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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Processos e Procedimentos Execução e Tutela de Urgência www.direitoesquematizado.com DIREITO PROCESSUAL CIVIL Em continuação as aulas anteriores, nós vimos as fases: Postulatória, Ordinária, Introdutória, Decisória e Recursal A matéria deste material será a Execução no Processo Civil, Tutela de Execução e Urgência Espécies de Tutela Processual Quando estudamos a Teoria Geral do Processo, nós vimos essa classificação: Conhecimento Trabalha basicamente com a dúvida, analisa quem tem razão. Busca conhecer a verdade jurídica para solucionar aquele problema/ dúvida Execução Algumas vezes surgem obrigações, diante disso as obrigações devem ser cumpridas, e caso NÃO sejam cumpridas, entra com o processo de execução para executar essa obrigação Urgência Enquanto não se tem a solução definitiva (sentença), seja uma dúvida ou uma obrigação, poderá pedir a urgência para proteger o objeto da ação. No Novo Código continuará existindo, só não chamará mais cautelar OBRIGAÇÃO A obrigação é um vínculo jurídico instaurado entre o sujeito ativo (credor) e o sujeito passivo (devedor) e que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento de uma determinada prestação Em outras palavras, é um encargo que sujeita o devedor à força para o cumprimento. Em um primeiro momento tem a vontade de cumprir a obrigação, porém, uma vez descumprida a obrigação pode ser objeto de força Tudo que envolve processo envolve também um determinado grau de violência, no sentido de que o Estado pode mudar determinadas coisas na vida de uma pessoa. Ex.: O sujeito não quer reconhecer a paternidade, o Estado pode por conta da Jurisdição, forçar o efeito declaratório do parentesco, isso, certamente, tem um grau de violência Classificação quanto a NATUREZA da Obrigação: LEGAL – Deriva da Lei, é a imposição de um efeito da norma, ou seja, decorre da aplicação das normas. Ex.: Responsabilidade civil, pensão alimentícia (pode ser contratual também) CONTRATUAL – Decorre de um ato de vontade. Ex.: Contrato de aluguel NATURAL – É uma obrigação, embora reconhecida pelo Direito, não é objeto de força para que seja cumprida, ou seja, NÃO pode ser exigida no Judiciário. Ocorre a falta de tutela do direito forçado. Ex.: Dívida prescrita, dívida de jogo, dívida com prostituta Quem paga a obrigação natural não tem como pedir de volta, não autoriza repetição OBS.: A Prescrição é a perda do Direito de agir, atinge o Direito Processual, e NÃO o Direito de Ação O Título se torna prescrito porque em algum momento passou o prazo para a cobrança A Decadência faz desaparecer o Direito Material, o que afeta o Direito de Ação também Desta forma, uma obrigação que sofreu a decadência, não tem Direito algum! A decadência implica no desaparecimento da obrigação e caso haja o pagamento da dívida decaída, deve ocorrer a restituição do pagamento (se for com dolo, tem que devolver em dobro) A Obrigação Legal e Contratual são obrigações relevantes para o processo, pois pode gerar dúvidas e a execução A Obrigação Natural não será objeto de execução Classificação quanto ao OBJETO: DAR – A obrigação pode ser: COISA CERTA/INCERTA Coisa é qualquer objeto que não seja dinheiro e que deva ser entregue A Coisa Certa é determinada no corpus (Coisa individualizada de maneira inequívoca, ou seja, pode ser destacada ainda que esteja junto de outras coisas idênticas. Ex.: Um carro descrito com um número de chassi) Em caso de inadimplência ocorre a restituição da coisa certa A Coisa Incerta é determinada também, só muda a forma de determinação, sendo determinada por gênero e quantidade QUANTIA EM DINHEIRO Tem um tratamento específico, sendo a forma de execução mais comum. Pode ser Obrigação monetária, Obrigação por quantia certa, Obrigação pecuniária Em caso de inadimplência ocorre a invasão patrimonial FAZER – Obrigação de prestar um fato. Em caso de não fazer a obrigação, será cobrada multa periódica, transferir o encargo a um terceiro às custas do devedor, ou conversão da obrigação em perdas e danos NÃO FAZER – Encargo de omissão, o descumprimento é não cumpri-lo. Também é aplicada multa e também um “desfazimento”, ocorrendo uma obrigação de fazer Título Executivo É o documento/requisito de toda execução e que permite demonstrar a existência de uma obrigação certa, exigível e em regra, líquida NÃO existe execução sem título executivo, porém, não significa que título executivo é uma obrigação Título Executivo é diferente de Obrigação Características do Título Executivo Certeza Enquanto tiver alguma dúvida, não é possível ter uma execução. Por isso é necessário ter a certeza total Exigibilidade Torna possível identificar que o devedor deve pagar e o credor pode cobrar Liquidez Aspecto quantitativo do que se deve pagar Título Executivo quanto a ORIGEM JUDICIAL Art. 515 do novo CPC Originado em um processo judicial. Ex.: Sentença judicial, sentença estrangeira A ressalva é a Sentença Arbitral é um título executivo judicial, porque o Legislador quis dar à Sentença Arbitral a mesma força que se dá para uma Sentença Judicial, ou seja, as duas sentenças são idênticas Deve na medida do possível ter as 3 características mencionadas acima, porém a liquidez não é imprescindível EXTRAJUDICIAL Art. 784 do novo CPC Produzido fora do processo judicial. Ex.: Cheque, nota promissória, instrumento de contrato. Leia esse artigo e fique atento com o que é título executivo e o que não é, preste atenção em caso de necessitar de testemunhas!!! Só vale se tiver as 3 características mencionadas acima A execução se promove pelo exequente que deve ser o MP ou o Credor – Art. 778 novo CPC – Isso é a legitimidade extraordinária A execução se promove contra o devedor – Art. 779 novo CPC Cumulação de demandas executivas – Art. 780 novo CPC O credor quer juntar na mesma demanda, vários títulos executivos ou vários credores. Em vez de ser em ações diferentes, será tudo em uma ação só. Reunião em uma única demanda em execuções que poderiam estar em ações diferentes Tem 2 tipos de elementos: Objetivos – A obrigação é o objetivo, ocorre a cumulação de obrigações Subjetivos – Os sujeitos são os elementos subjetivos, credores e devedores, ocorre a cumulação de partes OBS.: Demanda Mista: Ao mesmo tempo Objetiva e Subjetiva, entretanto, se as obrigações forem de devedores diferentes, NÃO há o que se falar em cumulação. Cumulação só acontece quando todos os títulos forem para os mesmos credores e devedores Requisitos Haver a mesma Competência, sendo na mesma Comarca Tipo da Execução Igual, ter o mesmo procedimento Ação Monitória Art. 1102 CPC antigo Na ação monitória é entrado os processos que não tenham a liquidez A partir do Código Novo: Compare as estruturas dos Códigos de 1973 e 2015 e, partindo do Código Novo, aponte as principais alterações e localize no Código de 73 as disposições que passam a integrar a chamada parte geral Resposta: Uma grande diferença é que não tem mais o processo cautelar, sendo todas tutelas de urgência agora O Processo de Conhecimento pode ser: CONDENATÓRIO CONSTITUTIVO DECLARATÓRIO Estes 2 últimos NÃO dão ensejo à execução civil, porquanto a sentença cumpre-se automaticamente, sem necessidade de nenhuma providência do réu. Só a sentença condenatória dá ensejo à execução Questões para fixação 1. Em que condições são devidos oshonorários advocatícios na execução autônoma (Título executivo extrajudicial)? Tem como fundamento 2 coisas: Causalidade e sucumbência No processo de conhecimento, toda vez que alguém for sucumbente e tiver dado causa, entende-se que deva os honorários advocatícios. Se a sucumbência é recíproca, as condenações serão compensadas No processo de execução, o executado tem que pagar os honorários, independente de apresentação de embargos ou não Com a reforma de 2006, o Cumprimento da Sentença veio com as seguintes ideias: 1) Continuação do processo de conhecimento, 2) Transformação da natureza do processo e 3) Novo processo ainda que ligado ao primeiro. Ou seja, nas 3 ideias acabando o processo de conhecimento já começa o processo de execução nos mesmos autos, porém, tiveram 3 Correntes: A 1ª Corrente diz que não cabem honorários no cumprimento da Sentença, porque já foram impostos junto com a condenação e também, porque irá continuar automático nos mesmos autos (Não tinha recolhimento de custas processuais) A 2ª Corrente diz que não cabem honorários, pois o processo se transforma, não necessitando do pedido no cumprimento (Não recolhe custas processuais) A 3ª Corrente diz que cabem honorários, porque um processo é ligado ao outro, mas precisa do pedido no cumprimento (Há o cabimento de custas processuais) Diante dessas Correntes, o Judiciário começou a receber menos, porque adotava as 2 primeiras correntes. Sendo assim mudaram a forma de cumprimento da sentença, sendo necessário um novo requerimento para a execução, o que ensejava novas custas, mas também, o requerimento de honorários advocatícios (Princípio da Demanda) 2. São devidos honorários advocatícios no cumprimento da Sentença? Considere as 2 Teorias que tratam da continuidade no processo de conhecimento? 3. Qual a relação do tema com a ideia de sucumbência? 4. De que forma o novo CPC trata deste assunto? EXECUÇÃO Art. 781 novo CPC – Competência para execução autônoma: I. Foro de domicílio do executado II. Tendo mais de 1 domicílio, poderá ser demandado em qualquer um deles III. Sendo incerto ou desconhecido o domicílio, poderá ser aonde ele for encontrado ou no foro do domicílio do exequente IV. Havendo mais de 1 devedor, com diferentes domicílios, será proposta no foro de qualquer um deles, à escolha do exequente V. Poderá ser proposta no foro do local aonde se praticou o ato ou em que ocorreu o fato, mesmo que não resida mais o executado Art. 782 novo CPC – Não dispondo a Lei de modo diverso, o Juiz determinará os atos executivos, e o Oficial de Justiça os cumprirá §1º - O Oficial também poderá cumprir os atos executivos nas Comarcas contíguas, de fácil comunicação e que esteja na mesma região metropolitana §2º - Se for necessário força policial, o Juiz requisitará §3º - A requerimento da parte, o Juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastro da inadimplentes §4º - A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo §5º - O disposto no §3º e §4º aplica-se à execução definitiva de Título Judicial OBS.: Relembrando a matéria anterior: Título Extrajudicial – Sempre com execução definitiva Judicial – Recurso com Efeito suspensivo Não há execução Recurso sem Efeito suspensivo Execução provisória Após o Trânsito em Julgado Execução definitiva Títulos Executivos Judiciais Art. 515 novo CPC – Títulos executivos judiciais que NÃO irão continuar nos mesmos autos: Sentença arbitral Sentença penal condenatória, transitada em julgado Decisão interlocutória homologada pelo STJ Sentença estrangeira homologada pelo STJ OBS.: Nesses 2 últimas a execução será na Justiça Federal OBS².: Art. 516, III do novo CPC – O exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem Questões para fixação da matéria 1. O que é titulo executivo judicial? De que forma ocorre a execução da obrigação nela inscrita? Resposta: 2. O devedor no cumprimento da sentença é necessariamente o réu da ação de conhecimento? Justifique em detalhes 3. O que é penhora? Quais os bens sujeitos à ela? Explique em detalhes 4. Comente a viabilidade da execução nas formas definitiva e provisória 5. Comente os princípios processuais específicos da execução (Menor esforço do devedor e maior utilidade da execução) mencionando inclusive um exemplo de sua aplicação combinada 6. Como se dá a execução da obrigação ilíquida? Quais os tipos executivos que podem identificar tal característica? 7. O que é cumulação de demandas executivas? Comente e dê exemplos de suas formas objetiva, subjetiva e mista Execução Autônoma Forma de tutela executiva destinada a títulos executivos extrajudiciais – Art. 784 do novo CPC Título Executivo Extrajudicial não se tem uma ação para dar continuidade, é criado fora de um processo (Ex.: Cheque, nota promissória, instrumento de contrato público assinado pelo devedor). Eles podem mencionar qualquer tipo de obrigação Art. 772 novo CPC – Muita das vezes, procurar bens ou o próprio devedor é normal não conseguir encontrar, mas as vezes sabe aonde estão localizados os parentes. Desta forma o Juiz pode determinar algumas providencias para ajudar na procura Art. 774 novo CPC – Atentados À dignidade da justiça Para o Título Extrajudicial é execução autônoma, porque ela não se liga a nenhuma outra ação. Terá petição inicial. Será necessária a citação do réu Para o Título Judicial será o cumprimento da sentença. Será uma continuação do processo de conhecimento, o que fará a transformação através de um requerimento. Só será necessária citação naqueles 4 tipos “esquisitos” (sentença penal condenatória, etc). Em regra será intimação Título Executivo Extrajudicial Execução Autônoma Petição Inicial Citação Defesa por Embargos do Devedor Penhora (se for dinheiro) Expropriação Título Executivo Judicial Cumprimento da Sentença Requerimento Intimação (em regra) Defesa por Impugnação Penhora (se for dinheiro) Expropriação Art. 775 novo CPC – Desistência de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva – Se tiver alguma questões material, vai continuar para esclarecer a certeza (Isso é novo do CPC) Art. 776 e 777 do novo CPC – Se for título judicial, poder não ter a liquidez Art. 787 novo CPC – Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo § único – O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o Juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar Art. 788 novo CPC – A execução não poderá ser iniciada ou prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecida no título executivo Requisitos da Petição Inicial no novo CPC – Art. 319 – São requisitos para todas as petições iniciais. Os requisitos da petição inicial no novo CPC para execução é nos artigos 781 ao 791 No Código atual os artigos 614 e 615 que falam sobre a petição inicial do processo de execução Lembrando que é necessário observar tanto os requisitos da petição inicial genérica e da petiçãoinicial de execução Na Petição Inicial da Execução deve ser pedida a citação do réu Art. 797 novo CPC - Ler PENHORA Art. 831 novo CPC – “A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios” Como os bens do devedor devem estar ligados à execução, a penhora que fará a vinculação do devedor ao processo, com a finalidade de preparar a expropriação Expropriação é a retirada de certos bens do patrimônio do devedor para pagar a execução Lembrando que execução engloba tudo (dívida, honorários, custas, etc.) Executar diz respeito à satisfação de uma prestação devida. A execução pode ser tanto espontânea quanto forçada. A primeira ocorre quando o devedor cumpre a prestação voluntariamente. Já na forçada, o cumprimento da prestação é obtido por meio da prática de atos executivos pelo Estado Sendo assim, a penhora pode ser: Vontade do Devedor Vontade do Estado (Penhora forçada) OBS.: Em regra o Estado não pode forçar a penhora em determinados casos, veremos isso a seguir: Objeto da Penhora será: Qualquer bem que seja dinheiro (R$) Pode ser sobre bens materiais ou imateriais Dá pra penhorar o que é um possível direito do devedor, chamado de penhora na capa dos autos. Ex.: Credor A cobra B, porém o devedor B é credor de C. Desta forma A pode requerer diretamente a penhora de C, por ser um possível direito de B Penhorabilidade - Possibilidades do bem ser penhorado: Bens Penhoráveis Bens Impenhoráveis
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