Prévia do material em texto
Resumo de Teoria Geral dos Contratos – 2ava. COMPRA E VENDA: (art. 418 C.C.) - O contrato de compra e venda é o mais importante dos contratos. Além disso, ele é a origem de quase todo o Direito das Obrigações e do Direito Comercial. 1. CONCEITO: Denomina como compra e venda o contrato bilateral através do qual uma das partes – o vendedor – obriga-se a transferir o domínio de uma coisa à outra pessoa – o comprador -, através da contraprestação de certo preço em dinheiro. 2. CARACTERÍSTICAS: O contrato de compra e venda pode ter como objeto bens de toda natureza, sejam eles corpóreos, compreendendo móveis e imóveis, ou incorpóreos. o contrato de compra e venda é bilateral perfeito, consensual, oneroso e comutativo. 3. ELEMENTOS INTEGRANTES: a coisa, o preço e o consentimento. - O CONSENTIMENTO: pressupõe a capacidade das partes para vender e comprar, devendo ainda ser livre e espontâneo, sob pena de anulabilidade. (193 e 497 do C.C) - O PREÇO: é o segundo elemento essencial. Sem a sua fixação a venda é nula. Existem ainda várias outras formas de determinação futura do preço, que podem ser escolhidas pelo contraente: o preço de custo, o preço em vigor no dia da expedição, a melhor oferta, o preço do costume, etc. O que não é admitido é a indeterminação absoluta: não se aceita, por exemplo, dizer que a parte “pagará o que quiser”. No entanto, podem as partes convencionar que o preço será fixado conforme arbítrio de terceiro.(art. 481, 485, 486 e 489 do C.C) - a “CERTA COISA”: como objeto da prestação do contrato de compra e venda. Podem figurar como objeto de contrato de compra e venda as coisas atuais e futuras, corpóreas e incorpóreas. Sendo possível até mesmo a venda de coisa inexistente, desde que se tenha a existência potencial da coisa, como no caso de uma safra futura, por exemplo. O objeto da compra deve ser determinado ou determinável, admitindo- se a venda de coisa incerta, indicada pelo menos gênero e quantidade, que será determinada pela escolha; bem como venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a concentração. (art. 483, 243 e 252 do C.C). 4. EFEITOS: O contrato, no Direito brasileiro, não possui efeitos translativos, ou seja, o vendedor apenas promete transferir a posse e a propriedade ao adquirente. Dessa forma o contrato gera obrigações, mas não produz o efeito de transferir a propriedade. Tem-se então dois negócios jurídicos, a compra e venda, e o acordo de transmissão mediante a tradição ou a outorga da escritura pública, que se encontram entrelaçados. (art. 492 do C.C) Os contratos de compra e venda possuem efeitos secundários. Primeiramente, se tem a questão da responsabilidade pelos riscos. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador. (art. 493 do C.C) Vale ressaltar ainda que, no que tange às despesas, salvo cláusula em contrário, elas ficarão em escritura, o seu registro estará a cargo do comprador e as despesas relacionadas à tradição relacionadas ao vendedor. (art. 490 e 491 do C.C) 5. PACTOS ACESSÓRIOS: Já disciplinava algumas cláusulas especiais que as partes podem adicionar à compra e venda: a retrovenda, a venda a contento, o pacto de preferência, o pacto de melhor comprador e o pacto comissório. - A RETROVENDA: é a cláusula aplicável somente no caso de bens imóveis, por meio da qual o vendedor reserva-se no direito de, no prazo decadencial de 03 anos, reaver o imóvel. (art. 505 do C.P.C) Ressalta-se que, quando o vendedor readquire esse imóvel vendido, ele só terá direito de receber o valor pago pelo comprador, acrescido das despesas. Além disso, o vendedor pode ceder esse direito de retrato a terceiros. Caso o comprador revenda esse imóvel, durante o prazo de três anos decadenciais e sem a autorização do titular do direito de retrato, este poderá agir contra o terceiro, desde que a cláusula de retrovenda esteja averbada junto à matrícula do imóvel. (art. 508 do C.C.) - A VENDA SUJEITA AO CONTENTAMENTO DO COMPRADOR: constitui pacto adjeto a contratos de compra e venda relativos, em geral, a gêneros alimentícios, bebidas finas e roupas sob medida. Caso o comprador não se manifeste, aceitando a oferta, como requerido pela lei, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente para que o faça em prazo improrrogável. (art. 509 e 512 do C.C) - O PACTO DE MELHOR COMPRADOR: constitui cláusula em que se estipula que a venda de bem imóvel ficará desfeita se, dentro de certo prazo, não superior a um ano, apresentar-se outro comprador, oferecendo maiores vantagens. - A PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA: é o pacto, adjeto à compra e venda, pelo qual o comprador de uma coisa, móvel ou imóvel, se obriga a oferecê-la ao vendedor, na hipótese de pretender futuramente vendê-la ou dá-la em pagamento. (art. 513 do C.C.) O direito atribuído ao vendedor de se substituir ao terceiro nos mesmos termos e condições em que este iria adquirir a coisa. A preferência pode também versar sobre coisa móvel. Estas são preferências legais (art. 504 do C.C.), ou seja, que se encontram tipificadas no sistema jurídico brasileiro. Tem-se ainda as preferências convencionais, que são àquelas convencionadas pelas partes, que são reguladas do artigo 513 ao 520 do Código Civil. Conforme disposto no artigo 513, o prazo para o exercício da preempção, ou preferência, pode ser convencionado, não sendo superior a 180 (cento e oitenta) dias no caso de coisa móvel e 2 (dois) anos, se for imóvel. - RESERVA DE DOMÍNIO: Nos casos de reserva de domínio, caso seja a venda de coisa móvel, em que o vendedor tem a própria cosia vendida como garantia do recebimento do preço, somente a posse é transferida ao adquirente. Nesses casos, a propriedade permanece com o alienante e só passa àquele após o recebimento integral do preço. Elementos que caracterizam a compra e venda com reserva de domínio: ● a compra e venda a crédito; ● compra e venda que recaia sobre objeto individuado, infungível; ● entrega do objeto individuado pelo vendedor ao comprador; ● pagamento do preço convencionado nas condições estipuladas, comumente em prestações; ● obrigação do vendedor de transferir o domínio ao comprador tão logo se complete o pagamento do preço. (art. 521 a 523 do C.C.) TROCA OU PERMUTA: (art. 533 do C.C) 1. CONCEITO: Troca ou permuta são palavras sinônimas que significam o contrato no qual as partes se obrigam a prestar uma coisa por outra, sem o uso do dinheiro. “qualquer coisa ou objeto in commercium é suscetível de troca: moveis por móveis, móveis por imóveis, imóveis por imóveis, coisa por coisa, coisa por direito, direito por direito. Tudo o que pode ser vendido pode ser trocado”. 2. CARACTERÍSTICA: a troca é um negócio jurídico bilateral, oneroso, consensual e comutativo. 3. ELEMENTOS: em seu artigo 533, ao contrato de permuta ou troca, se aplicarão as mesmas disposições referentes à compra e venda. 4. FORMAÇÃO: A primeira fase na formação de um contrato de troca ou permuta, da mesma forma que ocorre em todos os contratos, são as negociações preliminares. (negociações preliminares, proposta e aceitação) 5. EFEITOS E EXTINÇÃO: Os principais efeitos da troca ou permuta são gerar obrigações recíprocas para os contratantes, gerando para os permutantes a obrigação de transferir, um para o outro, a propriedade de determinada coisa. Se tem efeitos secundários, como no caso da responsabilidade por riscos envolvendo o objeto do contrato até o momento da tradição, e no que tange as despesas envolvendo a troca de propriedade. No caso da extinção, como os negócios jurídicos em geral, também seguem um ciclo vital: nascem do acordo de vontades, produzem os efeitos que lhes são próprios e extinguem-se. 6. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS: Quando comparado ao contrato de compra e venda, aplicam- se quase todas as modificações, exceto emdois casos, conforme determina o artigo 533 do C.C.. Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações: I – salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca; II – é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. DOAÇÃO: (art. 538 do C.C) O artigo 538 do C.C. define como doação o contato em que uma pessoa, por liberdade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para outra. 1. CARACTERÍSTICAS: A doação é contrato, em regra, gratuito, unilateral e formal ou solene. É um contrato gratuito, pois constitui uma liberalidade, não sendo imposto qualquer ônus ou encargo ao beneficiário, podendo vir a ser, no entanto, oneroso, se houver tal imposição. (art. 541 do C.C) 2. ELEMENTOS: Os principais elementos da doação são: natureza contratual; - intenção de fazer uma liberalidade (animus donandi) - transferência de bens para o patrimônio do donatário e a aceitação deste. Conforme a concepção contratualista, tem-se como elemento necessário a capacidade ativa, requerida nos contratos em geral. Especificidade: (art. 544 do C.C), os ascendentes e descendentes não precisam da anuência dos demais, nem do cônjuge para doar a um descendente, importando adiantamento de legítima doação de pai a filho ou de um cônjuge a outro. Já se tratando de marido e mulher, estes podem fazer doações recíprocas, sendo podem inócuas no regime de comunhão universal. Em relação à capacidade passiva, ou seja, para receber a doação, conforme o Código Civil, entende-se que tem capacidade passiva todos aqueles que podem praticar os atos da vida civil, sejam pessoas naturais ou jurídicas de direito privado, excetuando o nascituro em função do caráter do contrato em questão. Por fim, tem-se o último elemento: a transferência de bens ou vantagens. Aqui é importante salientar que a vantagem tem que ser de origem patrimonial, devendo ocorrer ainda um aumento de patrimônio à custa de outro. 3. FORMAÇÃO: O contrato de doação segue o curso natural de formação dos contratos, com a negociação, proposta e aceitação. A aceitação é indispensável para o aperfeiçoamento da doação e pode ser expressa, tácita, presumida ou ficta. Em geral, vem expressa no próprio instrumento, mas não é imprescindível que seja manifestada simultaneamente à doação, podendo ocorrer posteriormente. Pode ainda ser tácita quando revelada pelo comportamento do donatário. A aceitação pode ainda ser presumida pela lei nos seguintes casos: - quando o doador fixa prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade, conforme o artigo 549 do C.C., atuando nesse caso como manifestação de vontade; - quando doação é feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa e o casamento se realiza. A celebração gera a presunção de aceitação, não podendo ser arguida a sua falta, conforme o artigo 543 do C.C.. No caso de doação ao incapaz, tem-se a aceitação ficta. 4. ESPÉCIES: Existem diversos tipos de doação, dentre elas: a) Pura e simples: quando o doador não impõe nenhuma restrição ou encargo ao beneficiário. b) Onerosa ou modal: quando se impõe uma incumbência ao donatário, por exemplo, o doador se compromete a doar um terreno desde que o donatário construa ali uma escola. Neste caso, enquanto não se verificar a condição, o donatário não adquirirá o direito. c) Remuneratória: caso em que se tem a remuneração de serviços prestados, cujo pagamento não pode ser exigido pelo donatário. Conforme estabelece o artigo 540 do C.C., caso o valor pago exceda o dos serviços prestados, “não se perde o caráter de liberalidade”, isto é, de doação pura. d) Mista: decorre de benefício originado de contrato oneroso, no qual se tem a inserção de liberalidade em alguma modalidade diversa de contrato (exemplo: venda por preço vil). e) Em contemplação do merecimento do donatário: ocorre quando e menciona expressamente o motivo da liberalidade (ex. prêmio, bolsa de estudos, etc.) f) Feita ao nascituro: conforme preceitua o artigo 542 do C.C., esta espécie valerá sendo aceita pelo seu representante legal. g) Em forma de subvenção periódica: trata-se de uma pensão como favor pessoal ao donatário. Porém, conforme estabelece o artigo 545 do C.C., a doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este dispuser de outra coisa, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. h) Em contemplação de casamento futuro: como é possível concluir pelo nome, ocorre em função de núpcias próximas do donatário, com certa e determinada pessoa. Vale ressaltar que, conforme determina artigo 546 do C.C., só ficará sem efeito se o casamento não se realizar. i) Entre cônjuges: o artigo 544 do C.C. estabelece que a doação de um cônjuge para outro importa adiantamento do que lhes cabe de herança. j) Em comum a mais de uma pessoa: quando é feita por várias pessoas e, conforme determina o artigo 551 do Código Civil, entende-se distribuída entre elas por igual (BRASIL, 2002). k) De ascendentes a descendentes: da mesma forma que com os cônjuges, conforme determina o artigo 544 do Código Civil, importa em adiantamento de herança (BRASIL, 2002). l) Inoficiosa: é a doação que excede o limites que o doador no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento, sendo nula a parte que excede, conforme artigo 549 do Código Civil (BRASIL, 2002). m) Com cláusula de retorno ou reversão: o artigo 547 do Código Civil determina que o doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário (BRASIL, 2002). n) Manual: doação verba de bens móveis de pequeno valor (BRASIL, 2002) 5. EFEITOS E EXTINÇÃO: Como qualquer contrato, o contrato de doação pode contaminar- se de todos os vícios do negócio jurídico, como erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, sendo desfeita por ação anulatória, conforme determina o artigo 171 do C.C.. Ademais artigos 541, 166 e 549 do C.C. Além disso, vale ressaltar que, conforme determina o artigo 555 do Código Civil, a doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. Nesse sentido: Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; II - se cometeu contra ele ofensa física; III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador. LOCAÇÃO: (art. 565 do C.C.) 1. CONCEITO: no contrato de locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição. As partes denominam-se locador, senhorio ou arrendador; e locatário, inquilino ou arrendatário. 2. CARACTERÍSTICAS: É um contrato bilateral e sinalagmático, oneroso, consensual, não solene, comutativo e sucessivo ou execução continuada. 3. ELEMENTOS: Os elementos do contrato de locação são os seguintes: - Objeto: O objeto pode ser coisa móvel ou imóvel. Tratando-se de bem móvel, este deve ser infungível. Caso seja fungível, será um contrato de mútuo, aceitando-se, no entanto, a locação de coisa móvel fungível, quando o seu uso tenha sido cedido por certo prazo e aluguel (ex. adornos de festa). Uma coisa pode ser alugada por inteiro ou em frações. Pode ser também dada em locação coisas comuns a diversas pessoas, desde que os condôminos resolvam alugá-la por deliberação da maioria.( art. 1.323 do C.C.) - Preço: O preço é o segundo elemento essencial e, sem sua fixação, passa a ser um contrato de comodato e não locação. O preço será fixado pelas partes, mediante arbitramento administrativo ou judicial, ou ainda imposto por ato governamental, como no caso de táxis e prédios urbanos. O preço geralmente e fixado em dinheiro, a ser pago periodicamente, com contrato de execução prologada ou sucessiva. Todavia, nada impede que seja pago de uma só vez, por todo o período de locação. O preço deve ser também sério e real, correspondente ao valor da coisa e não ínfimo ou irrisório, o que descaracterizaria o contrato. ( art. 327 do C.C) - Consentimento: Pressupõe a capacidade das partes para contratar, devendo ainda ser livre e espontâneo, sob pena de anulabilidade. Será anulável, ainda, se houver vício sobre o objeto principal da declaração ou sobre suas qualidades essenciais (art. 139 do C.C). O consentimento pode ser tácito ou expresso; e o locatário tem de ser pessoa estranha à coisa locada. Não existe no Código Civil qualquer limite temporal para os contratos de locação. No entanto, conforme determina o artigo 571 do Código Civil, havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do vencimento, não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato. 4. FORMAÇÃO: Negociações preliminares, proposta e aceitação. 5. ESPÉCIES: - No caso dos contratos de locação por prazo determinado, conforme determina o artigo 573 do C.C., cessa-se de pleno direito findo o prazo estipulado, constituindo-se em posse injusta, o locatário que não devolve a coisa ao término do contrato. - a locação por prazo indeterminado, exige prévia notificação do locatário e, sendo este notificado, conforme determina o artigo 575 do C.C., não restituir a coisa, pagará, enquanto a tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo dano que ela venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito. - a locação de móveis ou imóveis. Entre os imóveis, estes podem ser locação residencial (30 meses), de temporada (3 meses), empresarial (qualquer tempo) ou ainda rural, a ser definido de acordo com a finalidade do contrato de locação. 6. EFEITOS E EXTINÇÃO: O contrato de locação, bem como todo os outros, geram obrigações para os contratantes. Já para o locatário: Art. 569. O locatário é obrigado: I - a servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou presumidos, conforme a natureza dela e as circunstâncias, bem como tratá-la com o mesmo cuidado como se sua fosse; II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar; III - a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se pretendam fundadas em direito; IV - a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvas as deteriorações naturais ao uso regular. Já para o locador: Art. 566. O locador é obrigado: I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula expressa em contrário; II - a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da coisa. É importante ressaltar ainda que, conforme determinado pelo artigo 577 do C.C., morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdeiros a locação por tempo determinado. O contrato de locação, sendo uma espécie de contrato, se terá extinguido por vício, sendo este nulo ou anulável, ou pelo término do contrato, que pode ser por prazo determinado ou indeterminado, como já explicitado. MANDATO: (art. 653 do C.C) 1. CONCEITO: o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses, sendo a procuração o seu principal instrumento. Nesse sentido, a pessoa que confere os poderes chama-se mandante e é o representado e a que os aceita diz-se mandatário e é representante daquela. 2. CARACTERÍSTICAS: O contrato de mandato é personalíssimo, consensual, não solene, gratuito e unilateral. É importante salientar que, conforme determina o artigo 654 do C.C., todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. Vale ressaltar, no entanto, que conforme determina o artigo 666 do C.C., o maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandate não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores. 3. FORMAÇÃO: A formação do contrato de mandato deverá seguir o modelo exigido por lei para o ato a ser praticado, não se admitindo, assim, mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito. Dessa forma, a formação do contrato estará vinculada ao tipo de mandato a ser realizado. No caso das procurações simples, por exemplo, estas devem ser feitas por escrito, com a assinatura do mandante. (art. 675 do C.C) 4. ESPÉCIEIS: o mandato pode ser tácito, verbal ou escrito. (art. 656 do C.C) O mais comum é o mandato escrito, tendo como instrumento a procuração, e os requisitos da procuração encontram-se no artigo 654 do Código Civil, que determina que o instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. 5. EFEITOS E EXTINÇÃO: Como efeito, tem-se a criação de obrigações, neste caso, somente para uma das partes. (art. 667 do C.C) o mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer pessoalmente. A extinção do mandato é regulada pelo artigo 682: Que determina que cessa o mandato nos casos: I - pela revogação ou pela renúncia; II - pela morte ou interdição de uma das partes; III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer; IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.