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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL RELATÓRIO DO ESTÁGIO DE CAMPO II DIONÍZIA MOURA AMORIM LOIRENA DO CARMO M. SOUSA Altamira, 20 de agosto de 2012 2 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... 3 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 2. HISTÓRICO DA EMPRESA ................................................................................... 4 3. EXPLORAÇÃO FLORESTAL ................................................................................ 5 3.1. Planejamento e abertura de estradas e esplanadas ............................................. 6 3.2. Derrubada ........................................................................................................... 7 3.3. Arraste ................................................................................................................ 8 3.4. Romaneio ........................................................................................................... 8 3.5. Carregamento do caminhão e emissão de GF (Guia Florestal) ......................... 9 4. ANÁLISE DE IMPACTO DA EXPLORAÇÃO .................................................... 10 4.1. Resultados e Discursão .................................................................................... 11 5. PARCELAS PERMANENTES .............................................................................. 13 5.1. Resultados e Discursão .................................................................................... 14 6. PROCESSAMENTO E BENEFICIAMENTO DA MADEIRA ............................ 15 7. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 17 3 AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus, por conceder-nos a vida, como forma de sua Sabedoria e Inteligência para entendê-la. À empresa SEMASA Indústria, Comércio e Exportação de Madeiras Ltda. pela oportunidade de estágio, especialmente ao gerente de produção Jilvando da Rocha Barata Júnior, pelo empenho e atenção conosco. Ao Eng. Florestal Ednaldo Oliveira de Santana, responsável pela execução dos projetos de manejo e ao Sr. Paulo Francisco Guimarães Titico pela gentileza em repassar seus conhecimentos na elaboração dos mapas. Ao Sr. Pedro Ferreira da Rosa, técnico em segurança do trabalho, pela orientação técnica de forma a deixar-nos confiáveis ao desempenharmos nosso aprendizado. Ao Sr. Geraldo Assis Nobre da Silva, encarregado das atividades exploratórias, pela competência, atenção, paciência e dedicação dispensados para realização do estágio realizado em tão nobre empresa. Nossos sinceros agradecimentos a todos os funcionários que nos acompanharam durante o período em que ali estivemos e que nos repassaram vossas experiências e a todos que direto ou indiretamente colaboraram para com a nossa formação acadêmica e não mediram esforços para o sucesso desse pequeno período de aprendizagem, pois dessa forma não seria possível sem a colaboração e empenho de todos. 4 1. INTRODUÇÃO O estágio de campo II do curso de Engenharia Florestal foi realizado no período de 16 a 27 de Julho 2012, no Projeto de Manejo Florestal da Empresa Serraria Marajoara S/A (SEMASA) localizado no Km 140 Norte, dentro da Fazenda Rio Uruará a cerca de 50 km da sede do município de Uruará/PA, onde foi realizado o acompanhamento da exploração florestal da UPA (Unidade de Produção Anual) 05/2012, onde foram observadas as atividades de construção de estradas e esplanadas, atividade de corte, planejamento de arraste, arraste e romaneio, sob orientação do encarregado das atividades de exploração, Geraldo Nobre. Foi realizada, também, a segunda medição de 09 (nove) parcelas permanentes instaladas na UPA 04, a qual foi explorada no ano de 2011 com o intuito de acompanhar o crescimento das espécies. 2. HISTÓRICO DA EMPRESA A SEMASA Indústria, Comércio e Exportação de Madeiras Ltda., iniciou suas atividades no ano de 1968, sempre voltada à produção e comércio de produtos madeireiros e, dia a dia vem aperfeiçoando seu sistema de controle de forma a obter plena garantia da legalidade de todos os produtos adentrados à sua "cadeia produtiva". Conta com Unidades de Processamento Primário responsáveis pela industrialização de matérias-primas oriundas de suas florestas e, os produtos resultantes da operação são transportados por via rodo- fluvial através de veículos e embarcações próprias até seu parque fabril, localizado na cidade de Belém, este é composto por duas unidades, uma para processamento de secagem e usinagem de madeiras em processo de S4S e madeiras serradas, com capacidade de processamento de 1000 m³ mensais e outra responsável pela industrialização de madeiras em forma de "deckings", com capacidade de processamento de 1.500 m³ mensais. A SEMASA é signatária do compromisso denominado PACTO PELA MADEIRA LEGAL E SUSTENTÁVEL junto ao Ministério do Meio Ambiente, tem parceria com a TFT - The Forest Trust, que há dois anos a prepara para a certificação florestal e está concluindo a verificação legal de colheita florestal e as cadeias de custódias industriais, através da SCS – Scientific Certification Systems, conforme compromisso firmado com a Sysflor Certificações Florestais. 5 A empresa SEMASA é pioneira na região em implantar as técnicas de exploração de baixo impacto em suas atividades florestais. Atualmente explora uma área com 7.500 ha de reserva legal localizada dentro da fazenda Rio Uruará. A área possui um planejamento de corte de 05 UPA’s onde está em execução às atividades na UPA 05 (Anexo I). 3. EXPLORAÇÃO FLORESTAL A floresta amazônica é detentora da maior biodiversidade do planeta, hoje ameaçada pela intensa e desordenada exploração de seus recursos, que coloca em risco de extinção de espécies vegetais, até mesmo aquelas que ainda não foram descritas. Conciliar a conservação da biodiversidade da floresta com o desenvolvimento econômico é um grande desafio. Com isso, as técnicas que permitem manejar a floresta e causar um menor impacto estão sendo utilizadas por várias empresas que visam um maior aproveitamento madeireiro futuro. O manejo florestal tem, no conhecimento da autoecologia das espécies arbóreas, o suporte para sua execução em bases sustentáveis (JARDIM et. al, 2007). A exploração madeireira por meio do manejo florestal sustentável tem sido sugerida como forma de conciliar a exploração e a conservação dos recursos naturais. Essa prática envolve basi- camente o planejamento das atividades de corte, arraste e tratamentos silviculturais que causam diferentes tipos de impacto na floresta remanescente, no solo e na fauna, colocando em risco a sustentabilidade do processo (BARROSO et. al, 2011). O corte dos cipós que estejam interligando as árvores inventariadas é uma atividade pré-exploratória muito importante para a redução do impacto ambiental da exploração. O corte de cipós tem como principal objetivo facilitar o direcionamento de derruba das árvores selecionadas, diminuindo assim de forma acentuada os danos causados às árvores remanescentes. Este procedimento também reduz significativamente o risco de acidentes durante a derruba das árvores. Além disso, o corte de cipós pode ser feito para facilitar a regeneração e aumentar o crescimento das árvores após a exploração (SABOGAL et. al, 2000). Esta prática promove alguns benefícios como: Reduzem a dimensão das clareiras abertas na floresta durante a exploração, sobretudo durante a derrubada das árvores; Diminuem os danos causados as árvores remanescentes e adjacentes; 6 Proporciona maior segurançaao operador do motosserra durante a derrubada das árvores; Facilita o direcionamento da queda da árvore pelo operador. As lianas frequentemente interconectam as copas de árvores, aumentando os danos causados às árvores vizinhas quando uma árvore é derrubada durante a extração seletiva de madeira. Sendo assim, o corte prévio dessas lianas é uma técnica comumente adotada em operações de exploração madeireira que procuram reduzir o impacto dessa atividade sobre a floresta (FONSECA et al., s/d). A derruba das árvores selecionadas deve ser orientada para reduzir os danos às árvores remanescentes, facilitar o arraste e reduzir o tamanho das clareiras. Este trabalho deve ser muito bem planejado para reduzir riscos de acidentes e evitar desperdícios da madeira (SABOGAL et. al, 2000). O corte direcional diminui o risco dos motoqueiros (operadores de motosserra) e ajudantes serem atingidos pela queda acidental das árvores, além de diminuir o impacto sobre a floresta remanescente. A empresa visando à segurança do trabalhador fornece todo EPI (Equipamento de Proteção Individual) para os mesmos, como: botas com bico de aço, perneiras, calça de fibra para os motoqueiros, óculos, luvas, capacetes, capacetes com viseiras e protetores auriculares. 3.1. Planejamento e abertura de estradas e esplanadas As estradas são previamente planejadas no escritório, onde, com o auxílio de imagens de satélites adquiridos de grandes projetos realizados na Amazônia como o Projeto RADAM da década de 70, onde definem o sentido das estradas de acordo com a volumetria de madeira a ser extraída e condições topográficas. As estradas devem ser abertas onde irão facilitar a locomoção das toras extraídas e minimizar o impacto na biodiversidade existente. São produzidos mapas com a localização das estradas que são repassados para um GPS (Sistema de Posicionamento Global) que será manuseado pelo operador do trator de esteira D6; primeiramente é realizada uma picada sendo esta sinalizada com fitas brancas, tanto para a abertura de estradas quanto para as esplanadas. Nem sempre as estradas seguem o planejado devido a características topográficas, edáficas, como por exemplo, pedreiras, solo encharcado, entre outras. 7 Na abertura de esplanadas o operador do trator D6, movimenta o mesmo em forma de espiral, ou seja, utiliza-se da técnica do caracol objetivando um menor impacto nas laterais, este tem uma dimensão um pouco menor que a recomendada por IBAMA (2007), para que após as operações de pátio estas não ultrapassem as dimensões de 20 x 25 m, ou seja, 500 m² recomendado em legislação vigente. 3.2. Derrubada A operação de derrubada das árvores é executada por dois trabalhadores sendo um operador de motosserra e um ajudante. Cada dupla é encaminhada para uma subárea a fim de diminuir o risco de acidentes. A função do ajudante do operador é possibilitar uma maior agilidade e segurança na derrubada, aumentando assim a produção diária. Eles sempre levam consigo os mapas de exploração da subárea a ser explorada no dia, o combustível do motosserra e material necessário à exploração (cunha, marreta, terçado, entre outros) além de sempre limparem o local aonde o operador irá se posicionar para efetuar a derruba da árvore. O operador faz o teste do oco logo ao chegar à árvore marcada para abate, para evitar que o ajudante perca tempo limpando, desnecessariamente, o local. Caso a árvore esteja oca, a dupla segue para a próxima árvore sem desperdiçar tempo. Ao se constatar que a árvore não possui oco, o operador do motosserra realiza o corte direcional. Que permite a escolha de um melhor local de queda da árvore, onde causará menos danos, e a dupla consiga planejar o melhor posicionamento durante a derrubada para que a operação seja realizada com segurança, nesse planejamento consta o direcionamento da queda da árvore e as trilhas de fugas, caso haja algum problema durante a operação. Após a derrubada, efetua-se o traçamento do fuste, se necessário, caso este possua um comprimento muito elevado. De acordo com as dimensões desejadas pela serraria, traça-se o fuste para que diminua o impacto à floresta remanescente ao ser arrastada. No término da operação, o ajudante anota no mapa as informações importantes como: árvore abatida, direção da queda, número de toras, árvore oca e outros motivos pelos quais a árvore não foi abatida. 8 3.3. Arraste Após a derrubada das árvores, as trilhas de arraste devem ser planejadas no mapa de extração, e depois sinalizadas no campo para a abertura com o trator florestal (skidder). Com isso, minimizam-se os danos às árvores remanescentes de valor comercial, pois, o operador de Skidder não desperdiça tempo procurando a tora a ser arrastada. Utilizando os mapas, repassados pelo ajudante do operador de motosserra, contendo todos os dados pertinentes, como a direção de queda da árvore e a quantidade de toras da árvore derrubada, o planejador consegue decidir qual o melhor caminho a ser seguido pela Skidder, aquele que proporcionará um menor impacto à floresta. O planejador coloca fitas de cores de fácil visualização dentro da floresta indicando a direção a ser seguida pelo operador da Skidder, além de indicar no mapa o caminho a ser percorrido, para eventuais dúvidas do ajudante do operador. Este, por sua vez, com os mapas em mãos, indica o trajeto e qual árvore será recolhida primeiro. O operador do trator florestal segue as indicações feitas pelo seu ajudante, pois, a densidade da floresta impossibilita uma boa visualização de dentro da Skidder da direção a ser seguida. 3.4. Romaneio As atividades de esplanadas (pátios) são realizadas por 04 (quatro) operadores (um operador de empilhadeira, um motoqueiro, um operador da cadeia de custódia e o operador que faz o romaneio, o qual faz a cubagem da tora). Assim como sugere Sabogal et. al (2000), as toras devem ser cubadas nos pátios, utilizando como referência sua numeração. Ao se medir o tronco, o motoqueiro, se necessário, secciona a árvore no tamanho desejado. A seguir, o operador de cadeia de custódia coloca a placa de identificação e pinta as toras, colocando o número da UPA, número da UT, número da cadeia de custódia, número da árvore e secção da árvore, se necessário. No pátio de estocagem, utilizando o método Smalian (equação de volume), o operador que realiza o romaneio faz medições centrais perpendiculares das extremidades da tora, descontando o ritidoma (casca), em seguida tira-se a média, eleva- 9 se ao quadrado, multiplica-se esse resultado pelo comprimento da tora (este varia de acordo com o tipo da madeira, a madeira considerada dura C= 6,30 m e madeira mole C= 7,70 m) e por último multiplica-se pelo fator de forma, utilizado na floresta amazônica (f= 0,7854), e o resultado gerado será dado em m³ (metros cúbicos). Esta técnica utilizada pela empresa está de acordo com um manual elaborado por instituições e órgãos de áreas afins do Mato Grosso (MT) no ano de 2008. Portanto, eis a fórmula: VG = D * C * 0,7854 Onde: D = diâmetro da tora; C = comprimento da tora e; 0,7854 = Coeficiente que representa o π (pi) dividido por 4 (quatro). Com respeito à cadeia de custódia, a preocupação se estende desde o toco da árvore até a madeira pronta na fábrica, isto é, a cadeia de custódia começa no corte da árvore para produzir uma tora e termina com essa tora deixando a floresta e chegando à fábrica da SEMASA e o produto dela oriundo. 3.5. Carregamento do caminhão e emissão de GF (Guia Florestal) A última atividade da exploração florestal é o transporte das toras dos pátios florestais até o local de processamento ou comercialização. Este transporte pode ser efetuado usando somente caminhões. Com isso, a carga (toras) deve ser organizada no caminhão de forma a prevenir acidentes. Os caminhões são carregados na esplanada, utilizando a empilhadeira.Durante o carregamento do caminhão, o encarregado do romaneio deve verificar, novamente, a volumetria da carga a ser transportada. Todavia, esses dados são necessários para que se consiga emitir a nota fiscal e a Guia Florestal de Autorização de Transporte de Toras (GF 1), documentos necessários ao transporte de madeira por quaisquer estradas ou rodovias. Ao termino do carregamento, o motorista se dirige ao escritório instalado no limite da área de manejo, com acesso à internet. Depois de confirmados os dados do romaneio, estes são inseridos no sistema da empresa para se emitir a nota fiscal. Logo após, o responsável pela emissão das notas, com login e senha, insere a volumetria da 10 carga no sistema da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) para emitir a GF 1. De acordo com a legislação, os caminhões carregados não são autorizados a sair da área do manejo sem a nota fiscal da empresa, a GF e o Documento de Arrecadação Estadual (DAE) com comprovante de pagamento. Além desses documentos, a empresa envia, também, a ficha com os dados do romaneio. Ao aprovar o Plano de Operação Anual (POA), a volumetria de madeira aprovada é registrada no sistema da SEMA. No processo de emissão da GF, o volume da carga é retirado do total aprovado, com isso, a empresa não pode extrair um volume superior ao aprovado. 4. ANÁLISE DE IMPACTO DA EXPLORAÇÃO Em um ambiente florestal a queda de árvores e ou a derrubada destas, ocasiona a formação de aberturas no dossel da floresta denominadas clareiras que exercem influência sobre o estabelecimento e crescimento de espécies arbóreas e, portanto, de grande importância para a manutenção da diversidade da vegetação (SALIM & PESSOA, 2007). O tamanho da abertura no dossel florestal é um parâmetro que também deve ser levado em consideração por influenciar na composição florística, muitas vezes determinando a distribuição espacial das espécies (JARDIM et al., 2007). Os processos de retirada das árvores no momento da exploração, em geral causam danos à regeneração e as árvores remanescentes. Dessa forma, é de fundamental importância determinar o impacto que a exploração madeireira causa sobre esses aspectos, bem como a capacidade de recuperação das espécies que ocorrem no local, principalmente as de elevado valor econômico e/ou ecológico, evitando o esgotamento dos recursos florestais e o empobrecimento da floresta. A derrubada e a queda de árvores ocasionam a formação de clareiras, ou seja, aberturas no dossel da floresta, o que influencia no estabelecimento e crescimento de espécies arbóreas e propicia o surgimento das espécies pioneiras que se encontram no banco de sementes, portanto, estas são de grande importância para a manutenção da diversidade da vegetação. 11 Os danos causados pela colheita florestal devem ser cuidadosamente investigados, para detectar seus efeitos sobre a floresta remanescente, na tentativa de eliminá-los ou reduzi-los ao mínimo, evitando prejuízo às produções futuras. Assim, apesar de haver regeneração natural após a colheita, essa nem sempre é adequada ao rendimento futuro dessa floresta (MARTINS et al., 2003). Analisou-se a ocorrência e as consequências dos impactos causados pelas derrubadas, nas árvores adjacentes e no interior da clareira, a partir das informações colhidas em formulário previamente elaborado pelo Prof. MSc. Marlon Menezes. Foi utilizado um método proposto pelo IMAZON (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) (VIDAL et al., 1998), para determinar o tamanho das clareiras e analisar a dimensão dos impactos sobre floresta, onde se tira um ponto central e mede oito raios com ângulos de 45º (Figura 1). Figura 7: Representação baseada na metodologia do IMAZON para medição de clareiras. 4.1. Resultados e Discursão Foram realizadas medições de 33 clareiras das quais se verificou que era mínimo o desperdício no destopo, muitas vezes não houve desperdício, e a altura do toco encontrava-se dentro dos padrões exigidos, assim como toda a estrutura construída para a exploração, como nos mostra a Tabela 1. 12 Tabela 1: Dados das clareiras estudadas. Nº da clareira Altura do toco (corte) Desperdício no destopo (m³) Área da clareira (m 2 ) Árvores adjacentes afetadas Árvores interiores afetadas 1 60 1,756 139,4518618 3 3 2 36 0,593761012 61,86237721 5 1 3 28 11,23870843 88,66408954 6 0 4 40 ~ 192,9767466 4 17 5 37,5 ~ 165,6998684 4 4 6 36 ~ 332,4830954 13 23 7 30 ~ 139,4518618 5 7 8 43,5 ~ 125,6813776 6 15 9 55 1,743 105,6831769 4 12 10 21 1,696 198,8688282 18 13 11 22 ~ 438,3626218 5 16 12 30 ~ * 6 * 13 41,5 3,558543536 130,4449402 15 10 14 37,5 1,200837576 351,3262699 7 17 15 36 ~ 161,4495144 7 16 16 30 8,21 140,5003683 10 11 17 35 ~ 190,5223774 6 10 18 37 ~ 212,5307065 8 13 19 45,5 ~ 232,6900366 10 12 20 25 0,848787963 152,8404461 6 8 21 40 35,35911227 68,84518048 15 6 22 51 4,626387881 57,0793024 6 5 23 28 ~ 181,4583917 9 5 24 38,5 ~ 81,31276273 7 9 25 36 ~ 210,5971544 9 12 26 37,5 ~ 323,2562623 11 14 27 52 5,003 125,1851041 3 15 28 52 9,808 99,18118454 5 8 29 45 0,709 61,16729984 4 3 30 34 ~ 295,5924528 6 12 31 30,5 ~ 206,7565574 8 14 32 27 0,672 151,2014183 3 8 33 33,5 ~ 124,1955025 11 9 SOMA --- 87,02313866 5547,319138 245 328 MÉDIA 37,3181818 --- 173,3537231 --- --- Fonte: os autores. (* Clareira sobreposta a da árvore 11; ~ Não há desperdício.). Para execução do plano de manejo e exploração de impacto reduzido torna-se necessário a abertura de estradas principais, estradas secundárias, trilhas de arraste e 13 pátio de estocagem que de acordo com as normas de Execução nº 1, de 24 de Abril de 2007-IBAMA, devem medir respectivamente 6 a 10 m, 4 a 6 m, 1,5 ou até 4,2 m e 20 x 25 m. A UPA 4 possui 34200 quilômetros de estradas, principais e secundárias, e 63 pátios de estocagem. Sendo observado na área, de acordo com as medições realizadas, que a estrada principal apresentava uma média de 5,44 m, a secundária 4,03 m e o pátio de estocagem 452,2533 m 2 , sendo que o máximo é de 500 m 2 , o que nos leva a concluir que ambas estão de acordo com os padrões e normas estabelecidos. 5. PARCELAS PERMANENTES Considerando a importância das florestas nativas, no cenário estratégico, ambiental, social e econômico do país e as restrições ambientais sobre o uso das florestas nativas, estudos da composição e similaridade florística de um ambiente permitem o mapeamento da área e fornecem subsídios para elaboração de planos de manejo florestal para utilização sustentável do recurso (FERREIRA JUNIOR et al., 2008). Para o inventário florístico, amostrou-se 8 (oito) parcelas permanentes de 50 x 300 m (15.000 m²), alocadas dentro da UPA 04 da área de manejo florestal da empresa, área explorada no ano de 2011. Cada parcela foi dividida em 6 parcelas de 50 x 50 m, para facilitar as medições, mensurando-se os indivíduos arbóreos com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 10 cm. Os parâmetros fitossociológicos estimados foram: Densidade, Freqüência e Dominância Absoluta e Relativa, além do Índice de Valor de Importância (IVI) e Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’), segundo Müller-Dombois & Ellemberg (1974). Para os cálculos, as expressões matemáticas (MÜLLER-DOMBOIS & ELLEMBERG, 1974) utilizadas foram: Índice de Diversidade de Shannon (H’): H’= - pi Ln (pi), onde: pi = Nº de indivíduos da espécie i / Nº total de indivíduos H’max = H’máximo = Ln (S) Densidade relativa: Dri = nº de indivíduos da espécies i/área Nº total de indivíduos/área Dri(%) = nº de indivíduos da espécies i/área X 100 Nº total de indivíduos/área 14 Frequência relativa: Fri = Fabi / Fab Fri(%) = Fabi / Fab X 100 Dominância relativa: Dori = Doabi / Doab Dori(%) = Doabi / Doab X 100 Índice de Valor de Importância (IVI): IVIi =Dri(%) + Fri(%) + Dori(%) IVI = IVIi = 300 IVI i (%) = IVIi / 300 *100 5.1. Resultados e Discursão No levantamento realizado no estrato superior da floresta avaliada foram encontrados 2412 indivíduos de 85 espécies em oito parcelas amostradas. As cinco espécies com maiores valores de IVI (Figura 2), em ordem decrescente, foram: Neea oppositifolia (João mole), Inga paraensis (Ingá), Tetragastris panamensis (Barrote), Trattinnickia lawrencei (Amescla) e Cenostigna macrophyllum (Maxarimbé) (Figura 2). Sendo que, Trattinnickia lawrencei e Cenostigna macrophyllum destacaram- se pela dominância de seus indivíduos. Vale ressaltar a importância da IVI, a qual é obtida pela soma das relativas, na qual oferece maior consistência para analisar, e interpretar os dados para determinar as espécies ou famílias mais importantes, na composição florística. Figura 2: Espécies com maior IVI (Índice de Valor de Importância). 15 A curva espécie-área não teve uma estabilização nítida em apenas 12000 m² (oito parcelas de 50 x 300 m), indicando que a comunidade vegetal é bastante heterogênea quanto à composição florística, provavelmente devido à sucessão florestal presente após a extração de madeiras comerciais (Figura 3). Figura 3: Curva cumulativa das espécies com DAP ≥ 10 cm amostradas no ambiente florestal estudado. O índice de Shannon para florestas tropicais normalmente varia de 3,83 a 5,85, valores considerados altos para qualquer tipo de vegetação (KNIGHT, 1975 apud OLIVEIRA & AMARAL, 2004). O índice de diversidade de Shannon (H’) para as 85 espécies da análise fitossociológica deste trabalho foi de 3,39, esse valor indica que o ambiente florestal estudado possui baixa diversidade florística quando comparado com ambientes florestais não explorados de terra firme. O índice H’ max (máxima de diversidade possível na área) desta floresta explorada foi de 4,44, e o grau estimado de equabilidade de Pielou (J’) = 0,76, esse valor expressa à proporção que a diversidade observada representa da diversidade máxima que poderia ser obtida, ou seja, a diversidade amostrada foi próxima da diversidade possível da área estudada. 6. PROCESSAMENTO E BENEFICIAMENTO DA MADEIRA Ao longo do tempo, a exploração madeireira fixou-se nas madeiras nobres, de melhor aspecto e mais estáveis, utilizadas na confecção de produtos de maior preço (GONZAGA, 2006). Segundo Batista (2006), o progresso no aperfeiçoamento das máquinas para serrar madeira e dos elementos de corte, conjuntamente com os motores elétricos, nos 16 levou a uma tendência cada vez maior à automação dos processos industriais, com produção em série, e os elevados rendimentos na produção. O investimento na aquisição de maquinários e treinamento de pessoal tem reduzido o desperdício durante o processamento da madeira e aumentado o aproveitamento da madeira de forma a agregar valor aos produtos. O rendimento do desdobro de toras em produtos acabados sofre variações com o tipo e tamanho da indústria madeireira, com as espécies utilizadas e com as características dos produtos beneficiados (IBDF, 1998; PEIXOTO; IWAKIRI, 1984; OLIVEIRA et al., 2003 apud BIASI & ROCHA, 2006). E a melhoria do nível tecnológico industrial é condição essencial para o aproveitamento máximo da matéria-prima e está diretamente relacionado com a conservação dos recursos florestais (BIASI & ROCHA, 2006). Pensando nisso, a empresa vem investindo em treinamento para os funcionários, maquinários modernos visando maior produção e segurança aos operadores. A empresa possuía uma serraria de grande porte, mas com a redução da quantidade de matéria-prima extraída reduziu-se também a indústria de processamento e beneficiamento, onde é processada a madeira, em toras, advindas da área de manejo florestal com tamanhos de acordo com a solicitação da empresa, entre as espécies utilizadas destacam-se o Ipê-amarelo (Handroanthus serratifolius), Jatobá (Hymenaea courbaril), Amarelão ou Garapeira (Apuleia leocarpa). Os produtos são processados a partir dos pedidos da sede da empresa localizada em Belém, que seguem os pedidos realizados pelos consumidores, ou seja, tudo é produzido após o pedido ser realizado. Toda madeira extraída do projeto de manejo da empresa é transportado até a sede da mesma em Uruará e são alocadas no pátio de estocagem da serraria. As toras são manuseadas do pátio até ao parque de processamento, onde esta passará inicialmente pela serra fita semiautomática, que dispõe de garras pneumáticas e bitola automática que não deixam que a espessura da peça desejada tenha oscilações. Após, são submetidas à multilâminas com bitolas desejadas e plainas gerando grande quantidade de resíduos, por ser uma indústria de transformação primária. Após o beneficiamento primário os produtos são enviados para sede da empresa em Belém, os quais sofrerão posteriores beneficiamentos, produzindo uma gama de produtos com diferentes fins e serão destinados aos consumidores finais do mercado interno e externo. 17 7. BIBLIOGRAFIA BARROSO, Jorcely Gonçalves; SALIMON, Cleber Ibraim; SILVEIRA, Marcos; MORATO, Elder Ferreira. Influência de fatores ambientais sobre a ocorrência e distribuição espacial de cinco espécies madeireiras exploradas no Estado do Acre, Brasil. Scientia Forestalis. Piracicaba, v. 39, n. 92, p. 489 - 499, dez. 2011. BATISTA, Djeison Cesar. Avaliação do desempenho operacional de uma serraria através de estudo do tempo, rendimento e eficiência: estudo de caso em Piraí-RJ. Monografia - UFRRJ. SEROPÉDICA - RJ, 2006. BIASI, Cândido Pietro; ROCHA, Márcio Pereira da. Rendimento em madeira serrada e quantificação de resíduos para três espécies tropicais. Floresta, Curitiba, PR, 2007. FERREIRA JÚNIOR, Elbert Viana; SOARES, Thelma Shirlen; COSTA, Marcus Filipe Fernandes da; SILVA, Versides Sebastião Moraes e. Composição, diversidade e similaridade florística de uma floresta tropical semidecídua submontana em Marcelândia – MT. Acta amazônica. Vol. 38 (4): p. 673 - 680, 2008. FONSECA, Marisa G.; ROSADO, Bruno H. P.; CASTANHO, Camila T.; LIRA, Paula Koeler; COLPAS, Flavia T. Efeito da exploração madeireira de impacto reduzido sobre a comunidade de lianas na Amazônia Central. s/d. Disponível em: http://pdbff.inpa.gov.br/cursos/efa/livro/2004/PDFs/pl1g3.pdf GONZAGA, Armando Luiz. Madeira: Uso e Conservação. 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