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DEONTOLOGIA, 
ÉTICA E LEGISLAÇÃO 
DA MEDICINA VETERINÁRIA
ORGANIZADORES ANA CAROLINA MESSIAS DE SOUZA FERREIRA DA COSTA; 
MICHELE MARTINS TRINDADE
Deontologia, ética e legislação da m
edicina veterinária
GRUPO SER EDUCACIONAL
Todas as pro�ssões devem seguir as regras e as leis pertinentes a sua área, 
mas o respeito à ética e à moral é imprescindível a qualquer prática, seja na 
vida pessoal ou na pro�ssional. Esta é uma obra abrangente sobre vários 
aspectos relacionados às leis, à moral e à ética que envolvem a prática 
médica veterinária. 
A obra oferece um conteúdo didaticamente preparado e dividido em 
quatro unidades, como: ética e moral na prática médica veterinária; código 
de ética, direitos dos animais no ensino e pesquisa; �scalização veterinária; 
e, por �m, defesa sanitária animal e da inspeção federal. 
Fundamental para seus estudos, este livro esclarece os principais pontos 
sobre deontologia, ética e legislação da medicina veterinária. Bons estudos!
DEONTOLOGIA, 
ÉTICA E LEGISLAÇÃO 
DA MEDICINA VETERINÁRIA
ORGANIZADORES ANA CAROLINA MESSIAS DE SOUZA FERREIRA DA COSTA; 
MICHELE MARTINS TRINDADE
gente criando futuro
I SBN 9786555581515
9 786555 581515 >
C
M
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CM
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CMY
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DEONTOLOGIA, 
ÉTICA E LEGISLAÇÃO 
DA MEDICINA 
VETERINÁRIA
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Costa, Ana Carolina Messias de Souza Ferreira da.
 Deontologia, ética e legislação da medicina veterinária / Ana Carolina Messias de Souza 
Ferreira da Costa; Michele Martins Trindade. – São Paulo: Cengage, 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581515
 1. Medicina veterinária. 2. Ética - Veterinária. 3. Trindade, Michele Martins.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Ana Carolina Messias de Souza Ferreira da Costa
Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE-PE) e 
em Ciências Biológicas pela Universidade de Pernambuco (UPE-PE). Tem especialização em Educação 
Ambiental pela Universidade da Cidade de São Paulo (Unicid-SP), MBA em Gestão Pública e é pedagoga 
pelo Instituto de Brasileiro de Formação. Mestre em Ciências Veterinárias pela UFRPE e Doutora pela 
UFRPE em Ciência Veterinária com ênfase em Protozoários entéricos de caráter zoonótico de humanos, 
caninos e felinos domésticos. Atua como professora Titular da disciplina Doenças parasitárias, 
parasitologia geral e clínica do Centro Universitário Brasileiro.
Michele Martins Trindade
Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-RS), é mestra em 
Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS-RS). Atua como Médica 
Veterinária.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Ética e moral na prática médica veterinária ..............................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Princípios elementares ....................................................................................................................... 11
2 Noções legais e princípios para o exercício da profissão ...................................................................15
3 Relação profissional com o cliente ..................................................................................................... 20
4 Conduta no ambiente do trabalho ..................................................................................................... 21
5 A Ciência da Bioética .......................................................................................................................... 22
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................25
UNIDADE 2 - Código de ética e direitos dos animais no ensino e pesquisa ......................................27
Introdução.............................................................................................................................................28
1 Deveres do profissional ...................................................................................................................... 29
2 Trabalhadores X Empresas – Responsabilidade Técnica.....................................................................31
3 Charlatanismo, casos mais comuns de denúncias ............................................................................. 35
4 Informação e pesquisa científica: direito dos animais? .....................................................................38
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................43
UNIDADE 3 - Fiscalização veterinária ............................................................................................47
Introdução.............................................................................................................................................48
1 Princípios introdutórios ..................................................................................................................... 49
2 Atividades do MAPA ........................................................................................................................... 52
3 Legislação aplicada a gêneros de interesse veterinário no MAPA .....................................................56
4 Código de conduta dos agentes públicos do MAPA ...........................................................................61
5 Obstáculos da fiscalização do MAPA .................................................................................................. 65em juízo.
- Encaminhar toda a documentação e/ou material obtidos ao Fiscal do CRMV de sua Região ou 
remeter diretamente ao CRMV na capital (SIMON; MARCON, 2007).
4 INFORMAÇÃO E PESQUISA CIENTÍFICA: DIREITO 
DOS ANIMAIS?
Ao longo dos anos, surgiram diversos autores e literaturas debatendo sobre reconhecimento 
do direito animal. Com isso foi estabelecido, princípios e determinações que definissem o que 
vem a ser os direitos dos animais. Foi em 1978, com a Unesco, que foi proclamada a Declaração 
Universal dos Direitos Animais. No Brasil, foi a partir de sua Constituição Federal de 1988, em 
seu Artigo 225 que passou -se a condenar a crueldade contra o animal (BRASIL,1988). A partir de 
1998, com a Lei de Crimes Ambientais, passou a serem crimes os abusos, maus-tratos, ferimentos 
e mutilações contra os animais sem importar a sua espécie (BRASIL, 1998).
Frente a isso, há muitos questionamentos sob várias perspectivas: ideológicas, ética, 
psicológicas entre outras a respeito da utilização de animais em experimentos científicos e aulas 
práticas de diversos cursos de graduação e pós graduação. Em revisão realizada por Guimarães et 
al. (2016) foi observado que conforme definição de alguns pesquisadores experimentação animal 
vem a ser a prática de realizar intervenções em animais vivos ou recém-abatidos com a finalidade 
de beneficiar o conhecimento científico. Apesar de ser uma prática utilizada desde a antiguidade, 
o procedimento ainda é capaz de atingir a compaixão humana e, mais atualmente, gera muitas 
discussões entre a comunidade acadêmica e a sociedade protetora dos animais. Esse conflito de 
ideais questiona a real eficiência dos métodos de ensino e pesquisa diante do avanço tecnológico-
científico (RODRIGUES et al., 2011).
Apesar de toda polêmica atual com severos questionamentos por parte da sociedade, entidades 
protetoras dos animais, ONGs, alunos e docentes, ainda há centros de pesquisas científicas em 
universidades que utilizam animais em suas pesquisas com a finalidade de descobrir curas para 
doenças ou de entender o mecanismo do surgimento de enfermidades que acometem seres 
humanos e/ou animais. Nesse panorama ficou evidente a necessidade de regulamentação quanto 
o uso de animais em pesquisas científicas e em ensino no Brasil, que viesse impor limites a essa 
prática com o objetivo de eliminar atos de crueldade e de maus-tratos em animais que são utilizados 
em experimentos, pesquisa e ensino e bem como promover o aperfeiçoamento das estruturas 
39
metodológicas e éticas em estudos científicos  como pode ser observado por Rezende et al. (2008).
Em 2008, foi aprovada a Lei nº 11.794, conhecida popularmente como Lei Arouca, em 
homenagem ao seu autor o Deputado Federal Sérgio Arouca, que normatiza os procedimentos 
para uso científico de animais. Com essa lei, surgiram Comissões de Ética para Uso de Animais 
(CEUA) em cada instituição de pesquisa e ensino, assim como o Conselho Nacional de Controle 
de Experimentação Animal (CONCEA), que passou a ser o responsável por todas as discussões 
referentes à criação e ao uso de animais em laboratórios científicos e pesquisas (BONELLA, 2009).
O Decreto nº 6.899/2009 regulamenta a Lei Arouca e cria o Cadastro das Instituições de Uso 
Científico de Animais (CIUCA). A Lei dispõe sobre as competências do CONCEA, determinando 
as normas para o cuidado, as instalações dos centros de criação, o uso humanitário, além da 
buscar técnicas alternativas para a substituição do uso de animais. Para o cadastramento das 
instituições tornou-se indispensável a atuação dos CEUAs. O não cumprimento dessas normas 
implica em penalidades, que podem variar de advertências, multas e interdições (FRANCO et al., 
2014). Desde 2014, tramita no Senado o Projeto de Lei 45/2014, o qual tem por objetivo alterar 
a Lei nº 11.794/2008, para proibir a utilização de animais na pesquisa e no desenvolvimento de 
produtos cosméticos e de higiene pessoal (BRASIL, 2020).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Diversas ciências utilizam animais para fins didáticos, pesquisas e testes de produtos, o 
que gera muitas discussões e divergências de opiniões visto que há autores que afirmam que 
a experimentação animal é ilegal, imoral e ineficaz. Tais autores sugerem em seus trabalhos 
que as técnicas alternativas que devem incluir os testes in vitro, a utilização de vegetais, os 
estudos clínicos e não invasivos em seres humanos voluntários, os estudos epidemiológicos, as 
técnicas físico-químicas e os estudos de anatomia em cadáveres. Junto a isso, há o estímulo de 
que seja usada tecnologia a fim de se criar simulações de computadores, softwares didáticos, 
filmes, modelos matemáticos, nanotecnologia e manequins. Por outro lado, há outros cientistas 
40
que afirmam que o uso de animais com o objetivo de testar novas drogas e cosméticos ainda é 
fundamental para o avanço da ciência. Eles entendem que há ainda práticas de experimentação 
animal necessárias, que os estudos não existem sem tais práticas, pois segundo esses autores não 
há tecnologia que seja suficiente para substituí-las (FRANCO et al., 2014).
Em Medicina Veterinária, o direito dos animais gera muitas discussões, um exemplo é 
utilização dos animais em aulas práticas, bem como em projeto de pesquisas na graduação ou 
pós graduação. Os animais que normalmente são utilizados são ratos, rãs, gatos, cães, coelhos, 
minhocas, porcos, pequenos ruminantes dentre outros. Estes animais chegam às salas de aulas 
de diversas formas, como particulares, biotérios, coletas realizadas na natureza ou aquisição 
junto ao Centro de Controle de Zoonoses, quando houver na cidade (GREIF, 2003). A utilização 
de animais em Medicina Veterinária para o ensino de técnicas operatórias é uma prática ainda 
frequente em todas as universidades brasileiras que oferecem o curso e é tida, também, como 
prática comum aceitável pela grande maioria dos professores, e que ainda continua sendo tema 
de debate e questionamentos acerca das mesmas (MORAES, 2005). 
Trabalhos realizados no Brasil, demonstram por meio de seus resultados que a utilização 
de animais em aulas práticas ainda está muito culturalmente entranhada entre os docentes e 
discentes. Em pesquisa realizada por Feijó et al. (2008), foi possível observar que 94,9% dos 
graduandos acreditam ser indispensável a utilização de animais em aulas práticas a fim de 
agregar conhecimento a sua formação profissional. Andrade et al. (2009) em seus estudos 
também apresentaram resultados consideráveis, demonstrando que 80% dos alunos consideram 
importante essa prática.
Estudos apontam que a falta de conhecimento sobre métodos substitutivos ou de pouco 
conhecimento dos mesmos, é a principal causa da lenta substituição dos animais vivos em aulas, 
argumenta Rodrigues et al. (2011). De acordo Feijó et al. (2008), a opinião de oposição ou de 
dúvida referente a substituição de animais pelos métodos alternativos pode vir a ser influenciada, 
por dois fatores:
A resistência dos professores, relativo ao uso de métodos substitutivos, seja por acharem 
eles são insuficientes para agregar conhecimento aos estudantes, ou por continuarem a seguir 
metodologia usada durante sua graduação e/ou pós graduação. Sendo o docente multiplicador 
de conhecimento, suas atitudes servem de modelo aos seus alunos que têm a tendência a seguir 
a postura de seus docentes.
Outro fator seria a falta de conhecimento tantos dos alunos quanto dos professores, referente 
aos métodos alternativos existentes.
No Brasil, algumas universidades da área de saúde já adotaram essa prática alternativa, 
afirmando que os métodos substitutivos existentes já suprem as necessidades de ensino (PESSOA, 
41
2013). Com isso pode - se concluir que futuramente os animais serão cada vez menos utilizados 
em atividades de ensino e pesquisa. E quando utilizados, terá por parte dos cientistas e docentes 
uma ampla argumentação para seu o seu uso.
42
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Aprender os deveres doprofissional em Medicina Veterinária.
• Discernir os campos de atuação.
• Conhecer o que é Responsabilidade Técnica.
• Saber sobre a prática ilegal em Medicina Veterinária (charlatanismo).
• Descobrir os direitos dos animais e métodos substitutivos no ensino e pesquisa.
PARA RESUMIR
BONELLA, A. E. Animais em laboratórios e a Lei Arouca. Scientia Studia, São Paulo, v. 7, n. 
3, p. 507-14, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1678-31662009000300008. 
Acesso em: 25 abr. 2020.
BRASIL. Decreto-Lei nº 3688, de 3 de outubro de 1941. Lei das Contravenções Penais. 
Brasília, DF: Diário Oficial da União, 03 out. 1941. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3688.htm. Acesso em: 26 abr. 2020.
BRASIL. Decreto nº 6.899, de 15 de julho de 2007. Dispõe sobre a composição do 
Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal - CONCEA, estabelece as 
normas para o seu funcionamento e de sua Secretaria-Executiva, cria o Cadastro das 
Instituições de Uso Científico de Animais - CIUCA, mediante a regulamentação da Lei no 
11.794, de 8 de outubro de 2008, que dispõe sobre procedimentos para o uso científico 
de animais, e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 15 jul. 2009. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/
D6899.htm. Acesso em: 28 abr. 2020.
BRASIL. Lei nº 4950-A, de 22 de abril de 1966. Dispõe sobre a remuneração de 
profissionais diplomados em Engenharia Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária. 
Brasília, DF: Diário Oficial da União, 22 abr. 66. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l4950a.htm. Acesso em: 26 abr. 2020.
BRASIL. Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968. Dispõe sobre o exercício da profissão 
de médico-veterinário e cria os Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária. 
Brasília, DF: Diário Oficial da União, 25 out. 1968. Disponível em: https://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l5517.htm. Acesso em: 30 abr. 2020.
BRASIL. Lei nº 9.605/1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas 
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, 
DF: Diário Oficial da União, 13 fev. 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9605.htm. Acesso em: 27 abr. 2020.
BRASIL. SENADO FEDERAL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código 
Penal. Brasília, DF: Coordenação de Edições Técnicas, 2017. Disponível em: https://
www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529748/codigo_penal_1ed.pdf. Acesso 
em: 30 abr. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução n° 1.138, de 16 de 
dezembro de 2016. Aprova o Código de Ética do médico veterinário. Brasília, DF: Diário 
Oficial da União, 25 jan. 2017, Seção 1, p. 107-109. Disponível em: http://portal.cfmv.
gov.br/uploads/RESO%201.138_2016%20C%C3%B3digo%20de%20%C3%89tica%20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução nº 682, de 16 de março 
de 2001. Fixa valores de multas, e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da 
União, 29 mar. 2001, Seção 1, p. 79. Disponível em: http://portal.cfmv.gov.br/lei/index/
id/244. Acesso em 29 abr. 2020.
CRMV/BA. Falso profissional é penalizado por exercício ilegal da Medicina Veterinária, 
23 ago. 2019. Disponível em: http://crmvba.org.br/falso-profissional-e-penalizado-por-
exercicio-ilegal-da-medicina-veterinaria/. Acesso em: 27 abr. 2020.
CRMV/BA. Fisioterapeuta é condenada por exercício ilegal da Medicina Veterinária, 
24 out. 2018. Disponível em: http://crmvba.org.br/fisioterapeuta-e-condenada-por-
exercicio-ilegal-da-medicina-veterinaria/. Acesso em: 27abr. 2020.
CRMV/PR. Denúncia leva a estabelecimento com prática ilegal de clínica veterinária, 
9 mar. 2020. Disponível em: https://www.crmv-pr.org.br/noticiasView/5664_noticia.
html. Acesso em: 25 abr. 2020.
CRMV/PR. Resolução nº 12, de 9 de setembro 2014. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 
Seção 183, p. 88, 23 set. 2014. Disponível em: http://www.lex.com.br/legis_25991460_
RESOLUCAO_N_12_DE_9_DE_SETEMBRO_DE_2014.aspx. Acesso em: 30 abr. 2020.
CRMV/RN. CRMV flagra exercício ilegal da profissão e consultório clandestino no interior 
do RN, 27 abr. 2020. Disponível em: https://agorarn.com.br/cidades/crmv-flagra-
exercicio-ilegal-da-profissao-e-consultorio-clandestino-no-interior-do-rn/. Acesso em: 
27 abr.2020.
CRMV/RS. Manual de Responsável Técnico. 2. ed. 2005.
CRMV/SP. Manual de responsabilidade técnica e legislação. 4. ed. 2019.
FEIJÓ, A. G. S et al. A Análise de indicadores éticos do uso de animais na investigação 
científica e no ensino em uma amostra universitária da Área da Saúde e das Ciências 
Biológicas. Scientia Medica, Porto Alegre, v.18, n.1, p.10-19, mar. 2008.
FRANCO, A. L. et al. Pesquisas em Animais: uma reflexão bioética. Acta Bioethica, n. 
20, v. 2, p. 247-253, 2014. Disponível em: https://scielo.conicyt.cl/pdf/abioeth/v20n2/
art12.pdf. Acesso em: 28 abr. 2020.
GREIF, S. Alternativas ao uso de animais vivos na Educação: pela ciência responsável. São 
Paulo: Instituto Nina Rosa, 2003.
LORENZONI, R. Combate ao charlatanismo na Medicina Veterinária. Correio do povo 
Rural, 30 out. 2016. Disponível em: https://secureservercdn.net/45.40.149.34/af6.b90.
myftpupload.com/wp-content/uploads/2016/10/20161030-CP-CR-4.pdf. Acesso em: 
27 abr. 2020.
MONTEZUMA, R. Médico veterinário Responsável Técnico (RT), um problema ou 
uma oportunidade? Disponível em: https://vetdadepre.com.br/medico-veterinario-
responsavel-tecnico-rt-um-problema-ou-uma-oportunidade/. Acesso em: 24 abr. 2020.
MORAES, G. C. O uso didático de animais vivos e os métodos alternativos em Medicina 
Veterinária. 96f. São Paulo, 2005. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) - 
Universidade Anhembi Morumbi. São Paulo, 2005.
PESSOA, L. Faculdades desistem de usar animais vivos em cursos de medicina do país. 
Folha de São Paulo, São Paulo, 4 nov. 2013. Disponível em: http://www1.folha.uol.
com.br/cotidiano/2013/11/1366429-faculdades-desistem-de-usar-animais-vivos-em-
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REZENDE, A. H.; PELUZIO, M. C. G.; SABARENSE, C. M. Experimentação animal: ética e 
legislação brasileira. Rev. Nutr., 2008, n. 21, v. 2, p. 237-242.
RODRIGUES, G. S.; SANDERS, A.; FEIJÓ, A. G. D. S. Estudo exploratório acerca da utilização 
de métodos alternativos em substituição aos animais não humanos. Rev. bioet., 2011, n. 
19, v. 2, p. 577-596.
SIMON, R. A. F.; MARCON, F. M. Exercício ilegal da Medicina Veterinária, 14 dez. 
2007. Disponível em: https://www.crmv-pr.org.br/artigosView/43_Exercicio-ilegal-da-
Medicina-Veterinaria-e-da-Zootecnia.html. Acesso em: 27 abr. 2020.
TELES, A. Charlatanismo e Medicina Veterinária. 2015. Disponível em: http://www.
crmv-al.org.br/site/mostraconteudo.aspx?c=308#. Acesso em: 27 abr. 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
 Fiscalização veterinária
Introdução
Você está na unidade de Fiscalização veterinária. Conheça aqui como ocorre as 
atividades do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e fiscalizações 
dos produtos agropecuárias, alimentos para animais, materiais de multiplicação animal e 
produtos veterinários. Aprenda como as legislações regulamentam essas atividades nos 
estados e no país. Conheça o papel do médico veterinário no âmbito dessas atribuições 
e como ocorre o seu trabalho de acordo com o Código de Conduta do agente público do 
MAPA. Além, de entender sobre os principais impasses deste tipo de atividade profissional.
Bons estudos! 
49
1 PRINCÍPIOS INTRODUTÓRIOS
A unidade de Fiscalização veterinária contém as principais atividades desempenhadas pelo 
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) atualmente e ao longo do tempo. 
Esta unidade visa contribuir para que o estudante compreenda os principais campos de atuação 
do médico veterinário na fiscalização nacional,estadual e municipal.
Diante de um contexto multinacional percebe-se a necessidade da compreensão desta disciplina, 
uma vez que o médico veterinário é detentor do conhecimento das técnicas e das leis ligados a 
fiscalização de produtos agropecuários, de alimentos para animais, de materiais de multiplicação 
animal e de produtos veterinários. Ações de fiscalização se tornam cada vez mais complexas no 
cenário mundial. O Brasil é considerado um dos grandes exportadores de produtos agropecuários, 
por isso, o profissional veterinário é peça essencial no contexto econômico do país.
Cabe salientar que a supervisão destas atividades tem por finalidade examinar, verificar 
e apurar condutas de entidades públicas, privadas e individuais ante a uma esfera econômica 
mundial, nacional, estadual e municipal. Essas transações podem ocorrer entre países com 
legislações e administrações diferentes, como também dentro de uma mesma localidade. Com 
isso, ocorre variação nas regras, necessitando de um acordo para que não haja problemas na 
fiscalização de ambas as áreas.
1.1 Fundamentos da fiscalização veterinária
Quando se pensa em fiscalização, percebe-se que existem diversos desafios para o profissional 
veterinário. Os setores da economia conectados com produtos agropecuários, de proliferação 
animal, nutrição animal e veterinários são bastante dinâmicos. Como por exemplo, o sistema 
de exportação de carne aviária – segundo a Embrapa, somos o principal exportador mundial 
desse tipo de carne. O Brasil cresceu em genética, nutrição, cuidado e modernização das granjas, 
garantindo alta produção. Isso proporcionou aos brasileiros uma dieta com a presença marcante 
da carne de frango por seu baixo custo e boa qualidade.
Investimentos nesses setores são altos, necessitando de uma fiscalização eficiente para 
controlar principalmente as fraudes. Por isso, de acordo com o Decreto nº 9.667/2019, o MAPA 
regulamenta e coordena as atividades agropecuárias no país. Essas atividades podem chegar 
a representar cerca de 30% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB). Então, percebe-se a 
importância do conhecimento do funcionamento do MAPA, da fiscalização e das legislações que 
regulamentam as atividades agropecuárias e veterinárias. Por isso, essas questões atreladas à 
técnica veterinária são fundamentais para a formação do médico veterinário.
Alguns princípios são primordiais para aprofundar o conhecimento com segurança sobre um 
assunto difícil, porém, instigante. Dessa forma, falaremos sobre como o profissional veterinário 
50
irá realizar a fiscalização estando atento às leis em vigência. Vamos abordar de maneira técnica os 
principais assuntos dessa matéria.
O médico veterinário precisa compreender qual órgão regulamenta o produto a ser fiscalizado 
e qual fundamentação legal regulamenta a atividade. Para isso, iremos estudar as leis e os órgãos 
de fiscalização veterinária de maneira mais detalhada.
Nesse contexto, falaremos sobre o MAPA e algumas empresas públicas coordenadas pelo 
ministério, como a Embrapa e a Conab.
1.2 Princípios fundamentais
Quando se discursa sobre fiscalização, é importante compreender com clareza suas funções 
na atividade veterinária, bem como os órgãos que controlam, regulamentam e dão suporte à 
atividade. Esses fundamentos contribuem para que o fiscal veterinário exerça seus serviços com 
cuidado e dedicação. Podemos destacar:
• MAPA
O Poder Executivo Brasileiro é composto por ministérios, e um deles é o Ministério da 
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Em 24 de agosto de 2001, o MAPA passou à 
nomenclatura atual por meio da Medida Provisória nº 2.216-37, de 31 de agosto de 2001. O 
ministério é responsável pelas políticas públicas de fomento e estímulo voltadas ao agronegócio, 
além de vincular as tecnologias atualizadas à atividade e ao meio ambiente.
• SNPA
O Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária foi criado em 1992 pela Portaria nº 193 no dia 
07 de agosto, sendo autorizado pela Lei Agrícola nº 8.171. O órgão é formado por várias empresas 
públicas e privadas com interesse na pesquisa agropecuária.
• Embrapa
Criado em 26 de abril 1973, o projeto Empresa brasileira de pesquisa agropecuária é 
vinculado ao MAPA e tem por finalidade criar um modelo brasileiro de agricultura agropecuária 
para superar a limitação na produção de alimentos, fibras e energia.
• Conab
A Companhia nacional de abastecimento foi criada por Decreto do Presidente e liberada pela 
Lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990. É uma empresa pública do Governo Federal responsável 
por suprir as necessidades básicas da população através de políticas agrícolas e do controle do 
abastecimento de produtos agropecuários.
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• Fiscalização
A vigilância de produtos agropecuários de origem animal, vegetal, insumos, alimentos para 
animais e de produtos veterinários é de responsabilidade do MAPA. Para isso, o órgão estabelece 
várias normativas com base em leis federais. Além disso, conta com o apoio da fiscalização em 
todo território nacional por parte dos estados e municípios em parceria com empresas públicas e 
privadas. Por isso, o médico veterinário exerce atividades fundamentais, sendo responsável pela 
fiscalização e inspeção de produtos de origem animal (POA), além de controlar o fluxo de saída e 
entrada de animais e seus produtos dentro e fora do país.
Figura 1 - Agropecuária 
Fonte: Marikond, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem é uma fotografia de algumas vacas em um campo, representando a 
agropecuária brasileira, setor da Economia que tem uma representatividade importante no Produto 
Interno Bruto, sendo o médico veterinário uma peça fundamental para o desenvolvimento deste âmbito.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
52
Neste segmento, falaremos sobre as principais atividades do Ministério da Agricultura Pecuária 
e Abastecimento – MAPA. Será possível expandir a perspectiva e detalhar sobre esses serviços 
de vigilância conforme a legislação vigente. Iremos exemplificar alguns tipos de fiscalização para 
demonstrar uma experiência prática e tirar dúvidas sobre atividades não elucidadas.
2 ATIVIDADES DO MAPA
Conforme abordado no tópico introdutório, é parte fundamental para a profissão do médico 
veterinário conhecer o funcionamento do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento e 
a legislação que assegura suas atividades com o objetivo de orientar o trabalho fiscal veterinário. 
Nesse contexto, a missão do MAPA é promover o desenvolvimento sustentável da agropecuária, 
a segurança e a competitividade de seus produtos.
2.1 Principais funções do MAPA
Compreender o funcionamento do agronegócio brasileiro com seus diversos aspectos e 
funções, além de estar preparado para os desafios que podem enfrentar, é uma das principais 
obrigações do MAPA. Por isso, ele busca investimentos em tecnologia e investe em pesquisa. Tudo 
isso com a finalidade de melhorar a produtividade, porém, exercendo sempre a preocupação 
sustentável com o meio ambiente. No Decreto nº 9.667, de 2 de janeiro de 2019, no capítulo I, 
art. 1º, é possível perceber a natureza e as competências do MAPA:
I - política agrícola, abrangidas a produção, a comercialização, o seguro rural, o abastecimento, a 
armazenagem e a garantia de preços mínimos;
II - produção e fomento agropecuário, abrangidos a agricultura, a pecuária, a agroindústria, a 
agroenergia, as florestas plantadas, a heveicultura, a aquicultura e a pesca;
III - política nacional pesqueira e aquícola, inclusive a gestão do uso dos recursos e dos 
licenciamentos, das permissões e das autorizações para o exercício da aquicultura e da pesca;
IV - estoques reguladores e estratégicos de produtos agropecuários;
V - informação agropecuária;
VI - defesa agropecuária e segurança do alimento, abrangidos:
a) saúde animal e sanidade vegetal;
b) insumos agropecuários, inclusive a proteção de cultivares;
c) alimentos, produtos, derivados e subprodutos de origem animal e vegetal;
d) padronização e classificação de produtos einsumos agropecuários; e
53
e) controle de resíduos e contaminantes em alimentos;
VII - pesquisa em agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais, aquicultura, pesca e agroindústria;
VIII - conservação e proteção de recursos genéticos de interesse para a agropecuária e a 
alimentação;
IX - assistência técnica e extensão rural;
X - irrigação e infraestrutura hídrica para produção agropecuária observadas as competências do 
Ministério do Desenvolvimento Regional;
XI - informação meteorológica e climatológica para uso na agropecuária;
XII - desenvolvimento rural sustentável;
XIII - políticas e fomento da agricultura familiar;
XIV - reforma agrária, regularização fundiária de áreas rurais, Amazônia Legal, terras indígenas e 
quilombolas;
XV - conservação e manejo do solo e da água, destinados ao processo produtivo agrícola, pecuário, 
sistemas agroflorestais e aquicultura;
XVI - boas práticas agropecuárias e bem-estar animal;
XVII - cooperativismo e associativismo na agricultura, pecuária, aquicultura e pesca;
XVIII - energização rural e agroenergia, incluída a eletrificação rural;
XIX - operacionalização da concessão da subvenção econômica ao preço do óleo diesel instituída 
pela Lei nº 9.445, de 14 de março de 1997;
XX - negociações internacionais relativas aos temas de interesse da agricultura, da pecuária, da 
aquicultura e da pesca; e
XXI - Registro Geral da Atividade Pesqueira.
§ 1º A competência de que trata o inciso XVIII do caput será exercida pelo Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento, quando utilizados recursos do orçamento geral da União, e pelo Ministério 
de Minas e Energia, quando utilizados recursos vinculados ao Sistema Elétrico Nacional.
§ 2º A competência de que trata o inciso XIV do caput, compreende:
I - a identificação, a delimitação, a demarcação e os registros das terras tradicionalmente ocupadas 
por indígenas; e
II - a identificação, o reconhecimento, a delimitação, a demarcação e a titulação das terras 
ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilombos.
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§ 3º Cabe ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento exercer, por meio do Serviço 
Florestal Brasileiro, a função de órgão gestor prevista no art. 53 da Lei nº 11.284, de 2 de março de 
2006, em âmbito federal.
2.2 Estrutura organizacional do MAPA
O ministério, atualmente, e tem como estrutura órgãos que dão assistência ao ministro e 
executam funções importantes. No Decreto nº 9.667 de 2 de janeiro de 2019, no capítulo II, art. 
2º, verifica-se esta organização:
Na administração direta:
Superintendências estaduais;
Seis secretarias executivas:
1. Secretaria Executiva de Política Agrícola;
2. Secretaria Executiva de Defesa Agropecuária;
3. Secretaria Executiva de Aquicultura e Pesca;
4. Secretaria Executiva de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação;
5. Secretaria Executiva de Agricultura Familiar e Cooperativismo;
6. Secretaria Executiva de Comércio e Relações Internacionais);
Na administração indireta:
Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural – CGSR;
Comissão Coordenadora da Criação do Cavalo Nacional – CCCCN;
Comissão Especial de Recursos – CER;
Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC;
Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool – CIMA;
Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca – CONAPE;
Conselho Nacional de Política Agrícola – CNPA;
Comitê Gestor do Garantia-Safra;
Comitê Gestor do Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar.
Entidades vinculadas:
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Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet);
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA);
Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac);
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA);
Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB;
Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A (Ceasa/MG); Companhia de Armazéns e Silos de 
Minas Gerais (CASEMG);
Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP).
2.3 Importância do MAPA na economia brasileira
O nosso país é considerado um dos maiores produtores e exportadores de produtos agropecuários, 
estando em 1º lugar em produtos como farelo e grãos de soja. Por isso é considerado um dos maiores 
fornecedores de alimento do mundo. A excelente representatividade brasileira nas exportações 
transforma nosso saldo em positivo na balança do comércio (KAWANO et al., 2015). Nesse momento é 
possível perceber a importância do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento porque exerce 
a função estratégica como coordenador e regulador do agronegócio brasileiro. Atua na sistematização 
da qualidade em sérvios de inspeção e fiscalização. Considerado o principal estimulador das 
exportações representando o Brasil Internacionalmente gerando credibilidade mundial. Um exemplo:
O Ministério das Relações exteriores em nota 127 em 11 de maio de 2019:
O governo brasileiro informa com satisfação que será aberto o mercado mexicano às exportações 
brasileiras de arroz beneficiado. A medida foi tomada após a aprovação recíproca dos requisitos 
fitossanitários para o arroz beneficiado do Brasil e o feijão do México, negociados coordenadamente 
entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Ministério das Relações Exteriores, 
pelo lado brasileiro, e a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México. A decisão 
reforça a posição do Brasil como um dos dez principais exportadores mundiais de arroz e representa 
um passo importante para a diversificação das relações comerciais com o México, país com mais de 
120 milhões de habitantes, que importa cerca de 80% do arroz consumido no país.
FIQUE DE OLHO
A atuação do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) é tema 
corriqueiro em concursos de qualquer esfera nacional. Saber sobre suas funções e as 
relações regulamentadoras que ele estabelece no país é fundamental para quem busca uma 
vaga em entidades públicas como médico veterinário. Tema sempre presente em provas!
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3 LEGISLAÇÃO APLICADA A GÊNEROS DE INTERESSE 
VETERINÁRIO NO MAPA
A fiscalização de produtos agropecuários, de alimentos para animais, de materiais de 
multiplicação animal e de produtos veterinários são regulamentados por lei. E percebe-se que 
existe uma preocupação dos órgãos competentes em respeitar as exigências para esse tipo de 
produção. Por isso, vale ressaltar que esses princípios são fundamentais para orientar o médico 
veterinário no trabalho fiscal criterioso e respaldado.
3.1 Fiscalização agropecuária
A Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, dispõe sobre a política agrícola empregada no Brasil. 
E nela entende-se por atividade agrícola: o comércio, processamento e a produção de produtos e 
seus derivados, serviços, insumos, planejamento das atividades pecuárias, pesqueiras e florestais 
ligados à agropecuária e agroindústrias.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
No Art. 2º, a atividade fundamenta-se:
Art. 2° A política fundamenta-se nos seguintes pressupostos:
I - a atividade agrícola compreende processos físicos, químicos e biológicos, onde os recursos 
naturais envolvidos devem ser utilizados e gerenciados, subordinando-se às normas e princípios de 
interesse público, de forma que seja cumprida a função social e econômica da propriedade;
II - o setor agrícola é constituído por segmentos como: produção, insumos, agroindústria, 
comércio, abastecimento e afins, os quais respondem diferenciadamente às políticas públicas e às 
forças de mercado;
57
III - como atividade econômica, a agricultura deve proporcionar, aos que a ela se dediquem, 
rentabilidade compatível com a de outros setores da economia;
IV - o adequado abastecimento alimentar é condição básica para garantir a tranquilidade social, a 
ordem pública e o processo de desenvolvimento econômico-social;
V - a produção agrícola ocorre em estabelecimentos rurais heterogêneos quanto à estrutura 
fundiária, condições edafoclimáticas, disponibilidade de infraestrutura, capacidade empresarial, níveis 
tecnológicos e condições sociais,econômicas e culturais;
VI - o processo de desenvolvimento agrícola deve proporcionar ao homem do campo o acesso 
aos serviços essenciais: saúde, educação, segurança pública, transporte, eletrificação, comunicação, 
habitação, saneamento, lazer e outros benefícios sociais.
Diante de um cenário internacional, o Art. 2º da Lei n° 8.174, de 30 de janeiro de 1991, 
protege nossos produtos agrícolas:
Os produtos agrícolas que receberem vantagens, estímulos tributários ou subsídios diretos ou 
indiretos no país de origem, desde que os preços de internação no mercado nacional caracterizem 
se em concorrência desleal ou predatória, terão tributação compensatória, ouvido o Conselho 
Nacional de Política Agrícola – CNPA.
3.2 Fiscalização de Alimentos para animais
A Lei nº 6.198, de 26 de dezembro de 1974 é conhecida por regulamentar a inspeção e 
fiscalização obrigatória dos produtos voltados a alimentação animal. Esta norma trata das 
diversas atividades de inspeção e fiscalização inerentes à industrialização e à comercialização de 
matérias primas voltadas a nutrição animal. Os preços são fixados pelo MAPA em regime público 
e ajustado quando necessário. Nesta Lei, nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º, trata sobre as normas da 
fiscalização:
Art. 1º A inspeção e a fiscalização dos produtos destinados à alimentação animal, (Vetado)serão 
efetuadas, em todo o território nacional, obrigatoriamente, desde a produção até a comercialização, 
nos termos desta Lei.
Art. 2º A inspeção e a fiscalização referidas no art. 1º, a cargo do Ministério da Agricultura, terão 
em vista os aspectos industrial, bromatológico e higiênico ¬sanitário e far-se-ão:
a) nos estabelecimentos que forneçam matérias ¬primas destinadas ao preparo de alimentos para 
animais, (Vetado);
b) nos portos e postos de fronteira, quando se tratar de comércio interestadual e importação e 
exportação de matérias ¬primas e alimentos preparados, (Vetado);
c) nos estabelecimentos industriais;
58
d) nos armazéns, inclusive de cooperativas, e estabelecimentos atacadistas e varejistas;
e) em quaisquer outros locais previstos no regulamento da presente Lei.
Art. 3º Somente as pessoas físicas ou jurídicas, inclusive cooperativas, associações de classe e 
entidades congêneres, devidamente registradas no órgão competente do Ministério da Agricultura, 
poderão receber, manipular, preparar, acondicionar, armazenar, distribuir ou vender matérias¬ primas 
ou produtos destinados à alimentação animal, (Vetado).
Art. 4º Sem prejuízo da responsabilidade penal cabível, a infração das normas legais relacionadas 
com o trato das matérias¬ primas ou produtos destinados à alimentação animal, (Vetado) 
acarretará, isolada ou cumulativamente, nos termos previstos em regulamento, as seguintes sanções 
administrativas:
a) advertência;
b) multa de até 10 (dez) vezes o maior salário mínimo mensal, vigente no País;
c) apreensão de matérias¬ primas e produtos acabados;
d) suspensão, impedimento ou interdição temporária ou definitiva de funcionamento;
e) cassação ou cancelamento do registro ou licenciamento;
f) intervenção.
Exemplificando uma situação em que uma empresa no ramo de manipulação de alimentos 
para animais é aberta, quais as licenças necessárias para seu funcionamento?
O código da Classificação Nacional de Atividades Econômicas que regulamenta é o CNAE 
1066-0/00- Fabricação de Alimentos para Animais, que classifica a atividade como indústria.
Esta subclasse compreende:
- a fabricação de rações e forragens balanceadas e de alimentos preparados para animais (bovinos, 
suínos, aves, coelhos etc.)
- a fabricação de alimentos preparados para gatos, cachorros e outros animais domésticos
- a fabricação de rações e forragens balanceadas e de alimentos preparados para animais (bovinos, 
suínos, aves, coelhos etc.)
- a fabricação de alimentos preparados para gatos, cachorros e outros animais domésticos
- a obtenção de sal mineralizado.
São necessários para o exercício da atividade: o alvará de funcionamento na prefeitura 
da cidade, alvará da vigilância sanitária para manipulação de alimentos para animais e o 
59
Licenciamento Ambiental.
3.3 Fiscalização de produtos de multiplicação animal
O cenário de fiscalização para atividades ligadas a produtos para propagação animal é novo 
e muitos desafios precisam ser desdobrados. Existe um grande interesse internacional nessa 
atividade. Por isso, o MAPA tem desburocratizado alguns modelos de exportação para garantir o 
mercado externo. Um exemplo é o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) para exportação 
de material de multiplicação animal genético avícola e sêmen bovino que serve como padrão 
para negociação com qualquer país, desde que este aceite as condições sanitárias apresentadas. 
O médico veterinário é extremamente importante neste tramite, pois, o documento deve ser 
emitido e chancelado por Serviço Oficial Veterinário garantindo a sanidade durante o trânsito 
internacional dos animais ou do material biológico.
A instrução normativa do MAPA nº 24, de 15 de julho de 2014, garante os procedimentos de 
exportação animal:
Art. 1º Estabelecer o procedimento administrativo a ser observado na exportação de animais vivos 
e materiais de multiplicação animal, exceto animais aquáticos.
Parágrafo único. A exportação de animais aquáticos e seus materiais de multiplicação obedecerão 
às normas estabelecidas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura.
Art. 2º A exportação de animais vivos e de materiais de multiplicação animal será autorizada em 
portos, aeroportos, postos de fronteira e aduanas especiais que disponham de Unidade de Vigilância 
Agropecuária instalada e que possuam estrutura e equipamentos adequados para a realização dos 
procedimentos de fiscalização e demais controles oficiais.
Parágrafo único. Será disponibilizada, na página oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA) na rede mundial de computadores, a lista de portos, aeroportos e postos de 
fronteira habilitados para ingresso e egresso de animais vivos, levando em consideração:
I - a disponibilidade de instalações e equipamentos requeridos para a fiscalização;
II - a disponibilidade de servidores;
III - a localização geográfica; e
IV - as espécies animais.
Art. 3º A exportação será autorizada mediante emissão de Certificado Zoossanitário Internacional 
(CZI).
Art. 4º A emissão do CZI será feita nas seguintes unidades:
I - Serviço de Saúde Animal - SSA/DDA/SFA;
60
II - Serviço de Inspeção e Saúde Animal - SISA/DDA/SFA;
III - Serviço de Fiscalização, Inspeção e Saúde Animal - SIFISA/DDA/SFA;
IV - Unidade Técnica Regional de Agricultura - UTRA/SFA;
V - Serviço de Vigilância Agropecuária - SVA/DDA/SFA; e
VI - Unidade de Vigilância Agropecuária - UVAGRO/DDA/SFA.
Parágrafo único. Caso conste no CZI a exigência de procedimentos de fiscalização dos animais e 
material de multiplicação animal no ponto de egresso, a emissão do certificado ficará a cargo do SVA 
ou UVAGRO.
Art. 5º O CZI será emitido em modelo oficial elaborado e aprovado previamente pelo Departamento 
de Saúde Animal (DSA).
3.4 Fiscalização de produtos veterinários
Com o crescimento do mercado de produtos veterinários, o MAPA, pela Portaria 74, criou 
o Grupo de Trabalho Técnico (GTT) para avaliar a fabricação desses produtos conforme o 
risco. Criado em março de 2020, o grupo terá seis meses prorrogáveis por noventa dias para 
padronizar ações de fiscalização sobre esses produtos, reduzindo os riscos de fraude. Esses novos 
procedimentos visam contribuir com a melhoria dos recursos humanos e financeiros atrelados à 
comercialização destes produtos.
A Lei nº 12.689, de19 de julho de 2012, no Art. 1º, traz alguns conceitos de produtos 
Veterinários:
Art. 1º Parágrafo único:
Para os efeitos deste Decreto-Lei, adotam-se os seguintes conceitos:
I -produto de uso veterinário: toda substância química, biológica, biotecnológica ou preparação 
manufaturada cuja administração seja aplicada de forma individual ou coletiva, direta oumisturada 
com os alimentos, destinada à prevenção, ao diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças 
dos animais, incluindo os aditivos, suprimentos promotores, melhoradores da produção animal, 
medicamentos, vacinas, antissépticos, desinfetantes de uso ambiental ou equipamentos, pesticidas e 
todos os produtos que, utilizados nos animais ou no seu habitat, protejam, restaurem ou modifiquem 
suas funções orgânicas e fisiológicas, bem como os produtos destinados ao embelezamento dos 
animais;
II -medicamento de referência de uso veterinário: medicamento veterinário inovador registrado 
no órgão federal competente e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram 
comprovadas cientificamente nesse órgão, por ocasião do registro;
61
III -medicamento similar de uso veterinário: medicamento de uso veterinário que contém o 
mesmo princípio ativo do medicamento de referência de uso veterinário registrado no órgão federal 
competente, com a mesma concentração e forma farmacêutica, mas cujos excipientes podem ou não 
ser idênticos, devendo atender às mesmas especificações das farmacopeias autorizadas e aos padrões 
de qualidade pertinentes e sempre ser identificado por nome comercial ou marca;
IV -medicamento genérico de uso veterinário: medicamento que contém os mesmos princípios 
ativos do medicamento de referência de uso veterinário, com a mesma concentração, forma 
farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, podendo ser com este 
intercambiável, permitindo-se diferir apenas em características relativas ao tamanho, formato, prazo 
de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos do produto, geralmente produzido após a 
expiração ou a renúncia da proteção patentária ou de outros direitos.
Os medicamentos genéricos tiveram um crescimento importante no mercado veterinário, e 
por isso foi necessária a criação de normas para registro:
Art. 2º em complementação ao Decreto-Lei nº 467, de 13 de fevereiro de 1969, passa a vigorar 
acrescido dos seguintes arts. 3º-A, 3º-B, 3º-C:
Art. 3º-A. Para fins de registro de medicamento genérico de uso veterinário no Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o interessado deverá comprovar, cumulativamente:
I -bioequivalência em relação ao medicamento de referência de uso veterinário;
II-equivalência terapêutica nas espécies animais a que se destina;
III -taxa de excreção, determinação de resíduos e período de carência equivalentes aos do 
medicamento de referência de uso veterinário, quando destinados a animais de consumo e exigidos 
no regulamento deste Decreto-Lei.
Art. 3º-B. Os medicamentos de referência e similares de uso veterinário ostentarão também, 
obrigatoriamente, com o mesmo destaque e de forma legível, nas embalagens, nos rótulos, nas bulas, 
nos impressos, nos prospectos e nos materiais promocionais, a DCB ou, na sua falta, a DCI.
Parágrafo único. A DCB e a DCI deverão ser grafadas em letras ou em caracteres cujo tamanho 
não seja inferior a 2 (duas) vezes o tamanho das letras e caracteres do nome comercial ou da marca.
Art. 3º-C. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fará análise fiscal do medicamento 
genérico de uso veterinário, mediante coleta de amostras do produto na indústria e no comércio, para 
confirmação da bioequivalência.
4 CÓDIGO DE CONDUTA DOS AGENTES PÚBLICOS 
DO MAPA
É importante saber sobretudo que mesmo com a existência de um Código de Ética Profissional 
62
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, instituído pelo Decreto n° 1.171, percebeu-
se, a necessidade a necessidade de complementação deste Código, instituindo-se então o 1º 
Código de Conduta Ética dos Agentes Públicos do MAPA na Portaria nº 249, de 22 de fevereiro de 
2018. Nesta portaria, considera-se como agentes públicos do MAPA:
§ 2º Para os fins deste Código, considera-se:
I – Agentes Públicos do MAPA – os servidores efetivos e empregados públicos em exercício no 
MAPA, ainda que em gozo de licença ou afastamento; os ocupantes de cargos em comissão ou função 
de confiança; os servidores ou empregados públicos cedidos ao MAPA por outros Órgãos Públicos; 
além daqueles que, por força de lei, contrato ou qualquer outro instrumento jurídico, prestem serviços 
ao MAPA, seja de natureza permanente, temporária ou excepcional;
Art. 2º No ato de posse o agente público no MAPA deverá assinar o “Termo de Compromisso 
Formal de Obediência ao Código de Conduta Ética dos Agentes Públicos do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento – MAPA”, segundo modelo aprovado pela Comissão de Ética – CE/MAPA, 
sem prejuízo, conforme o caso, da observância ao disposto no Código de Ética Profissional do Servidor 
Público Civil do Poder Executivo Federal e no Código de Conduta da Alta Administração Federal.
4.1 Direitos e deveres do fiscal veterinário no MAPA
Quando existe um grupo de fiscais veterinários e outras categorias que trabalham como 
agentes públicos é necessário que objetivos, direitos e deveres sejam esclarecidos e padronizados. 
Visto a responsabilidade e importância do técnico no mercado interno e nas exportações 
brasileiras. E por tratar-se de um mercado econômico promissor e em que há movimentação de 
milhões em dinheiro, além de poder comprometer a saúde humana e animal. Riscos devem ser 
avaliados e regras seguidas de maneira rígida, evitando as fraudes. Com isso, é importante que o 
médico veterinário tenha conhecimento sobre as regras que devem ser cumpridas para empregar 
a fiscalização eficiente. Na Portaria nº 249, de 22 de fevereiro de 2018, observamos os direitos e 
deveres dos agentes públicos:
CAPÍTULO III - DIREITOS E DEVERES FUNCIONAIS
Art. 7º É direito de todo agente público do MAPA:
I – trabalhar em ambiente adequado, que preserve sua integridade física, moral e psicológica;
II – ter acesso aos meios e condições de trabalho dignos, eficazes, seguros e compatíveis com o 
desempenho das atribuições do cargo;
III – ser tratado com equidade na avaliação de desempenho individual, bem como ter acesso às 
informações a ele inerente;
IV – estabelecer interlocução livre com colegas e superiores, podendo expor ideias, pensamentos 
e opiniões; e
63
V – ter respeitado o sigilo das informações de ordem pessoal, que somente a ele digam respeito, 
em especial as médicas.
Art. 8º Além dos deveres fundamentais previstos no inciso XIV da Seção II do Capítulo I do Anexo 
ao Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, são deveres dos Agentes Públicos do MAPA:
I – prestar atendimento digno ao cidadão, observadas as regras sobre acessibilidade e prioridades;
II – ter elevada conduta profissional, agindo com lealdade, honradez e dignidade, de forma 
compatível com a moralidade administrativa;
III – atuar de modo a assegurar a exatidão e a qualidade na realização do trabalho sob sua 
responsabilidade;
IV – conhecer, aplicar e divulgar as normas de conduta constantes deste Código;
V – zelar pela utilização adequada dos recursos de tecnologia da informação, nos termos da 
Política de Segurança da Informação e demais normas aplicáveis;
VI – evitar assumir posição de intransigência perante a chefia ou colegas de trabalho, respeitando 
os posicionamentos e as ideias divergentes;
VII – desempenhar plenamente as atribuições do vínculo funcional com integridade e 
transparência;
VIII – compartilhar os conhecimentos e informações necessários ao exercício das atividades 
próprias da sua área de atuação;
IX – conhecer e cumprir as normas legais, bem como as boas práticas formalmente descritas e 
recomendadas, visando desempenhar suas responsabilidades com competência e obter elevados 
níveis de profissionalismos na realização dos trabalhos;
X – assegurar a transparência quanto às informações sobre ato, fato ou decisão divulgáveis ao 
público, ressalvados os casos de sigilo previstos em lei;
XI – exercer juízo profissional independente, mantendo imparcialidade no tratamento com o 
público e demais agentes;
XII – disseminar no ambiente de trabalho informaçõese conhecimentos obtidos em razão de 
treinamentos ou de exercício profissional e que possam contribuir para a eficiência dos trabalhos 
realizados pelos demais servidores;
XIII – submeter consulta a CE/MAPA, ou no Sistema Eletrônico de Conflito de Interesses – SECI, 
sempre que se deparar com situação prevista ou não neste Código, que possa ensejar dúvidas;
XIV – atuar e encorajar outros agentes públicos a proceder de forma ética e de modo a assegurar 
a credibilidade da Instituição;
XV – quando em ação fiscal, identificar-se aos entes fiscalizados como agente público fiscalizador e, 
64
se necessário, utilizar vestimentas e equipamentos compatíveis com a atividade a ser desempenhada;
XVI – atender às requisições e convocações da CE/MAPA;
XVII – desempenhar suas atividades com responsabilidade socioambiental, zelando, especialmente, 
pela racionalização do consumo de recursos materiais e naturais e pela correta destinação de resíduos 
sólidos;
XVIII – Realizar denúncias por meio dos canais próprios existentes no MAPA.
4.2 Princípios éticos do agente público veterinário do MAPA
Neste momento, é preciso fazer uma reflexão sobre o aprendizado, capacidades e atribuições 
que serão colocadas em prática durante o processo de fiscalização. Lembrar das habilidades 
firmadas com a categoria veterinária ao juramento na colação de grau. Saber sobre os 
compromissos firmados ao assinar o termo de compromisso formal de obediência ao Código de 
Conduta do agente fiscal público. E inerente a isso, entender que deve existir interação e respeito 
com os animais e as pessoas em uma relação justa e honesta. Sabendo que todas essas normas 
foram assumidas pelo profissional de forma voluntária e por aptidão. A Portaria nº 249, de 22 
de fevereiro de 2018, no Art. 6º, mostra os princípios fundamentais para exercício da profissão:
Seção I
Dos Aspectos Fundamentais
Art. 6° São princípios e valores éticos que deverão nortear a conduta profissional dos agentes 
públicos do MAPA:
I – o interesse público e a preservação do patrimônio público;
II – a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade, a economicidade e a eficiência;
III – a honestidade, a dignidade, o decoro, o zelo, a probidade, o respeito à hierarquia, a dedicação, 
a cortesia, a assiduidade e a presteza;
IV – a dignidade da pessoa humana, a cooperação, a criatividade e o orgulho profissional;
V – a independência, a objetividade, a imparcialidade, a acessibilidade, a credibilidade, a 
efetividade, a modernidade e a probidade;
VI – a responsabilidade socioambiental;
VII – a integridade e transparência, assegurando a preservação da informação sigilosa;
VIII – a competência e o desenvolvimento profissional;
IX – o respeito à diversidade político-partidária, religiosa, ideológica e de gênero.
65
No convívio do ambiente de trabalho é importante que o fiscal mantenha a cordialidade e 
respeito gerando bem-estar e segurança a todos os colegas de profissão. Esse espírito de equipe 
deve existir independente do Cargo que exerce. A Portaria nº 249, de 22 de fevereiro de 2018, no 
Art. 17, parágrafo único, fala sobre essa convivência:
Parágrafo único. Dos agentes públicos do MAPA são esperadas ainda as seguintes condutas:
I – contribuir para um ambiente de trabalho livre de ofensas, difamação, exploração, discriminação, 
repressão, intimidação, assédio e violência verbal ou não verbal;
II – dispensar aos ex-servidores e empregados, inclusive aposentados ou licenciados, o mesmo 
tratamento conferido ao público em geral, quando estes demandarem serviços do MAPA;
III – zelar pela correta utilização de recursos materiais, equipamentos, serviços contratados 
e veículos oficiais ou de prestadores de serviço colocados à sua disposição no interesse do serviço 
público; e
IV – identificar-se com a filosofia organizacional, sendo um agente facilitador e colaborador na 
implantação de mudanças administrativas e de políticas públicas.
5 OBSTÁCULOS DA FISCALIZAÇÃO DO MAPA
Neste tópico, serão contempladas as dificuldades para exercer a fiscalização em decorrência 
de diversos fatores. Um deles é a falta de mão de obra qualificada. O fiscal é um profissional que 
exerce funções específicas no MAPA, por isso deve conhecer a legislação brasileira e receber 
cursos de qualificação e atualização com frequência. Outro fator são os recursos financeiros 
escassos empregados às pesquisas para modernização das técnicas, capacitação pessoal e 
compra de materiais.
5.1 Carência de recursos humanos
A carência de pessoas qualificadas é algo que foi debatido pela Comissão de Agricultura e 
FIQUE DE OLHO
Existe um Código de Ética para servidor civil federal, porém, foi criado o Código de Ética do 
agente público do MAPA (CESP) para uniformizar as atividades no órgão. No entanto, algumas 
atividades, principalmente em cargos de alto escalão, devem estar em conformidade com o 
Código Federal. O agente público fica sendo regulamentado pelos dois! O CESP-MAPA não 
descredencia as normativas já existentes para a conduta federal.
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Reforma Agrária (CRA) em audiência pública em Acórdão 2.302/2019 – Plenário e número de 
Processo: TC 021.468/2018-4 na sessão de 25 de setembro de 2019 do Tribunal de Contas da 
União. O ministro Weder Oliveira citou: “O bom funcionamento das atividades de fiscalização e 
inspeção contribui para aprimoramento do setor agropecuário brasileiro e garantia da saúde dos 
consumidores”. E o Tribunal de Contas da União concluiu que existe carência de pessoal. Nesta 
ocasião, realizou-se auditoria ouvindo órgãos e entidades estaduais e de defesa agropecuária. 
Para isso, certificou o MAPA sobre seu quadro de fiscais que irão aposentar-se e os contratos 
temporários de médicos veterinários que finalizaram. Além disso, por conta dos cortes 
orçamentários, foi recomendado ao MAPA a unidade operacional nos sistemas administrativos 
para agilizar a execução de atividades de fiscalização.
5.2 Gestão de riscos
O agronegócio brasileiro é muito importante para a economia. Por isso deve-se exercer 
uma gestão sobre os riscos de perdas na produção. O Brasil já dispõe de uma política de gestão 
de riscos, mas vários fatores são necessários para aumentar a eficiência dos mecanismos de 
produção. Uma antecipação aos acontecimentos é preciso para que soluções inteligentes sejam 
tomadas de maneira rápida e eficaz (LOPES, 2017). O fiscal público do Ministério da Agricultura 
Pecuária e Abastecimento participa efetivamente dessas ações estratégicas, por isso, precisa 
estar atualizado no cenário mundial para desenvolver seu papel na administração de riscos.
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Finalmente, é importante que o médico veterinário compreenda as atividades 
desempenhadas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, estando atento à 
legislação que normativa as atividades agropecuárias, de matérias de multiplicação animal, de 
produtos veterinários e de alimentos para animais. O cuidado durante a fiscalização, o respeito 
às normativas e principalmente à vida animal e humana devem fazer parte do profissional 
veterinário fiscal do futuro.
67
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Conhecer as atividades e conceitos preliminares das atividades do MAPA e das fisca-
lizações.
• Apreender sobre alguns órgãos e entidades que fazem parcerias com o MAPA.
• Compreender a base legal e os primórdios das fiscalizações que regem as ações dos 
profissionais na inspeção de materiais de multiplicação animal, de alimentos para 
animais, do agronegócio e de produtos veterinários.
• Aprender sobre as normas que regem o Código de Conduta do agente público do 
MAPA.
• Estudar sobre os principais obstáculos enfrentados pela fiscalização do MAPA.
PARA RESUMIR
BRASIL. Lei nº 6.198, de 26 de dezembro de 1974. Dispõe sobre a inspeção e a fiscalização 
obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal e dá outras providências. 
Brasília, DF: Presidência da República. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 27 dez. 1974.Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6198.htm. 
Acesso em: 05 maio 2020.
BRASIL. Lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990. Dispõe sobre a extinção e dissolução de 
entidades da administração Pública Federal, e dá outras providências. Brasília, DF: Diário 
Oficial da União, 13 abr. 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L8029cons.htm. Acesso em: 03 maio 2020.
BRASIL. Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política agrícola. Brasília, 
DF: Presidência da República. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 18 jan. 1991. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8171.htm. Acesso em: 07 maio 2020.
BRASIL. Medida Provisória nº 2.216-37, de 31 de agosto de 2001. Altera dispositivos 
da Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998, que dispõe sobre a organização da Presidência 
da República e dos Ministérios, e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da 
União, 1 set. 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/2216-37.
htm. Acesso em: 05 maio 2020.
BRASIL. Lei nº. 12.689, de 19 de julho de 2012. Altera o Decreto-Lei nº 467, de 13 de 
fevereiro de 1969, para estabelecer o medicamento genérico de uso veterinário; e 
dispõe sobre o registro, a aquisição pelo poder público, a prescrição, a fabricação, o 
regime econômico-fiscal, a distribuição e a dispensação de medicamentos genéricos 
de uso veterinário, bem como sobre a promoção de programas de desenvolvimento 
técnico-científico e de incentivo à cooperação técnica para aferição da qualidade e da 
eficácia de produtos farmacêuticos de uso veterinário. Brasília, DF: Diário Oficial da 
União, 20 jul. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12689.htm. Acesso em: 07 maio 2020.
BRASIL. Lei nº. 9.667, de 2 de janeiro de 2019. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro 
Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, remaneja cargos em comissão e funções de 
confiança, transforma cargos em comissão e funções de confiança e altera o Decreto 
nº 6.464, de 27 de maio de 2008, que dispõe sobre a designação e atuação de adidos 
agrícolas junto a missões diplomáticas brasileiras no exterior. Brasília, DF: Diário Oficial 
da União, 3 jan. 2019. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9667.htm. Acesso em: 06 maio 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Instrução Normativa nº 24, de 15 de 
julho de 2014. Estabelece o procedimento administrativo a ser observado na exportação 
de animais vivos e materiais de multiplicação animal, exceto animais aquáticos. Brasília, 
DF: Diário Oficial da União, 16 jul. 2014. Disponível em: https://www.diariodasleis.
com.br/legislacao/federal/227789-exportacao-de-animais-vivos-e-materiais-de-
multiplicacao-animal. Acesso em: 05 maio 2020.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Portaria nº 249, de 22 de fevereiro 
de 2018. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 23 fev. 2018. Disponível em: http://antigo.
agricultura.gov.br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/integridade/programa-de-
integridade. Acesso em: 05 maio 2020.
KAWANO, B. R.; MORES, G. V.; SILVA, R. F.; CUGNASCA, C. E. Estratégias para resolução 
dos principais desafios da logística de produtos agrícolas exportados pelo Brasil. Rev. 
Economia e Agronegócio, v. 10, n. 1, 3 jun. 2015.
LOPES, M. A. Escolhas estratégicas para o agronegócio brasileiro. Rev. Política Agrícola, 
n. 1, p. 151-154, mar. 2017.
UNIDADE 4
Defesa sanitária animal e inspeção 
sanitária
Você está na unidade Defesa sanitária animal e inspeção sanitária. Conheça aqui os 
programas abrangidos pela defesa sanitária animal, quais doenças contidas em cada um 
deles e quais estratégias de prevenção e controle utilizadas com o intuito de alcançar a 
saúde animal e humana. Vamos iniciar? 
Bons estudos!
Introdução
73
1 ATIVIDADE NA DEFESA SANITÁRIA ANIMAL
A defesa sanitária animal de um modo geral está presente na vida cotidiana das pessoas, 
garantindo segurança alimentar e estabilidade agropecuária. É uma atividade que deve ser 
integrada entre o governo, setor privado e o serviço veterinário por meio de emprego de ações 
e diretrizes com o intuito de prevenção, controle e erradicação de doenças que causam grande 
abalo na economia e de importância zoonótica, visando à valorização da pecuária nacional e à 
saúde pública. A defesa sanitária animal é amparada por legislações, como o Decreto nº 24.548, 
de 14 de julho de 1934, que regulamenta o serviço de defesa sanitária animal, e o Manual de 
Legislação, de 2009, que apresenta os Programas Nacionais de Saúde Animal do Brasil.
O médico veterinário tem importante papel nessa atividade e é primordial que possua as 
atribuições necessárias, cuja obtenção depende da qualidade da formação em veterinária, 
tanto inicial como contínua. Os cursos de graduação em Medicina Veterinária geralmente não 
contam com uma disciplina específica de defesa sanitária animal em sua grade curricular, de 
modo que seu conteúdo se encontra distribuído em diversas disciplinas, não fornecendo ao 
aluno conhecimento aprofundado sobre o assunto. É importante que os médicos veterinários 
conheçam a legislação na área de saúde animal, bem como dos programas sanitários de controle 
e erradicação de doenças e suas estratégias para a saúde pública.
O conceito de saúde pública foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1975 e 
qualifica a estrutura de execução das atividades que utilizam conhecimentos e recursos da Medicina 
Veterinária para proteger e melhorar a saúde da população humana, fazendo usando também 
de conhecimentos e recursos da agricultura, a saúde animal, a educação, o ambiente e a saúde 
humana, com objetivo único de promover a saúde das populações (CARVALHO et al., 2017).
Os programas sanitários são instituídos com o intuito de atender os objetivos da defesa 
sanitária animal e nada mais são que documentos que normatizam as ações de prevenção, 
vigilância, controle e erradicação de doenças dos animais terrestres e aquáticos (MACHADO, 
2019). Quase todos os programas têm enfoque no controle, a fim de evitar a propagação de 
doenças, tendo em vista fortalecer o país, através de diretrizes.
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Os programas são elaborados e desenvolvidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA), sendo eles:
• Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa
• Programa Nacional de Controle Nacional de controle e Erradicação da Brucelose e Tuber-
culose Animal – PNCEBT
• Programa Nacional de Sanidade Avícola
• Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e ovinos
• Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos
• Programa Nacional de Sanidade Suídea
• Programa Nacional de Prevenção e Controle das Encefalopatias Espongiformes
• Programa Nacional de Controle da Raivas dos Herbívoros
• Programa Nacional de Sanidade do Animais Aquáticos
• Programa Nacional de Sanidade Apícola
2 PNCEBT
Tendo em vista a alta prevalências de brucelose e tuberculose, considerando os prejuízos 
econômicos e por serem zoonoses, em 2001, foi criado o manual do Programa Nacional de 
Controle Nacional de controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) na 
tentativa de controlar e erradicar essas doenças e diminuir os impactos negativos das mesmas 
na saúde pública e na economia. O manual aborda a vacinação dos rebanhos, sendo obrigatório 
75
para brucelose conforme a prevalência da doença em cada estado, e não havendo vacinação para 
tuberculose, também traz normas para certificação de propriedades por meio de monitoramento 
sorológico. Ao Longo do tempo ocorreram mudanças na legislação, sendo aprovada a Instrução 
Normativa nº 10/2017, na qual fica normatizado que os Estados ficam comprometidos a realizar 
a monitoria sorológica para ambas as doenças e a partir daíser feita a classificação sanitária. A 
determinação da obrigatoriedade ou não da vacinação para a Brucelose se dá com bases nos 
resultados do monitoramento.
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2.1 Brucelose
Enfermidade transmissível, considerada zoonose que acomete diversas espécies. Os tipos de 
Brucella são:
• B. abortus
Acomete bovinos e bubalinos a nível de Brasil e América do Sul.
• B. suis
Acomete suínos.
• B. canis
Acomete cães.
• B. ovis
Acomete ovinos.
• B. melitensis
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Acomete caprinos e ovinos, sendo exótica no Brasil.
É uma enfermidade que tem por característica a baixa mortalidade e elevada morbidade. Em 
humanos, a brucelose pode ser denominada de febre ondulante, febre mediterrânica ou febre 
de Malta. Sendo, uma doença que afeta frequentemente indivíduos que trabalham diretamente 
com os animais, como produtores rurais, tratadores e médicos veterinários, ou ainda, quem tem 
contato direto com produtos de origem de animal, como funcionários de matadouros ou de 
laboratórios.
Dentro das especificações, no Brasil deve-se notificar os seguintes casos:
Brucella melitensis
Notificação imediata em caso suspeito ou laboratorial.
Brucella abortus e Brucella suis
Notificação imediata de qualquer caso confirmado.
Brucella ovis
Notificação mensal de qualquer caso confirmado.
Entre os sinais clínicos estão aborto, nascimento de animais mortos ou fracos, em touros 
manifesta-se orquite, epididimite, diminuição de libido e infertilidade. Deparando-se com uma 
situação suspeita de brucelose, o material ideal para ser enviado para análise corresponde à 
secreção vaginal, placenta, feto, linfonodos, fígado, baço e leite. Seguindo a Instrução Normativa 
nº 10/2017, devem ser feitos testes sorológicos em laboratório credenciado ao MAPA. Como 
trata- se de uma enfermidade de controle oficial, devendo ser consideradas as características 
dela para adoção de um protocolo de diagnóstico. A legislação nacional definiu a realização 
pelo método direto, por meio da detecção da presença da bactéria, ou indireto, através da 
pesquisa de resposta imune ao micro-organismo. Também definiu os testes oficiais que devem 
ser utilizados: o Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), o Teste do Anel do Leite (TAL), 
o 2 Mercaptoetanol (2-ME), o teste de Fixação do Complemento (FC) e o Teste de Polarização 
Fluorescente (FPA). O primeiro, sendo um teste de triagem, o segundo de monitoramento para 
propriedades leiteiras e os três últimos, confirmatórios (SANTOS, 2019). 
Como medidas de controle são preconizadas a vacinação obrigatória em fêmeas bovinas e 
bubalinas entre 3 a 8 meses de idade com a vacina B19 ou RB51 (somente bovinos), os machos 
não são vacinados. O transporte de animais com 24 meses de idade deve ser realizado com a guia 
de vacinação, acima de 24 meses de idade é necessário atestado de exame diagnóstico. Fêmeas 
vacinadas devem ser marcadas no lado esquerdo da cara. Diagnóstico de animais positivos deve 
77
ser providenciado o sacrifício ou abate sanitário em até 30 dias após a realização do exame 
confirmatório. Leite cru proveniente de propriedades rurais somente poderá ser recebido por 
estabelecimentos de leite e derivados mediante comprovação da regularidade da vacinação e de 
exames periódicos para brucelose.
2.2 Tuberculose
Doença transmissível, assim como a brucelose é considerada uma zoonose, de notificação 
obrigatória de casos confirmados. Em bovinos e bubalinos o agente etiológico é o Mycobacterium 
bovis, promove o desenvolvimento de lesões granulomatosas e pode infectar também os 
humanos. A espécie Mycobacterium tuberculosis apresenta o homem como hospedeiro primário, 
também pode infectar suínos, cães e gatos, causa lesões, principalmente, nos pulmões, embora 
possa afetar outros órgãos. A fonte de infecção são os animais infectados e as principais vias 
de eliminação são o ar expirado, leite, fezes, sêmen, urina e fluidos corporais. A evolução da 
enfermidade a campo é caracterizada por ser crônica, ou seja, demora a ser manifestar e os 
animais quando identificados e encaminhado para abate sanitário. Podem ser observadas lesões 
granulomatosas com comprometimento pulmonar, também podem ser constatados abscessos 
viscerais. Dentre os métodos para diagnóstico estão o teste da prega caudal, teste cervical simples 
e teste cervical comparativo. Como medidas de controle são preconizadas o diagnóstico, descarte 
ou abate sanitário dos animais positivos e desinfecção adequada do ambiente.
Para ambas enfermidades, as propriedades certificadas devem cumprir medidas previstas no 
PNCEBT, deve haver a supervisão técnica de profissional médico veterinário habilitado, utilizar 
o sistema de identificação individual dos animais aprovado pelo serviço veterinário oficial e 
atualização do rebanho.
Quando há propriedades com focos de brucelose é necessário que seja feito o saneamento 
atendendo devidas condições e ser realizado por médico veterinário habilitado, sob supervisão 
do serviço veterinário oficial.
3 OUTROS PROGRAMAS
Veja a seguir outros programas relacionados à defesa sanitária animal.
3.1 Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa
A febre aftosa é uma doença que considerando alto grau de contágio e que que pode 
causar prejuízos bem expressivos aos agronegócios, é classificada na lista A do Código Sanitário 
Internacional (SAMARA et al., 2004). É uma doença que representa um grande desafio para o 
Brasil, visto que é considerado livre da doença mediante vacinação, pois esta doença representa 
barreiras comerciais que impedem as exportações de carne para países com status sanitário 
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superior (livres sem vacinação) e detém a entrada do produto brasileiro a novos mercados. É 
uma enfermidade que causa impactos prejudiciais na economia de muitos países, visto que 
dependem da fidedignidade dos alimentos de origem animal, que devem ser procedentes de 
animais isentos dessa doença, que além de diminuir a produtividade do rebanho, também reduz 
os alimentos disponíveis aos consumidores. Com Isso, é possível perceber como a saúde pública 
está interligada com o ambiente e o bem estar sócio econômico. (SILVA; MIRANDA, 2006).
A aftosa é uma doença infectocontagiosa aguda com alto poder de contagiosidade entre os 
animais susceptíveis. Causada por um vírus da família Picornavirus, gênero Aphtovirus, entre os 
animais afetados estão os biungulados domésticos e selvagens, como bovinos, suínos, bubalinos, 
ovinos e caprinos. Caracterizada por lesões vesiculares na mucosa oral, epitélio lingual, nasal, 
mamário, também podem ser observadas lesões na região dos cascos e nos espaços interdigitais. 
O agente etiológico é dividido em sete tipos diferentes, classificados em A, O, C, SAT-1, SAT-2, SAT-
3 e Asia-1. (CANAL et al., 2005). É uma enfermidade, considerada como uma zoonose, apesar de 
raramente o homem ser afetado pela doença, sendo um hospedeiro acidental. Fato comprovado 
pelo reduzido número de descrições de caso em humanos pelo mundo, apesar da facilidade 
de exposição ao agente, a distribuição geográfica e a alta ocorrência em animais domésticos 
(ANDRADE, 2008). 
Cada país desenvolve suas próprias estratégias de controle de seus pontos de entrada e 
importação diante da febre aftosa. Algumas legislações utilizadas na prevenção da entrada da 
doença inclui a proibição da importação de animais de países onde a febre aftosa seja endêmica. 
Outros países são mais rigorosos, permitindo apenas alguns produtos que tenham sofrido algum 
tipo de tratamento, assegurando assim que não contenha o vírus (OIE, 2016). 
A supressão da febre aftosa é complexa devido aos altos custos que acarreta e que nem todos 
os países afetados possuem condições pecuniárias para tomar medida de erradicação ou não 
possuem o interesse na sua erradicação pelo fato de ser pouco importante para sua economia 
pecuária. Na América, o controle da enfermidade é importante, porque a produção bovina e suína 
é para o abastecimento mundial. Esta doença éprioridade de exclusão para órgãos internacionais e 
FIQUE DE OLHO
A queda na produtividade e perda de mercados acarretam prejuízos considerando as 
barreiras sanitárias impostas pelos importadores de carne, os gastos públicos e privados 
com a prevenção, controle e erradicação, e indenização, quando necessário o sacrifício dos 
animais doentes. Os prejuízos também são oriundos das despesas necessárias para retomar 
os status de área livre da doença conforme regras do OIE. 
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governos, pois sua presença significa fechamento das fronteiras para as exportações. A erradicação 
da febre aftosa figura uma maior lucratividade para as empresas e produtores, sendo o caminho 
para o aumento na produtividade animal. Ainda, contemplando as exigências do mercado mundial 
por qualidade e segurança sanitária nos produtos de origem animal.
A fim de atender essa demanda foram implantadas normas específicas como o Programa 
Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) em 2007, que dá as diretrizes gerais 
para a erradicação e a prevenção da Febre Aftosa em todo território nacional. O programa ainda 
prevê compartilhamento de responsabilidades entre os governos federal e estadual e o setor 
privado, tendo bem definidas as atribuições de cada uma das partes. Em 2017, foi aprovado o 
Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, que partiu 
da necessidade de reformulação do PNEFA através da Portaria nº 116/2017, levando em conta o 
cenário nacional e regional da febre aftosa.
O objetivo deste plano foi a criação medidas que garantissem o status de país livre da febre 
aftosa e ampliassem as zonas livres de febre aftosa sem vacinação, protegendo a pecuária 
brasileira, gerando assim benefícios a todos os envolvidos e à sociedade. Buscando fortalecimento 
na vigilância para doenças vesiculares, a prevenção e avanço de zonas livres de febre aftosa sem 
vacinação, alcançando todo o território nacional, desse modo, contribuindo com a saúde dos 
rebanhos brasileiros. O Plano está regrado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, 
da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e as diretrizes do Programa Hemisférico de 
Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), com o propósito também da erradicação da doença na 
América do Sul (SANTOS, 2019). A produção, controle de qualidade, comercialização e emprego 
de vacinas contra a febre aftosa, foi regulamentada pela Instrução Normativa nº 11 de 2018.
3.2 Programa Nacional de Sanidade Suídea
O Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS) trata-se do controle sanitário que deve ser 
realizado nos estabelecimentos de criação de suídeos que tenham por atividades e por produção, 
reprodução e comercialização e distribuição de suídeos, também impedir a entrada de doenças 
exóticas, controlar e erradicar as enfermidades já existentes no país. O programa tem por objetivo 
manter a sanidade do rebanho suíno tendo por foco a Doença Aujeszky (DA) e a Peste Suína 
Clássica (PSC), que quando atingem o rebanho comercial causam grandes prejuízos econômicos.
A PSC, também conhecida como febre suína ou aida cólera dos porcos, é uma enfermidade 
viral infectocontagiosa que tem como agente etiológico um vírus da família Flaviviridae, gênero 
pestivirus, com predileção pelo sistema linfático e circulatório dos suídeos, apresentando alta 
morbidade e letalidade, manifestando-se com hemorragias e problemas reprodutivos (MELDAU, 
2020). É uma doença de notificação obrigatória e imediata. A transmissão se dá, principalmente, 
de forma direta pelas secreções, excreções e sangue, por meio de fômites e ainda infecção 
transplacentária.
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A doença de Aujeszky, também denominada de peste de coçar ou pseudoraiva, é uma doença 
viral que afeta suínos, causando quadros febris e comprometendo o sistema nervoso, sendo uma 
enfermidade de notificação obrigatória e imediata. É causada por um vírus da família Hespeviridae, 
gênero Varicellovirus. A transmissão ocorre por contato direto e fômites, principalmente.
Logo, o PNSS busca minimizar os impactos negativos dessas doenças no mercado agropecuário 
por meio de legislação específica, a qual vai orientar as ações e procedimentos para precoce e 
imediata notificação e confirmação de suspeita das doenças, buscando a sua erradicação. Com isso, 
faz-se necessário um plano de contingência que trace estratégias para alcançá-las. A busca pela 
erradicação das enfermidades iniciou-se em 1934 com o Decreto nº 24.548/34, o qual caracteriza 
como obrigatória a notificação da Doença de Aujeszky, sendo um reflexo das preocupações com 
as barreiras sanitárias. Em 2001, com a Instrução Normativa nº 01/2001 proíbe a entrada em 
zonas livres de suídeos, seus produtos e subprodutos que sejam considerados veiculadores do 
vírus peste suína clássica. Ou seja, barreiras internas são criadas para que os animais livres não 
tenham contato com o vírus. Com a Instrução Normativa nº 19/2002, da Secretaria de Defesa 
Agropecuária (SDA), são aprovadas normas para certificação das granjas de reprodutores suídeos, 
ou seja, as granjas que quiserem comercializar suínos para reprodução terão que ser certificadas 
e livres de determinadas doenças, dentre elas a peste suína clássica e a doença de Aujeszky.
A Instrução Normativa nº 06/2004, aprova as normas para erradicação da PSC, devendo 
serem observadas em todo Brasil, com medidas estratégias na vigilância sanitária visto que é 
o alicerce para qualquer programa, notificação obrigatória e imediata em caso de suspeita ou 
ocorrência da doença, assistência imediata aos focos (em no máximo 12 horas), controle do 
trânsito de suídeos, e controle e desinfecção dos equipamentos, veículos e ambiente. A Instrução 
Normativa nº 47/2004 aprova o Regulamento Técnico do Programa nacional de Sanidade Suídea 
(PNSS), que prevê o controle dos estabelecimentos que criam suínos para produção, reprodução, 
comercialização, bem como material para multiplicação; também prevê medidas para impedir 
doenças exóticas, prevenir e controlar doenças existentes.
3.3 Programa Nacional de Prevenção e Controle das Encefalopatias 
Espongiformes
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma doença infecciosa; não contagiosa, 
neurodegenerativa progressiva, fatal, originada da suplementação da alimentação com farinha 
de ossos ou carne contendo a proteína príon. É uma doença que não tem relação com a genética 
ou sexo dos animais. Antes dos sinais neurológicos, os animais apresentam perda de peso e 
baixa produção de leite, bem como alteração no comportamento (inquietude, olhar assustado) 
e locomoção.
O Programa tem por objetivo prevenção da entrada do agente, sendo a situação sanitária 
ideal, o mínimo risco de contrair a enfermidade, por meio do controle da alimentação de 
81
ruminantes; controle das fábricas de ração, a fim de evitar contaminação cruzada da ração de 
ruminantes. Assim como, correto controle e destinação dos resíduos dos abatedouros.
O controle de importação visa a prevenção da entrada do agente é feita por meio de: 
proibição da importação de ruminantes, seus produtos e subprodutos, de países de risco para 
EEB; identificação individual e monitoramento dos bovinos importados, exceto para abate 
imediato; e controle da importação de alimentos para ruminantes
A vigilância é realizada por meio de exames na população alvo com o objetivo de provar que 
a ausência de notificação da doença é baseada numa busca de animais suspeitos. Desde 1997, 
é considerada uma doença de notificação obrigatória, conforme estabelecido pela Portaria nº 
516/97. A Instrução Normativa nº 18, de 15 de dezembro de 2003, proíbe o abate de bovino e 
bubalino importados de país onde tenha tido casos da doença ou de país de risco para a doença. 
A Instrução Normativa nº 18, de 15 de fevereiro de 2002, regulamentou as Normas que devem 
ser adotadas, visando promover a vigilância epidemiológica para detecção de Encefalopatias 
Espongiformes Transmissíveis (EET) em ruminantes. Já a Instrução Normativa nº 8, dePARA RESUMIR ..............................................................................................................................67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................68
UNIDADE 4 - Defesa sanitária animal e inspeção sanitária.............................................................71
Introdução.............................................................................................................................................72
1 Atividade na defesa sanitária animal ................................................................................................. 73
2 PNCEBT...............................................................................................................................................74
3 Outros programas .............................................................................................................................. 77
4 Inspeção sanitária .............................................................................................................................. 88
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................91
Esta é uma obra abrangente sobre vários aspectos que envolvem a prática médica 
veterinária no que diz respeito à moral, ética e legislações que regulam a área. 
Na primeira unidade, vamos abordar ética e moral na prática médica veterinária, 
discorrendo sobre os conceitos, conflitos e consenso na geração da ética fundamentada 
nos valores morais. Explicaremos aqui como gerenciar os desafios da profissão na 
mediação de conflitos e fazer uma reflexão crítica sobre a prática do médico veterinário 
na prestação de serviços com responsabilidade. A fundamentação legal para o exercício 
da profissão do médico veterinário e o Código de Ética que ele deve seguir serão 
apresentados nesta unidade também.
A segunda unidade tratará do código de ética, direitos dos animais no ensino e 
pesquisa, onde conheceremos os deveres do profissional de medicina veterinária, 
a responsabilidade técnica e as leis reguladoras. Falaremos também sobre o 
charlatanismo nessa área e as devidas penalidades, além dos direitos dos animais e 
os deveres do profissional em situações que envolvem a prática diária no exercício 
profissional.
Na terceira unidade, abordaremos a fiscalização veterinária, ou seja, vamos ver 
como ocorrem as atividades do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 
(MAPA) e as fiscalizações dos produtos agropecuários, alimentos para animais, 
materiais de multiplicação animal e produtos veterinários. Mostraremos aqui como 
as legislações regulamentam essas atividades nos estados e no país. Falaremos sobre 
o papel do médico veterinário no âmbito dessas atribuições e como ocorre o seu 
trabalho tendo em vista o Código de Conduta do Agente Público do MAPA. 
A quarta unidade tratará da defesa sanitária animal e da inspeção federal, onde 
explicaremos sobre os programas abrangidos pela defesa sanitária animal, as doenças 
que fazem parte desse programa e quais são as estratégias de prevenção/controle 
utilizadas com o objetivo de alcançar a melhor saúde animal e humana.
Inicie seus estudos com foco! Bons estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Ética e moral na prática médica vete-
rinária
Você está na unidade Ética e moral na prática médica veterinária. Neste momento, 
você será capaz de aprender sobre os conceitos, conflitos e consenso na geração Ética 
fundamentada nos valores morais. Aprenda a gerenciar os desafios da profissão na 
mediação de conflitos e refletir sobre a prática do médico veterinário na prestação 
de serviços com responsabilidade nas espécies animal e humana. Compreenda a 
fundamentação legal para o exercício da profissão do médico veterinário dentro dos 
princípios estabelecidos pela Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968. Conheça, ainda, o 
Código de Ética do médico veterinário aprovado na Resolução CFMV nº 1.138, publicada 
no Diário Oficial da União em 25 de janeiro de 2017.
Bons estudos!
Introdução
11
1 PRINCÍPIOS ELEMENTARES
Esta unidade mostrará conceitos, conflitos e consensos empregados pela Ciência Veterinária 
no exercício da profissão de forma ética e moral. As concepções apresentadas colaboram para o 
desenvolvimento técnico e crítico do estudante da mesma maneira que proporciona um respaldo 
para o exercício da profissão amparado pelos princípios estabelecidos pela Lei nº 5.517. 
A disciplina é imprescindível para formação do médico veterinário, pois é fundamental na 
orientação dos prolegômenos éticos e morais para o exercício da profissão de maneira responsável 
à saúde humana e animal. Cabe ressaltar que a deontologia é uma ciência aplicada aos deveres 
do médico veterinário, o que retrata, ações de maneira disciplinada no comportamento durante 
o desempenho profissional. 
Essas ações são regidas pelo Código de Ética aprovado na Resolução CFMV nº 1.138, em que, 
no capítulo II (Art. 6º) são enumeradas as obrigações do médico veterinário. E no preâmbulo 5, o 
exercício da medicina veterinária deve ser realizado de forma íntegra, respeitosa, com dignidade 
e consciência segundo normas previstas no código e na legislação vigente. Com isso, o médico 
veterinário torna-se profissional essencial, diante do cenário mundial, na atenção técnica e sanitária 
animal, promovendo dessa maneira a diminuição dos riscos de doenças à população humana.
Figura 1 - Ética e valores profissionais 
Fonte: 3D Generator, shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem é possível observar vários norteadores para exercício profissional 
em um céu com nuvens de fundo, indicando um contexto global futuro.
1.1 Conflitos e consenso para o profissional médico veterinário
Adiante ao que foi tratado, os conflitos e consensos são desafios que geram moral e ética no 
exercício da profissão médica veterinária. Existem diversos setores de atuação para médicos e 
12
médicas veterinárias, segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária são mais de 80 áreas 
de atuação. Essas funções podem ser exercidas na promoção da saúde e bem estar animal, saúde 
pública, produção de alimentos, além da preocupação com a sustentabilidade ambiental. Por isso, o 
médico veterinário está sujeito a conflitos morais na tomada de decisão, como por exemplo, durante 
a escolha da eutanásia. Segundo a Resolução nº 1.000, de 11 de maio de 2012, o Conselho Federal 
de Medicina Veterinária, no Art. 3º, indica que a eutanásia pode ser indicada nas situações em que:
I - o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar 
a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de 
sedativos ou de outros tratamentos;
II - o animal constituir ameaça à saúde pública;
III - o animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente;
IV - o animal for objeto de atividades científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão de 
Ética para o Uso de Animais – CEUA;
V - o tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se 
destina ou com os recursos financeiros do proprietário.
Noções de princípios éticos e morais são necessárias durante este tipo de ação para dar 
segurança na tomada de decisão, principalmente, por se tratar de um assunto difícil e complexo. 
Segundo Nautath (2015) em seus estudos muitos profissionais têm sofrimento psíquico quando 
realizam eutanásia e ressalta a necessidade de avaliação dos efeitos à saúde dos profissionais 
envolvido com tal procedimento. Esta atitude, na maioria dos casos, deve ser tomada juntamente 
com o tutor do animal, pois, rotineiramente a última palavra é dele. 
Agora é importante conhecer de maneira técnica os principais conceitos desta disciplina.25 de março 
de 2004, proibiu em todo o território brasileiro a produção, a comercialização e a utilização de 
produtos para a alimentação de ruminantes que em sua composição inclua proteínas e gorduras 
de origem animal. Com Instrução Normativa nº 41, de 25 de 2009, foi aprovado conjunto de 
procedimentos adotados na fiscalização de alimentos de ruminantes em estabelecimentos de 
criação e na destinação dos ruminantes que foram alimentados com subprodutos de origem 
animal. E finalmente a Instrução Normativa nº 44, de 17 de março de 2013, normatiza o Programa 
Nacional de Prevenção e Vigilância de Encefalopatia Espongiforme Bovina. (VAZ; SENA, 2017).
3.4 Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros
O Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) visa a redução a ocorrência 
da doença em herbívoros domésticos, dentre suas estratégias: controle de transmissores, 
vacinação dos herbívoros domésticos em situações especificadas no programa, vigilância 
epidemiológica e outros procedimentos de defesa sanitária animal, com o objetivo de proteger a 
saúde humana e controlar a doença em herbívoro. A raiva considerada zoonose, é enfermidade 
pertencente ao gênero Lyssavirus que causa uma encefalomielite fatal em mamíferos, de 
importância socioeconômica e para saúde pública. Sua transmissão se dá forma direta e indireta. 
É uma doença de notificação obrigatória de suspeita da doença e quando animais apresentarem 
mordeduras por morcegos ou quando da existência de abrigos de animais hematófagos. Os 
herbívoros são hospedeiros acidentais da raiva, não sendo fonte de transmissão, salvo na forma 
acidental. Seu principal transmissor é o morcego hematófago Desmodus rotundus.
O PNCRH foi normatizado em 2002 com a Instrução Normativa nº 5, que conforme seu Artigo 
5º, tem como objetivo baixar a prevalência da doença na população de herbívoros domésticos, 
bem como fornecer orientações e traçar estratégias de vacinação a fim de alcançar tal objetivo. 
82
Ainda em 2002, a Instrução Normativa nº 69/2002 regulamento a produção e comercialização 
de vacinas contra raiva em herbívoros. Os estados podem legislar complementarmente sobre a 
necessidade de vacinação compulsória em áreas de risco. Em 2005, através da Portaria nº 168, é 
aprovado e determinação sua publicação o Manual Técnico para controle da Raiva em Herbívoros, 
com o objetivo de padronizar as medidas de controle. (BRASIL, 2009).
3.5 Programa Nacional de Sanidade do Animais Aquáticos
A defesa agropecuária voltada a animais aquáticos abrange: peixes, camarões, rãs, jacarés, 
algas, zooplâncton, fitoplâncton e moluscos em qualquer fase do desenvolvimento. Com intuito 
de proteção contra introdução e/ou introdução de agentes patogênicos, tem-se como principal 
ato normativo a Instrução Normativa nº 4/2015 que cria o Programa Nacional de Sanidade de 
Animais Aquáticos que foi atualizada pela Instrução Normativa nº 4/2019.
A atuação da defesa dentro do programa se dá por cadastramento das propriedades, fiscalização 
e certificação dos produtos, controle de trânsitos dos animais, produtos ou subprodutos; emissão 
de GTA, vigilância epidemiológica; intervenção imediata em caso de suspeita ou foco de doenças 
de notificação obrigatória; colheita de material biológico para exames; isolamento e sacrifício de 
animais doentes; educação sanitária.
O programa foi instituído pela Portaria 573/2003. Dentre as doenças em peixes de notificação 
obrigatória, nenhuma foi diagnosticada no Brasil; não havendo obstáculos para exportação 
até o momento. Ocorrem em espécies poucos cultivadas como salmão ou truta, por exemplo. 
(MACHADO, 2019).
3.6 Programa Nacional de Sanidade Apícola
A economia brasileira depende bastante da sanidade das abelhas, delas dependem em média 
35% da produção de alimento por meio de sua polinização. No Brasil, são utilizadas por apicultores 
abelhas, africanizadas, um polihíbrido resultado de gerações com grande variabilidade genética 
e mais resistentes aos patógenos e parasitas do que as europeias. Atualmente, ainda não se sabe 
ao certo a real da situação sanitária dos apiários no país; dos meliponários e das demais abelhas 
nativas, devido à alta de laboratórios, pesquisas, recursos humanos e financeiros.
As abelhas estão sumindo, entre as causas estão mudanças climáticas, destruição de ambientes 
naturais, mudanças no uso da terra (monocultivo intensivo), uso indiscriminado de agrotóxicos, 
pesticidas, doenças e pragas e ainda desnutrição, fome, falta de manejo. (BRASIL, 2009)
O PNSAP foi instituído por meio Instrução Normativa nº 16, de 8 de maio de 2008, com a 
finalidade o fortalecimento da cadeia produtiva apícola através de ações de vigilância e defesa 
sanitária animal. As ações realizadas com intuito de prevenção, diagnóstico, controle e erradicação 
83
de doenças e pragas que possam causar danos a cadeia produtiva apícola, o PNSAP vai ter por 
metas promover atividades, como:
• Educação sanitária.
• Estudos epidemiológicos.
• Controle do trânsito.
• Cadastramento, fiscalização e certificação sanitária.
• Intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doenças ou pragas de notifi-
cação obrigatória.
3.7 Programa Nacional de Sanidade Avícola
A preocupação do Brasil com Sanidade Avícola já vem de longa data, considerando que é um 
dos países líderes em agronegócios, que os mercados consumidores estão cada vez mais exigindo 
produtos de qualidade, a alta competitividade da carne de frangos no cenário internacional, as 
possíveis barreiras sanitárias (doenças que podem acometer as aves) e comerciais (por exemplo, 
países que não compram de outros em decorrência do status sanitário). Além disso, também 
há importante necessidade de um produto de qualidade, com preço atrativo, que respeite as 
legislações nacional e internacional relativo a bem estar animal, bem como utilização de insumos 
que atendam às exigências do mercado internacional.
 A fim de atender essas necessidades e considerando a importância da produção avícola para a 
economia brasileira, o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) foi consolidado pelo MAPA 
através de sua Portaria 193/94. O PNSA, basicamente normatiza os serviços veterinários nas áreas 
de campo, laboratório e inspeção; viabiliza estratégias de medidas de controle e erradicação 
de principais enfermidades em aves: micoplasmoses, doença de Newcastle, influenza aviária e 
salmonelas. Em 2007, foi estabelecida a Instrução Normativa nº 56/2007 a fim de atender as 
necessidades de padrões sanitários mais rígidos voltados a atender mercados interno e externos, 
estabelecendo procedimentos registros, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas. 
Em 2002, por meio da Instrução Normativa nº 59/2009, o MAPA alterou os padrões e prazos 
estabelecidos na Instrução Normativa nº 56. Atendendo, com isso, uma reivindicação do setor 
que não teve tempo hábil e condições para cumprir as exigências da instrução normativa anterior. 
(BRASIL, 2009)
A Instrução Normativa SDA nº 10/2013, teve por objetivo definir o programa de gestão de risco 
diferenciado, tendo por base a vigilância epidemiológica e adoção de vacinas em estabelecimentos 
avícolas de maior sensibilidade à entrada e propagação de agentes patogênicos entre os plantéis 
brasileiros e para estabelecimentos avícolas que dentre suas atividades exercidas precisem de 
medidas sanitárias mais rigorosas (MACHADO, 2019).
84
A Instrução Normativa SDA nº 8, de 17 de fevereiro de 2017 altera a Instrução Normativa nº 
10, de 11 de abril de 2013 (MACHADO, 2019).
A Instrução Normativa nº 44/2001 estabeleceu as provas laboratoriais e amostras a serem 
utilizadas para monitoramento e diagnósticos das doenças abrangidas pelo PNSA. A medidas 
de controle e biossegurança a serem tomadas conforme estabelece a Instrução Normativa nº 
44/2001 frente a resultados positivos são: Sacrifício/abate do núcleo quando positivo para 
Micoplasma galissepticum, Mycoplasma synovae em linhagens puras, bisavós e avós importadasou nascidas no Brasil. Em perus, abate/sacrifício do núcleo quando positivo para Micoplasma 
galissepticum, Mycoplasma synoviae e Mycoplasma meleagridis (MACHADO, 2019).
• Para realização de exportações, um estabelecimento avícola deve estar certificado como 
livre de micoplasmose aviária (Mycoplasma gallisepticum, Mycoplasma synoviae e My-
coplasma meleagridis). O estabelecimento avícola que participe do PNSA não pode fazer 
uso de vacinas, conforme descrito:
• Para estabelecimentos de controle permanentes, não pode ser usada vacina de qualquer 
natureza contra a micoplasmose aviária.
• Durante 4 semanas que antecedem a realização de provas laboratoriais, não pode ser 
utilizada qualquer vacina preparada com adjuvante oleoso.
• Não pode ser usada qualquer droga que possa interferir nos resultados durantes três 
semanas antes serem feitas provas laboratoriais.
• As empresas devem fornecer calendário de colheitas com cronograma de nascimentos 
de importação.
A Influenza Aviária (IA) é uma enfermidade grave de notificação obrigatória, zoonose com 
mortalidade em seres humanos e exótica no brasil. A Doença de Newcastle (DNC) é também 
muito relevante, mas atualmente o Brasil considerado livre da mesma. A Portaria 182/94 e a 
Instrução Normativa nº 32/2002 normatizam que em caso de suspeita dessas doenças todas 
as notificações deverão ser imediatamente investigadas e deve ser providenciado o envio de 
amostras para laboratório oficial ou credenciado ao MAPA (BRASIL, 2009). Também deve haver 
interdição das propriedades ou do estabelecimento avícola e registros das categorias de aves, 
com indicação do número de mortes, e de aves com sinais clínicos e assintomáticas. Deve ser 
feita manutenção das aves nos locais de alojamento ou confinadas em outros locais onde devem 
estar isoladas e sem movimentação; a biosseguridade deve ser reforçada; deve ser providenciado 
sequestro da carne e/ou ovos de aves produzidas durante o período de incubação da doença.
Ainda referente à DNC, a Instrução Normativa nº 17/2006 aprova o plano nacional de 
prevenção da IA e do controle e prevenção da DNC, baseada em dois tipos de vigilância: a vigilância 
passiva, com inspeção de granjas observação da apresentação de sinais clínicos e o diagnóstico de 
exclusão quando há casos de mortalidade anormal; a vigilância ativa será a partir do isolamento 
85
viral e/ou testes moleculares conduzidos principalmente em abatedouros com fiscalização do SIF 
e, também, por meio de acompanhamentos das vigilância clínicas e sorológicas, trabalhando com 
a ideia de foco. (BRASIL, 2009).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Somente vacinas registradas e aprovadas pelo mapa devem ser usadas. Para IA, por ser 
uma doença exótica no país, somente será realizada quando autorizada pelo DDA/SDA após 
comprovada a ocorrência da doença e avaliado o risco e análise da situação epidemiológica. Em 
suspeita de algum foco de IA e DNC no Brasil, o Plano Nacional de Contingência deve ser colocado 
em prática. O plano é um conjunto de medidas e estratégias a serem aplicadas emergencialmente 
em caso de foco e além de definir as responsabilidades e competências do serviço veterinário 
oficial, nas esferas federal e estadual e no setor produtivo. Ficou estabelecido pela Instrução 
Normativa SDA nº 21/2014, normas técnicas para a Certificação Sanitária da Compartimentação 
da Cadeia Produtiva Avícola das granjas de reprodução, de corte e incubatórios, de galinhas ou 
perus (MACHADO, 2019).
Para a Salmonelose, a Portaria 78/2003, definiu medidas para o monitoramento de 
estabelecimentos avícolas de controles permanentes e eventuais, com exceção de exceto 
postura comercial, frango de corte e ratitas; em estabelecimentos que realizam o comércio ou a 
FIQUE DE OLHO
Quando se trata de vacinação, no caso de DNC, é facultativa desde que observada a 
situação epidemiológica local e obrigatória em estabelecimentos de controle permanente. 
Eventualmente, também pode ser determinada pelo MAPA.
86
transferência nacional e internacional de seus produtos, que serão utilizados para a reprodução 
e produção de aves e ovos férteis, ficando obrigados a realizarem o monitoramento de seus 
plantéis, obedecendo os critérios do Programa Nacional de Sanidade Avícola – PNSA (BRASIL, 
2009).
O estabelecimento avícola participante do PNSA não poderá utilizar: vacina que contenha 
adjuvante oleoso por quatro semanas antes de realização dos testes laboratoriais, nem qualquer 
droga que possa interferir nos testes sorológicos e/ou dificulte o isolamento durante três semanas 
antes de testes laboratoriais.
Em estabelecimentos de criação de matrizes, em situações que as aves estejam em 
tratamento medicamentoso para S. Enteritidis e S. Typhimurium, com acompanhamento do 
MAPA, as empresas devem encaminhar um calendário mensal contemplando o cronograma de 
nascimento, importação e as datas das coletas rotineiras de material para equilibrar com as datas 
de colheitas oficiais e a fiscalização e supervisão no referido estabelecimento.
A Instrução Normativa SDA nº 20/2016 estabeleceu regras para o controle e o monitoramento 
de Salmonella spp em estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e perus de corte e em 
estabelecimentos com abate de frangos, galinhas, perus de corte e reprodução devidamente 
acompanhados pelo Serviço de Inspeção Federal – SIF. (MACHADO, 2019).
3.8 Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos
O Programa Nacional de Sanidade de Caprinos e Ovinos (PNSCO) teve início com a Portaria 
SDA 47/204 que criou o Comitê Consultivo do PNSCO, com a Instrução Normativa nº 87/1994 
que aprova o regulamento do programa, e a Instrução Normativa nº 20/2005 que aprova os 
procedimentos para cadastro sanitários de estabelecimentos (BRASIL, 2009). O programa tem por 
principal objetivo a vigilância epidemiológica e sanitária das principais doenças que acometem 
esses animais por meio de atendimentos da vigilância em propriedades e estabelecimentos, 
fazendo a vistoria dos animais, verificação de suspeitas de doenças e monitoramento de 
suas ações. Sua estratégia de prevenção, controle e erradicação de doenças em rebanhos de 
caprinos e ovinos por meio da educação sanitária, fiscalização e controle de trânsito de animais 
e cadastramento, fiscalização e certificação de propriedades, também são recomendados os 
estudos epidemiológicos que são fundamentais na Unidade de Sanidade Animal e Vegetal e por 
fim interdição de qualquer propriedade que seja suspeita ou em que esteja ocorrendo doença de 
notificação obrigatória.
Dentre as doenças de notificação obrigatória destacam-se a Scrapie (ou prurido lombar), 
doença neurodegenerativa fatal, que acomete o sistema nervoso de ovinos entre 2 e 5 anos 
de idade devido a alimentação com produtos de origem animal que contenham a partícula 
infectante, denominada príon. Os principais sinais clínicos são pruridos intensos, incoordenação 
87
motora e tremedeira ou estado convulsivo.
Outra enfermidade é a Maedi-Visna (MV), parecida com artrite encefalite dos caprinos, 
doença crônica causada por um Lentivirus que afeta SNC e pulmões de ovino jovens. Sinais 
clínicos dificilmente são observados, mas entre estão dificuldade respiratória, emagrecimento e 
podendo apresentar a forma nervosa paralítica.
Também cabe destacar a Linfadenite Caseosa (ou mal do caroço), doença crônica 
infectocontagiosa causada pelo Corybacterium pseudotuberculosis, que caracteristicamente 
provocar abscessos em linfonodos e órgãos.
Por fim, epididimite infecciosa ovina (ou brucelose ovina), causada pela Brucella ovis, com 
tendência a uma evolução crônica caracterizada por lesões genitais, epididimite nos machos, 
placentite nas fêmeas, mortalidade de recém nascidos ou nascimento abaixo do peso.
3.9 Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos
O Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE) foi criado visando de fortalecimento 
do setor agropecuário dos equinos por meio de ações de vigilância e defesa sanitária animal. Esteprograma tem por principais atividades: educação sanitária, estudos epidemiológicos, controle 
de trânsito, fiscalização e certificação sanitária, intervenção imediata em caso de suspeitas de 
ocorrência de enfermidades de notificação obrigatória. As principais enfermidades abrangidas 
pelo programa são Anemia Infecciosa Equina e Mormo. O PNSE, foi instituído em 2008 pela sua 
Instrução Normativa nº 17/2008 visando medidas de ações de vigilância e defesa sanitária animal 
(BRASIL, 2009).
Anemia Infecciosa Equina
Enfermidade também conhecida como febre do Pântanos e Aids dos Equinos. É uma doença 
que ocorre no mundo todo, e em todo o Brasil, principalmente em áreas pantanosas, considerada 
de notificação obrigatória para Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). É uma doença viral 
do gênero Lentivirus, com um período de incubação longo, afetando exclusivamente equinos. 
A transmissão ocorre por picada de insetos hematófagos, iatrogênica, fômites e verticalmente. 
As normas para prevenção e controle da Anemia Infecciosa Equina foram em 2004 por meio 
Instrução Normativa nº 45/2004 (MACHADO, 2019).
Mormo
Doença contagiosa, zoonose geralmente fatal, causada pela bactéria Burkholderia mallei, de 
curso agudo ou crônico, acomete principalmente equinos podendo ou não ter sinais clínicos. 
De baixa morbidade e alta mortalidade. Infecção se dá via oral, transcutânea e respiratória. De 
notificação obrigatória, sendo incluída ao PNSE em 2018 pela Instrução Normativa nº 6/2018 
88
(MACHADO, 2019).
4 INSPEÇÃO SANITÁRIA
Tem-se o conhecimento que é direito das pessoas obterem produtos de qualidade e 
adequados. Em muitas das etapas de controle desses produtos ocorrem falhas operacionais que 
resultam em danos ou doenças. Logo, entende-se a importância da inocuidade dos alimentos que 
chegam ao consumidor. E atende-se minimamente as expectativas referentes a essa inocuidade 
por meio de inspeção sanitária. A inocuidade tem relação com possibilidade de ocorrer sua 
contaminação física, química ou biológica, o controles deve ser realizado em todas as etapas 
da cadeia produtivas, ou seja, desde do produtor até o produto final que chega ao consumidor, 
a partir dessa ideia é importante que estejam estabelecidas as ferramentas (boas práticas de 
fabricação, sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle, procedimentos padrão de 
higiene operacional, programas de autocontrole etc.) para as indústrias poderem controlar seus 
processos, evitando ou minimizando a ocorrência de contaminação.
Figura 1 - Fiscalização de produtos veterinários 
Fonte: Phovoir, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem temos a representação de uma médica veterinária realizando fiscalização 
de produtos de origem animal e preenchendo as informações em uma prancheta.
A Lei nº 1.283 de 18 de dezembro de 1950, que obriga a inspeção sanitária em produtos de origem 
animal, sendo a responsabilidade pela execução do Governos Federal, Estadual ou Municipal, conforme 
89
para onde o comércio se destina. Em 1952, com o Decreto nº 30.691, de 29 de março de 1952, o 
Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), aprovado e 
ficaram definidos os regulamentos, em todo Brasil a inspeção sanitária dos produtos de origem animal. 
(BRASIL, 2009).
Em 2017, o RIISPOA sofreu uma atualização considerando a Operação Carne Fraca. O novo RIISPOA 
foi publicado através do Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017 e alterado pelo Decreto nº 9.069, de 
31 de maio de 2017. (MACHADO, 2019).
Em 1989, com a Lei nº 7.889 ficou estabelecido os três níveis de inspeção, que depende da 
abrangência da área de comercialização da indústria, essa lei também foi atualizada pelo Decreto nº 
9.013, de 29 de março de 2017 e alterado pelo Decreto nº 9.069, de 31 de maio de 2017. Para o comércio 
dentro no próprio município o registro é obtido junto às secretarias ou departamentos de agricultura 
dos municípios (Serviço de Inspeção Municipal – SIM); para o comércio em dentro do mesmo Estado, o 
registro é obtido junto às secretarias ou departamentos de agricultura dos Estados (Serviço de Inspeção 
Estadual – SIE), para comercialização interestadual ou internacional, o registro é obtido junto ao MAPA 
–Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Serviço de Inspeção Federal – SIF). Logo, todos 
os estabelecimentos que elaboram produtos de origem animal, devem dispor de registro e inspeção. 
(MACHADO, 2019).
O Decreto nº 5.741/2006 regulamentou o funcionamento do Sistema Unificado de Atenção à 
Sanidade Agropecuária (SUASA). O SUASA, vem a ser um sistema de inspeção, organizado de forma 
unificada, descentralizada e integrada entre a União (por meio do MAPA), que coordena o sistema. 
Seu objetivo é garantir a saúde dos animais e a sanidade dos vegetais, a idoneidade dos insumos e dos 
serviços e a identidade, qualidade e segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos destinados 
ao consumo (BRASIL, 2009).
90
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Aprender sobre a defesa sanitária animal.
• Identificar diferentes legislações.
• Distinguir os programas sanitários que buscam a prevenção e o controle de doenças.
• Verificar as medidas básicas de biossegurança para coleta de material com suspeita 
de Raiva.
• Conhecer noções de inspeção.
PARA RESUMIR
ANDRADE, J.P.J. A importância da febre aftosa no contexto da saúde pública e animal. 
Rev. Cient. Elet. Medicina Veterinária, Garça, n. 10, jan. 2008.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa 
Agropecuária. Portaria nº 116, de 20 de setembro de 2017. Brasília, DF: Diário Oficial 
da União, 2 out. 2017, Seção 1, p. 3. Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/
asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19330984/do1-2017-10-02-portaria-n-
116-de-20-de-setembro-de-2017-19330966. Acesso em: 7 maio 2020.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa 
Agropecuária. Departamento de Saúde Animal. Manual de Legislação: programas 
nacionais de saúde animal do Brasil. Brasília: MAPA/SDA/DSA, 2009.
CARVALHO, L. R. O. et al. A atuação do médico veterinário em saúde pública: histórico, 
embasamento e atualidade. J. Health Sci. Inst., n. 35, v. 2, p. 131-136, 2017. Disponível 
em: http://www.unip.br/presencial/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2017/02_
abr-jun/V35_n2_2017_p131a136.pdf. Acesso em: 8 maio 2020.
CANAL, I. H.; CANAL, R. B.; OLIVEIRA, R. Brasil e a febre aftosa: detalhes do descaso. 
REDVET, Espanha, n. 11, v. 6, nov. 2005. Disponível em: https://www.researchgate.
net/publication/26425432_Brasil_e_a_Febre_Aftosa_-_Detalhes_do_descaso/
fulltext/00b478120cf2d1b85504779c/Brasil-e-a-Febre-Aftosa-Detalhes-do-descaso.
pdf. Acesso em: 16 maio 2020.
MACHADO, M. Caderno didático de defesa sanitária animal (Rede Itego). Cadernos da 
Rede, v. 1, n. 1, p. 112-151, 7 mar. 2019. Disponível em: http://www.ead.go.gov.br/
cadernos/index.php/CDP/article/view/388. Acesso em: 2 maio 2020.
MELDAU, B. Peste Suína Clássica. 2020. Disponível em: https://www.infoescola.com/
medicina-veterinaria/peste-suina-classica/. Acesso em: 7 maio 2020.
OIE. Terrestrial Animal Health Code. Paris: World Organization for Animal Health, 2016. 
Disponível em: http://www.oie.int/en/international-standard-setting/terrestrial-code/
access-online/. Acesso em: 8 maio 2020.
SAMARA, S. I.; BUZINARO, M. G.; CARVALHO, A. A. B. Implicações técnicas da vacinação 
na resposta imune contra o vírus da febre aftosa. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, 
v. 41, n. 6, p. 375-378, nov. 2004. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-
95962004000600003. Acesso em: 16 maio 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, C. C. Brucelose em bovinos: histórico e implicações na região de Curitibanos-
SC. 2019. 31f. TCC (Graduação)- Medicina Veterinária, Universidade Federal de Santa 
Catarina, Curitibanos, 2019.
SILVA, T. G. R.; MIRANDA, S. H. G. A febre aftosa e os impactos econômicosno setor de 
carnes. CEPEA/ESALQ/USP, 21 mar. 2006. Disponível em: https://cepea.esalq.usp.br/br/
documentos/texto/a-febre-aftosa-e-os-impactos-economicos-no-setor-de-carnes.aspx. 
Acesso em: 7 maio 2020.
VAZ, J. A. M. C.; SENA, E. F. Política sanitária para prevenção e vigilância da encefalopatia 
espongiforme bovina no Brasil. Rev. Educação Continuada em Medicina Veterinária e 
Zootecnia do CRMV-SP, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 54-66, dez. 2017.
Todas as profissões devem seguir as regras e as leis pertinentes 
a sua área, mas o respeito à ética e à moral é imprescindível a 
qualquer prática, seja na vida pessoal ou na profissional. Esta é uma 
obra abrangente sobre vários aspectos relacionados às leis, à moral 
e à ética que envolvem a prática médica veterinária. 
A obra oferece um conteúdo didaticamente preparado e 
dividido em quatro unidades, como: ética e moral na prática médica 
veterinária; código de ética, direitos dos animais no ensino e 
pesquisa; fiscalização veterinária; e, por fim, defesa sanitária animal 
e da inspeção federal. 
Fundamental para seus estudos, este livro esclarece os principais 
pontos sobre deontologia, ética e legislação da medicina veterinária. 
Bons estudos!É 
de suma relevância que o médico veterinário reconheça de forma detalhada a fundamentação 
legal e os órgãos que norteiam os princípios técnicos, morais e éticos que norteiam a disciplina 
de Deontologia Geral.
Para que você se acostume com as nomenclaturas iremos citar as principais: CFMV – Conselho 
Federal de Medicina Veterinária, Código de Ética do Médico Veterinário (CEMV) e a Lei nº 5.517, 
de 23 de outubro de 1968, que dispõe sobre o exercício da profissão de médico veterinário e 
cria os Conselhos Federal (CFMV) e Regional de Medicina Veterinária (CRMV). Os regimentos e 
normas que eles preparam serão inquiridos nos tópicos subsequentes.
1.2 Concepções fundamentais
Quando se discute sobre ética, moral, deontologia e bioética para exercer a profissão médica 
veterinária, é habitual que esses termos gerem dúvidas. O esclarecimento desses conceitos é 
13
extremamente importante para que o profissional veterinário consiga exercer a profissão com 
responsabilidade. Observe as definições:
Ética
É um aprendizado do que é bom ou mal, certo ou errôneo, honrado ou desmerecido, 
apropriado ou impróprio. Neste contexto busca justificativas para os preceitos propostos pela 
moral e o Direito. Procura meditar sobre as ações humanas (GLOCK; GONDIM, 2003). A ética 
significa, nas relações profissionais, um compromisso com o ofício e com o correspondente. Por 
isso, comportamentos, aptidões e princípios são incorporados na prática profissional (ALARCÃO, 
2001).
Sendo assim, na Resolução nº 1.138, de 16 de dezembro de 2016 é estabelecido no Código de 
Ética do médico veterinário o juramento:
Juro que, no exercício da Medicina Veterinária, cumprirei os dispositivos legais e normativos, 
respeitando o Código de Ética profissional, buscando harmonia entre ciência e arte, aplicando meus 
conhecimentos para o desenvolvimento científico e tecnológico em benefício da saúde única e bem-
estar dos animais, promovendo o desenvolvimento sustentável. Assim eu juro!
Moral
Significa a codificação das regras, leis, regulamentos, princípios e incentivos que atuam nos 
comportamentos e ações (REZENDE, 2006). Entende-se que as concepções morais garantem uma 
identidade entre profissionais que não se conhecem, mas utilizam equivalentes representatividade 
(GLOCK; GONDIM, 2003).
Deontologia
Quando se fala em ética profissional é necessário fazer referência ao termo deontologia, 
pois, torna-se o vocábulo mais adequado para discutir conduta no exercício profissional (RASCHE, 
2006). Sendo importante no sentido de uniformizar as ações dos médicos veterinários visando 
construir uma identidade da categoria, gerando respeito e confiança.
Por isso, são deveres do médico veterinário contidos na Resolução nº 1.138, de 16 de 
dezembro de 2016 do Código de Ética:
Art. 6º São deveres do médico veterinário: 
I - aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em 
benefício dos animais, do homem e do meio-ambiente; II - exercer a profissão evitando qualquer forma de 
mercantilismo; III - combater o exercício ilegal da Medicina Veterinária denunciando toda violação às funções 
específicas que a ela compreende; IV - assegurar, quando investido em função de direção, as condições para 
o desempenho profissional do médico veterinário; V - relacionar-se com os demais profissionais, valorizando 
14
o respeito mútuo e a independência profissional de cada um, buscando sempre o bem-estar social da 
comunidade; VI - exercer somente atividades que estejam no âmbito de seu conhecimento profissional; VII 
- fornecer informações de interesse da saúde pública e de ordem econômica às autoridades competentes 
nos casos de enfermidades de notificação obrigatória; VIII - denunciar pesquisas, testes, práticas de ensino 
ou quaisquer outras realizadas com animais sem a observância dos preceitos éticos e dos procedimentos 
adequados; IX - não se utilizar de dados estatísticos falsos nem deturpar sua interpretação científica; X - 
informar a abrangência, limites e riscos de suas prescrições e ações profissionais; XI - manter-se regularizado 
com suas obrigações legais junto ao seu CRMV; 
 XII - facilitar a participação dos profissionais da Medicina Veterinária nas atividades dos órgãos de 
classe; XIII - realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados, observando princípios básicos de 
saúde pública, legislação de proteção aos animais e normas do CFMV; XIV - não se apropriar de bens, 
móvel ou imóvel, público ou privado de que tenha posse, em razão de cargo ou função, ou desviá-lo 
em proveito próprio ou de outrem; XV - comunicar ao CRMV, com discrição e de forma fundamentada, 
qualquer fato de que tenha conhecimento, o qual possa caracterizar infração ao presente código e 
às demais normas e leis que regem o exercício da Medicina Veterinária; XVI – comunicar aos órgãos 
competentes e ao CRMV de sua jurisdição as falhas nos regulamentos, procedimentos e normas das 
instituições em que trabalhe, sempre que representar riscos a saúde humana ou animal.
Bioética
Aqui, o médico veterinário leva em consideração o princípio da igualdade entre os seres em 
que qualquer um pode ser afetado por uma ação. A dor e o sofrimento devem ser evitados não 
importa a raça ou espécie. O médico veterinário deve promover o bem-estar animal, a bioética 
é considerada a solução para a mediação de conflitos entre seres humanos e os animais. Diante 
desse conflito foi criada a Lei nº 11.794/08 de 8 de outubro de 2008 que regulamenta o uso de 
animais para procedimentos de pesquisa. Além disso, a Resolução nº 1.236, de 26 de outubro de 
2018, foi empregada para dispor de normas sobre a conduta dos médicos veterinários frente as 
questões de maus tratos e crueldade inferidos aos animais.
Nesse contexto, após uma sucinta explicação sobre as concepções fundamentais é importante 
aprofundar os conceitos e exemplificar de maneira prática prováveis indagações ainda não 
apresentadas.
FIQUE DE OLHO
O CFMV viabiliza em sua página oficial o Código de Ética do Médico(a) Veterinário(a) e a 
Lei nº 5517, de 23 de outubro de 1968 que dispõe sobre o exercício da profissão de médico 
veterinário e cria os Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária. Os documentos 
estão disponíveis nos links: http://portal.cfmv.gov.br/lei/index/id/157 e http://portal.cfmv.
gov.br/pagina/index/id/62/secao/2.
15
2 NOÇÕES LEGAIS E PRINCÍPIOS PARA O EXERCÍCIO 
DA PROFISSÃO
De acordo com as concepções fundamentais apresentadas aqui é de suma importância para 
o médico veterinário conhecer a legislação vigente, os órgãos que regulamentam o exercício da 
profissão, os princípios que norteiam a identidade profissional, e por último, a fundamentação 
ética e técnica para apoio as práticas exercidas.
2.1 Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968
Chamada igualmente como Lei do exercício da profissão do médico veterinário, essa lei não só 
traz normas para exercer a atividades, mas também quais órgãos fiscalizam os serviços realizados. 
Entre os pontos fundamentais estão:
Art. 2º Só é permitido o exercício da profissão de médico-veterinário: 
a. aos portadores de diplomas expedidos por escolas oficiais ou reconhecidas e registradas na 
Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura; 
b. aos profissionais diplomados no estrangeiro que tenham revalidado e registrado seu diploma 
no Brasil, na forma da legislação em vigor. 
Art. 3º O exercício das atividades profissionais só será permitido aos portadores de carteira 
profissional expedida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária ou pelos Conselhos Regionais de 
Medicina Veterinária criados na presente lei.
Art. 4º Os dispositivos dos artigos anteriores não se aplicam: 
a) aos profissionais estrangeiros contratados em caráter provisório pela União, pelos Estados, 
pelos Municípios ou pelos Territórios, para função específica de competência privativa ou atribuição 
de médico veterinário; 
b) às pessoas que já exerciam função ou atividade pública de competência privativade médico 
veterinário na data da publicação do Decreto-lei nº 23.133, de 9 de setembro de 1933.
Art. 7º A fiscalização do exercício da profissão de médico-veterinário será exercida pelo Conselho 
Federal de Medicina Veterinária, e pelos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária, criados por 
esta Lei.
Art. 8º O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) tem por finalidade, além da fiscalização 
do exercício profissional, orientar, supervisionar e disciplinar as atividades relativas à profissão de 
médico-veterinário em todo o território nacional, diretamente ou através dos Conselhos Regionais de 
Medicina Veterinária (CRMV).
O capítulo IV desta Lei determina que apenas os profissionais com inscrição no conselho 
16
podem exercer suas atividades. Observa-se:
Art. 25 O médico-veterinário para o exercício de sua profissão é obrigado a se inscrever no 
Conselho de Medicina Veterinária a cuja jurisdição estiver sujeito e pagará uma anuidade ao respectivo 
Conselho até o dia 31 de março de cada ano, acrescido de 20% quando fora desse prazo.
Em caso de pessoa jurídica, também é obrigatório o registro para exercer suas atividades 
previstas nos artigos 5º e 6º da Lei nº 5.517, de 1968.
2.2 Decreto n° 64.704, de 17 de junho de 1969
No capítulo V deste Decreto é possível ter conhecimento sobre quais empresas e ramos de 
atividades devem ser obrigatoriamente registrados no Sistema do CFMV e no CRMV ao qual estado 
a empresa desenvolve suas atividades. São firmas empresas e associações dispostas neste decreto:
Art. 9º As firmas, associações, sociedades, companhias, cooperativas, empresas de economia 
mista e outras cuja atividade requer a participação de médico veterinário, estão obrigadas ao registro 
nos Conselhos de Medicina Veterinária das regiões onde se localizem. 
Art. 10. Só poderá ter em sua denominação as palavras VETERINÁRIA ou VETERINÁRIO a firma 
comercial ou industrial cuja direção esteja afeta a médico veterinário. 
Art. 11. As entidades estatais, paraestatais, autárquicas e de economia mista que tenham 
atividades de medicina veterinária, ou se utilizem dos trabalhos de profissionais dessa categoria, são 
obrigadas, sempre que solicitado, a fazer prova de que têm a seu serviço profissional habilitado na 
forma deste Regulamento.
2.3 Resolução CFMV nº 1.041, de 13 de dezembro de 2013
Ao concluir o curso de graduação em medicina veterinária e ainda não recebeu o diploma 
você poderá exercer sua profissão desde que realize a inscrição provisória no Conselho Regional 
conforme estabelecido pela no Art. 5º da Resolução CFMV nº 1.041/2013. Porém, no ato da 
inscrição só poderão se inscrever aqueles que possuem certidão de colação de grau emitida por 
instituição de ensino autorizada pelo MEC. Esta cédula de identidade profissional perdurara por 
12 meses. Após este período deverá ser apresentado diploma e graduação para substituição pela 
cédula permanente. 
Uma pessoa que veio de outro pais poderá exercer a profissão de médico veterinário 
desde que se inscreva no CRMV ao qual irá atuar. É necessário que apresente a documentação 
comprobatória Art. 4º e 6º da Resolução CFMV nº 1.041/2013. O procedimento é realizado de 
forma presencial em que é preenchido um requerimento de inscrição.
Em caso de mudança de endereço, se for de forma provisória com prazo de até 90 dias o 
profissional não precisa realizar nova inscrição no CRMV dentro do Estado Brasileiro. Se o prazo 
17
ultrapassar os 90 dias o profissional deve requerer ao presidente do Conselho do estado que 
irá permanecer exercendo as atividades a transferência juntando os documentos no Art. 7º da 
Resolução CFMV nº 1.041/2013. A cédula de identidade antiga fica retida no Conselho e uma 
nova é emitida.
Nesta resolução é possível ser mais específica em relação aos procedimentos de registro de 
pessoa jurídica e microempreendedor individual no CRMV conforme estabelecido no Art. 27., da 
Resolução CFMV nº 1.041/2013. Contém neste artigo:
Art. 27. Para o registro da pessoa jurídica e do microempreendedor individual no CRMV 
correspondente à região onde ela estiver atuando proceder-se-á da seguinte forma: I – preencher 
e protocolizar o requerimento de registro ao Presidente do respectivo Conselho (anexo nº 02), 
declarando sob as penas da lei que as informações prestadas são verdadeiras; II – juntar ao 
requerimento de registro de que trata o inciso I os seguintes documentos: a) prova de existência 
jurídica por instrumento legal devidamente registrado em órgãos competentes: Contrato social e/ou 
estatuto, mediante cópias autenticadas ou folhas do Diário Oficial que as publicou; b) comprovante 
de inscrição e situação cadastral junto às Receitas Federal, Estadual e/ou Municipal, quando exigíveis; 
c) formulário de anotação de responsabilidade técnica (anexo nº 07), devidamente preenchido e 
assinado pelo contratante e contratado; d) prova de pagamento da taxa de registro, da anuidade, 
certificado de regularidade e anotação de responsabilidade técnica. §1º As taxas de registro, expedição 
de certificado de regularidade, anotação de responsabilidade técnica e anuidade devem ser pagas, 
simultaneamente, no ato do requerimento do registro, mediante guia fornecida pelo CRMV, por via 
bancária, sendo o seu pagamento necessário para a conclusão do registro da pessoa jurídica. §2º Os 
órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta, os jardins zoológicos oficiais, as instituições 
oficiais de ensino e/ou de pesquisa, as entidades de fins filantrópicos reconhecidas como de utilidade 
pública cujos diretores não percebam remuneração, além das atividades de aquicultura caracterizadas 
como de subsistência, embora obrigadas ao registro, ficam dispensadas do pagamento da taxa de 
registro, anuidades e da expedição de certificado de regularidade. (6) §3º Os zoológicos, instituições 
de ensino e/ou Pesquisa que sejam privados e tenham fins lucrativos estão obrigados a registro e 
pagamento da taxa de registro e anuidade (7) §4º A exigência da alínea “a” do inciso II não se aplica ao 
microempreendedor individual.
2.4 Resolução CFMV nº 1.177, de 17 de outubro de 2017
Diante de um novo cenário, com crescimento promissor da carreira do médico veterinário, 
diversas atividades empresariais surgiram, e por isso, foi necessário estabelecer novos parâmetros 
legais. Para tanto, instituiu-se no Artigo 1º da Resolução CFMV nº 1.177/2017 com os principais 
ramos. A resolução no seu contexto, como todo, desde o artigo 1º até 6º trata dos detalhes das 
atividades empresariais veterinárias e revoga o §4º, artigo 30, da Resolução 1.041/2013 e demais 
disposições em contrário. Artigo 1º:
Art. 1º Estão obrigadas ao registro no Sistema Conselhos Federal e Regionais de Medicina 
Veterinária (Sistema CFMV/CRMV) as empresas públicas e privadas, sociedades de economia 
mista, associações, companhias, cooperativas, organizações não governamentais (ONGs) e demais 
estabelecimentos cuja atividade básica ou àquela pela qual prestem serviços à terceiros seja privativa 
18
ou peculiar à Medicina Veterinária e/ou à Zootecnia, nos termos previstos no artigo 5º da Lei nº 5517, 
de 1968, e artigo 3º da Lei nº 5.550, de 1968.
2.5 Resolução nº 1.138, de 16 de dezembro de 2016
Com o objetivo de criar um instrumento normativo para manter o padrão do comportamento 
do médico veterinário em qualquer lugar do Território brasileiro e fora dele, tendo como base 
uma conduta exemplar e respeitosa, a Resolução aprova o Código de Ética do médico veterinário.
O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA - CFMV no uso das atribuições:
[...] resolveram se submeter a instrumento normativo capaz de mantê-los em uniformidade 
de comportamento social, baseado em conduta profissional exemplar; considerando que o médico 
veterinário deve manter uma conduta profissional e pessoal idôneas; RESOLVE: Art. 1º Aprovar o 
Código de Ética do médico veterinário , conforme Anexo Único desta Resolução.
O médico veterinário é responsável por seus atos, portanto deve exercera profissão de forma 
idônea. Qualquer feito imprudente deve faz com que o mesmo responda de forma civil e ou até 
penalmente. O código foi criado na finalidade de elencar princípios de responsabilidade a serem 
seguidos. No capítulo V, artigo 9º:
Art. 9º O médico veterinário será responsabilizado pelos atos que, no exercício da profissão, 
praticar com dolo ou culpa, respondendo civil e penalmente pelas infrações éticas e ações que 
venham a causar dano ao paciente ou ao cliente e, principalmente; I - praticar atos profissionais 
que caracterizem: a) a imperícia; b) a imprudência; c) a negligência. II - delegar atos ou atribuições 
privativas da profissão de médico veterinário; III - atribuir seus erros a terceiros e a circunstâncias 
ocasionais que possam ser evitadas, mesmo quando solicitadas pelo cliente; IV - deixar de 
esclarecer ao cliente sobre as consequências socioeconômicas, ambientais e de saúde pública, 
provenientes das enfermidades de seus pacientes; V - deixar de cumprir, sem justificativa, as 
normas emanadas dos órgãos ou entidades públicas, inclusive dos Conselhos Federal e Regionais 
de Medicina Veterinária; VI - deixar de atender às requisições administrativas e intimações 
emanadas pelos órgãos ou entidades públicas dentro do prazo determinado; VII - praticar 
FIQUE DE OLHO
O seguro-saúde para animais domésticos é regulamentado por lei. Porém não é regido pela 
Agência Nacional de Saúde (ANS). São conhecidos como plano de saúde pet e oferecem uma 
ampla variedade de profissionais e procedimentos. Com o seu crescimento o CRMV precisou 
estabelecer na Resolução nº 1.275/2019 condições específicas para atendimento de animais 
de pequeno porte.
19
qualquer ato profissional sem consentimento formal do cliente, salvo em caso de iminente risco 
de morte ou de incapacidade permanente do paciente.
Na relação com outros parceiros de profissão, é vetado ao profissional médico veterinário 
condutas de maneira equivocadas. E para que não houvesse dúvidas de como proceder, o Código 
de Ética criado nesta Resolução, no capítulo VI, fala sobre essa relação:
Art. 10. É vedado ao médico veterinário: I - a conivência com o erro ou qualquer conduta antiética 
em razão da consideração, solidariedade, apreço, parentesco, amizade, inimizade ou ainda com 
finalidade de manutenção de vínculo empregatício; II – utilizar de posição hierárquica para impedir 
que seus subordinados atuem dentro dos princípios éticos; III - participar de banca examinadora 
estando impedido de fazê-lo; IV - negar sem justificativa sua colaboração profissional a colega que dela 
necessite; V - atrair para si, por qualquer modo, cliente de outro colega, ou praticar quaisquer atos de 
concorrência desleal; VI - fazer comentários desabonadores sobre a conduta profissional ou pessoal de 
colega; VII - desrespeitar as cláusulas dos contratos de sociedade ou as regras de contratos trabalhistas 
quando entre colegas; VIII - deixar de atender com cortesia colegas que necessite de orientação o na 
sua área de competência.
Quando o médico veterinário desenvolve serviços prestados, gera honorários que devem 
ser pagos pelo cliente. No Código Civil Brasileiro: “toda espécie de serviço e trabalho lícito 
pode ser contratado mediante remuneração”. Por isso, código de ética do médico veterinário 
prevê no capítulo VIII sobre essa questão de remuneração e ainda sugere que seja realizado em 
acordo com o cliente e por escrito, quando possível. Além do que, muitas vezes se depararem 
com situações em que o cliente atrasa ou não paga as consultas, por isso a importância de um 
contrato de prestação de serviços. Uma outra discussão importante é sobre a gratuidade dos 
serviços prestados que não é permitida, além de gerar preços abaixo do mercado por atividades 
profissionais desenvolvidas. No capítulo VIII, no Artigo 12 do Código de Ética, lista-se as normas 
para os honorários:
Art. 12. Os honorários profissionais devem ser fixados atendendo os seguintes requisitos: 
I - o trabalho e o tempo necessários para realizar o procedimento; II - a complexidade da atuação 
profissional; III - o local da prestação dos serviços; IV - a qualificação e o renome do profissional que o 
executa; V - a condição socioeconômica do cliente.
Observe os exemplos:
Quando não há um contrato que guarneça a prestação dos serviços, caberá ao médico 
veterinário provar que ocorreu tratamento médico. Já Houve casos em que o profissional 
necessitou averba ação judicial para provar com testemunhas o serviço prestado. (Apelação Cível 
nº 598123701. Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS).
 Um outro exemplo é quando o médico veterinário provou que realizou o atendimento, porém, 
o cliente não conseguiu atestar a quitação das atividades realizadas pelo profissional (Apelação 
20
com Revisão nº 1124927001, Comarca: Cubatão, Órgão Julgador: 34ª Câmara de Direito Privado).
Existem muitos conflitos gerados durante a prática médica veterinária, principalmente, 
quando se trata da expectativa do cliente em receber boas notícias ao tratamento do seu animal. 
Por isso, que procedimentos como eutanásia são tão difíceis na tomada de decisão. Um outro 
fator, são as divergências entre os próprios profissionais médicos veterinários tornando mais 
complicado de resolver, devido a convivência diária no trabalho. Na pesquisa o profissional pode 
encontrasse em situações conflituosas enquanto ao uso de animais em estudos e este tenha que 
ser sacrificado. Por isso, é importante que o profissional tenha seus princípios éticos e morais 
solidificados.
3 RELAÇÃO PROFISSIONAL COM O CLIENTE
Essa relação pode ser desde harmoniosa a conflituosa. Para tanto, o médico veterinário tem 
que estar disposto a enfrentar as diversas divergências que possam surgir. É importante que todo 
procedimento a ser realizado seja esclarecido e ambas as partes concordem com a prestação dos 
serviços.
3.1 Gestão das expectativas do cliente na Medicina Veterinária
A responsabilidade do médico veterinário na promoção do bem-estar animal é bem ampla, 
principalmente no que se refere a maneira comportamental e mental (MOLENTO, 2007). Para 
que esta atuação ocorra é necessária uma estreita relação entre humanos e animais; humanos e 
humanos (MOLENTO, 2007).
Os animais estão sendo tratados como parte da família. Por isso, muitos clientes não terão a 
visão do animal “como um animal” e muitas vezes, essa relação é intensa. Esse vínculo é tão forte 
que o mesmo procura serviços veterinários de qualidade e são extremamente exigentes. Para 
tanto é necessário que o profissional possa se posicionar e criar uma reestrutura e autoavaliação 
das atividades desenvolvidas. Nesse contexto é de suma importância que o médico veterinário 
consiga gerir as expectativas do cliente se comunicando de maneira adequada, utilizando todos 
os princípios que norteiam sua profissão, desde a situação de saúde ao qual o animal se encontra 
até o valor necessário para investimento em consultas e procedimentos (GOMES, 2017). 
A valorização do cliente durante o atendimento deve ser levada em consideração, o médico 
veterinário deve escutar o cliente, sem desprender ironias. Trazer o consumidor para participar 
do processo de solução do problema pode ser uma importante ferramenta para se chegar ao 
consenso sem conflitos.
21
3.2 Decisões conjuntas
Quando o cliente (dono do animal) é chamado para coopera com a solução do problema, 
decisões importantes, podem ser tomadas de forma conjunta e sem contendas. Um exemplo 
deste contexto é a indicação da eutanásia. Para tanto é importante que o médico veterinário 
explique para o tutor que a indicação está relacionada com a sobrevida, doenças graves e 
prognóstico desfavorável. E que a morte deverá ocorrer sem dor ou sofrimento (NAUTATH, 2015). 
Essa decisão deve ser realizada de maneira conjunta em que o tutor terá plena convicção de que 
será realizado o melhor para seu animal.
Um outro fator é conduta que será tomada na terapêutica do paciente. O dono do animaldeve 
compreender o porquê de cada procedimento, além dos riscos de vida ao qual o paciente será 
submetido. É importante que o veredito final seja em concordância de ambos envolvidos no processo.
4 CONDUTA NO AMBIENTE DO TRABALHO
As atitudes no ambiente de trabalho são imprescindíveis para a harmonia e respeito entre os 
profissionais. Quando ocorre desavenças essa relação se torna bastante intensa devido ao diário 
contato dos profissionais. E chegar na solução é uma necessidade.
4.1 Conflitos entre profissionais
Detectar problemas entre os profissionais de forma precoce é de suma importância para previr 
conflitos mais intensos. Em qualquer desacordo existe um motivo. Muitas vezes a explicação para 
o problema é fútil ou por falha na comunicação. Portanto é importante estabelecer possibilidades, 
boa comunicação e não existir favoritismo. É importante que tudo seja realizado de maneira justa 
e transparente (NAUTATH, 2015).
Um outro fator é que todos os profissionais devem conhecer as normas estabelecidas no 
código de ética do médico veterinário que fala das relações estabelecidas entres os profissionais. 
No código existe várias normativas que estruturam esta relação.
4.2 Pressão ocupacional
Existem muitas situações de estresse no dia-a-dia do médico veterinário e manter-se 
equilibrado é uma tarefa difícil, porém necessária. E muitas vezes o profissional médico veterinário 
se vê sozinho com toda carga que recebe. Quando há perda de animais durante procedimentos, 
as famílias em alguns casos descarregam toda carga emocional no profissional e que algumas 
vezes é desrespeitado (LESNAU; SANTOS, 2013). Nesse momento o habilitado necessita conter 
seus sentimentos e agir de maneira impessoal.
22
Um outro procedimento é durante a escolha da morte do animal, conhecida por eutanásia. 
Os efeitos psicológicos desenvolvidos em profissionais que realizam essa prática precisam ser 
debatidos. Muitas vezes esse profissional está submetido a uma carga emocional ao qual não se 
preparou e revisar sobre esse assunto é preciso (NAUTATH, 2015).
Em seus estudos, Nautath (2015, p.1) observou que:
O resultado fundamental deste estudo conclui que profissionais médico veterinários que 
participaram deste inquérito têm variedade grande de conflitos éticos e são afetados por sofrimento 
psíquico quando da realização de uma eutanásia, com infinidade de sentimentos envolvidos na 
questão. Os resultados recomendam um maior aprofundamento e reflexão sobre conflitos bioéticos 
existentes no profissional médico veterinário e necessidade de implementação de programas visando 
conhecer efeitos deletérios e agravos à saúde relacionados à profissionais envolvidos e formulação de 
mecanismos que possam atenuar danos ao profissional.
5 A CIÊNCIA DA BIOÉTICA
A questão dos direitos dos animais é bastante discutida. Porém deve haver uma discussão 
sobre o uso destes animais em experimentos científicos ou para gerar alimentos de forma 
coerente. O médico veterinário é um dos profissionais envolvido neste cenário, principalmente 
por ser responsável técnico de indústrias de produção de alimentos de origem animal ou até 
incumbidos de zelar por biotérios. Com tudo, a medicina veterinária tornou-se bastante envolvida 
nas capacidades para novas questões de biotecnológicas gerando reflexão sobre atitudes na vida 
dos animais (Almeida e Nunes, 2018). Além desse contexto é importante atentar-se para os 
direitos dos animais que sofrem com maus tratos, esse cenário sofreu modificação e já existem 
uma maior conscientização.
5.1 Qualidade de vida e bem-estar animal na Ciência
Entendendo que os animais são capazes de sentir e pensar, concordando com os princípios 
do bem-estar animal e reconhecendo que temos as devidas obrigações com eles, nos permite 
entender, que a utilização dos mesmos para qualquer finalidade vai além da ciência. Para tanto as 
discussões sobre o uso dos animais estão se tornando mais frequentes e Comitê de Ética para o 
Uso de animais tem sido criados (Almeida e Nunes, 2018).
5.2 Maus tratos aos animais
Foi criada a Resolução nº 1.236, de 26 de outubro de 2018 que normatiza sobre a questão dos 
maus tratos aos animais e regulamenta a conduta do médico veterinário nestes casos. No artigo 
4º (§2°) considera-se obrigação do médico veterinário a constatação de maus tratos:
§2° - O médico veterinário deve registrar a constatação ou suspeita de crueldade, abuso ou 
23
maus-tratos no prontuário médico, parecer ou relatório, e o zootecnista, em termo de constatação, 
parecer ou relatório, para se eximir da participação ou omissão em face do ato danoso ao(s) animal(is), 
indicando responsável, local, data, fatos e situações pormenorizados, finalizando com sua assinatura, 
carimbo e data do documento. Tal documento deve ser remetido imediatamente ao CRMV de sua 
circunscrição, por qualquer meio físico ou eletrônico, para registro temporal, podendo o CRMV enviar 
o respectivo documento para as autoridades competentes.
Finalmente, é importante, ressaltar que o profissional veterinário esteja atento às 
normativas atualizadas que envolvem a Ética, a moral e a Deontologia e seus respectivos 
conceitos. O gerenciamento de conflitos na prática profissional através de consenso e princípios 
de moral e ética.
24
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Conhecer os princípios elementares, suas diferenças e aplicabilidade.
• Compreender a legislação que norteiam as atividades do médico veterinário e os 
órgãos que realizam sua fiscalização (CFMV e CRMV).
• Aprender sobre os diversos conflitos profissionais.
• Entender como a Ética e a moral podem gerar consensos. 
• Relacionar como Bioética pode auxiliar o profissional na ciência e contra os maus 
tratos.
PARA RESUMIR
ALARCÃO, I. Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto Alegre: 
Artmed, 2001.
BRASIL. Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968. Dispõe sobre as sociedades por ações. 
Brasília, DF: Diário Oficial da União, 24 out. 1968. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/L5517.htm. Acesso em: 27 abr. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.794/08 de 8 de outubro de 2008. Regulamenta o Inciso VII do § 1º do 
Art. 225 da Constituição Federal, estabelecendo procedimentos para o uso científico de 
animais; revoga a Lei nº 6.638, de 8 de maio de 1979 e dá outras providências. Brasília, 
DF: Diário Oficial da União, 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm. Acesso em: 26 abr. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Decreto n° 64.704, de 17 de junho de 
1969. Aprova o Regulamento do exercício da profissão de médico veterinário e dos Con-
selhos de Medicina Veterinária. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1969. Disponível em: 
http://portal.cfmv.gov.br/lei/index/id/550. Acesso em: 24 abr. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução nº 1.000, de 11 de maio de 
2012. Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais e dá outras pro-
vidências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2012. Disponível em: http://portal.cfmv.
gov.br/lei/index/id/326. Acesso em: 27 abr. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução CFMV nº 1.041, de 13 de 
dezembro de 2013. Dispõe sobre a inscrição, registro, cancelamento e movimentação de 
pessoas física e jurídica, no âmbito da Autarquia, e dá outras providências. Brasília, DF: 
Diário Oficial da União, 2013. Disponível em: http://portal.cfmv.gov.br/lei/index/id/1026. 
Acesso em: 25 abr. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução nº 1.138, de 16 de de-
zembro de 2016. Aprova o Código de Ética do médico veterinário. Brasília, DF: Diário 
Oficial da União, 2016. Disponível em: http://portal.cfmv.gov.br/uploads/RESO%20
1.138_2016%20C%C3%B3digo%20de%20%C3%89tica%20do%20M%C3%A9dico%20Ve-
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CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução nº 1.177, de 17 de outubro 
de 2017. Enquadra as entidades obrigadas a registro ou cadastro no SistemaCFMV/
CRMV, revoga a Resolução CFMV nº 592, de 26 de junho de 1992, e dá outras providên-
cias. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2017. Disponível em: http://portal.cfmv.gov.br/
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CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução nº 1.236, de 26 de outubro 
de 2018. Define e caracteriza crueldade, abuso e maus-tratos contra animais vertebra-
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dências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2018. Disponível em: http://www.in.gov.br/
materia//asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/47542721/do1-2018-10-29-resolu-
cao-n-1-236-de-26-de-outubro-de-2018-47542637. Acesso em: 26 abr. 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução nº 1275, de 25 de junho 
de 2019. Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de Estabelecimentos 
Médico-Veterinários de atendimento a animais de estimação de pequeno porte e dá ou-
tras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2019. Disponível em: http://portal.
cfmv.gov.br/lei/index/id/1049. Acesso em: 25 abr. 2020.
GLOCK, R. S.; GOLDIM, J. R. Ética profissional é compromisso social. Porto Alegre: Mundo 
Jovem, 2003.
GOMES, D. F. C. P. O comportamento do consumidor face aos animais de estima-
ção: expectativa dos serviços prestados. 109f. Dissertação (Mestrado) - Instituto 
Politécnico de Bragança, Porto, 2017. Disponível em: https://recipp.ipp.pt/bits-
tream/10400.22/13004/1/Daniel_Gomes_MGO_GestaodeEmpresas.pdf. Acesso em: 25 
abr. 2020.
LESNAU, G. G.; SANTOS, F. S. Formação dos acadêmicos de medicina veterinária no pro-
cesso de morte e morrer. Bioscience, v. 29, n. 2, p.429-433, 2013.
MOLENTO, C. F. M. Bem estar animal: qual é a novidade? Acta Scientiae Veterinariae, 
v.35, n.2, p.224-226, 2007.
NAUTATH, P. E. A eutanásia na prática clínica veterinária: conflitos bioéticos envolvidos 
na tomada de decisão. 174f. Dissertação (Mestrado em Bioética) - Universidade Federal 
Fluminense, Faculdade de Medicina, 2015. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/hand-
le/1/5560. Acesso em: 25 abr. 2020.
RASCHE, F. Ética e Deontologia: o papel das associações profissionais. ACB, v. 10, n. 
2, p. 175-188, jan. 2006. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/
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REZENDE, M. B. Ética e moral. Rev. Para. Med., Belém, v. 20, n. 3, p. 5-6, set. 
2006. Disponível em: http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S010159072006000300001&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 abr. 2020.
UNIDADE 2
Código de ética e direitos dos ani-
mais no ensino e pesquisa
Você está na unidade Código de Ética e Direitos dos animais no ensino e pesquisa. Conheça 
aqui os deveres do profissional de Medicina Veterinária, responsabilidade técnica e sua 
legislação, charlatanismo, penalidades e direitos dos animais. Vamos começar?
Bons estudos!
Introdução
29
1 DEVERES DO PROFISSIONAL
O profissional de Medicina Veterinária possui deveres a cumprir no decorrer do exercício 
diário de sua profissão, conforme o Código de Ética, aprovado pela Resolução CFMV nº 1.138 
de dezembro de 2016, que entrou em vigor no dia 09 de setembro de 2017, Dia do médico 
veterinário. No capítulo II, no seu Artigo 6º do Código de Ética constam os deveres do médico 
veterinário, são eles:
I.
“aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico 
em benefício dos animais, do homem e do meio-ambiente”. Ou seja, o profissional em 
Medicina Veterinária, deve buscar meios de atualização de seu conhecimento a fim de agregar 
ao já adquirido durante sua graduação, por meio de pesquisas, cursos, pós graduações ou 
especializações trazendo com isso benefício não só para si próprio, mas também para o meio que 
o cerca e aos animais.
II.
“exercer a profissão evitando qualquer forma de mercantilismo”. O médico veterinário deve 
evitar valores abusivos ou extremamente abaixo do mercado, pela prestação de seus serviços.
III.
“combater o exercício ilegal da Medicina Veterinária denunciando toda violação às funções 
específicas que a ela compreende”. O profissional de Medicina Veterinária tem a obrigação de 
denunciar toda e qualquer forma de exercício ilegal da profissão, a fim de evitar o charlatanismo.
IV.
“assegurar, quando investido em função de direção, as condições para o desempenho 
profissional do médico veterinário”. Quando em cargo de chefia, o profissional deve garantir que 
equipe tenha todas condições necessárias para o exercício da profissão com excelência.
V.
“relacionar-se com os demais profissionais, valorizando o respeito mútuo e a independência 
profissional de cada um, buscando sempre o bem-estar social da Comunidade”. O bom 
relacionamento e respeito mútuo não se restringe apenas a outros colegas de profissão, mas 
também com demais profissionais, mantendo a ética.
30
VI.
“exercer somente atividades que estejam no âmbito de seu conhecimento Profissional”. Um 
exemplo prático: Em uma manhã aparece em sua casa, um tutor com seu gato apresentando 
lesões sérias dermatológicas, solicitando uma consulta. Você é médico veterinário que tem 
por especialidade inspeção sanitária. O mais indicado, visto que não abrange sua área de 
conhecimento, a fim de evitar um possível diagnóstico errôneo, encaminhá-lo a uma clínica 
veterinária onde o animal terá o devido atendimento e acompanhamento por especialista.
VII.
“fornecer informações de interesse da saúde pública e de ordem econômica às autoridades 
competentes nos casos de enfermidades de notificação obrigatória”. Há diversas doenças que 
quando se tiver o conhecimento, o médico veterinário deve proceder com a notificação, entre 
elas a Raiva e a febre aftosa.
VIII - denunciar pesquisas, testes, práticas de ensino ou quaisquer outras realizadas com animais
sem a observância dos preceitos éticos e dos procedimentos adequados;
IX - não se utilizar de dados estatísticos falsos nem deturpar sua interpretação científica;
X - informar a abrangência, limites e riscos de suas prescrições e ações profissionais;
XI - manter-se regularizado com suas obrigações legais junto ao seu CRMV;
XII - facilitar a participação dos profissionais da Medicina Veterinária nas atividades dos órgãos 
de classe;
XIII - realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados, observando princípios básicos de 
saúde pública, legislação de proteção aos animais e normas do CFMV;
XIV - não se apropriar de bens, móvel ou imóvel, público ou privado de que tenha posse, em razão 
de cargo ou função, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem;
XV - comunicar ao CRMV, com discrição e de forma fundamentada, qualquer fato de que tenha 
conhecimento, o qual possa caracterizar infração ao presente código e às demais normas e leis que 
regem o exercício da Medicina Veterinária;
XVI – comunicar aos órgãos competentes e ao CRMV de sua jurisdição as falhas nos regulamentos, 
procedimentos e normas das instituições em que trabalhe, sempre que representar riscos a saúde 
humana ou animal.
31
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2 TRABALHADORES X EMPRESAS – 
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
A Medicina Veterinária tem opções de diferentes campos de atuação: clínica médica ou 
cirúrgica de pequenos animais, clínica de equinos, reprodução, inspeção, fisioterapia e muitas 
outras.
Figura 1 - Atuações do médico veterinário 
Fonte: Tyler Olson, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem é uma fotografia de uma médica veterinária aplicando uma injeção 
em um cachorro de pequeno porte.
Mas, uma atividade ainda pouco aproveitada pelos profissionais, porém muito necessária, é 
a de Responsável Técnico. Sendo uma área que pode ser bastante rentável. Porém, deve se ter 
32
cuidado: é preciso atender às regras exigidas pelos conselhos de classe para evitar as penalidades 
previstas em legislação.
O médico veterinário pode ser Responsável Técnico (RT) de estabelecimentos que trabalhemcom a criação, manipulação, comercialização de animais, bem como com a prestação de serviços 
ou vendas de produtos de origem animal, entre outras atividades. Algumas empresas são 
obrigadas por lei a ter em seu quadro de funcionários um profissional RT, por exemplo, uma 
agropecuária com venda de medicamentos, um laboratório credenciado para diagnósticos oficiais 
em saúde animal.
A regulação da atividade de RT se dá pela Resolução nº 683 de 16 de março de 2001 do 
Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). De acordo com essa norma, toda a prestação 
de serviço na área da Medicina Veterinária realizada por pessoa física é passível de Anotação 
de Responsabilidade Técnica (ART), que é a forma pela qual ao profissional RT vai registrar as 
atividades técnicas solicitadas através de contratos (escritos ou verbais) para qual foi contratado.
A atividade de RT é extremamente similar com a de um fiscal sanitário que deve obedecer às 
legislações e regulamentações vigentes da Vigilância Sanitária, dos órgãos de controle municipais, 
estaduais e federais. Para tal, o interesse público deve vir antes o privado, considerando que 
o objetivo é a garantia da saúde e qualidade da cadeia produtiva, bem como bem-estar dos 
consumidores. Contudo, o RT deve também aglutinar valor ao produto ou serviço prestado, além 
de contribuir para o desenvolvimento do empreendimento para qual presta serviço.
Ser o Responsável Técnico em um estabelecimento significa responder não apenas legalmente 
pela parte técnica, mas também eticamente por tudo que é feito na empresa. O profissional RT 
deve ter a ciência de que sua função não é unicamente referente a empresa, mas que seu dever 
é de proteger a sociedade contra abusos e danos.
Faz parte de seu trabalho, realizar registros de todos os atos administrativos como 
procedimentos preventivos e corretivos das situações encontradas e cursos de capacitação 
realizados pela equipe. A atividade de Responsável Técnico só pode ser realizada por profissionais 
formados em Medicina Veterinária, com devido conhecimento na área e que tenham registro no 
conselho de classe do seu estado.
Montezuma (2017, s.p.) elenca alguns pontos importantes que devem ser considerados ao 
receber a proposta para atuar como RT em um estabelecimento:
É primordial a conversa com o proprietário ou representante da empresa sobre os assuntos 
relativos a atividade a ser realizada, como por exemplo, a necessidade de melhora contínua dos 
padrões técnicos, a carga horária semanal a ser contratada e a remuneração a ser paga pelo serviço a 
ser prestado.
33
O profissional em Medicina Veterinária deve possuir o conhecimento da legislação relativa à 
atividade desempenhada pelo empregador, bem como conhecer toda a cadeia produtiva desde a 
compra de matéria prima até o produto final que chega ao consumidor, checando e prevendo possíveis 
imprevistos.
Providenciar o registro de nova Anotação Responsabilidade Técnica junto ao CRMV na região onde 
a empresa realiza suas atividades.
Referente à remuneração, a Lei nº 4.950-A, de 22 de abril de 1966 dispõe sobre a remuneração 
de médicos veterinários. Na mesma Lei, ficou estabelecida a remuneração referente às atividades 
que necessitam de seis ou mais horas diárias. A mesma, não prevê situações em que o RT precise 
de menos que isso, ou seja, seis horas diárias para o desenvolvimento das atividades para o qual foi 
contratado. O que se encontra são legislações que os CRMVs publicam com a finalidade de normatizar 
esse assunto. O CRMV do Rio Grande do Sul, por exemplo, estabelece que se deve ter por base o 
salário mínimo profissional do médico veterinário, estabelecido pela Lei n° 4.950-A/66 (CRMV, 2005).
Deve ainda ressaltar que na remuneração deve levada em conta o trabalho a ser realizado 
somando-se a isso, as horas efetivamente trabalhadas no local e horas gastas na preparação 
dos relatórios e anotações. Também, deve ser observado e negociado o devido ressarcimento 
referente a deslocamentos e desgastes de equipamentos que forem utilizados.
Um equívoco frequente que ocorre, é que alguns profissionais Médicos Veterinários pensam, que 
só são responsáveis pelo o que ocorre dentro do local de trabalho, apenas quando está cumprindo sua 
carga horária, e não por todo o período que durar seu contrato de prestação de serviço. O que não é 
verdade. Isso é importante de ser observado, visto que mesmo quando o RT já tenha solicitado a baixa 
de sua Anotação de Responsabilidade Técnica, por exemplo, no caso de produtos que possuem prazos 
maiores de validade, sua responsabilidade vai durar por igual período.
A carga horária de trabalho do profissional Responsável Técnico, vai variar de acordo com cada 
Estado. Com isso, deve ser sempre consultado o manual de responsabilidade técnica do CRMV 
da região em que será prestado o serviço. Em Minas Gerais, a carga horária mínima semanal, por 
estabelecimento, deve ser de 6 horas e no máximo 48 horas semanais, conforme estipulado na 
Resolução nº 357/2016 (CRMV/MG, 2016). Em São Paulo, é determinada apenas a carga horária 
FIQUE DE OLHO
Estudante, você sabe quais os procedimentos necessários para cadastrar uma nova 
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)? Eles são de extrema importância para o 
exercício legal como profissional RT. 
34
máxima, que é de 48 horas. Ficando a cargo do profissional RT estipular o período que deve estar 
presencialmente em cada estabelecimento (CRMV/SP, 2019). Já no Estado do Paraná, o tempo de 
permanência depende do volume de trabalho no estabelecimento, não podendo ultrapassar 56 
horas semanais (CRMV/PR, 2014).
A quantidade de estabelecimentos em que o veterinário pode atuar como Responsável 
Técnico, vai depender das regras estabelecidas para o estado em que ele reside. Por exemplo, 
se o veterinário mora em um local onde a carga horária mínima é de 6 horas e o máximo é de 48 
horas semanais, ele poderá ter até 8 estabelecimentos sob sua responsabilidade. Lembrando que, 
o profissional RT deve ir a todos os estabelecimentos em que atua durante a semana.
Além de preencher todos os requisitos listados anteriormente, o médico veterinário RT precisa 
estar sempre atualizado e devidamente capacitado. Isto, porque a falta de conhecimento das 
legislações vigentes ou um entendimento errôneo delas pode acarretar atrasos na produtividade 
de indústrias e das empresas prestadoras de serviços, além de poder trazer grandes prejuízos 
financeiros direta ou indiretamente as mesmas. Como dito anteriormente, na atuação profissional 
do RT, o interesse público deve vir antes do interesse privado, suas decisões devem ser amparadas 
no conhecimento técnico para mostrar vícios, defeitos ou práticas comerciais que possam 
comprometer a qualidade do produto ou serviço com a finalidade de garantir ao consumidor 
final um produto e/ou serviço de qualidade, por vezes podendo ir contra aos interesses de seu 
empregador, por isso uma ação preventiva é importante, sendo a mais adequada e menos cara do 
que a ação corretiva (MONTEZUMA, 2017).
Lembrando que fornecer produtos ou serviços inadequados ao consumidor é de 
responsabilidade do RT e da empresa, mas é sobre o profissional RT que recai a maior parte 
da responsabilização, pois ao saber da irregularidade, ele tem por dever cessar qualquer 
fornecimento ou prestação de serviços aos consumidores. Junto a isso, é preciso que seja sempre 
realizado o registro administrativo para comprovar seus atos, de que é feita a oferta de cursos 
de capacitação para quadro de colaboradores, ações preventivas e corretivas frente situações 
encontradas de irregularidades, sendo importante guardar os comprovantes da escrituração para 
se isentar de responsabilidades em caso de extravio ou perda.
Os estabelecimentos devem sempre possuir um livro para uso exclusivo, com as páginas 
numeradas, a fim do RT realizar os registros de suas atividades, de suas orientações e averiguações, 
que devem estar sempre à disposição da fiscalização oficial para fins de comprovaçãoda atuação 
do mesmo e dos devidos registros. O Responsável Técnico, em caso da comprovação da presença 
de irregularidades, poderá responder por negligência, imperícia, imprudência e omissão de 
sua atuação profissional, podendo implicar em indenização, processo ético e até a prisão 
(MONTEZUMA, 2017).
35
Um médico veterinário que atue como RT desde faça tudo conforme normatizado em 
legislação e regulamentações específicas, com ações preventivas e com a seriedade e ética, bem 
como realizando a escrituração administrativa, a atividade exercida pode vir a ser uma forma 
de destacar o profissional qualificado e com isso seu reconhecimento, bem como oferecer ao 
mercado produtos de qualidade (MONTEZUMA, 2017).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3 CHARLATANISMO, CASOS MAIS COMUNS DE 
DENÚNCIAS
Assim como em outras profissões, em Medicina Veterinária existem muitos indivíduos 
que acreditam, que mesmo sem possuir a devida formação profissional específica, possuem a 
capacidade e habilidade na realização e execução de atividades que são privativas de profissionais 
formados em Medicina Veterinária, são os conhecidos charlatões. Esses indivíduos duvidosos 
podem prejudicar o estado de saúde de um paciente, causar a disseminação de agentes 
patogênicos e de doenças sem nenhuma forma de controle adequada, causar danos à saúde 
animal e humana, além de causar o óbito de animais devido a diagnósticos errôneos e/ou 
tratamentos inadequados.
Conforme, o Código Penal, em seu Artigo 283, charlatanismo é a exploração da credulidade 
pública, por meio de práticas pseudocientíficas, apregoadas por alguém com vantagens para si, 
pecuniárias no não, ludibriando a outros por inculcar ou anunciar cura através de meio secreto 
ou infalível. Caracterizado como um crime praticado contra a saúde pública. Podendo ser aplicada 
penalidade de detenção, de três meses a um ano e multa (BRASIL, 2017).
É importante ressaltar que, mesmo havendo a necessidade de pessoas com capacitação a 
36
fim de prestar algum auxílio aos profissionais Médicos Veterinários, de acordo com a Lei nº 5.517 
de 23 de outubro de 1968, é privativo do médico veterinário o exercício da prática da clínica em 
todas as suas modalidades e a assistência técnica e sanitária aos animais sob qualquer forma 
(BRASIL, 1968)
Porém, a população em geral tem certa dificuldade em diferenciar o profissional médico 
veterinário de um charlatão, mesmo o cidadão possuindo o direito de exigir a apresentação da 
carteira de registro do profissional que está prestando o serviço. Esta prática muitas vezes pode 
até gerar um certo desconforto por parte do profissional e constrangimento para ambas as partes, 
embora não seja caracteriza como infração. 
Diante de uma situação de charlatanismo, a vítima ou o médico veterinário deve dirigir-se à 
delegacia de polícia mais próxima de onde o fato tenha ocorrido, registrar o fato e colaborar para que 
esta prática seja completamente interrompida, a fim de que o indivíduo seja penalizado, bem como a 
valorização e o reconhecimento do profissional cada vez sejam mais evidenciados (TELES, 2015).
O CRMV-RS (2017) tem reforçado constantemente a importância das denúncias e o empenho 
da classe médico veterinária e zootécnica contra o charlatanismo. Conforme o ex-presidente do 
CRMV-RS (LORENZONI, 2016), o exercício ilegal da Medicina Veterinária é considerado apenas 
contravenção nos termos do Artigo 47 da Lei de Contravenções Penais: “Exercer profissão ou 
atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições que por lei está 
subordinado o seu exercício: Pena: prisão simples, de 15 dias a 3 meses, ou multa” (BRASIL, 1941).
Tramita no Congresso um projeto de lei, que transforma esta prática em crime, passível de 
punição com 3 a 4 anos de cadeia. Este projeto de lei, em 2020, ainda se encontra em tramitação, 
tendo sido apensado ao mesmo o PL 166/2020 no qual tipifica o exercício ilegal em Medicina 
Veterinária no Artigo 282 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (BRASIL, 2017).
2016
Em 2016, no Espírito Santo, o CRMV/ES recebeu uma denúncia de que um estudante de 
Medicina Veterinária estaria oferecendo seus serviços sem estar ainda formado e devidamente 
registrado no CRMV/ES. Não foi possível instaurar um processo ético, pois o mesmo só é realizado 
com profissionais devidamente registrados junto ao seu conselho. A denúncia foi encaminhada ao 
Ministério Público (MP), o qual após audiência, firmou acordo com o acusado, no qual extinguiu 
a penalidade, mediante a prestação pecuniária e sem possibilidade de mais ações do Conselho 
Regional de Medicina Veterinária (CRMV/ES, 2017).
2018
Outro de relato de prática ilegal de Medicina Veterinária ocorreu na Bahia em 2018, onde foi 
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realizada a denúncia a autarquia de que uma profissional de fisioterapia oferecia seus serviços de 
exercícios e fisioterapias em animais com problemas ortopédicos, neurológicos, estresse e recém-
operados. Cabendo recurso da pena de repreensão ao Conselho Federal de Fisioterapia. Apesar 
disso, a profissional não ficou impedida de continuar em atividade na área de sua formação, 
visto que o PL 7.323/2014 que torna crime a prática ilegal de Medicina Veterinária ainda não foi 
aprovado, como mencionado anteriormente (CRMV/BA, 2019).
2019
Também na Bahia, em 2019, ocorreu mais um caso de prática ilegal da profissão. Um rapaz 
que alegava ser estudante de Medicina Veterinária, praticava a profissão utilizando o registro 
de outro profissional, e ainda trabalhava em estabelecimento não registrado pelo CRMV/BA. 
O denunciado aceitou, em audiência, a proposta de transição penal elaborada pelo Ministério 
Público, sendo condenado a uma pena restritiva de direitos, consistente no pagamento de cestas 
básicas (CRMV/BA, 2019).
2020
Mais recentemente, no Rio Grande do Norte, o CRMV/RN flagrou em diversas cidades a 
prática de exercício ilegal da profissão, como o funcionamento de estabelecimento clandestino, 
sem registro, sem Responsável Técnico registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária, 
venda de medicamentos e aplicação de vacinas por charlatão em pet shop. Além do processo 
administrativo, os envolvidos poderão responder judicialmente. Os autos foram encaminhados 
para o Ministério Público e à Vigilância Sanitária, para a ciência e as devidas providências cabíveis. 
Entre as penalidades impostas aos estabelecimentos flagrados com atendimento por charlatães, 
o CRMV-RN aplicou o previsto pela Resolução CFMV 682, em seu Artigo 8º: “A pessoa jurídica 
comerciante de produtos veterinários que permitir a vacinação de animais ou qualquer outra 
prática da clínica veterinária em seu estabelecimento pagará multa no valor de R$ 18.000,00 
(dezoito mil reais), dobrada na reincidência até o limite de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais)” 
(CRMV/RN, 2020).
E quais providências tomar quando saber de uma prática ilegal da profissão de médico 
veterinário? Segundo os CRMVs, devem ser tomadas seguintes providências:
A) Se foi presenciada a prática ilegal:
- Ir até a Delegacia de Polícia mais próxima e registrar um boletim de ocorrência (BO), narrando 
o fato presenciado com todos os detalhes possíveis, acompanhado de uma ou duas testemunhas 
que também tenham presenciado o ocorrido. Será considerada uma testemunha apta quem não for: 
menor de 16 (dezesseis) anos ou incapaz; parentes próximos do comunicante do fato; amigos íntimos.
- Encaminhar o Boletim de Ocorrência para o CRMV, para que a Assessoria Jurídica possa tomar as 
medidas legais necessárias e encaminhamento ao Ministério Público Estadual.
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B) Tem conhecimento sobre prática ilegal por terceiros:
- Fazer uma declaração por escrito, contendo: nome, endereço, CPF e RG do informante; o nome 
e endereço da pessoa ou estabelecimento que está praticando o exercício ilegal da profissão; e a 
informação, propriamente dita. O informante deve datar e assinar a respectiva declaração.
- Verificar a possibilidade do informante servir de testemunha

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