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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO 
DISCIPLINA: NUTRIÇÃO E DIETETICA 
PROFESSORAS: DRª. JULIANA SOARES SEVERO 
 
 
 
 
 
 
CELINA NUNES CRUZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO - ADULTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA-PI 
JANEIRO-2025 
 
CELINA NUNES CRUZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO - ADULTO 
 
 
 
 
 
 
 
Caso clínico apresentado 
como requisito parcial para 
conclusão da disciplina de 
Nutrição e Dietética no 
curso de graduação em 
Bacharelado em Nutrição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA-PI 
JANEIRO-2025 
 SUMÁRIO 
1. Analise o recordatório alimentar do paciente. 
2. Interprete o estado nutricional do paciente. 
3. Calcule o VET da dieta e a distribuição de macronutrientes. 
Justifique o uso das fórmulas. 
4. Faça a prescrição dietética para o paciente considerando a 
prescrição por alimentos. 
5. Avalie a qualidade e a adequação da dieta prescrita, considerando as 
recomendações para cada macronutriente e micronutriente. 
6. Destaque os alimentos fonte, boa fonte e excelente fonte de ferro e 
verifique se a dieta prescrita oferta boa disponibilidade do mineral. 
7. Calcule o NDPcal% do cardápio ofertado e a quantidade de proteína 
animal ofertada para o almoço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO CASO CLINICO 
 
 R. S. P. L., 26 anos, sexo masculino, vem para a consulta com você, 
buscando manutenção do peso e melhorar a alimentação. Atualmente, 
desempenha trabalho intelectual, passando a maior parte do dia sentado. O 
paciente relatou o seguinte consumo alimentar: 
 
Café da manhã 
(07:40) 
Pão francês (2 unidades) 
Ovos mexidos com 1 fio de azeite (3 unidades, inteiros) 
Café (1 xícara) 
Açúcar (1 col chá) 
Leite em pó integral (1 col de sopa) 
Lanche (10:00) Biscoito Club-social (1 pacote) 
Café (1/2 xícara) 
Açúcar (1 col sob) 
Almoço (13:00) Salada (2 col sopa) 
Frango ao molho (2 pedaços médios) 
Arroz (3 col servir) 
Feijão (1 concha) 
Farofa (1 col sopa) 
Laranja (1 unidade) 
Dindin (1 unidade) 
Lanche (15:30) Bolo (2 fatias médias) 
Café (1/2 xícara) 
Açúcar (1 col sob) 
Jantar (19:00) Tapioca (3 col sopa cheia) 
Queijo coalho (1 fatia grande) 
Ceia (21:30) Aveia (3 col sopa) 
Leite em pó integral (1 col sopa) 
Banana (1 fruta) 
 
 
 
O paciente relatou não gostar de pequi. Não tem alergias e intolerâncias 
alimentares. Não apresenta nenhuma doença crônica. Intestino com 
funcionamento regular. Considere uma altura de 1,85m. Segue os dados da 
bioimpedância: 
 
 
 
 
1. Analise o recordatório alimentar do paciente. 
O recordatório alimentar do paciente revela alguns pontos importantes a serem 
analisados; 
 
 Café da manhã (07:40): O paciente consome 2 pães franceses, 3 ovos 
mexidos com azeite, 1 xícara de café com 1 colher de chá de açúcar e 1 
colher de sopa de leite em pó integral1. Esta refeição fornece carboidratos 
(pão), proteínas (ovos), e gorduras (azeite, leite integral). 
No entanto, o consumo de pão francês pode ser alto em carboidratos 
refinados, e o açúcar adicionado no café também é um ponto a ser 
observado. 
 Lanche (10:00): Ele come 1 pacote de biscoito Club-social e bebe ½ 
xícara de café com 1 colher de sopa de açúcar2. Este lanche inclui 
alimentos processados e novamente açúcar adicionado no café, o que é 
um ponto de atenção devido ao teor de sódio, açúcares e gorduras do 
biscoito. 
 Almoço (13:00): O almoço é composto por 2 colheres de sopa de salada, 
2 pedaços médios de frango ao molho, 3 colheres de servir de arroz, 1 
concha de feijão, 1 colher de sopa de farofa e 1 laranja, além de 1 dindin. 
Esta refeição é mais balanceada, incluindo vegetais (salada), proteínas 
(frango), carboidratos (arroz, feijão) e uma fruta (laranja), porém a 
presença de farofa e dindin adicionam carboidratos refinados e açúcar. 
 Lanche (15:30): O paciente come 2 fatias médias de bolo e bebe ½ xícara 
de café com 1 colher de sopa de açúcar2. Este lanche é similar ao 
primeiro, apresentando consumo de alimentos processados (bolo) e 
açúcar. 
 Jantar (19:00): Ele come 3 colheres de sopa cheias de tapioca e 1 fatia 
grande de queijo coalho2. Esta refeição fornece carboidratos (tapioca) e 
proteína (queijo coalho), mas pode ser limitada em termos de variedade 
de nutrientes. 
 Ceia (21:30): O paciente consome 3 colheres de sopa de aveia, 1 colher 
de sopa de leite em pó integral e 1 banana3. Esta refeição noturna é mais 
equilibrada, incluindo fibras (aveia), proteína e gordura (leite integral) e 
vitaminas e minerais (banana) 
Há um consumo significativo de açúcar adicionado ao longo do dia, 
principalmente no café e lanches. O excesso de açúcar pode levar a diversos 
problemas de saúde. O paciente consome alimentos processados como biscoito 
e bolo. Estes alimentos costumam ser ricos em sódio, gorduras e açúcares, além 
de serem pobres em nutrientes essenciais. O consumo de frutas (laranja e 
banana) e vegetais (salada) é positivo, mas poderia ser mais diversificado e em 
maior quantidade. O paciente inclui fontes de proteína em suas refeições, como 
ovos, frango e queijo coalho, o que é benéfico. O consumo de fibras poderia ser 
melhorado, já que a dieta não parece incluir muitas fontes ricas em fibras, exceto 
pela aveia na ceia. 
O paciente tem uma rotina alimentar com um padrão estabelecido de café 
da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar e ceia. O recordatório alimentar do 
paciente revela uma dieta com alguns pontos positivos, como a inclusão de 
frutas, verduras e proteínas, mas com a necessidade de melhorias, 
principalmente na redução do consumo de açúcar, alimentos processados e na 
variedade de fibras. A ingestão de água não é mencionada no recordatório. 
 
2. Interprete o estado nutricional do paciente. 
 Dentre os métodos utilizados para a avaliação da composição corporal, 
a Bioimpedância Elétrica (BIA) tem sido amplamente utilizada, sobretudo pela 
alta velocidade no processamento das informações, por ser um método não 
invasivo, prático, reprodutível e relativamente barato, que estima, além dos 
componentes corporais, a distribuição dos fluidos nos espaços intra e 
extracelulares, bem como a qualidade, tamanho e integridade celular. 
(Eickemberg et al., 2011). 
 Análise dos Dados da Bioimpedância 
 Peso: 77,2 kg 
 IMC: 22,6 kg/m² o que confirma que o paciente está dentro da faixa de 
peso normal para adultos. 
 Gordura: 8,9%. Este valor é considerado baixo, indicando um percentual 
de gordura corporal saudável. 
 Massa Adiposa: 6,9 kg. Este valor corresponde à quantidade total de 
gordura no corpo do paciente, que está em níveis adequados. 
 FFM (Massa Livre de Gordura): 70,3 kg. Este valor representa o peso 
total do corpo sem gordura, incluindo músculos, ossos e órgãos. 
 Massa Muscular: 66,9 kg. Este valor indica uma quantidade significativa 
de massa muscular, o que é um indicador positivo de saúde. 
 Idade Metabólica: 12,0 anos. Este dado sugere que o metabolismo do 
paciente está funcionando como o de uma pessoa muito mais jovem, 
indicando um ótimo estado metabólico. 
 Massa Óssea: 3,5 kg. Este valor representa a massa óssea do paciente, 
que é importante para a densidade e saúde dos ossos. 
 Proteína: 17,0 kg. Este valor indica a quantidade de proteína no corpo do 
paciente, que é crucial para diversas funções corporais. 
 TBW (Água Corporal Total): 49,9 kg. Este valor representa a quantidade 
total de água no corpo do paciente, um indicador importante de 
hidratação. 
 Interpretação Detalhada: 
 Composição Corporal: Os dados da bioimpedância mostram que o 
paciente possui uma excelente composição corporal, com baixo 
percentual de gordura (8,9%) e uma alta quantidade de massa muscular 
(66,9 kg). 
 Massa Muscular: A quantidade expressiva de massa muscular é um fator 
positivo para asaúde metabólica e física do paciente. 
 Idade Metabólica: A idade metabólica de 12 anos indica que o 
metabolismo do paciente está funcionando muito bem, o que é compatível 
com sua rotina de trabalho intelectual. 
 Saúde Óssea: A massa óssea de 3,5 kg indica uma estrutura óssea 
saudável. 
 Hidratação: A água corporal total (TBW) de 49,9 kg indica que o paciente 
está bem hidratado. 
 O paciente apresenta um estado nutricional muito bom, com peso 
normal, baixo percentual de gordura, alta massa muscular e idade metabólica 
baixa. Os dados da bioimpedância confirmam que o paciente tem uma excelente 
composição corporal, o que é consistente com um IMC normal de 22,6. Apesar 
da composição corporal positiva, é importante melhorar a qualidade da dieta do 
paciente, reduzindo o consumo de alimentos processados e açúcar. 
 A bioimpedância elétrica tem se destacado como uma alternativa 
promissora para a avaliação da composição corporal, devido à sua natureza não 
invasiva, portabilidade, facilidade de uso e boa reprodutibilidade. Esses atributos 
a tornam uma opção viável tanto para a prática clínica quanto para estudos 
epidemiológicos. O principal objetivo de sua utilização é determinar a fração da 
composição corporal, permitindo superar alguns dos desafios encontrados em 
outros métodos de avaliação do estado nutricional. Dentre os parâmetros 
analisados pela bioimpedância elétrica, o ângulo de fase tem ganhado cada vez 
mais destaque na prática clínica, sendo investigado como um indicador 
prognóstico e do estado nutricional. Esse ângulo reflete alterações na 
composição corporal e na função da membrana celular, fornecendo informações 
valiosas sobre a saúde dos indivíduos. (Eickemberg et al., 2011). 
 
3. Calcule o VET da dieta e a distribuição de macronutrientes. Justifique o 
uso das fórmulas. 
 As recomendações de macronutrientes são baseadas no VET da dieta 
e é de suma importância que, como primeiro passo do planejamento, seja 
estimado o VET com base no gasto energético total (GET) do indivíduo. Da 
mesma forma, para a avaliação de uma dieta consumida, é necessário que se 
tenha estimado o consumo calórico habitual. Após a estimativa do VET, é 
possível determinar as quantidades necessárias dos macronutrientes 
(carboidratos, lipídios e proteínas) com base na distribuição energética dos 
mesmos (ROSSI; POLTRONIEIRI, 2019). 
 
=66+(13.8×77.2)+(5×185)−(6.8×26) 
= 66 + (13.8 77.2) + (5 185) - (6.8 26) 
=66+1064.16+925−176.8 
 = 66 + 1064.16 + 925 - 176.8 
=1878.36 kcal/dia 
 
VET= 1878.36 * 1,2= 
VET= 2.253,6 
 
Distribuição de Macronutrientes: 
• Carboidratos: 50% do VET = 281 g. 
• Proteínas: 20% do VET = 112 g. 
• Gorduras: 30% do VET = 75 g. 
 
4. Faça a prescrição dietética para o paciente considerando a prescrição 
por alimentos. 
 Manutenção do peso e melhora da qualidade alimentar, ajustando a 
dieta para atender às necessidades nutricionais do paciente, com base em uma 
rotina predominantemente sedentária. 
Plano Alimentar 
Energia Total: 
VET ajustado para 2.000 kcal/dia, com distribuição de macronutrientes dentro das 
recomendações: 
Prescrição Dietética 
Café da Manhã (07:40): 
 Pão integral (2 fatias) ou aveia (40 g). 
 Ovos (3 unidades inteiros). 
 Café sem açúcar ou com adoçante. 
 Leite desnatado (1 xícara). 
Lanche da Manhã (10:00): 
 Maçã (1 unidade). 
 Castanhas (10 g). 
Almoço (13:00): 
 Salada variada (folhas, tomate, cenoura) com azeite (1 col. sopa). 
 Frango grelhado (120 g). 
 Arroz integral (4 col. sopa). 
 Feijão (1 concha). 
 Laranja (1 unidade). 
Lanche da Tarde (15:30): 
 Iogurte natural (150 g) com chia (1 col. sopa). 
 
Jantar (19:00): 
 Tapioca (3 col. sopa cheia) com chia (1 col. sopa). 
 Queijo branco magro (1 fatia grande). 
 
Ceia (21:30): 
 Mingau de aveia (30 g) com banana (1 unidade pequena). 
 Whey protein (30 g). 
 
Justificativas: 
 
 Substituição do pão francês por pão integral para maior teor de fibras. 
 Redução de gordura saturada ao optar por queijo branco magro ou 
requeijão light. 
 A inclusão da fruta adiciona vitaminas, minerais e fibras. 
 O iogurte fornece proteínas e cálcio, enquanto a chia adiciona fibras e 
ácidos graxos ômega-3, contribuindo para maior saciedade. 
 Substituição de arroz branco por arroz integral para melhorar o aporte de 
fibras. 
 A inclusão de vegetais variados e refogados melhora a qualidade de 
micronutrientes e antioxidantes. 
 Redução de gorduras ao preferir preparações grelhadas ou assadas. 
 A combinação de carboidratos complexos com gorduras boas (abacate ou 
pasta de amendoim) fornece energia estável e prolongada, além de 
nutrientes essenciais. 
 O uso de recheios magros e vegetais no jantar reduz calorias e melhora 
o teor de fibras e proteínas. 
 A aveia fornece fibras que favorecem a saciedade noturna e auxiliam no 
trânsito intestinal. 
 O cacau ou a canela melhoram o sabor sem adicionar açúcar refinado. 
 
Tabela 1. Nutricional da Dieta Prescrita 
Refeição Calorias 
(kcal) 
Carboidratos (g) Proteínas (g) Gorduras (g) 
Café da Manhã 350 45 18 10 
Lanche da 
Manhã 
100 15 2 3 
Almoço 600 70 32 15 
Lanche da Tarde 150 12 6 5 
Jantar 400 50 18 12 
Ceia 250 30 20 5 
Total 1.850 222 96 50 
Percentual de Macronutrientes: 
• Carboidratos: 48% do VET. 
• Proteínas: 21% do VET. 
• Gorduras: 31% do VET. 
 
5. Avalie a qualidade e a adequação da dieta prescrita, considerando as 
recomendações para cada macronutriente e micronutriente. 
 Uma alimentação equilibrada deve fornecer quantidades adequadas de 
energia e nutrientes, atendendo às recomendações nutricionais e promovendo a 
saúde em todas as fases da vida. Dietas que apresentam proporções 
equilibradas de macronutrientes têm sido associadas a níveis mais baixos de 
marcadores inflamatórios e a um melhor controle glicêmico, o que ajuda a reduzir 
o risco de doenças crônicas. As orientações nutricionais sobre macronutrientes 
são ferramentas essenciais, tanto para o planejamento e prescrição de dietas 
quanto para a avaliação do consumo alimentar. O Food and Nutrition Board 
(FNB), do Institute of Medicine (IOM), e a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
publicam regularmente documentos com os valores de referência para o 
consumo adequado de energia, bem como de macro- e micronutrientes. (ROSSI; 
POLTRONIEIRI, 2019). 
 
 Macronutrientes 
 
Carboidratos (48% do VET): 
 
Adequação: A dieta contém carboidratos complexos provenientes de alimentos 
integrais como arroz integral, pão integral, tapioca e frutas. Esses alimentos 
proporcionam energia sustentável e mantêm níveis glicêmicos estáveis. 
 
Qualidade: A escolha de carboidratos integrais melhora o aporte de fibras 
 
(meta: ≥25 g/dia). 
 Dentro do grupo dos carboidratos, é importante destacar o açúcar de adição, 
cujo consumo, segundo a OMS,5 deve ser limitado a 10% da energia total da 
dieta. Porém, já está em discussão a possibilidade de que, em um futuro 
próximo, essa quantidade seja limitada a 5% (“recomendação condicional”), 
aproximadamente 25 g/dia. (ROSSI; POLTRONIEIRI, 2019). 
 
Proteínas (21% do VET): 
 A recomendação é baseada na “quantidade de proteínas ou 
aminoácidos que devem ser fornecidos pela dieta para atender a demanda 
metabólica e atingir o equilíbrio nitrogenado”,3 ou seja, a ingestão deve ser igual 
à excreção de nitrogênio. Porém, é preciso destacar que fatores ambientais e de 
estilo de vida podem influenciar tanto a demanda quanto a ingestão, absorção e 
excreção de proteína. Além disso, a fonte (animal ou vegetal) influencia 
diretamente as quantidades e a biodisponibilidade tanto da proteína total quanto 
dos aminoácidos, principalmente os essenciais. (ROSSI; POLTRONIEIRI, 2019). 
 
Adequação: A dieta oferece boas fontes de proteínas de alto valor biológico, 
como frango, peixe, ovos, leite e derivados. As proteínas vegetais são 
complementadaspelo feijão e pela aveia. 
Qualidade: A distribuição ao longo do dia garante boa digestibilidade e síntese 
proteica. 
 
Lipídios (31% do VET): 
 Os lipídios são importantes fontes de energia, fornecendo 9 kcal/g, valor 
bem superior ao fornecido pelos carboidratos e pelas proteínas (4 kcal/g). O 
consumo de lipídio é fundamental para uma adequada absorção de vitaminas 
lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K) e para a disponibilidade de ácidos graxos 
essenciais (tais como linoleico e alfalinolênico). Estes, juntamente a outras 
gorduras (insaturadas), desempenham papel protetor no desenvolvimento de 
doenças cardiovasculares e câncer. (ROSSI; POLTRONIEIRI, 2019). 
Adequação: A gordura total é equilibrada, com predominância de gorduras 
insaturadas provenientes do azeite, abacate, pasta de amendoim e chia. A 
gordura saturada está controlada devido ao uso de queijo branco magro e leite 
desnatado. 
 
Qualidade: A dieta apresenta uma boa relação ômega-6/ômega-3, considerando 
a inclusão de chia. 
 Micronutrientes: 
 
Cálcio: Garantido pelo leite, queijo e iogurte desnatado. 
 
Vitamina D: Ausente em alimentos da dieta, mas pode ser suprida por exposição 
solar ou suplementação, se necessário. 
 
Fibras: Adequadas devido à inclusão de frutas, vegetais e integrais. 
 
A dieta é balanceada e atende às recomendações de macronutrientes e a 
maioria dos micronutrientes, com exceção de pequenas melhorias possíveis na 
vitamina D. 
 
6. Destaque os alimentos fonte, boa fonte e excelente fonte de ferro e 
verifique se a dieta prescrita oferta boa disponibilidade do mineral. 
 
 As dietas podem ser classificadas tipicamente em três categorias de 
biodisponibilidade de ferro: baixa, intermediária e alta, e a absorção média de 
ferro heme e não heme é aproximadamente 5%, 10% e 15 %, respectivamente. 
Dieta com baixa biodisponibilidade (5%-10 %): é simples, em geral monótona, 
baseada em cereais, raízes e tubérculos com negligenciáveis quantidades de 
carne, peixe ou vitamina C. E contém predominantemente alimentos que inibem 
a absorção do ferro, como arroz, feijão, milho e farinha de trigo integral. Dieta 
com biodisponibilidade intermediária (11%-18%): é composta principalmente de 
cereais, raízes e tubérculos, mas inclui alguns alimentos de origem animal e/ou 
ácido ascórbico. A dieta com alta biodisponibilidade (> 19%): é dieta diversificada 
e contém generosas quantidades de carnes ou alimentos ricos em ácido 
ascórbico, além de conter poucos alimentos inibidores da absorção do ferro. ( 
Bortolini, Fisberg,2010). 
 
 Alimentos fonte de ferro na dieta: 
 
 - Fonte: Feijão, aveia. 
 
 - Boa fonte: Ovo, frango, peixe. 
 
Excelente fonte Não foram incluídos alimentos com ferro heme de excelência, 
como fígado ou carne vermelha. 
 
Disponibilidade de ferro: A dieta apresenta ferro de origem vegetal (não-heme) 
em boa quantidade, mas a biodisponibilidade pode ser limitada pela presença de 
fitatos no feijão e aveia. 
 
Pontos positivos: A inclusão de frutas cítricas (laranja e kiwi) melhora a absorção 
do ferro não-heme devido à vitamina C. 
 
Pontos negativos: Café e chá na dieta podem reduzir a biodisponibilidade do 
ferro devido aos taninos. Apesar de fontes vegetais e alimentos ricos em vitamina 
C estarem presentes, a inclusão de carne vermelha ou fígado seria ideal para 
garantir maior disponibilidade de ferro heme, principalmente em indivíduos que 
demandam maior aporte. 
 Estão presentes na dieta dois tipos de ferro: o ferro heme e o ferro não 
heme. O ferro heme é constituinte da hemoglobina e da mioglobina e está 
presente nas carnes e nos seus subprodutos. O ferro não heme, que é a forma 
mais consumida, é encontrado, em diferentes concentrações, em todos os 
alimentos de origem vegetal. A absorção do ferro não heme é dependente da 
solubilização do ferro ingerido no estômago e redução a forma ferrosa no 
intestino. 
 A absorção do ferro heme é de 20% a 30% da quantidade presente no 
alimento e a absorção do ferro não heme é de aproximadamente 2% a 10%. A 
absorção do ferro heme pode variar de aproximadamente 40% na deficiência de 
ferro a 10% quando os estoques estiverem repletos. A absorção da forma não 
heme é fortemente influenciada por vários componentes da dieta, podendo ser 
inibida ou facilitada. Então, a absorção do ferro presente na dieta é influenciada 
pela quantidade, pela forma química do ferro presente, pelo consumo na mesma 
refeição de alimentos contendo fatores facilitadores ou inibidores da absorção 
do ferro, além do estado de saúde e estado nutricional de ferro do indivíduo. No 
estado de deficiência de ferro, o ferro da dieta é melhor aproveitado pelo 
organismo. Três potentes facilitadores da absorção do ferro não heme são: as 
carnes,a vitamina C e a vitamina A. São considerados fatores inibidores da 
absorção do ferro: fitatos, polifenóis, cálcio e fosfatos. O ferro heme, além de 
ser melhor absorvido, tem sua absorção feita de forma mais rápida e é pouco 
influenciada pelos componentes da dieta. A absorção do ferro heme parece ser 
afetada apenas pela proteína animal, que facilita a absorção, e pelo cálcio, que 
pode diminuí-la. ( Bortolini, Fisberg,2010). 
 
 
7. Calcule o NDPcal% do cardápio ofertado e a quantidade de proteína 
animal ofertada para o almoço. 
 
NDPcal% (Percentual de Proteína de Alto Valor Biológico): 
Cálculo do Almoço: 
 Frango (120 g): 
o Quantidade de proteína: 25 g. 
o Proteína de alto valor biológico = 25 g (considerando que o frango 
é fonte de proteína completa). 
 Feijão (1 concha): 
o Quantidade de proteína: 7 g. 
o Proteína de alto valor biológico = 0 g (proteína vegetal possui 
menor valor biológico). 
Cálculo Final: 
 Proteína total no almoço = 25 g (frango) + 7 g (feijão) = 32 g. 
 Proteína de alto valor biológico = 25 g. 
Resultado: A refeição tem um NDPcal% de 78,1%, indicando boa qualidade 
proteica. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BORTOLINI, G. A.; FISBERG, M. Orientação nutricional do paciente com 
deficiência de ferro. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v. 32, n. supl.2, p. 105-
113, 2010. 
 
EICKEMBERG, Michaela; OLIVEIRA, Carolina Cunha de; RORIZ, Anna Karla 
Carneiro; SAMPAIO, Lílian Ramos. Bioimpedância elétrica e sua aplicação 
em avaliação nutricional. Revista de Nutrição, Campinas, v. 24, n. 6, p. 883-
893, nov./dez., 2011. 
 
ROSSI, L.; POLTRONIERI, F. (Orgs.). Tratado de Nutrição e Dietoterapia. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

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