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1 ANESTÉSICOS GERAIS Anestésicos gerais: Drogas drepressoras que produzem perda parcial ou total da sensibilidade da dor, que pode ser acompanhada pela perda da consciência Anestesia: Estado de insensibilidade produzida pelos anestésicos OBS: anestésicos NÃO inibem a dor (não são analgésicos) 1844: óxido nitroso (N2O): Demonstração Horace Wells (dentista) do gás ilariante. Percepção de efeito anestésico, acidental, em um voluntário, que tinha machucado sua perna Éter etílico: Willianm Morgan Clorofórmio: James Simpson’s Pouco depois ANESTÉSICOS GERAIS: Depressores NÃO SELETIVOS, mas REVERSÍVEIS do SNC (Sistema Nervoso Central) Concentração dos agentes anestésicos nos tecidos nervosos “profundidade” da anestesia (estágios) Estágio 1: ANALGESIA: Depressão branda dos centros corticais superiores, adequada para procedimentos cirúrgicos que não requerem relaxação muscular extensiva Obs: relativo à depressão dos centros corticais e talâmicos, responsáveis transmissão do estímulo da dor. Causa perda da consciência e não resposta analgésica. O anestésico ideal é aquele que provoca indução e recuperação da anestesia rápidas e agradáveis para o doente, ao mesmo tempo possuido uma profundidade de anestesia apropriada para a cirurgia a ser realizada, promovendo um adequado relaxamento muscular. Deve ter, também uma boa margem de segurança para o doente, não apresentando reações adversas. INDUÇÃO - MANUTENÇÃO – RECUPERAÇÃO (emergência) 2 Estágio 2: DELIRIO (Perda da consciência): Movimentos musculares não coordenados associados com delírio, incontinência urinária e respostas correlatas Obs: Excitação como resultado da depressão do centro motor cortical, resultando na atividade involuntária exxtensiva. Estágio 3: ANESTESIA CIRÚRGICA: Subdividida em quatro planos, representando aumento progressivo da anestesia profunda Obs: 1º perda dos reflexos espinhais, 2o.diminuição dos reflexos musculares, 3o paralisia dos músculos intercostais, 4º desaparecimento do tônus muscular Estágio 4: PARALISIA RESPIRATÓRIA: Quando éter etílico é usado como modelo. Mais corretamente referido ao estágio tóxico ou estágio de “overdose”, envolvendo cessação respiratória e vasomotora. Obs: redução da atividade reflexa FOYE, W. O , Principles of Medicinal Chemistry 3 1 - ANESTÉSICOS POR INALAÇÃO (VOLÁTEIS) GASES: O N- N+ O Óxido de etileno Óxido nitroso (gás hilariante) Xenônio (em fase experimental) Óxido nitroso: -É o menos potente anestésico em uso atualmente. Não é utilizado sozinho. (MAC 105%) (concentração alveolar mínima do anestésico MAC: % atm) -Adição de N2O à O2, e combinado com outro anestésico mais potente propicia uma menor concentração do mais potente (e caro) anestésico, diminuindo inclusive efeitos colaterais daquele. - Mistura de 70% N2O e 30% de O2, propicia a redução de ½ até 2/3 da concentração do anestésico mais potente, caro e mais tóxico. (geralmente utilizado para manutenção da anestesia) LÍQUIDOS VOLÁTEIS: 1- Éteres 2- Hidrocarbonetos halogenados 3- Éteres halogenados (mais utilizados atualmente) Inalaçao, via vaporisador calibrado (geralmente utilizado para manutenção da anestesia) 4 1 - ANESTÉSICOS POR INALAÇÃO (VOLÁTEIS) LÍQUIDOS VOLÁTEIS: alguns halogenados e óxido de etileno 1051,10,47gás-88,46Óxido de etileno 6,01,30,4566423,5Desflurano 2,01,70,6516058,5Sevoflurano 1,61,41,817556,5Enflurano 1,22,61,425048,5Isoflurano 0,752,92,324350,2Halotano MAC (% de 01 atm) Coeficiente de partição cérebro/san gue (37oC) Coeficiente de partição sangue/gás (37oC) Pressão de vapor à 20oC (mm Hg) Ponto ebulição (oC) anestésicos MAC – concentraçao alveolar mínima, que é requerida para produzir imobilidade em 50% de humanos de meia idade ANESTÉSICOS LÍQUIDOS VOLÁTEIS: ex. éteres halogenados F3C CH2 O CH CH2 fluoxeno Cl2CH CF2 O CH3 metoxiflurano F3C ClCH O CHF2 isoflurano FClCH CF2 O CHF2 enflurano (CF3)2CH O CH2F sevoflurano desflurano F3C CHF O CHF2 5 Características ideais para um anestésico, por inalação 1- Não ser inflamável, 2- Ser barato, 3- Requerer equipamentos não-complicados para administração (vaporizadores), 4- Produzir adequada relaxação muscular, 5- Produzir indução da anestesia rápida e não complicada e de emergência, 6- Não ter efeito no miocárdio ou respiração, em doses anestésicas, 7- Ser quimicamente e metabolicamente estável, 8- Ser suficientemente potente para permitir suprimento de oxigênio adequado MECANISMO DE AÇÃO - VOLÁTEIS Deprimem não-seletivamente o Sistema Nervoso Central (SNC) por um mecanismo FÍSICO-QUÍMICO. Devem a sua ação anestésica às propriedades físico-químicas e não à complexação com um receptor farmacológico Anestésicos voláteis: medicamentos estruturalmente inespecíficos Teoria dos lipídeos: Coeficiente de partição Teoria das interações anestésicos-membrana: Anestésicos se dissolvem nas membranas e causam desordem ou aumento da fluidez dos constituintes lipídicos, causando expansão da membrana, resultando na compressão dos constituintes da membrana Canais de íons e receptores excitatórios não mais funcionam devidamente 6 Relação estrutura química / atividade / toxicidade dos anestésicos inaláveis Hidrocarbonetos (alcanos, alquenos e alquinos) -Aumento da atividade anestésica com aumento da série homóloga (aumento do comprimento da cadeia) - Alta toxicidade, principalmente ao sistema cardio-vascular (maioria deles), exclui a maioria como anestésicos gerais. - Ciclopropano foi o único extensivamente utilizado na clínica, mas devido às propriedades explosivas, teve uso descontinuado. Éteres não halogenados -Éteres hidrocarbonetos, de baixo peso molecular: atividade anestésica. Toxicidade aumenta com aumento da cadeia hidrocarbônica. - Éteres alicíclicos, alcânicos, alquênicos e alquínicos investigados como anestésicos, mas somente etil e vinil éteres substituídos tem uso clínico - Introdução de insaturação na cadeia alifática do éter aumenta potência e encurta indução e emergência., mas reduz estabilidade e frequentemente aumenta toxicidade - Todos éteres são inflamáveis e formam misturas explosiva com gases anestésicos 7 Agentes anestésicos halogenados Relação estrutura química / atividade / toxicidade dos anestésicos inaláveis -Adição de átomo de halogênio à hidrocarbonetos e éteres: diminui ou elimina inflamabilidade e aumenta potência anestésica - Muitos Compostos halogenados produz alta incidência de indesejável arritmias cardíacas e danos hepáticos e renais, não sendo utilizados - Compostos halogenados contendo somente bromo, não são usados como anestésicos, por causa da baixa volatilidade e estabilidade - No entanto, Compostos bromados contendo outros halogênios, cloro ou flúor, como o Halotano (CF3-CHBrCl), são úteis em anestesia. - Hidrocarbonetos apenas clorados tem uso muito limitado (clorofórmio, cloreto de etila, tricloroetileno): alta hepatotoxicidade e produz arritmias cardíacas. - Hidrocarbonetos e éteres fluorados (ver a seguir) Relação estrutura química / atividade / toxicidade dos anestésicos inaláveis Agentes anestésicos FLUORADOS -Anestésicos volateis mais recentes: Hidrocarbonetos e éteres fluorados Halotano foi o primeiro (CF3-CHBrCl), seguido pelo Fluoxeno (F3C-CH2-O-CH=CH2) e metoxiflurano (Cl2CH-CF2-O-CH3). Novos agentes anestésicos como: desflurano (F3CFCH-O-CHF2) e sevoflurano (CF3)2CH- O-CH2F são resultado da busca por “perfeitos anestésicos” - Fluoração de éteres ou hidrocarbonetos conferem várias propriedades: 1) diminui inflamabilidade, 2) fluoração de hidrocarbonetos diminui ponto de ebulição, permitindo o uso de certos esqueletos hidrocarbonetos, impróprios na forma não halogenada, 3) Arritmias catecol-induzidas diminuem,quando flúor substitui outro átomo de halogênio, 8 (CF3)2CH O CH2F Sevoflurano (uma dos mais utilizados, Abbott Lab. 1990) -Líquido incolor não inflamável (p. ebulição 58,5oC) “cheiro doce” - Mecanismo de ação não esclarecido - Administração, inalação via vaporizador calibrado, geralmente misturado à óxido nitroso e oxigênio. - Indução da anestesia 5-8 %, manutenção: 0,5 – 3,0 % - Excepcionalmente insolúvel no sangue; concentração alveolar enriquece muito rapidamente com inspiração, resultando em rápida indução de anestesia. - SNC: principal efeito é a anestesia geral, pouco efeito analgésico. Diminui a resistência vascular cerebral e da taxa metabólica cerebral. Aumenta a pressão intracraniana de forma dose- dependente. Não causa atividade EEG epileptiforme - Distribuição: Inicialmente as áreas de alto fluxo sanguíneo (cérebro, coração, fígado e rim). Mais tarde, os órgãos menos bem perfundidos - Metabolismo: Via hepática citocromo P450IIEI, que produz o hexafluoroisopropanol, que posteriormente é conjugado com a seu glucoronídeo. Apenas 3% da dose absorvida é metabolizada - Excreção: através dos pulmões, predominantemente inalterada. A eliminação é rápida, devido à sua baixa solubilidade SÍNTESE DO DESFLURANO United States Patent 5205914 Rozov , Huang , Vernice O F F CF3 F F3C CH3O O F OCH3 F3C HO O F OCH3 F3C F O CH3 F3C F O Cl ClF3C F O F F metanol OH(aq.) ∆ Glicol OH(aq.) descarboxilação aquecimento Cl2 hν BrF3 SbCl5 SÍNTESE DO HALOTANO Cl Cl Cl H Cl H H F F F Cl H Br F F F HF, SbCl3 130oC Br2 450oC 9 2 - ANESTÉSICOS INJETÁVEIS (intravenosos) (geralmente utilizado para INDUÇÃO da anestesia) CETAMINA Cloridrato de 2-(o-clorofenil)-2-metilamino-cicloexanona -Cetamina (Ketalar ® ): anestésico injetável potente e de rápida ação, com curta duração de ação. -Utilizado para procedimentos cirúrgicos curtos (10 – 25 min), que não requerem relaxação muscular esquelética. -Produz anestesia, por bloquear os efeitos do glutamato, um dos primários neurotransmissores do cérebro, -Cetamina se liga no canal do receptor NMDA-controlado (ver figura a seguir) -Este bloqueio do canal poderia impedir a transmissão sináptica excitatória e também atenuar o aumento nos níveis de cálcio intracelular, evocada pelo glutamato ou NMDA Cetamina promove anestesia dissociativa: Anestesia que promove amnésia, estado cataléptico e anestesia profunda, onde o paciente apresenta sensação de dissociação com o ambiente (sonhos e alucinações) 10 Cetamina: bloqueio da sinapse excitatória SÍNTESE DA CETAMINA Ciclopentil-grignard Agitação (3 dias) Solvente hidrocarboneto α-bromocetona CH3NH2 OH-, H2O 1-hidroxiciclopentil-(o- clorofenil)-cetona-N- metilimina Cetamina o-clorobenzonitrila o-clorofenil-ciclopentilcetona rearranjo H 11 2 - ANESTÉSICOS INJETÁVEIS (intravenosos) (continuação) Barbitúricos são hipnóticos e sedativos, mas de acordo com o padrão de substituição, prevalece o efeito anestésico. R” H Anestésico barbitúrico clássico 12 Controla canal íon cloreto Barbitúricos e benzodiazepínicos promovem o aumento alostérico da abertura dos canais de cloreto GABA se liga em seu receptor, abrindo o canal de cloreto : hiperpolarização do neurônio Canal de íon cloreto: localizado na sinapse inibitória, nas células piramidais. GABA: neurotransmissor inibitório (sinapse inibitória SÍNTESE CLÁSSICA DE BARBITÚRICOS NH2 NHX R O YO R' R" YO O HN N O O R' R" R X + Uréia ou tio-uréia substituída Éster do ácido malônico dissubstitídos Barbitúricos variados X = O, S, Se Y = alquila R = H, CH3 R’ = H, alquila, arila R” = H, alquila, arila NaOEt ou Mg(OEt)2 13 2 - ANESTÉSICOS INJETÁVEIS (intravenosos) (continuação) - BENZODIAZEPÍNICOS Serão estudados na aula de “ansiolíticos” R1 = H (anestésico) O NH2 Cl O O HCl.H2N N N O H Cl N N O H3C Cl SÍNTESE CLÁSSICA DO DIAZEPAM Amino-Benzofenona substituída Glicina esterificada piridina (CH3)2SO4 EtONa Br O Br Pode ser utilizado ao invés da glicina 14 2 - ANESTÉSICOS INJETÁVEIS (intravenosos) (continuação) - PROPOFOL 2,6-diisopropilfenol PROPOFOL: anestésico intravenoso não relacionado aos barbitúricos ou benzodiazepínicos -É um óleo à temperatura ambiente e com baixa solubilidade em água - emulsão contendo 1-2% de propofol (10% óleo de soja, 1,2% de lecitina e 2,25% de glicerol. - Efeito anestésico (e hipnótico) produzido pelo aumento dos efeitos GABAérgicos no cérebro. Ação similar àqueles dos benzodiazepínicos -Mas não se liga diretamente nos receptores benzodiazepínicos PROPOFOL: Injeção intravenosa em dose terapêutica (1mg) produz hipnose em um minuto. Dose de 2 – 2,5 mg / kg produz anestesia durante 5 minutos - Propofol adicional, ou anestésico volátil pode ser utilizado para extender os procedimentos cirúrgicos 15 ADJUNTOS DA ANESTESIA 1 - REDUÇÃO DA ANSIEDADE 2 - PRODUÇÃO DE ANESTESIA BASAL 3 - REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE ANESTÉSICO POR SINERGISMO OU SOMAÇÃO Hipnóticos - barbitúricos Ansiolíticos – benzodiazepínicos 4 - CONTROLE DA DOR Analgésicos potentes - Ex: morfina, fentanila 5 - INIBIÇÃO DA SALIVAÇÃO Anticolinérgicos - Ex: atropina 6 - PREVENÇÃO DE NÁUSEA E VÔMITO Neurolépticos - Ex: droperidol, hidroxizina 7 - PRODUÇÃO DE RELAXAMENTO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO Bloqueadores despolarizantes Bloqueadores não-despolarizantes 8 - INDUÇÃO DE HIPOTENSÃO- hipotensores Narcose induzida imediatamente à anestesia cirúrgica (paciente inconciente, mas responde à estímulos) 5-fenil-1,4-benzodiazepin-2-ona Estrutura básica dos benzodiazepínicos clássicos N N O H A B C 1 2 3 456 7 8 9 1' 2' 3' 4' 5' 6' -Agem especificamente nas sinapses, no qual GABA é neurotransmissor DROGAS BENZODIAZEPÍNICAS ANSIOLÍTICAS 16 DROGAS BENZODIAZEPÍNICAS ANSIOLÍTICAS Apesar de barbitúricos e outras drogas apresentarem, em doses selecionadas, respostas satisfatórias como ansiolíticos e sedativos, benzodiazepínicos são preferidos, por causa de sua margem de segurança e produzirem poucas interações com outras drogas Descoberta dos benzodiazepínicos foi devido à observações farmacológicas (1946 e 1957) durante “screening” biológico aleatório de substâncias químicas: Observação de paralisia e relaxação muscular, não usual, de músculos voluntários em animais de laboratório Agentes antiansiedade, ou ansiolíticos são utilizados para controlar a tensão e ansiedade moderada ou severa em pacientes com desordem de ansiedade e estados brandos de depressão No entanto, agentes antiansiedade não são efetivos a longo prazo contra esquizofrenia ou outras psicoses Mecanismo de ação: Evidências de comportamento, eletrofisiológicas e bioquímicas indicam que benzodiazepínicos agem especificamente nas sinapses no qual GABA (ácido gama-aminobutírico) é neurotransmissor (sinapses inibitórias do estímulo nervoso). DROGAS BENZODIAZEPÍNICAS ANSIOLÍTICAS A ação dos benzodiazepínicos parece estar restrita a efeitos sinápticos, no qual, são mediados por receptores chamados GABA-A Aumento da permeabilidade da membrana neuronal para ânions, principalmente cloreto. Benzodiazepínicos são aptos a incrementar a transmissão em todas as sinapses GABAérgicas (1/3 das sinapses do cérebro) 17 DROGAS BENZODIAZEPÍNICAS ANSIOLÍTICAS Ligação dos benzodiazepínicos ao receptor pode levar à três efeitos biológicos distintos: - Agonistas: podem ser ansiolíticos ou anti-convulsivantes - Agonistas inversos: produzem ansiedade ou convulsão- Antagonistas: bloqueia efeitos de ambos, agonistas ou agonistas inversos Após o reconhecimento primário do farmacóforo benzodiazepínico, o receptor benzodiazepínico sofre uma mudança de conformação, a um estado agonista ou agonista inverso, de acordo com propriedades físico-químicas do ligante: eletrônicas, hidrofóbicas e estéricas. Essa mudança conformacional, modula alostericamente a ligação do GABA ao seu receptor. Agonista: facilita a ligação do GABA ao receptor (resposta ansiolítica) Agonista inverso: inibe a ligação do GABA ao receptor (convulsivante) Antagonista: Se liga no receptor benzodiazepínico, mas não produz mudança conformacional (bloqueia efeitos agonistas ou agonistas inversos) RELAÇÃO ESTRUTURA-ATIVIDADE: benzodiazepínicos ansiolíticos - Presença do anel imino-lactâmico (B) é essencial - Substituições nas posições 1, 3, 7 e 2’ são vantajosas. - Substituintes eletronegativos em 7 e 2’, aumentam marcadamente a atividade. N N O H A B C 1 2 3 456 7 8 9 1' 2' 3' 4' 5' 6' N N O H A B C 1 2 3 456 7 8 9 1' 2' 3' 4' 5' 6' Substituintes eletronegativos Substituintes eletronegativos 18 RELAÇÃO ESTRUTURA-ATIVIDADE: benzodiazepínicos ansiolíticos N N O H A B C 1 2 3 456 7 8 9 1' 2' 3' 4' 5' 6' Todos benzodiazepínicos compartilham da presença de um anel “A” aromático ou heteroaromático pi/pi “stacking” com prováveis resíduos de amino-ácidos aromáticos do receptor Grupo aceptor de prótons, no benzodiazepínico, deve estar presente no mesmo plano do anel “A” e interage com resíduo histidina no receptor RELAÇÃO ESTRUTURA-ATIVIDADE: benzodiazepínicos ansiolíticos N N O H A B C 1 2 3 456 7 8 9 1' 2' 3' 4' 5' 6' Anel “C”: (5-fenil): não é requerido para a ligação no receptor, mas pode contribuir com as interações estéricas e hidrofóbicas com o receptor -Substituição em 4’ (posição para): é estericamente desfavorável para atividade agonista - Substituição em 2’ (posiçao orto): não é prejudicial para atividade agonista (não importanto o efeito eletrônico)Fator estérico Anel “A”: Substituição no anel “A” tem vários efeitos e não são previsíveis baseados em propriedades estéricas e eletrônicas (dentro de limites razoáveis) Substituição em 7: aumenta a atividade funcional Anel “A” sem substituintes, ainda pode ter afinidade nanomolar para receptor BZD e ter atividades agonista, agonista inverso ou antagonista 19 RELAÇÃO ESTRUTURA-ATIVIDADE: benzodiazepínicos ansiolíticos N N O H A B C 1 2 3 456 7 8 9 1' 2' 3' 4' 5' 6' Nitrogênio amídico (1) (metilado ou não) e 4,5- (metilenoimino) não são requeridos para ligação in vitro dos ligantes benzodiazepínicos Substituição no metileno C3, ou nitrogênio da imina é desfavorável estericamente para atividade agonista, mas indiferente para atividade antagonista N N O H Cl H H B N N O H Cl H H B 1 2 Conformação “1” do anel “B” é determinante para afinidade para o receptor banzodiazepínico O NH2 Cl O O HCl.H2N N N O H Cl N N O H3C Cl SÍNTESE CLÁSSICA DO DIAZEPAM Amino-Benzofenona substituída Glicina esterificada piridina (CH3)2SO4 EtONa Br O Br Pode ser utilizado ao invés da glicina 20 H2C C3H7CH3 H2C O O NH2 O NH2O H2C C3H7CH3 H2C O O NH2 O NHO C4H7 meprobamato tybamato OUTROS ANSIOLÍTICOS Carbamatos propanodiol: desuso, como ansiolíticos, pois tem tendência a produzir graus indesejáveis de sedação e intoxicação, tolerância, dependência física e reações de abstinência, após uso prolongado. N N Cl O OH N N N N N O O .HCl Hidroxizina Buspirona (Buspar ®) OUTROS ANSIOLÍTICOS Difenilmetano anti-histamínico: Altas doses para produzir efeito ansiolítico (400 mg por dia), que acompanham marcada sedação indesejável. Único agente ansiolítico dentre os muitos compostos difenilmetano que contém esqueleto piperazina Azaespirodecanodiona: efeito ansiolítico com efeitos sedativos limitados (vantagem). Não relacionado às benzodiazepinas estruturalmente e farmacologicamente. Não provoca sedação, comprometimento funcional e dependência física