito necessário: I - O que se faz em desempenho de obrigação legal; Exemplos de depósito legal (arts 1233 e 641): Coisa perdida, depositário incapaz. Em razão de lei, alguém terá responsabilidade de depositário. 2. Depósito miserável Art. 647. É depósito necessário: II - O que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. Ocorre em situação de calamidade. São situações anormais. Quem encontra objeto móvel nessas situações, deve guardar e responder como depositário. 3. Depósito do hospedeiro Hotéis, pousadas, pensões etc. São equiparados: hospitais, internatos, albergues. Respondem pelas bagagens dos hóspedes como depositários. Mesmo que ocorra furto ou roubo. Tem que ter a prova do dano É considerado relação de consumo, aplica-se o código do consumidor. Tem que haver prova escrita da bagagem Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem. Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos. Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabilidade dos hospedeiros, se provarem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou hóspedes não podiam ter sido evitados. · Prova do depósito miserável - 648 Pode ser provado por qualquer meio. Art. 648. O depósito a que se refere o inciso I do artigo antecedente, reger-se-á pela disposição da respectiva lei, e, no silêncio ou deficiência dela, pelas concernentes ao depósito voluntário. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aos depósitos previstos no inciso II do artigo antecedente, podendo estes certificarem-se por qualquer meio de prova. · Classificação Contrato oneroso Ao contrário do contrato voluntário, o depósito necessário é um contrato oneroso. Prisão civil Foi declarada inconstitucional - 652 (Porém, ainda deve ressarcir os prejuízos) Pacto San José da Costa 15/04/2024 CONTRATO DE TRANSPORTE E SEGURO · Conceito de Transporte – art. 730 Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar de um lugar para outro, pessoas (inclui bagagem) ou coisas (carga). Código civil e algumas convenções internacionais tratam de transporte. · Atividade É deslocamento físico de pessoas e coisas de um local para o outro, sob total responsabilidade. · Responsabilidade Incolumidade ou sem avarias (a pessoa deve chegar incólume ao local final e a coisa sem avaria alguma) Obrigação de resultado. · Cláusula de incolumidade O transportador assume a obrigação Tácita de conduzir o passageiro incólume ao destino · Espécies de Transporte 1. Pessoas Obs: Bagagem acessório (é considerada acessório do contrato principal) 2. Coisas · Elemento do transporte de pessoas a) Elementos do transporte de pessoas Transportador Passageiro Transladação b) Elementos do transporte de coisas Transportador Remetente Destinatário · Classificação Bilateral, oneroso, consensual, adesão · Transporte público – 731 O transporte exercido em virtude de autorização, permissão ou concessão, rege-se pelas normas de Direito Administrativo e pelo que for estabelecido naqueles atos, sendo o C. Civil aplicado subsidiariamente. · Convenções internacionais – 732 Aos contratos de transporte, em geral, são aplicáveis, quando couber, desde que não contrariem as disposições deste Código, os preceitos constantes da legislação especial e de tratados e convenções internacionais. Obs: STF. https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=521084&ori =1 https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=527698&ori =1 https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=500904&tip =UN · Transporte Cumulativo – 733 Unidadecontratual Solidariedade Transporte sucessivo Outra modalidade Artigo 733 Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos nele causados a pessoas e coisas. § 1 O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado em razão da totalidade do percurso. § 2 Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto · Transporte de pessoas O transportador é responsável pela integridade do passageiro. Esta responsabilidade tem início a partir do momento em que o passageiro é transportado. No embarque o passageiro já está com a cláusula de incolumidade. Obs: transporte ferroviário – começa já na estação I. Responsabilidade objetiva do transportador = 734 Para pessoas ou bagagem O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade. Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização II. Força maior – excludente - 737 (Acontecimentos da natureza) O transportador está sujeito aos horários e itinerários previstos, sob pena de responder por perdas e danos, salvo motivo de força maior. III. Culpa de terceiro – 735, cabe ação regressiva A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. IV. Culpa da vítima- 738, pu A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabelecidas pelo transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos passageiros, danifiquem o veículo, ou dificultem ou impeçam a execução normal do serviço. Parágrafo único. Se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada for atribuível transgressão de normas e instruções regulamentares, o juiz reduzirá equitativamente a indenização, na medida em que a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano · Transporte de coisas O transportador conduzirá a coisa ao seu destino, tomando todas as cautelas necessárias para mantê-la em bom estado e entregá-la no prazo ajustado ou previsto. a) Objeto transportado 743, 744 Deve ser conhecido pelo transportador A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada pela sua natureza, valor, peso e quantidade, e o mais que for necessário para que não se confunda com outras, devendo o destinatário ser indicado ao menos pelo nome e endereço. b) Responsabilidade – 749, 750 É limitada ao valor constante do seu conhecimento. Tem início quando recebe a coisa e termina quando é entregue ao destinatário Ao receber a coisa, o transportador emitirá conhecimento com a menção dos dados que a identifiquem, obedecido o disposto em lei especial. Parágrafo único. O transportador poderá exigir que o remetente lhe entregue, devidamente assinada, a relação discriminada das coisas a serem transportadas, em duas vias, uma das quais, por ele devidamente autenticada, ficará fazendo parte integrante do conhecimento. c) Perda parcial ou avaria – 754 Quem recebe a mercadoria deve conferi-la e apresentar prontamente reclamação, caso o dano não seja perceptível, terá 10 dias para reclamar. d) Impedimento do transporte – 753 Transportador deverá solicitar instruções. Exemplo: Suspensão do tráfego, obstrução de rodovia, fenômeno da natureza. Se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa interrupção, o transportador solicitará, incontinenti, instruções ao remetente, e zelará pela coisa, por cujo perecimento ou deterioração responderá, salvo força maior. · Direitos e deveres do transportador e do passageiro O transportador está sujeito aos horários e itinerários previstos. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabelecidas pelo transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários. A pessoa transportada deve abster-se de quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos passageiros O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de iniciada a viagem sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem, desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada. Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do transportador, ainda que em consequência de evento imprevisível, fica ele obrigado a concluir o transporte contratado em outro veículo da mesma categoria, ou, com a anuência do passageiro, por modalidade diferente, à sua custa, correndo também por sua conta as despesas de estada e alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte. O transportador, uma vez executado o transporte, tem direito de retenção sobre a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito no início ou durante o percurso. O transportador não pode recusar passageiros, salvo os casos previstos nos regulamentos, ou se as condições de higiene ou de saúde do interessado o justificarem. · Transporte Gratuito (Carona) – 736 Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas. 13/05/2024 AULA SOBRE CONSTITUIÇÃO DE RENDA E APOSTA · Constituição de Renda Conceito: 803, 804 É um contrato em que uma pessoa (rendeiro) se obriga a pagar uma renda para outra (credor de renda ou beneficiário), a título gratuito ou em troca de transmissão de bens, móveis ou imóveis. Classificação a) Bilateral ou unilateral b) Oneroso (deve ter a entrega do bem móvel ou imóvel, art 804) ou gratuito c) Comutativo ou aleatório Normalmente, quando é por vida, será aleatório, pois não se sabe quando a pessoa vai morrer. d) Real – 809 Não será perpétuo. Se o rendeiro morre antes do prazo estipulado, a obrigação se extingue. O herdeiro somente será obrigado até o limite da herança. Arts, 806, 807 e 808. e) Temporário – 806, 808 f) Formal – 807 O contrato requer escritura pública. Caução – 805 Sendo o contrato a título oneroso, pode o credor, ao contratar, exigir que o rendeiro lhe preste garantia real ou fidejussória. Extinção da Constituição de Renda a) Término do prazo b) Condição Resolutiva c) Morte do credor d) Rescisão – 810 e) Inoficiosidade: Quando ultrapassa 50% dos bens que o rendeiro poderia dispor em herança. f) Renúncia de ambos · Jogo e Aposta Esse tipo de contrato não gera obrigação civil, apenas natural. Jogo É o contrato pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a pagar certa soma a que for vencedora de certo ato que todos participam. Aposta É o contrato em que duas ou mais pessoas, cujas opiniões diferem sobre certo assunto, se obrigam a pagar certa soma aquela que o ponto de vista for verdadeiro. Obs: Diferentes na finalidade, mas tem em comum o caráter aleatório. Regulados pelas mesmas regras do CC. Jogo ou Aposta são espécies de Obrigação Natural – art. 814 a) Obrigação inexigível mas, se paga voluntariamente, não pode pedir de volta. Exceto: Dolo ou perdedor que seja menor ou pessoa que foi interditada. b) Vale para qualquer contrato que envolva dívida de jogo ou aposta, exceto terceiro de boa fé c) Preceitos aplicáveis ao jogo proibido Não se aplica aos legalmente permitidos d) Preceitos não se aplicam aos prêmios em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística. Jogos proibidos São aqueles expressamente vedados pela norma jurídica e que dependem exclusivamente de sorte ou azar. Exemplo: Jogo do bicho. Obs: A exploração do jogo de azar é contravenção penal Jogos não proibidos (ou jogo tolerado): São aqueles que não são expressamente vedados pelo ordenamento jurídico e, em regra, envolvem sorte e conhecimento técnico Exemplo: Pôquer Jogos legalmente permitidos Os jogos legalmente permitidos são jogos autorizadose regulamentados pela legislação. Não são atingidos pela obrigação natural. essa Apostas Esportivas (Bets) Regulamentação recente Ainda com muitas lacunas Lei 13.756/2018 Lei 14.790/2023 Disposições a) Empréstimo para jogo e aposta - 815 Não se pode exigir reembolso do que se emprestou para jogo ou aposta, no ato de apostar ou jogar b) Contratos não equiparados ao jogo: Operações da bolsa – 816 c) Sorteio para dirimir questões ou dividir coisas comuns não é considerado jogo. – 817 AULA SOBRE ATOS UNILATERAIS O contrato é um ato bilateral, diferentemente dos atos unilaterais, não há a vontade de duas pessoas, apenas de uma das partes. Na maioria das vezes a obrigação decorre de contratos. A obrigação se forma, com todos os seus elementos a partir do instante em que essa pessoa se manifesta. Espécies de atos unilaterais · Pagamento indevido a) Introdução – 876 e seguintes Pagamento é o cumprimento de obrigação. Por isso é necessário que exista uma obrigação para que o pagamento seja válido. Se não existir uma obrigação e há o pagamento, configura pagamento indevido. Para evitar o enriquecimento sem causa de quem recebeu, fica obrigado a restituir É uma obrigação de restituir por parte de quem recebeu indevidamente. Aquele que paga indevidamente, deve provar que cometeu por erro – art. 877 Se não houve erro, não configura como pagamento indevido, e sim uma liberalidade. b) Ação de repetição É aquela que serve para pedir de volta o que pagou indevidamente. NÃO cabe pra dívidas prescritas. Dívida condicional Se na dívida condiziam o pagamento é feito antes da condição, também deve devolver. c) Requisitos para que ocorra a ação Enriquecimento patrimonial de quem recebe Empobrecimento de quem dá Ausência de culpa de quem dá Inexistência de vínculo jurídico d) Exclusão da restituição 1) Pagamento de dívida prescrita ou de obrigação natural – 882 2) Pagamento com finalidade ilícita ou imoral – 883 e) Accipiens de má fé Terá que restituir juntamente com todos os frutos. f) Accipiens de boa fé Terá que restituir mas deve conservar. g) Se o objeto do pagamento indevido for imóvel – 879 h) Obrigação de fazer ou não fazer – 881 · Enriquecimento sem causa Também é chamado de enriquecimento ilícito ou locupletamento ilícito Construção da doutrina e jurisprudência até virar lei Sempre foi princípio geral do Direito. a) Conceito É o acréscimo de bens ao patrimônio de uma pessoa em detrimento de outrem – 884 Exemplos: Herdeiro aparente. Está de boa fé. Prática atos em relação aos bens herança. Terá direito de ser indenizado pelo verdadeiro herdeiro, para evitar enriquecimento sem causa. b) Regra genérica