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UROPORFIRINOGÊNIO III SINTASE A Uroporfirinogênio III Sintase (U3S) é a quarta enzima na via biossintética das oito enzimas do HEME e está codificada pelo gene UROS. Ela catalisa a ciclização de hidroximetilbilano para fornecer UROPORFIRINOGÊNIO III (intermediário da biossíntese) e água¹. O heme pode ser descrito como sendo formado por protoporfirina III, um composto corado e fluorescente que contém “pontes” metenilo unindo quatro anéis pirrólicos (4C,1N), e Fe2+¹. Quando associados com algumas proteínas formam os hemoproteídos, como a hemoglobina, a mioglobina, os citocromos da cadeia respiratória, o citocromo P450, a catálase, a peroxídase e a pirrólase do triptofano. Estes compostos estão envolvidos em algumas atividades fisiológicas vitais: a ligação e transporte de oxigênio, o transporte de elétron na respiração, a ativação e decomposição de peróxido de hidrogênio, além de outras funções de oxidação-redução¹. Trata-se de um transtorno autossômico recessivo caracterizado pela deficiência quase completa da uroporfirinogênio sintase III. Como consequência da deficiência enzimática, há acúmulo dos isômeros do tipo I (uroporfirinogênio e coproporfirinogênio). O quadro clínico é caracterizado por sintomas cutâneos e hematológicos. Do ponto de vista hematológico, há hemólise de leve a moderada, levando a anemia e a esplenomegalia secundária. O quadro cutâneo é caracterizado por aumento excessivo da rugosidade da pele e formação de bolhas nas áreas fotoexpostas (sobretudo mãos e face). Há infecções cutâneas secundárias de repetição e cicatrização exacerbada, podendo levar à perda de dígitos. Outros sintomas presentes são: urina rosada ou avermelhada (pelo acúmulo de porfirinas), hipertricose de face e extremidades e eritrodontia, que corresponde à coloração avermelhada de dentes ². Podem ocorrer alterações significativas de arcabouço ósseo, decorrentes tanto da expansão medular secundária à anemia quanto da deficiência de vitamina D. Cegueira pode ser decorrente de cicatrizes lenticulares e lesão hepática que, apesar de incomum, também pode estar presente. Laboratorialmente, há excreção urinária de porfirinas notoriamente elevada (50- 100mg/dl). Esta é composta, basicamente, por uroporfirinogênio I, coproporfirinogênio I e 7-carboxil porfirina. As porfirinas fecais também são e levadas à cus ta de coproporfirinogênio³. Uma pessoa com sintomas de porfiria terá exames laboratoriais muito anormais. Mas deve- se seleccionar e interpretar apropriadamente estes exames para confirmar ou excluir a presença de uma porfiria. Estudos sobre a fisiopatologia da CEP e esforços para avaliar os esforços terapêuticos têm sido dificultados pela falta de um modelo animal e os vários métodos de tratamento usados para tratar o CEP tem sucesso de variação incluindo a transfusão do eritrócito e a esplenectomia. O único tratamento que corrige o defeito enzimático tendo por resultado uma cura é a transplantação da medula/pilha de haste, que tem sido relatada previamente em somente 5 pacientes no mundo inteiro. Novas opções terapêuticas na gerência deste tipo porfiria devem ser pesquisadas. A descoberta de células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) abriu novos horizontes na terapia gênica, pois pode superar a dificuldade de obtenção de uma quantidade suficiente de células- tronco hematopoiéticas autólogas para transplante e o risco de genotoxicidade . (a) (b) ( c) Figura 1 - (a) Grupo Heme; (b) Citocromo P450; (c) Estrutura da mioglobina Figura 6 - Manifestação da Porfiria Eritropoiética congenita Uroporfirinogênio III sintetase está envolvido na conversão da Hidroximetilbilano em uroporfirinogênio III . Esta enzima catalisa a inversão final da pirrole unidade (anel D) do tetrapirrole molécula linear, relacionando-a com a primeira unidade pirrole (anel A), gerando assim uma estrutura macrocíclica grande, uroporfirinogênio III. As enzimas dobram em dois: alpha e beta domínios ligados por uma beta-escada, o local ativo esta localizado entre os dois domínios¹ . U3S adota uma estrutura bi lobular alongada em que os dois domínios estão ligados por uma de duas cadeias antiparalelas β folhas. Os dois domínios têm dobras semelhantes que compreendem uma folha β- paralela rodeada por α- hélices. O domínio "1" pertence à família flavodoxin , compreende uma folha β cinco cordões paralelos, que está rodeado por cinco α- hélices. O domínio "2" adota uma DNA- glicosilase como dobragem, no qual um de quatro cordões paralelos das folhas β está rodeado por sete α- hélices. Embora os dois domínios têm topologia semelhante, quadrados mínimos sobrepõem nas folhas β resultando em estreita sobreposição das α- hélices¹. A distribuição dos resíduos conservados sugere que o local ativo da enzima está localizado na fenda aberta grande entre os dois domínios, onde resíduos de aminoácidos expostos na superfície e que são conservados em diferentes espécies, estão agrupados. Dez resíduos invariantes alinham-se a fenda entre os domínios, Thr62, Ser63, Thr103, Gly100, Gly144, Tyr168, Ser197, Pro198, Gly225 e Thr228. A hipótese é que o intradomínio da fenda é flexível e que em sua conformação mais aberta pode facilitar a ligação do substrato e a libertação do produto¹. Figura 3 -Estrutura da U3S Figura 4 -Metabolismo do grupo heme Figura 7 -Modelo animal para CEP Figura 8 -Célula tronco pluripotente Referências 1 - MICHAEL, A.; et all. Crystal structure of human uroporphyrinogen III synthase. EMBO Journal, p 5832-9, 2001. 2 - DINARDO, C. L.;FONSECA, Guilherme. Porfirias: quadro clinico, diagnostico e tratamento. Revista Médica, v. 2, n. 89.p, 106-14, 2012 3 - JACOBO, A.; JORGE, V.; JÚNIOR, H. Porfìria eritropoiética congênita: Relato de dois irmãos. Dermatol. J. online. 2005. 4 - BEDEL A.; et all. Metabolic Correction of Congenital Erythropoietic Porphyria with iPSCs Free of Reprogramming Factors. The American Journal of Human Genetics, v. 91, p.109–121, 2012. 5 - BISHOP D. F.; et all. Uroporphyrinogen III Synthase Knock-In Mice Have the Human Congenital Erythropoietic Porphyria Phenotype, Including the Characteristic Light-Induced Cutaneous Lesions.The American Journal of Human Genetics, v. 78, p. 645-58, 2006. Ana Carolina; Fabiana Romanholi; Fabio Cavalcante; Fernanda Neves e Tamires Calaes Figura 2 -Estrutura da U3S Figura 5 -Formação normal da U3S 5 4 METABOLISMO ESTRUTURA INTRODUÇÃO PORFIRIA ERITROPOIÉTICA CONGÊNITA (CEP) CONSIDERAÇÕES FINAIS Página 1
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