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RESUMO DIREITO ECONOMICO - PARTE 2 - integração regional e direito comunitário

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RESUMO DIREITO ECONÔMICO
Integração comercial e econômica e Direito Comunitário
Introdução
A partir da segunda Guerra mundial, a necessidade de cooperação comercial e econômica se fez presente, pois a reconstrução e fortalecimento das nações eram latentes. Para tanto, o principal objetivo da integração é o incentivo econômico e comercial internacional entre os membros de uma região. 
Assim a integração econômica consiste na reunião de economias nacionais em uma região ultrapassando suas barreiras permitindo a livre circulação de produtos, serviços, capitais e pessoas, facilitando integração comercial entre os Estados-membros.
Para que ocorra a integração, serão necessários acordos ou tratados para assegurar o comprometimento entre os Estados-membros que são signatários de tais acordos. Dessa forma são criadas organizações regionais que visam a cooperação, integração política e econômica e dialogo entre os estados dentro de um limite geográfico ou geopolítico, sempre apoiadas, em sua maioria, por organizações multilaterais como a ONU, por exemplo.
Etapas de integração regional
Para que a integração regional seja possível, os países deverão superar algumas etapas, cabendo aos membros do acordo escolher o grau de associação que pretendem atingir. A eles, caberá analisar o quanto estarão dispostos a renunciar para que prevaleça o interesse regional, abdicando de alguns aspectos da soberania nacional em prol dos interesses supranacionais da organização. 
Acordos Setoriais: os acordos setoriais atingem somente um determinado tipo de bens ou serviços, facilitando o comércio entre os países membros;
Área de livre comércio: as barreiras ao comercio de bens entre os Estados-membros são eliminadas, mas será mantida a autonomia na administração de sua política comercial, sendo estabelecidas tarifas preferenciais entre os membros. É importante comentar que basta que a maior parte da mão de obra e matérias primas se originem de um dos países da zona de livre comércio para que se encerrem quaisquer obstáculos às importações e exportações de produtos, desde que comprovada a origem através de certificado. Além disso, a formação da zona de livre comércio não impede os países de firmar negócios com outros países fora do acordo, incidindo tarifas e barreiras alheias ao acordo regional. EX: Comunidade Européia do Carvão e Aço (CECA) e Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC).
União Aduaneira: a circulação interna de bens e serviços é livre, a política comercial é uniformizada e os países membros utilizam uma tarifa externa comum. Se antes era permitida a negociação das taxas de aduana, nessa etapa serão de competência dos órgãos comunitários a fixação de tais tarifas, estabelecendo assim a política comercial comum, como se todos fossem todos um único território. EX: Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)
IMPORTANTE: O MERCOSUL é uma união aduaneira imperfeita, pois por reunir uma imensa quantidade de exceções, não possui tarifa externa comum em todo território comunitário.
Mercado comum: Consolidada a tarifa externa comum, atinge-se uma forma mais elevada de integração econômica, em que são abolidas não apenas as restrições sobre os produtos negociados, mas também as restrições aos fatores produtivos, como trabalhadores, serviços e capitais, entre os nacionais dos Estados-membros. São liberdades permitidas no mercado comum: livre circulação de bens, livre circulação de trabalhadores (entrada, deslocamento, residência e possibilidade de trabalhar em igualdade de condições com as dos trabalhadores nacionais) bem como a liberdade de circulação de pessoas (liberdade de circulação e residência), livre prestação de serviços e a liberdade de estabelecimento (tanto para trabalhadores assalariados como para empresários individuais, as sociedades e os trabalhadores autônomos) e a livre a circulação de capitais (corte de todas as restrições aos movimentos de capitais e das discriminações em razão da nacionalidade). EX: União Européia (organização internacional que atingiu a mais alta etapa de integração regional até o momento);
União econômica e monetária: essa fase associa a supressão de restrições sobre investimentos de mercadorias e fatores com um certo grau de harmonização das políticas econômicas nacionais, de forma a abolir as discriminações resultantes de diferenças existentes entre essas políticas, tornando-as o mais semelhante possível, assim haverá a atribuição da política monetária e cambial para uma autoridade comunitária supranacional que obrigue com suas decisões aos Estados membros . Para tanto, haveria um sistema integrado entre o Banco Central Comunitário e os Bancos Centrais Nacionais, que será responsável pelo desenvolvimento da política monetária do bloco, preparando a comunidade para a adoção de uma moeda única;
União política: passa-se a adotar uma política monetária, fiscal, social uniforme, bem como se delega a uma autoridade supranacional poderes para elaborar e aplicar essas políticas. As decisões dessa autoridade devem ser acatadas por todos os estados membros e a união é reconhecida internacionalmente como uma única entidade política.
Direito Comunitário
Destinado a reger as relações recíprocas dos Estados-membros, o direito comunitário é integrado pelas normas advindas dos tratados (denominadas normas originárias) ou pelos atos provenientes das autoridades comunitárias (denominadas normas derivadas), de natureza unilateral, instituídos por regulamentos de caráter geral e obrigatório para todos; 
São elas: 
as diretivas, que vinculam o Estado-membro quanto ao resultado, cabendo somente às instâncias nacionais a definição de meio e forma; e as recomendações, os pareceres e outros atos não vinculativos. 
Os regulamentos possuem uma hierarquia inferior às normas originais instituídas pelos tratados. 
As decisões estabelecem resultados a serem atingidos pelos Estados-membros, buscando a cooperação entre a comunidade e os Estados-membros.
As recomendações poderão regular medidas e comportamentos a serem adotados, promovendo o interesse comunitário.
	Conforme a especificidade supranacional, as normas do direito comunitário regulam certas esferas de atividade, as relações juridico-econômicas, promovendo a livre circulação de mercadorias, de pessoas e de capitais, a liberdade de estabelecimento, o regime de concorrência, a agricultura, entre outros que anteriormente de regras estabelecidas por cada um dos Estados-membros.
	Assim, as normas derivadas são obrigatórias para todos os destinatários a elas vinculadas, prescrevendo condutas à todos indivíduos do Estado-membro.
Modelo de Direito Comunitário conforme a integração regional do MERCOSUL (explicação do quadro 1 do Queiroga da penúltima aula)
No Mercosul, as normas previstas nos tratados de integração, incluindo seus eventuais protocolos modificativos ou complementares, são originárias. Assim sendo, quaisquer outras decisões emanadas serão derivadas da própria organização internacional, uma vez que será conferida uma unanimidade intergovernamental a tais decisões, ainda que através de ratificação. Após o período de vigência, passará a surtir efeitos. Assim, a aplicação das decisões não será uniforme para todos os membros, uma vez que somente são obrigatórias as normas originárias, não cabendo consulta para que haja a harmonização, somente será possível o dialogo. Para maior compreensão, o art. 41 do Protocolo de Ouro Preto define:
“As fontes jurídicas do Mercosul são:
I. O Tratado de Assunção, seus protocolos e os instrumentos adicionais ou complementares; (FONTES ORIGINÁRIAS)
(...)
III. As Decisões do Conselho do Mercado Comum, as Resoluções do Grupo Mercado Comum e as Diretrizes da Comissão de Comércio do Mercosul, adotadas desde a entrada em vigor do Tratado de Assunção. (FONTES DERIVADAS).”
Modelo de Direito Comunitário conforme a integração regional da UNIÃO EUROPÉIA (explicação do quadro 2 do Queiroga da penúltima aula)
Já na União Européia, quem é responsável por emitir as normas derivadassão as autoridades comunitárias (que são instituições do bloco europeu que são responsáveis pelo ordenamento jurídico interno dos organismos comunitários comuns, disciplinando sobre suas atividades internas e seu funcionamento geral), não sendo necessário o processo de ratificação e vigência atribuído as normas dos tratados. Por ter caráter supranacional, as autoridades comunitárias, ao emitir suas decisões de caráter geral e obrigatório para todos os membros, terá em suas normas um efeito direto e sua aplicação será imediata, sendo assim diretriz para a aplicação de normas nacionais. Assim, os Estados membros, deverão fazer a devida interpretação e aplicação ao caso concreto. Portanto, a harmonização das normas derivadas caberá somente às autoridades comunitárias.

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