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1. LACTENTES 2. PRÉ-ESCOLARES, ESCOLAR E ADOLESCENTE 3. GESTANTES 4. IDOSOS 5. VEGETARIANOS 1. LACTENTES Estágios da infância 0 a 1 ano e 11 meses: lactente 2 a 6 anos: pré-escolar 7 a 10 anos: escolar Planejamento dietético ● 0 a 6 meses: leite materno (é completo; com exceção da vitamina D que deve ser adquirida pela exposição solar); ● Leite de vaca integral não deve ser introduzido antes dos 24 meses de vida (sobrecarga proteica; pobre em ferro e zinco). Refeições lácteas Na ausência do leite materno utilizar fórmulas lácteas: - Mistura de óleos vegetais que fornecem os ácidos graxos essenciais - Melhor relação proteína: soro do leite/caseína ou parcialmente hidrolisada - Modificação nos minerais e oligoelementos Tipos de fórmulas ➔ Fórmula de partida: menor de 6 meses ➔ Fórmula de seguimento: de 6 meses a 1 ano ➔ Fórmulas à Base Proteína de Soja ➔ Fórmulas Isentas de Lactose ➔ Fórmulas Anti-Regurgitação ◆ amido de milho ou arroz pré-gelatinizado ou goma jataí ➔ Fórmulas Semi-Elementares ◆ proteína extensamente hidrolisada – < reação imunológica ➔ Fórmulas Elementares (aa livres) ➔ Fórmulas para Prematuros Marcadores de alimentação saudável ● Crianças de até 5 meses e 29 dias: as questões permitem avaliar a prática de aleitamento materno e introdução precoce de alimentos; ● Crianças de 6 a 23 meses e 29 dias: o conjunto de questões visa à caracterização da introdução de alimentos de qualidade em tempo oportuno, à identificação de marcadores de risco ou proteção para as carências de micronutrientes e à ocorrência de excesso de peso. Planejamento dietético ● 6 a 12 meses – Alimentação complementar (é o conjunto de todos os alimentos, além do leite materno, oferecidos durante o período em que a criança continuará a ser amamentada ao seio sem exclusividade deste). Composição das papas Alimentação complementar ● Carne: 50 a 70g/dia; ● Óleo: preferir soja ou canola pela quantidade de ômega-3 e proporção de ômega-6 máximo 3 a 3,5 mL/ 100 mL ou 100g. NECESSIDADE DE ENERGIA PELAS EQUAÇÕES DO IOM (DRI) Crianças de 0 a 35 meses Recomendações de proteínas Recomendação de macronutrientes RDA para lactentes - minerais (*considerando aleitamento materno) Oferta hídrica Planejamento dietético para o lactente 6 a 12 meses Planejamento dietético se vegetariano ● Atenção especial ao ferro e ao cálcio. ● No almoço e jantar, diariamente, devem estar presentes: ○ 1 alimento do grupo dos cereais ou do grupo dos tubérculos e raízes. ○ 1 alimento do grupo dos feijões (leguminosas). ○ 2 ou mais alimentos do grupo dos legumes e verduras, sendo 1 vegetal folhoso verde-escuro e 1 legume colorido. ○ 1 alimento do grupo das frutas. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) não recomenda o vegetarianismo para crianças. Se for a opção dos pais, deve suplementar. 2. PRÉ-ESCOLARES, ESCOLAR E ADOLESCENTE PRÉ-ESCOLAR ● Entre 2 e 6 anos ○ sedimentação dos hábitos alimentares ○ redução da velocidade de crescimento em relação ao lactente (2-3 kg e 5-7 cm/ano) - diminuição das necessidades nutricionais e o apetite Orientações gerais: pré-escolar ● Comer na mesa e com porções adequadas (colocar um pouco e perguntar se quer mais) ● Sobremesa como extensão da refeição (não recompensa) – preferir fruta ● Sucos: máximo 120 mL/dia, para crianças de 1 a 3 anos e de 175mL/dia, para crianças de 4 a 6 anos. ● Compostos lácteos: maior quantidade de soro de leite; enriquecidos com vitaminas e minerais. Atenção à adição de açúcares! ● Líquidos (preferir água) após a refeição - evitar saciedade precoce ● Limitar excesso de sal, açúcar e gorduras (trans e saturadas) Objetivos do planejamento dietético para o pré-escola ● Promover crescimento e desenvolvimento adequados; ● Evitar o déficit de nutrientes específicos: Ferro, vitamina A, Cálcio; ● Prevenção de problemas de saúde na idade adulta prevenidos pela dieta: hipercolesterolemia, hipertensão arterial sistêmica, obesidade, diabetes tipo 2, doença cardiovascular, osteoporose, cáries entre outros. ESCOLAR ● Entre 7 e 10 anos ○ Transição da infância para adolescência ○ O ganho de peso é proporcionalmente maior que o crescimento estatural - estimular à atividade física Atenção: ● Cálcio: 3 porções lácteos; ● Evitar excesso de refrigerantes (compromete massa óssea), salgadinhos e comidas prontas. Objetivos do planejamento dietético do escolar Permitir crescimento adequado e suprir o gasto energético decorrente da prática de atividades físicas. ADOLESCENTE ● Entre 10 e 19 anos (OMS) ○ SBP: inclui 20 anos ○ Eventos da puberdade e estirão da adolescência (crescimento intenso, aumento da massa corporal e modificação da composição corporal) Necessidades nutricionais no adolescente ● Necessidades energéticas e proteicas estão aumentadas e mantêm estreita relação com a velocidade de crescimento e a atividade física ● 10-14% da ingestão total de energia em proteína de alta qualidade ● Obtenção de 50% da massa óssea ● > necessidade de ferro: crescimento eritrocitário e menarca (meninas) RDA cálcio = 1300 mg/dia Valor energético total pelas equações do IOM (DRI) Crianças (a partir de 3 anos) e adolescentes Recomendações de proteínas Recomendações de macronutrientes Recomendações de açúcar e fibras ● Desde 2015 – OMS recomenda < 10% das calorias provenientes de açúcares livres, idealmente, <5% ● Fibras: 5g + idade da criança (máximo 25g/dia) Recomendação de cálcio Planejamento dietético para pré-escolares, escolares e adolescentes 3. GESTANTES Gestação ● Maior vulnerabilidade biológica da mulher ● Alterações fisiológicas ● Aumento das necessidades nutricionais para atender as demandas específicas ○ Ganho de peso materno é o que mais influência no peso ao nascer Necessidades Energéticas na gestação Considerar o estado nutricional pré-gestacional e o trimestre da gestação 1º Trimestre = da concepção até a 13ª semana 2º Trimestre = 14ª a 27ª semana 3º Trimestre = a partir da 28ª semana Gestação normal: 37 a 42 semanas - ~ 280 dias (40 sem) Estimar as necessidades energéticas pelas equações preditivas: ● FAO/OMS (2001) ● Institute of Medicine (IOM, 2002) Usar o peso pré-gestacional ● Se baixo peso: usar peso ideal (IMC = 21 kg/m2 ) ● Se acima do peso: manter o peso pré-gestacional ○ evitar perda de peso na gestação ● Somar o adicional requerido para ganho de peso FAO/OMS GET = GE + adicional energético gestacional 2º e 3º trimestre: Condições ambientais influenciam diretamente no estado nutricional do feto IOM EER = EER (não grávida) + adicional de energia gasto durante a gravidez + energia de depósito Necessidades proteicas na gestante Necessidades nutricionais na nutriz ● Necessidades de energia: suprido pela alimentação + depósitos de gordura corporal durante a gestação. ● Adicional energético deve ser suficiente para a produção de leite. Secreção láctea ● Energia da dieta convertida em energia láctea – Leite humano: 67 kcal/100 mL ● Aproximadamente 800 mL/dia no 1º semestre + 675 kcal ● 550 mL/dia no 2º semestre (início da alimentação complementar) + 460 kcal Adicional energético para produção láctea Perda de peso na lactação ● Esperado 0,6 a 0,8 kg/mês nos 4 a 6 primeiros meses de lactação ● Estoques de energia são mobilizados, estima-se que fornecem 170 kcal/dia (subtrair do adicional energético para lactação no 1º semestre) Necessidades nutricionais na nutriz ● Estimar o gasto energético pré-gestacional ● Acrescentar o adicional energético de acordo com o semestre de lactação ● Subtrair a quantidade de energia para promover a perda de peso (exceto na nutriz de baixo peso) FAO/OMS Mínimo de 1800 kcal (com amamentação) Não se recomenda < 1500 kcal, dietas líquidas ou medicamentos para perda de peso. Necessidades proteicas na nutriz Necessidades de lipídios: gestantes e nutrizes ● Não devem ultrapassar 30% do VCT ● Ênfase nos AG poli-insaturados ○ DHA e Araquidoônico: essenciais para desenvolvimento neurológico e visual da criança ○ Gestantes: 200 mg/dia DHA ○ ômega-3 (ácido linolênico) = 1,4 g/dia(gestação) e 1,3g/dia (lactação) – DRI, 2005 Distribuição dos macronutrientes Vitaminas e Minerais DRI - Cálcio mantém ● Gestação: esqueleto fetal ● Deficiência associada a prematuridade, menor densidade óssea no feto, maior risco de hipertensão na mãe ● 3 a 4 porções do grupo dos lácteos, além de outras fontes (ainda que menos biodisponível DRI - Ferro: aumenta em gestante e diminui em nutriz ● Gestação: demanda de oxigênio praticamente dobra, perdas de sangue no parto ● Heme: presente na hemoglobina e mioglobina, não sofre interferência dos inibidores da absorção ● Suplementação de 60 mg/dia a partir da 20ª semana (1 drágea = 300 mg de sulfato ferroso) ○ Dieta fornece em média 6 mg/1000 kcal DRI - Folato: aumenta em ambos ● Fundamental para a multiplicação celular: aumento dos eritrócitos, alargamento do útero, crescimento da placenta e feto. ● Deficiência: alterações na síntese de DNA e alterações cromossômicas, anemia megaloblástica ● Defeitos no tubo neural: espinha bífida (fechamento incompleto da medula espinhal, paralisia) e anencefalia (não forma o cérebro) DRI - Vitamina A: aumenta em ambos ● Visão, reprodução, desenvolvimento fetal, sistema imune, diferenciação celular, manutenção dos tecidos esquelético e placentário. ● Tanto o excesso quanto a deficiência tem efeito teratogênico, defeitos congênitos, abortos, morbimortalidade materno infantil. ● Carência na mãe repercute no leite materno Suplementação de ferro e folato Planejamento dietético: gestação ● Náuseas: alimentos mais secos (pães, biscoitos), evitar alimentos gordurosos e líquidos no momento do sintoma ● Constipação: alimentos ricos em fibras como frutas, verduras, legumes e leguminosas, além de água ● Incorporação de AGE (neurônios e retina): principalmente nos últimos 3 meses da gestação Planejamento dietético: lactação ● Alguns nutrientes do leite materno são determinados pela dieta materna: ácidos graxos, vitamina A e vitaminas do complexo B ● Líquidos para produção láctea: 3L/dia – preferir água ○ Sede: atenção ao excesso de refrigerantes e sucos que aumenta VCT ○ Álcool: se presente, 2 h após a mamada Recomendações ● Fracionamento: 5 a 6 refeições/dia ou mais, evitando grandes volumes (azia/ náuseas) ● Líquidos, principalmente água ● Fontes de cálcio (lácteos 3x/dia) ● Fontes de vitamina C nas refeições principais para facilitar a absorção do ferro ● Estimular a substituição de metade dos cereais refinados por integrais ● Aumentar consumo de FVL, pelo menos 1 alaranjado e 1 fruta cítrica por dia ● Peixes 2x/sem ● Desencorajar o consumo de doces, sal, açúcar, frituras, alimentos ricos em gordura saturada, colesterol e trans. ● Evitar dietas restritivas. ● Evitar adoçantes dietéticos de forma excessiva. ○ Pelas evidências atualmente disponíveis, o aspartame, a sucralose, o acessulfame e a estévia podem ser utilizados com segurança durante a gestação. ● Não se recomenda a restrição de qualquer alimento na dieta da gestante e da nutriz como forma de prevenir o desenvolvimento de alergias alimentares em seus filhos. ● A eliminação apenas será considerada se houver manifestação de sintomas de atopia pelo lactente que estiver em período de aleitamento natural. 4. IDOSOS ● Brasil: a partir de 60 anos ● Países desenvolvidos: 65 anos ● DRI: recomendações para faixas entre “51 e 70 anos” e “mais de 70 anos” ENVELHECIMENTO SARCOPENIA Perda progressiva da massa muscular esquelética → aumento da fragilidade, incapacidade funcional, má qualidade de vida e morte; ● Primária: Massa muscular diminui 1% por ano depois dos 30 anos; ● Secundária: Outros fatores além do envelhecimento, seja por questões de estilo de vida ou até mesmo secundária a uma doença sistêmica. Recomendações de energia ● Redução do gasto energético de cerca de 2 a 4% por década de vida – ↓ massa magra e nível de atividade física VALOR ENERGÉTICO TOTAL PELAS EQUAÇÕES DO IOM (DRI) VALOR ENERGÉTICO TOTAL PELAS EQUAÇÕES DA FAO/WHO Recomendações de proteínas ● Maior necessidade proteica → aumento da massa magra, força e funcionalidade em idosos; ● 25 – 30g proteína/ refeição: melhor efeito anabólico – 2,5 a 2,8 g leucina. Recomendação: Técnicas dietéticas para melhor oferta de proteínas no idoso: ● Consistência: “proteína líquida”: caldo de carne caseiro. Recomendações de carboidratos e fibras ● Ingestão adequada contribui com o balanço proteico e para poupar proteínas para sua função anabólica; ● Fibras: minimizam efeitos da constipação, comum nessa população. Recomendações de lipídios ● Não devem ultrapassar 30% do VCT (Valor Calórico Total); ● Priorizar fontes de gordura insaturada (Mono e Poli). Vitamina B6 ou piridoxina ● Coenzima de mais de 100 reações relacionadas a proteínas, aminoácidos e neurotransmissores; metabolismo da homocisteína (risco cardíaco) e glutationa (estresse oxidativo) → demanda, provavelmente, por ↑ catabolismo e ↓ capacidade de ligação com proteínas; ● Deficiência normalmente associada a outras vitaminas do complexo B; ● Interações medicamentosas: – Levodopa (tratamento Parkinson) Vitamina D ● Diminuída nos idosos: Problemas na síntese renal, menor capacidade de síntese ( ↓ exposição solar e/ou uso de bloqueador solar); má absorção, raça negra, latitude, interações medicamentosas); ● Atenção aos acamados e institucionalizados, que não se expõem com frequência ao sol e não fazem reposição com suplementos. Cálcio ● ↑ necessidades devido à diminuição da densidade óssea que acompanha o envelhecimento e alteração do balanço de cálcio, que ↓ absorção intestinal de cálcio; ● Prevenção de osteoporose, ↓ risco de queda, proteção para hipertensão arterial e câncer de cólon. Suplementação em idosos ● Vitamina B12: comprovada redução da capacidade de absorção intestinal; ● Vitamina D: diminuição da síntese pela pele; ● Demais: apenas se constatar deficiência. ● Vitamina B12: UL não determinada: – Metilcobalamina 1000g ou UI – Injetável: só com prescrição médica (5000 UI); ● Vitamina D: UL = 100g/dia ou 4000 UI ● Cálcio: UL = 2000 mg/dia (a partir 51 anos) Recomendações hídricas ● Menor retenção de água pelos rins e diminuição da sensação de sede → ↓ água corporal → maior risco de desidratação e desequilíbrio eletrolítico; ● Recomendação: PLANEJAMENTO DIETÉTICO ● Fracionamento: 4 a 6 refeições diárias – reduzir o volume das refeições e otimizar a ação das secreções digestórias; ● Composição (almoço/ jantar): – arroz ou massa ou outro substituto do grupo do arroz; – feijão ou outro alimento do grupo das leguminosas (1 parte de feijão para 2 de arroz) – acompanhamento: carne ou frango ou peixe ou ovo + verdura e/ou legumes; ● Preferir laticínios e carnes magras: *Em vez de 190 kcal e 120 kcal do grupo das carnes e laticínios integrais, respectivamente. 5. VEGETARIANOS Conceito “Vegetariano é todo aquele que exclui de sua alimentação todos os tipos de carne, aves e peixes e seus derivados, podendo ou não utilizar laticínios ou ovos. O vegetarianismo inclui o veganismo, que é a prática de não utilizar produtos oriundos do reino animal para nenhum fim (alimentar, higiênico, de vestuário etc.).” Onívoro: consome todo tipo de alimento Vegetariano: ● Ovolactovegetariano é o vegetariano que utiliza ovos, leite e laticínios. ● Lactovegetariano é o vegetariano que não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios. ● Ovovegetariano é o vegetariano que não utiliza laticínios, mas consome ovos. ● Vegetariano estrito é o vegetariano que não utiliza nenhum derivado animal na sua alimentação. ● Vegano: vegetariano estrito que recusa o uso de componentes animais não alimentícios, como vestimentas de couro, lã e seda, assim como produtos testados em animais. Epidemiologia Tendências mundiais consolidadas de busca por uma alimentação mais saudável, sustentável e ética. - Brasil: 14% (2018) - Europa: 5% (2016) - EUA: 3,3% (2016) Fatores motivadores ● Razões de ordem social, cultural ou ética ● Ecológica/ ambiental ● Religiosa ● Econômica ● Saúde ● Aversões a certos alimentosEvidências científicas Benefícios quando bem planejadas e praticadas em condições de adequada disponibilidade de alimentos de origem vegetal. - Baixo colesterol plasmático, obesidade, DCV, HAS, DM, síndrome metabólica, pólipos de cólon, alguns tipos de câncer Características ● Baixo em gordura saturada, colesterol e proteína animal ● Alto em carboidrato, fibra, magnésio, folato, potássio, antioxidantes e compostos bioativos ● Risco de ingestão insuficiente: proteínas, ômega-3, ferro, zinco, cálcio, vitaminas D e B12. Carboidratos Amidos e fibras: constituir a maior parte Açúcares livres: < 10% VCT Proteínas A substituição da carne deve ser feita pelo grupo dos feijões. A carne vermelha (190kcal) é substituída por 3,5 porções de feijão ou 7 colheres de sopa de alimentos cozidos do grupo dos feijões. Proteínas de origem vegetal Não há falta de aminoácidos essenciais Há aminoácidos limitantes (menor quantidade) Cereais: lisina é limitante, mas têm metionina em grande quantidade Leguminosas: metionina é limitante, mas têm grande quantidade de lisina Combinação desses dois grupos (cereais e leguminosas) para haver equilíbrio na distribuição dos aminoácidos. Ex: arroz com feijão Preferência aos cereais integrais → maior teor de proteína que os refinados Complementaridade de aminoácidos deve ser alcançada ao longo do dia (não em cada refeição) Regra básica: variedade e adequação calórica Veganos: aumento de 10% na ingestão proteica devido à menor digestibilidade das proteína vegetais Ovolactovegetarianos: não precisam desse aumento, pois laticínios e ovos possuem alta digestibilidade Soja: grande versatilidade e equivale à proteína de alto valor biológico (PAVB) Oleaginosas, verduras e legumes: quantidades marginais de proteínas Ácidos graxos - ômega-3 Conversão do ácido 𝛼-linolênico (⍵3 de origem vegetal/ AG essencial) em ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) depende de uma proporção adequada de ⍵6: ⍵3 Proporção adequada de ⍵6: ⍵3 = 5:1 a 10:1 Ácido linoleico (⍵6/essencial), porém em excesso diminui a conversão do ⍵3 de origem vegetal em EPA e DHA Outros fatores que atrapalham a conversão: alta gordura saturada e trans Evitar os óleos fontes de 6 e introduzir fontes de ⍵3 Incluir fontes de 𝛼-linolênico: - 1 a 3 colheres (chá) de óleo de linhaça por dia OU - 1 a 2 colheres (sopa) de semente de linhaça moída OU - 1 colher (sopa) de óleo de canola ou de soja Fontes de ⍵6: normalmente mais consumidos - óleos de girassol, milho, soja, algodão, gergelim (os óleos são fontes mais concentradas que as sementes e outros derivados) Ferro ● Biodisponibilidade do ferro não heme (vegetal) é menor que do ferro heme (animal) ● Recomenda-se ingestão 1,8 vezes (80% a mais) que os onívoros ● Incluir promotores da absorção do ferro ○ Vitamina C, betacaroteno ● Diminuir os inibidores ○ Cálcio, suplementos de Zinco, fitatos, oxalatos, antiácidos ● Estratégias para fitatos: ○ Deixar de molho (8-12h) e trocar a água para cozimento ○ Fermentação (pães, esfirras...tempeh, missô, shoyo) ○ Adicionar brotos de sementes e de feijões ○ Tostar as castanhas e nozes ○ Evitar o farelo de trigo ● Suplementação para corrigir deficiência ○ Avaliação médica para afastar outros quadros (hemoglobinopatias, inflamação exacerbada) ● Qualquer sangramento é fator de risco para deficiência de ferro: ○ menstruação, doações de sangue e doenças ou condições que levam à perda de sangue (miomas com sangramento, cirurgias, hemorroidas), algumas verminoses, gestação. ○ baixa acidez gástrica com o uso de antiácidos por tempo prolongado ou hipocloridria. ● Avaliação laboratorial para monitorar ● A prescrição de suplementos de ferro a indivíduos não adequadamente avaliados é nociva, pois aumenta o estresse oxidativo e pode causar lesão das mucosas gástrica e intestinal. Zinco A biodisponibilidade de zinco na dieta é considerada alta (50% a 55%), moderada (30% a 35%) ou baixa (15%) de acordo com a presença de proteínas animais (favorece absorção) e de alimentos com alto teor de ácido fítico (reduz absorção). DRIs recomenda 50% acima do prescrito para onívoros Cálcio Veganos podem não alcançar as recomendações. Incluir vegetais com maior teor de cálcio: agrião, rúcula, couve, couve-chinesa, bebidas a base soja enriquecidas, sementes em geral, feijões e amêndoas Vitamina D ● Uso de alimentos fortificados e exposição à luz solar • ● 15 min exposição de rosto e braços 3x/sem → 25- hidroxi vitamina D (25 OHD) • ● Suplementação: 2 formas ○ Vitamina D3 (colecalciferol): origem animal, a partir da lanolina extraída da lã da ovelha ○ Vitamina D2 (ergocalciferol): origem vegetal, produzida por irradiação UV do ergosterol obtido a partir de levedura DRI: 15 mcg > 70a = 20 mcg UL = 100 mcg (ou 4000 UI) Suplementação: ● resultados conflitantes da eficácia de ambas as formas → exames laboratoriais periódicos para monitorar ● Na ausência de exposição solar: 25 g/dia para manutenção das concentrações normais ● Doses mais altas para reverter casos de deficiência Exemplos Vitamina B12 (cobalamina) ● A dieta vegetariana estrita não fornece vitamina B12 → suplementar ● Plantas não incorporam B12 ativa ● Algas não devem ser utilizadas como fonte de B12: contém, mas são inativas ● As únicas fontes confiáveis de B12 são carnes, ovos, leite, queijos, alimentos enriquecidos e suplementos. DRI: a partir de 14 anos = 2,4 mcg Suplementação: ● A legislação brasileira permite ao nutricionista a prescrição diária de até 1.000 mcg/dia (1 mg). ● Para a manutenção do nível sérico já adequado → 5 mcg por dia. ● Vegetariano estrito: pelo menos 10 mcg diários de vitamina B12, podendo atingir até 1.000 mcg por dia (quantidade autorizada para a prescrição nutricional), conforme acompanhamento laboratorial. ● Mesma posologia a indivíduos ovolacto e lactovegetarianos, assim como a onívoros que necessitem suplementação. ● Não há regras para a dose de manutenção, pois ela depende da reação clínica do indivíduo. Há indivíduos que necessitam de até 2.000 mcg (por via oral) por dia para corrigir a deficiência ou manutenção do nível adequado, sendo necessária prescrição médica. Prescrição de Suplementos Resolução CFN nº 656, de 15 de junho de 2020 ● Limite: UL dos nutrientes ○ VII - respeitar os limites de UL para nutrientes e, em casos não contemplados, considerar critérios de eficácia e segurança com alto grau de evidências científicas; Exemplos Dieta lacto vegetariana Dieta vegetariana Planejamento de dietas vegetarianas Diretrizes: ● Escolha uma variedade de alimentos, incluindo cereais integrais, hortaliças, frutas, castanhas, sementes e, se desejável, laticínios e ovos. ● Minimize a ingestão de alimentos altamente adoçados, ricos em sódio e em gorduras, especialmente saturada e trans. ● Escolha uma variedade de frutas e vegetais. ● Se utilizar alimentos de origem animal – laticínios e ovos – escolha os com baixo teor de gordura e com moderação ● Use uma fonte regular de vitamina B12 e se a exposição à luz solar for limitada, use vitamina D. Pontos chaves: ● As dietas ovolacto e lactovegetariana fornecem todos os nutrientes necessários ao organismo humano. ● A dieta vegetariana estrita não apresenta fontes nutricionais de vitamina B12, que deve ser obtida por meio de alimentos enriquecidos ou suplementos. ● Os nutrientes que exigem atenção na prescrição do cardápio para o ovolactovegetariano são ferro, zinco, e ômega-3. Na dieta vegetariana estrita também deve se dar atenção à vitamina B12 e ao cálcio. EXERCÍCIOS LACTENTES 1. Um lactente, sexo feminino, 3 meses, internou para observação com diagnóstico de febre a/e. Foi prescrito dieta para idade 120 mL de 3/3h. A diluição da fórmula de partida do hospital é 13,3%. Calcule a receita a ser produzida para 24h. 2. Criança RGK, 5 meses, sexo masculino, internado para tratamento de broncopneumonia. Mãe informa que seu leite “secou” há 3 meses. Oferece fórmula de partida (67 kcal e 1,2g prot em 100 mL) 150 mL 4/4h. a. Qual a densidade energéticada fórmula? b. Qual a quantidade de calorias e proteínas fornecidas em 24h? c. Qual a densidade energética da fórmula se fosse adicionado óleo de soja a 2%? 3. Um lactente mama 180 mL 6/6h de fórmula de seguimento com diluição de 14% (67 kcal/100 mL) e adição de 2% de amido de milho para aumentar a densidade energética. a. Qual a densidade energética da fórmula modulada em kcal/mL? b. Qual a quantidade de fórmula e de amido de milho, em gramas, para a produção da preparação para 24h? 4. Criança RGK, 5 meses, sexo masculino, internado para tratamento de broncopneumonia. Mãe informa que seu leite “secou” há 3 meses. Oferece fórmula de partida (67 kcal e 1,2g prot em 100 mL) 150 mL 4/4h. Peso atual = 6,4 kg. a. Qual a necessidade energética e proteica da criança? b. A quantidade de fórmula oferecida está adequada para atender as necessidades calóricas e proteicas? 5. Considere um lactente de 9 meses, 8kg, que recebe leite materno complementado. Qual sua sugestão de cardápio? Calcule a oferta calórica e de macronutrientes. PRÉ-ESCOLAR, ESCOLAR E ADOLESCENTE 1. Adolescente, sexo masculino, 15 anos, eutrófico, estudante do 1º ano do ensino médio em escola estadual, no período da manhã. Altura = 1,70m e Peso = 70 kg; NAF leve Calcule suas necessidades energéticas e proteicas e planeje um cardápio nutricionalmente equilibrado. GESTANTES 1. Nutriz, 25 anos, criança com 2 meses, sedentária. Peso pré gestacional = 60 kg Altura = 1,60 m a. Calcule a NE. b. Calcule a necessidade proteica segundo DRI e OMS. IDOSOS 1. Planeje e calcule um plano alimentar para um idoso de 80 anos, sexo masculino, dentição incompleta, que realiza suas atividades habituais com autonomia. Mantém hipertensão arterial sistêmica controlada com medicação. Cognição preservada. Peso= 65 kg e Altura= 1,62 m a. Necessidades energéticas = ______________ b. Necessidades proteicas = ________________ RESPOSTAS