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Direito coletivo do trabalho - LAIS

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Direito coletivo do 
trabalho: sindicatos 
 
Principais abordagens do direito coletivo do 
trabalho, concernente aos sindicatos, dadas as 
grandes transformações históricas e culturais 
advindas da história, e com grande influência no 
Brasil. 
Por Fillipe Matos 
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
Desde a idade média, surge a ideia, de união de pessoas, com 
objetivos comuns, com o fim de defesa de direitos entre si. 
Corporações de ofícios precedem o sindicalismo, mas se diferem, 
pois, as corporações reunia as forças produtivas numa só entidade, já 
o outro, separou os trabalhadores, ondem defendem direito a 
determinada coletividade de pessoas. 
Fortes são as influências da Revolução Industrial, Francesa e o 
Marxismo. A revolução industrial criou condições de união entre 
trabalhadores na medida em que projetavam ideias e objetivos em 
comum, temos um desiquilíbrio nas relações entre o trabalhador e o 
Estado, formou-se o proletariado, a indignação dos trabalhadores 
frente a condições análogas à escravidão que eram submetidos ao 
Estado Autoritário, que buscavam condições de vida ao trabalhador. 
Assim, nasce o sindicalismo, frente ao desrespeito ao trabalhador, 
nasce nestes, um sentimento de solidariedade, uma união por uma 
vida digna. 
A Revolução Francesa, pautada na Liberdade, Igualdade e 
Fraternidade, o manifesto comunista de Marx e Engels que conclamou 
os trabalhadores à união, condenou a supressão das corporações, 
defendeu a necessidade da organização dos operários e o direito de 
associação. 
Com os anos, no Brasil, vem surgindo a Convenção Coletiva do 
Trabalho, que aos poucos vem se constituindo. Surge o Decreto Lei 
nº 979, de 06/01/1903, no qual era facultado a alguns profissionais 
de industrias rurais e agricultura a organizarem-se, entre si, 
sindicatos para defesa de seus interesses. De outro lado, é 
interessante sabermos, a origem etimológica da palavra “sindicato”; 
deriva do francês SYNDICAT, de SYNDIC: representante de uma 
corporação, do latim: SYNDICUS, e do grego SUNDIKÓS: advogado 
público. 
Com efeito, o Decreto era vago, não fornecia um conceito amplo, 
apenas quais os objetos do interesse. Surge, então, o Decreto-Lei nº 
1.637, de 05/06/1907, que ampliou o conceito de sindicato em seu 
artigo primeiro, in verbis: 
Art. 1º E' facultado aos profissionaes de profissões similares ou 
connexas, inclusive as profissões liberaes, organizarem entre si 
syndicatos, tendo por fim o estudo, a defesa e o desenvolvimento dos 
interesses geraes da profissão e dos interesses profissionaes de seus 
membros. 
Paragrapho unico. São considerados como continuando a pertencer á 
profissão, embora não o pertençam mais, os profissionaes que 
tiverem exercido a profissão durante cinco annos e que não a tenham 
abandonado desde mais de dez annos, comtanto que não exerçam 
outra profissão e residam no paiz desde mais de tres annos. 
O citado artigo, traz em seu bojo, que os sindicatos, seriam, então, 
grupo de pessoas, de determinada profissão, que visam, em união de 
esforços, proteger direitos que teriam por fim o estudo, a defesa e o 
desenvolvimento dos interesses gerais da profissão. Cabe salientar, 
que no artigo oitavo do mesmo decreto, era incentivado o sindicato 
misto, que assim dispunha: 
Art. 8º Os syndicatos que se constituirem com o espirito de harmonia 
entre patrões e operarios, como sejam os ligados por conselhos 
permanentes de conciliação e arbitragem, destinados a dirimir as 
divergencias e contestações entre o capital e o trabalho, serão 
considerados como representantes legaes da classe integral dos 
homens do trabalho e, como taes, poderão ser consultados em todos 
os assumptos da profissão. 
Como bem salienta o Douto Roberto Barredo Prado, o sindicato misto, 
era constituído de pessoas em profissões similares ou conexas, 
abrange assim, tanto empregado e empregadores, estes formados 
livremente, não existia uma interferência estatal. Com o 
individualismo jurídico, reforçado pela afirmação do indivíduo ante a 
sociedade, liberdade, propriedade privada e limitação do poder pelo 
Estado, não houve uma preocupação social, culpas das grandes 
influencias advindas das revoluções trabalhistas que ocorriam na 
Europa. 
Adveio então, o decreto-lei nº 1.637, de 05/01/1907, que teve sua 
origem com a representação de quinze corporações operárias e uma 
federação de sete associações, representava cerca de seis mil 
operários. Findou-se a primeira guerra mundial, surge agitação por 
parte de operários, tivemos uma organização operária. Surge os 
movimentos grevistas. 
Surge uma figura emblemática neste palco, Deputado Maurício de 
Lacerda, que apresenta em 17/05/1917, o projeto de código de 
trabalho, contendo 107 artigos, distribuídos em seis títulos, ademais, 
surge desmembrada do código, a lei de acidentes de trabalho, o 
restante do projeto, não teve êxito. Salienta o professor Roberto 
Barreto Prado: 
Para os nossos estudos, a semente mais importante do projeto de 
Maurício Lacerda consistia na instituição de tribunais paritários de 
arbitramento, constituído de seis membros, três operários e três 
patrões ou seus representantes, sob a presidência do Ministro da 
Agricultora, ou do Prefeito do Distrito Federal, ou do Secretário do 
Departamento de Trabalho dos Estados, com competência para 
tomarem conhecimento e resolverem sobre as reclamações e 
conflitos de ordem coletiva entre operários e patrões. 
Por conseguinte, é promulgado em 24/01/1923 a Lei nº 4.682, 
conhecida como Lei Elói Chaves, tem-se assim, criada a previdência 
social no Brasil. A Lei 16.027, de 30/04/1923, cria o Conselho 
Nacional do Trabalho, com a finalidade de órgão consultivo do poder 
Estatal. Enfatiza o mestre Roberto Barreto Prado: 
Cabia ao Conselho Nacional do Trabalho encargos administrativos e 
judicantes, em todo o território nacional, sobre questões de 
previdência e de contratos de trabalho, sem prejuízo de programação 
sobre organização dos órgãos desse setor. O dec. Nº 18.074, de 
19/01/1928, introduziu modificações no Conselho Nacional do 
Trabalho. Suas funções amplíssimas, reveladoras de exagerada 
centralização administrativa, estava a exigir reformulação total do 
sistema então incipiente de fiscalização e efetiva execução das leis 
trabalhistas. 
Já, na era Vargas, o Ministério do Trabalho procura conter o 
sindicalismo, trazendo-o para os limites do Estado controlado pela 
Burguesia. Em 1931, surge a Lei sindical, que cria os pilares do 
sindicalismo no Brasil, controle exercido pelo Ministério do Trabalho 
em colaboração com o Estado. Nesta época, o movimento grevista 
era intenso, poucos sindicatos manterem-se, apenas alguns poucos, 
aderindo a Lei: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, dentre outros. 
Grandes foram as conquistas desta época: Lei de Férias, descanso 
semanal remunerado, jornada de oito horas e etc. 
As lutas sindicais ressurgem em 1943, com o manifesto dos mineiros, 
o movimento popular em 1945, neste ano, criou-se o Movimento 
Unificador dos Trabalhadores, em setembro de 1946, temos o 
congresso Sindical dos Trabalhadores do Brasil sedeado no Rio de 
Janeiro, donde surge a Confederação Geral dos Trabalhadores. 
Acrescenta-se que, em 1967 temos o Movimento Intersindical Anti-
Arrocho, a greve de Osasco em 1968. Em 1978, o impacto, tudo 
para, a classe operária ressurge com força e mais organizada, a 
democracia começa a nascer. Surge em 1983 a Central Única dos 
Trabalhadores, que tem por objetivo sustentar que o trabalhador não 
é um objeto, ou um vendedor de mão de obra, e sim um produtor de 
riquezas, surge a emancipação do trabalhador, por assim dizer, estes 
jáorganizados, defendem suas classes e conquistam direitos, o 
Estado agora os teme. 
2. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 
Não há dúvidas que com o passar dos anos os sindicatos vieram a 
sofrer grandes mudanças estruturais. É sabido que os sindicatos 
visam a proteção de determinada classe de trabalhadores, bem como 
cabe a representação econômica nos acordos e convenções coletivas. 
Nos dias atuais, os sindicatos vêm perdendo suas forças, seja pelo 
desleixe por parte de determinado grupo de representantes, que ao 
invés de defenderem os direitos inerentes à coletividade e também ao 
indivíduo, acabam por se corromper e criam uma insegurança jurídica 
aos operarius. 
Surge, a promulgação da nossa Carta Maior, a Constituição 
Republicana, nasce o Estado Democrático de Direito, grande foram os 
avanços ao sindicalismo no Brasil, elenca a Carta Magna, no capítulo 
II – Direitos Sociais, em seu artigo oitavo, in verbis: 
Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o 
seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de 
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao 
Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; 
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em 
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, 
na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou 
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um 
Município; 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou 
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas; 
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de 
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do 
sistema confederativo da representação sindical respectiva, 
independentemente da contribuição prevista em lei; 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a 
sindicato; 
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações 
coletivas de trabalho; 
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas 
organizações sindicais; 
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do 
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical 
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, 
salvo se cometer falta grave nos termos da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização 
de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as 
condições que a lei estabelecer 
Assim, o caput do artigo supracitado, aduz que é livre a associação 
profissional ou sindical, nos termos da lei. A constituição de OIT de 
1919, também já previa a liberdade sindical. Sobre liberdade sindical, 
cabe elucidar as palavras do professor Sérgio Pinto Martins: 
Liberdade Sindical é uma espécie de liberdade de associação. É o 
direito de os trabalhadores e empregadores se organizarem e 
constituírem livremente as agremiações que desejarem, no número 
por eles idealizado, sem que sofram qualquer interferência ou 
intervenção do Estado, nem uns em relação aos outros, visando à 
promoção de seus interesses ou dos grupos que irão representar. 
Essa liberdade sindical também compreende o direito de ingressar e 
retirar-se dos sindicatos. A liberdade sindical, significa, pois, o direito 
de os trabalhadores e os empregadores se associarem, livremente, a 
um sindicato. Todo aquele que estiver interesse profissional ou 
econômico a ser discutido poderá reunir-se num sindicato... 
Importa destacar o caput do artigo 511 da CLT, que também destaca: 
É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos 
seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como 
empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou 
profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade 
ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. 
Ademais, temos também, a dispensa de autorização para criação de 
sindicatos, a vedação ao poder público de interferir e intervir na 
organização sindical, elencado no inciso I. Por conseguinte, esta 
assegura a estabilidade do dirigente sindical, declarada no inciso VIII, 
transfere aos trabalhadores o direito de definir sua base territorial, 
bem como conceitua a finalidade dos sindicatos em seu inciso III. 
Uns dos mais importantes princípios, a liberdade sindical, resultado 
de movimentos sindicais contra a governança autoritária do Estado. 
Nesse norte, liberdade sindical seria o poder que os representantes 
dos sindicatos possuem para se organizarem entre si, de acordo com 
a vontade de seus membros. Sérgio Pinto Martins, esclarece que 
liberdade sindical implica a possibilidade de livre criação de mais de 
um sindicato, seria a liberdade de auto-organização sindical, sem 
qualquer ingerência ao Estado. 
Referido doutrinador aduz, que a pluralidade de sindicatos não tem o 
escopo de diminuir o poder das organizações já existentes e sim ter 
uma força maior e mais representativa, isto posto, sempre é 
importante salientar que ao sindicato é defeso a garantia dos 
interesses de seus membros. São as palavras do ilustre doutrinador 
Sérgio Pinto Martins: 
Aqueles que prestarem os melhores serviços terão mais associados. A 
imposição pelo Estado da unicidade sindical é que não pode ser 
tolerada. Se os interessados decidirem constituir poucos sindicatos, 
como na Antiga República Federal da Alemanha, ou muito sindicatos, 
ficará ao livre alvedrio deles e não de outra pessoa. O fato de o 
sindicalismo ser livre não quer dizer que o sindicato vai ser fraco, 
pois, prestando bons serviços e conseguindo boas condições de 
trabalho para a categoria, pode angariar mais sócios, aumentando 
sua receita. 
A priori, a liberdade sindical não pode encontrar barreiras em seu 
sistema, seja pelo poder Estatal ou até mesmo pelos dirigentes 
destas entidades. É livre o ingresso e saída dos sindicatos, assim, 
seria escolha do trabalhador a de ser associar ou não; nasce a 
liberdade de filiação. 
Me salta aos olhos, que a liberdade de associação é pouco exercida, 
na maioria das vezes são impostas aos trabalhadores a obrigação de 
se filiarem a determinada associação, essa imposição como saliento, 
deriva da falta de comunicação, ou até mesmo uma representação 
direta entre o sindicato e os trabalhadores. Isto porque, nos dias 
atuais, vemos o sindicato pouco se importando com a coletividade. 
Do mesmo modo, a criação de sindicatos, por determinando grupo de 
pessoas, em meu ver, não diminuiria a força sindical, muito pelo 
contrário, o fim específico seria atingido, isto porque os sindicatos, 
com certeza, iriam se preocupar muito mais com seus associados, 
diminuiríamos as chances de corrupção, pois os sindicatos 
trabalhariam arduamente em prol dos seus associados, teríamos uma 
“competição” de sindicatos. 
Todavia, não é isto que a Lei estabelece, a mesma proíbe a criação de 
mais de um sindicato na mesma base territorial, o que resta ao 
trabalhador apenas a possibilidade de ingressar ou não no 
sindicato, data vênia, a criação de um sindicato monopoliza os 
direitos coletivos, enriquece as associações, claro que não podemos 
generalizar, mas nos dias atuais, não é incomum vermos sindicatos 
totalmente neutros, dirigentes enriquecendo, como no caso do 
Sindicato dos Comerciários no Rio de Janeiro, onde uma família há 
quase cinquenta anos exercia seu monopólio nesta associação que 
devia proteger os trabalhadores. 
3. ORGANIZAÇÃO SINDICAL 
É sabido que os sindicatos podem se constituir sem prévia 
autorização do Estado,conforme preceitua a Convenção nº 87 da OIT 
e o inciso I do art. 8º da Constituição, salienta-se que o poder público 
a que se refere a Constituição, designa apenas o Poder Executivo, 
pois se estendermos esta autorização estatal a outros poderes, 
teríamos um impedimento referente aos outros poderes, seja em 
questões voltadas a julgamentos ou criação de Leis. 
Nas palavras do professor Sérgio Pinto Martins, surge uma dúvida no 
que se refere ao seu registro no órgão competente. O artigo 45 
do códex civil dispõe que para a existência de pessoas jurídicas, far-
se-á com a inscrição de seus atos constitutivos no respectivo registro. 
O problema aparece, no sentido de que a legislação não conceitua ou 
dispõe de um órgão competente voltado à constituição sindical. 
Exemplifica, que os cartórios de registros de títulos e documentos não 
teriam um controle, assim não poderiam verificar a unicidade 
sindical, o que geraria um grande confronto de sindicatos. Assim, é 
de se concordar com o professor, ademais o Supremo Tribunal 
Federal também já entendeu essa recepção de competência. 
Cabe elucidar, que a portaria nº 343 de 04/05/2000, estabelece o 
pedido de registro sindical, que será dirigido ao Ministro do Estado do 
Trabalho e Emprego, e terá de ser instruídos com os seguintes 
documentos: edital de convocação dos membros; ata da assembleia 
geral da fundação da entidade; estatuto social aprovado; 
comprovante de pagamento da guia GRU. 
Como descrito por Sérgio Pinto Martins, far-se-á necessário além do 
registro do sindicato no cartório, o respectivo registro do órgão do 
Ministério do Trabalho a fim de que se garanta a base territorial do 
sindicato, que poderão ser criados: por formação simples: simples 
criação de um sindicato em um determinado território, 
desmembramento de um sindicato ou sua dissociação. 
3.1. ATIVIDADES SINDICAIS 
Atividades sindicais são as funções cometidas por este órgão, de 
maneira que se possa auferir as metas, com destaque para a relação 
de ganho de direitos à coletividade, ou determinado grupo de 
trabalhadores. Assim, estas atividades tem a finalidade de coordenar 
e defender interesses profissionais e econômicos os trabalhadores. 
Exemplifica José Claudio Monteiro de Brito Filho, três 
atividades/funções sindicais a serem destacadas e estudadas mais 
profundamente. A primeira delas a Função econômica, este cita 
Magano, e enfatiza “os meios que se serve o sindicato visando à 
satisfação de suas necessidades corresponde à sua função 
econômica, sendo também designadas fontes de custeio. ” 
Acrescenta-se também, que a função econômica do sindicato 
corresponde aos meios que são utilizados para que possa obter um 
custeio para desenvolvimento de suas atividades. O Artigo 548 traz 
em seu bojo o patrimônio dos sindicatos: 
Art. 548 - Constituem o patrimônio das associações sindicais: 
a) as contribuições devidas aos Sindicatos pelos que participem das 
categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais 
representadas pelas referidas entidades, sob a denominação de 
imposto sindical, pagas e arrecadadas na forma do Capítulo lIl deste 
Título; 
b) as contribuições dos associados, na forma estabelecida nos 
estatutos ou pelas Assembléias Gerais; 
c) os bens e valores adquiridos e as rendas produzidas pelos 
mesmos; 
d) as doações e legados; 
e) as multas e outras rendas eventuais 
Além disso, temos a função política, para Britto Filho, o sindicato atua 
na defesa e interesses de seus associados, é de concorda que assuma 
uma posição política. O artigo 521, letra d da CLT, veda o caráter 
partidário dos sindicatos. Assim, estes devem funcionar sem qualquer 
vínculo com partidos políticos, o que é de se concordar, pois 
feriríamos de morte o princípio da isonomia, e teríamos um 
tratamento diferenciado a determinados sindicatos, em prol de sua 
filiação ou associação a partidos políticos, geraria uma instabilidade 
jurídica, de maneira que os associados certamente teriam seus 
direitos ameaçados frente a imparcialidade dos sindicatos. 
Por conseguinte, a função ética, não deve qualquer representante 
sindical, se beneficiar, de sua posição a fim de atingir suas metas 
pessoais. A função ética, é o agir com boa-fé, seria então um padrão 
ético adotado pelo homem mediano em sua vida na sociedade. 
Assim, deve o sindicato agir na sua função, a de proteger seus 
associados. 
Em adição, temos a função negocial, conceituada por Amauri Mascaro 
Nascimento, por esta função cabe ao sindicato regulamentar os 
interesses de seus associados, seria uma auto composição. A função 
assistencial, que é aquela que cabe ao sindicato melhor prestar 
auxílio aos trabalhadores, seja em ato de demissão, seja na 
representação em greves. Já a função de representação decorre 
daquela de os sindicatos representarem determinada gama de 
profissionais, podendo elas serem inerentes à coletividade ou 
individual. 
3.2. NEGOCIAÇÃO COLETIVA 
Dentre as atividades desenvolvidas pelos sindicatos, cabe destacar a 
negociação coletiva. Nas palavras de Brito Filho, citando António 
Menezes Cordeiro, seria o meio de solução de conflitos ou soluções 
autônomas, exercidas pelos sindicatos, em suas atividades 
funcionais, sem interferência estatal, para a solução de conflitos, de 
modo que atenda os direitos de seus associados. Para Sérgio Pinto 
Martins, “a negociação coletiva é uma forma de interesses entre as 
partes, que acertam os diferentes entendimentos existentes, visando 
encontrar uma solução capaz de compor suas posições. ” 
De outro lado, as funções da negociação coletiva do trabalho, destaco 
as palavras de Sérgio Pinto Martins. Jurídicas: tem função normativa; 
obrigacional: determinando direitos e obrigações às partes; 
compositiva: como forma de auto resolver seus conflitos. 
Portanto, negociação coletiva é um procedimento que tem o escopo 
de colocar em pauta as divergências existentes, de maneira que se 
obtenha um resultado positivo em prol dos trabalhadores, se não há 
negociação, não há norma coletiva de trabalho. 
Elenca o artigo 8º, VI, da Constituição, que os sindicatos são 
obrigados a participarem das negociações coletivas. A norma coletiva, 
para Sérgio Pinto Martins: “ é um contrato de execução, criando 
imediatamente um contrato individual de trabalho. Ela prescreve 
condições gerais de trabalho, encerrando cláusulas que irão regular 
os contratos individuais de trabalho em curso ou futuros. ” 
4. CONCLUSÃO 
Primórdios da criação sindical nos mostra que se deram com a união 
dos trabalhadores, estes desprovidos de direitos, eram peças frente 
aos “senhorios”, máquinas de gerar lucros, que eram substituídas na 
maneira que se “desgastavam”. Nasce um sentimento de união, a fim 
de que possam lutar por condições de vida e trabalho melhores, 
voltado em prol da sociedade e da massa mais vulnerável: o 
trabalhador. 
Grandes foram as conquistas do sindicalismo no Brasil, a liberdade 
sindical, pautada num regime democrático de direito, surge de modo 
a estabelecer um livre arbítrio ao trabalhador, de modo que busque 
ser representado da maneira do seu id pessoal. Ademais, nasce a 
unicidade sindical, que a meu ver, seria um limitador da liberdade 
sindical. Em resumo, a unicidade sindical restringe a criação de mais 
de um sindicato em determinada base territorial, o que gera opera ao 
trabalhador a simples opção de filiar-se ou não ao sindicato. Gera 
uma insegurança, devíamos ter uma escolha pelo trabalhador, de ver 
o seu direito melhor representado. 
Por conseguinte, nem sempre um único sindicato será capaz de 
atender a sua demanda, divergências sempre surgirão, e muitas 
vezes estessindicatos não poderão atender seus associados, seja 
pela demanda ou pelo conflito de interesses. 
REFERÊNCIAS 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 24ª edição, ano 2008. 
AROUCA, José Carlos. Curso Básico de Direito Sindical. Ano 2006. 
DE BRITO FILHO, José Claudio Monteiro. Direito Sindical. Análise do 
Modelo Brasileiro de Relações Coletivas de Trabalho à Luz do Direito 
Comparado e da Doutrina da OIT: Proposta de Inserção da Comissão 
de Empresa. Ano 2000. 
PRADO, Ney. Direito Sindical Brasileiro. 
FRANCO FILHO, Georgenor de Souza. Curso de Direito Coletivo do 
Trabalho. 
PRADO, Roberto Barreto. Curso Coletivo de Direito do Trabalho. 
STODICK, Henrique. Convenção Coletiva do Trabalho e Outras 
Avenças.

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