Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Microbiologia do leite O leite deve conter uma quantidade aceitável de microrganismos e células somáticas. O leite normal, de ordenha higiênica contém uma microbiota constituidade 90% ou mais de micrococaceas, sendo que 90% ou mais das micrococaces são compostas por Microcuccus, as principais caracteristicas dos Microcuccus são a capacidade de competição pequena, em temperatura normal no momento da ordenha, mas na acidificação ela morre. Outro grupo de bactérias são as bactérias lácteas, como o lactobacilo, Streptococcus, entre outros. Possuam alta capacidade de competição em outras temperaturas, e sua fonte de energia vem do leite. Na coleta em latão, não há refrigeração até chegar a indústria, a demora para ser resfriado propicia um meio ideal para o crescimento bacteriano. O crescimento de bactérias lácteas, por sua vez, leva o processo de acidificação do leite, sendo que o normal é entre 6,4 – 6,6 (sendo que em 6,4 alguns Microcuccus já não conseguem se desenvolver e são facilmente eliminados) Contagem normal de bactérias: 10.000 UFC por mL, sendo 9.000 ufc por mL de Microcuccus. A contagem de Microcuccus costuma não se alterar, mesmo em uma ordenha sem a higiene adequada, nesse caso haverá crescimento de bactérias lácteas. Pode-se contar 1.000.000 de bactérias, mas 9.000 serão Microcuccus, o resto Lactobacillus e Streptococus, que vão acidificar o leite. No verão, cerca de 30% do leite é perdido por acidificação, e segundo a normativa IN62 o leite deve ser resfriado na fazenda a 5ºC-7ºC, e nessa temperatura é esperado uma população incial de 10.000ufc/mL. O leite resfriado por sua vez não fica livre de bactérias, o principal problema são as Pseudomonas, grupo bacteriano geralmente não patógeno, termolabel, que cresce no frio, mas é destruído em temperatura de 38ºC, ou seja, leite morno, também morrem com muita facilidade, em contrapartida ela produz proteases, que vão desestabilizar as proteínas lácteas, coagulando o leite, mas não acidificam o leite, nesse caso o leite parece bom quando passa pelo teste de alizarol (que avalia o pH). A principal fonte de Pseudomonas é a água, principalmente a água não tratada, sendo esse um ponto importante para evitar o crescimento excessivo desses microrganismos. As Pseudomonas também produzem biofilme, que consiste em uma camada de espessura pequena, coisa milimétrica, que pode crescer a medida que o equipamento não é higienizado, e seu crescimento ocorre de forma rápida. O biofilme vai se fixando com o tempo, então se vê a necessidade de limpar o equipamento assim que sujou, em aula o professor falou que gasta muito menos detergente assim que suja, se esperar pra limpar depois será usado muitas vezes mais a quantidade de detergente. Uma amostra do leite ordenhado é retirada do tanque e testada com alizarol, se tiver boa procedência ele vai para o caminhão, e na indústria será novamente avaliado. Pontos críticos: Tanque de expansão e ordenhadeira. A mangueira do caminhão e a água da ordenha são pontos críticos, pois água contaminada, e mangueira suja ocorrem com frequência. Há 3 estratégias básicas para o controle microbiano Destruir o microrganismo (pasteurização/esterilização) Inibir o crescimento (refrigeração) Restringir acesso (envase asséptico) Fluxograma do leite Coleta do leite É feita através de caminhões tanque de coleta a granel, com tanques isotérmicos, que fazem a captação do leite resfriado na propriedade. Por isso a importância que logo após a ordenha o leite seja imediatamente resfriado a temperatura ideal é de 4ºC até a chegada no laticínio, assim com a finalidade de reduzir a velocidade da multiplicação da microbiota presente. Recepção do leite Nesse momento, amostras do produto são analisadas por meio de provas químicas para avaliar a qualidade da matéria prima. Se o resultado for favorável, segue-se o processamento normal. Em caso de não conformidade (por exemplo: acidez), são duas as opções: o leite pode ser descartado ou submetido ao aproveitamento parcial (por exemplo, manteiga), porque nesse processo pode corrigir a qualidade. Após esse processo o leite é transferido para o tanque de estocagem e nesse momento o produto passa por um filtro para remover eventuais impurezas. A cada nova carga de produto todas as instalações e equipamentos são lavados e sanitizados, com produtos de limpeza como hidróxido de sódio, água quente, detergente, ácido nítrico, seguidos por rigoroso processo de enxágue. O leite é um produto gorduroso e proteico. Filtração A Filtração é utilizada para a separação de misturas heterogêneas, constituídas de um componente sólido e outro líquido ou de um componente sólido e outro gasoso. A mistura então passa através de um filtro, constituído de material poroso, onde as partículas de maior diâmetro ficam retidas no filtro. As porosidades dos elementos filtrantes podem variar de acordo com o tamanho mínimo de partículas que queremos remover. Obrigatoriamente, o leite precisa ser filtrado na ordenha, no momento de entrada na indústria. A primeira filtração, mais simples, consiste em coar o leite para retirar as impurezas visíveis, antes de colocá-lo no tanque de recepção. Desaeração A desaeração é a redução do volume de ar, diminuindo o espaço do leite e reduzindo odores desagradáveis, o processo ocorre a vácuo. Clarificação Este processo é empregado para a remoção de matérias estranhas do leite por força centrífugas e utiliza equipamento similar ao de separação do creme. É uma alternativa efetiva para a filtração e é realizada a temperatura de 32,7-37,8°C. A clarificação remove bactérias, leucócitos e grumos de bactérias (filtração de partículas menores). Separação – desnate É a retirada de gordura do leite por uma desnatadeira, girando em alta velocidade, o que submete o leite à uma elevada força centrífuga. Como a gordura tem um menor peso (densidade menor que da água), fica próxima ao eixo da desnatadeira, e sai por um pequeno cano, enquanto que os seus outros componentes, mais pesados, são lançados às suas paredes e vão para o exterior por outra saída. Fase leve: Gordura Fase pesada: Leite desnatado Padronização da Gordura Consiste em ajustar o conteúdo de gordura do leite a um determinado valor em porcentagem. Leite Integral: sem adição ou retirada da gordura (~3,4%). Leite Padronizado: 3% de gordura. Leite Semi-Desnatado: 0,6 - 2,9% de gordura. Leite Desnatado: possui menos que 0,5% de gordura. Homogeneização A mistura dos produtos com gordura passa por um equipamento chamado homogeneizador o qual trabalha a alta pressão, sendo assim homogeneizada com o objetivo de reduzir o tamanho dos glóbulos de gordura e obter, no produto acabado, uma consistência lisa e cremosa. Bons estudos
Compartilhar