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RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERSIONADO II

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA 
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DO ESTÁGIO DE CAMPO II 
 
 
DIONÍZIA MOURA AMORIM 
LOIRENA DO CARMO M. SOUSA 
 
 
 
 
 
Altamira, 20 de agosto de 2012 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... 3 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 
2. HISTÓRICO DA EMPRESA ................................................................................... 4 
3. EXPLORAÇÃO FLORESTAL ................................................................................ 5 
3.1. Planejamento e abertura de estradas e esplanadas ............................................. 6 
3.2. Derrubada ........................................................................................................... 7 
3.3. Arraste ................................................................................................................ 8 
3.4. Romaneio ........................................................................................................... 8 
3.5. Carregamento do caminhão e emissão de GF (Guia Florestal) ......................... 9 
4. ANÁLISE DE IMPACTO DA EXPLORAÇÃO .................................................... 10 
4.1. Resultados e Discursão .................................................................................... 11 
5. PARCELAS PERMANENTES .............................................................................. 13 
5.1. Resultados e Discursão .................................................................................... 14 
6. PROCESSAMENTO E BENEFICIAMENTO DA MADEIRA ............................ 15 
7. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 17 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradecemos a Deus, por conceder-nos a vida, como forma de sua Sabedoria e 
Inteligência para entendê-la. 
À empresa SEMASA Indústria, Comércio e Exportação de Madeiras Ltda. pela 
oportunidade de estágio, especialmente ao gerente de produção Jilvando da Rocha 
Barata Júnior, pelo empenho e atenção conosco. 
Ao Eng. Florestal Ednaldo Oliveira de Santana, responsável pela execução dos 
projetos de manejo e ao Sr. Paulo Francisco Guimarães Titico pela gentileza em 
repassar seus conhecimentos na elaboração dos mapas. 
Ao Sr. Pedro Ferreira da Rosa, técnico em segurança do trabalho, pela 
orientação técnica de forma a deixar-nos confiáveis ao desempenharmos nosso 
aprendizado. 
Ao Sr. Geraldo Assis Nobre da Silva, encarregado das atividades exploratórias, 
pela competência, atenção, paciência e dedicação dispensados para realização do estágio 
realizado em tão nobre empresa. 
Nossos sinceros agradecimentos a todos os funcionários que nos acompanharam 
durante o período em que ali estivemos e que nos repassaram vossas experiências e a 
todos que direto ou indiretamente colaboraram para com a nossa formação acadêmica e 
não mediram esforços para o sucesso desse pequeno período de aprendizagem, pois 
dessa forma não seria possível sem a colaboração e empenho de todos. 
 
 
 
 
 
4 
1. INTRODUÇÃO 
 O estágio de campo II do curso de Engenharia Florestal foi realizado no período 
de 16 a 27 de Julho 2012, no Projeto de Manejo Florestal da Empresa Serraria 
Marajoara S/A (SEMASA) localizado no Km 140 Norte, dentro da Fazenda Rio Uruará 
a cerca de 50 km da sede do município de Uruará/PA, onde foi realizado o 
acompanhamento da exploração florestal da UPA (Unidade de Produção Anual) 
05/2012, onde foram observadas as atividades de construção de estradas e esplanadas, 
atividade de corte, planejamento de arraste, arraste e romaneio, sob orientação do 
encarregado das atividades de exploração, Geraldo Nobre. Foi realizada, também, a 
segunda medição de 09 (nove) parcelas permanentes instaladas na UPA 04, a qual foi 
explorada no ano de 2011 com o intuito de acompanhar o crescimento das espécies. 
2. HISTÓRICO DA EMPRESA 
A SEMASA Indústria, Comércio e Exportação de Madeiras Ltda., iniciou suas 
atividades no ano de 1968, sempre voltada à produção e comércio de produtos 
madeireiros e, dia a dia vem aperfeiçoando seu sistema de controle de forma a obter 
plena garantia da legalidade de todos os produtos adentrados à sua "cadeia produtiva". 
Conta com Unidades de Processamento Primário responsáveis pela 
industrialização de matérias-primas oriundas de suas florestas e, os produtos resultantes 
da operação são transportados por via rodo- fluvial através de veículos e embarcações 
próprias até seu parque fabril, localizado na cidade de Belém, este é composto por duas 
unidades, uma para processamento de secagem e usinagem de madeiras em processo de 
S4S e madeiras serradas, com capacidade de processamento de 1000 m³ mensais e outra 
responsável pela industrialização de madeiras em forma de "deckings", com capacidade 
de processamento de 1.500 m³ mensais. 
A SEMASA é signatária do compromisso denominado PACTO PELA 
MADEIRA LEGAL E SUSTENTÁVEL junto ao Ministério do Meio Ambiente, tem 
parceria com a TFT - The Forest Trust, que há dois anos a prepara para a certificação 
florestal e está concluindo a verificação legal de colheita florestal e as cadeias de 
custódias industriais, através da SCS – Scientific Certification Systems, conforme 
compromisso firmado com a Sysflor Certificações Florestais. 
 
5 
A empresa SEMASA é pioneira na região em implantar as técnicas de 
exploração de baixo impacto em suas atividades florestais. Atualmente explora uma 
área com 7.500 ha de reserva legal localizada dentro da fazenda Rio Uruará. A área 
possui um planejamento de corte de 05 UPA’s onde está em execução às atividades na 
UPA 05 (Anexo I). 
3. EXPLORAÇÃO FLORESTAL 
A floresta amazônica é detentora da maior biodiversidade do planeta, hoje 
ameaçada pela intensa e desordenada exploração de seus recursos, que coloca em risco 
de extinção de espécies vegetais, até mesmo aquelas que ainda não foram descritas. 
Conciliar a conservação da biodiversidade da floresta com o desenvolvimento 
econômico é um grande desafio. Com isso, as técnicas que permitem manejar a floresta 
e causar um menor impacto estão sendo utilizadas por várias empresas que visam um 
maior aproveitamento madeireiro futuro. 
O manejo florestal tem, no conhecimento da autoecologia das espécies arbóreas, 
o suporte para sua execução em bases sustentáveis (JARDIM et. al, 2007). A exploração 
madeireira por meio do manejo florestal sustentável tem sido sugerida como forma de 
conciliar a exploração e a conservação dos recursos naturais. Essa prática envolve basi-
camente o planejamento das atividades de corte, arraste e tratamentos silviculturais que 
causam diferentes tipos de impacto na floresta remanescente, no solo e na fauna, 
colocando em risco a sustentabilidade do processo (BARROSO et. al, 2011). 
O corte dos cipós que estejam interligando as árvores inventariadas é uma atividade 
pré-exploratória muito importante para a redução do impacto ambiental da exploração. 
O corte de cipós tem como principal objetivo facilitar o direcionamento de derruba das 
árvores selecionadas, diminuindo assim de forma acentuada os danos causados às 
árvores remanescentes. Este procedimento também reduz significativamente o risco de 
acidentes durante a derruba das árvores. Além disso, o corte de cipós pode ser feito para 
facilitar a regeneração e aumentar o crescimento das árvores após a exploração 
(SABOGAL et. al, 2000). Esta prática promove alguns benefícios como: 
 Reduzem a dimensão das clareiras abertas na floresta durante a exploração, 
sobretudo durante a derrubada das árvores; 
 Diminuem os danos causados as árvores remanescentes e adjacentes; 
 
6 
 Proporciona maior segurançaao operador do motosserra durante a derrubada das 
árvores; 
 Facilita o direcionamento da queda da árvore pelo operador. 
As lianas frequentemente interconectam as copas de árvores, aumentando os danos 
causados às árvores vizinhas quando uma árvore é derrubada durante a extração seletiva 
de madeira. Sendo assim, o corte prévio dessas lianas é uma técnica comumente adotada 
em operações de exploração madeireira que procuram reduzir o impacto dessa atividade 
sobre a floresta (FONSECA et al., s/d). 
A derruba das árvores selecionadas deve ser orientada para reduzir os danos às 
árvores remanescentes, facilitar o arraste e reduzir o tamanho das clareiras. Este 
trabalho deve ser muito bem planejado para reduzir riscos de acidentes e evitar 
desperdícios da madeira (SABOGAL et. al, 2000). O corte direcional diminui o risco 
dos motoqueiros (operadores de motosserra) e ajudantes serem atingidos pela queda 
acidental das árvores, além de diminuir o impacto sobre a floresta remanescente. 
A empresa visando à segurança do trabalhador fornece todo EPI (Equipamento 
de Proteção Individual) para os mesmos, como: botas com bico de aço, perneiras, calça 
de fibra para os motoqueiros, óculos, luvas, capacetes, capacetes com viseiras e 
protetores auriculares. 
3.1. Planejamento e abertura de estradas e esplanadas 
 As estradas são previamente planejadas no escritório, onde, com o auxílio de 
imagens de satélites adquiridos de grandes projetos realizados na Amazônia como o 
Projeto RADAM da década de 70, onde definem o sentido das estradas de acordo com a 
volumetria de madeira a ser extraída e condições topográficas. As estradas devem ser 
abertas onde irão facilitar a locomoção das toras extraídas e minimizar o impacto na 
biodiversidade existente. 
São produzidos mapas com a localização das estradas que são repassados para 
um GPS (Sistema de Posicionamento Global) que será manuseado pelo operador do 
trator de esteira D6; primeiramente é realizada uma picada sendo esta sinalizada com 
fitas brancas, tanto para a abertura de estradas quanto para as esplanadas. Nem sempre 
as estradas seguem o planejado devido a características topográficas, edáficas, como por 
exemplo, pedreiras, solo encharcado, entre outras. 
 
7 
Na abertura de esplanadas o operador do trator D6, movimenta o mesmo em 
forma de espiral, ou seja, utiliza-se da técnica do caracol objetivando um menor impacto 
nas laterais, este tem uma dimensão um pouco menor que a recomendada por IBAMA 
(2007), para que após as operações de pátio estas não ultrapassem as dimensões de 20 x 
25 m, ou seja, 500 m² recomendado em legislação vigente. 
3.2. Derrubada 
A operação de derrubada das árvores é executada por dois trabalhadores sendo 
um operador de motosserra e um ajudante. Cada dupla é encaminhada para uma subárea 
a fim de diminuir o risco de acidentes. 
A função do ajudante do operador é possibilitar uma maior agilidade e segurança 
na derrubada, aumentando assim a produção diária. Eles sempre levam consigo os 
mapas de exploração da subárea a ser explorada no dia, o combustível do motosserra e 
material necessário à exploração (cunha, marreta, terçado, entre outros) além de sempre 
limparem o local aonde o operador irá se posicionar para efetuar a derruba da árvore. 
O operador faz o teste do oco logo ao chegar à árvore marcada para abate, para 
evitar que o ajudante perca tempo limpando, desnecessariamente, o local. Caso a árvore 
esteja oca, a dupla segue para a próxima árvore sem desperdiçar tempo. 
Ao se constatar que a árvore não possui oco, o operador do motosserra realiza o 
corte direcional. Que permite a escolha de um melhor local de queda da árvore, onde 
causará menos danos, e a dupla consiga planejar o melhor posicionamento durante a 
derrubada para que a operação seja realizada com segurança, nesse planejamento consta 
o direcionamento da queda da árvore e as trilhas de fugas, caso haja algum problema 
durante a operação. Após a derrubada, efetua-se o traçamento do fuste, se necessário, 
caso este possua um comprimento muito elevado. De acordo com as dimensões 
desejadas pela serraria, traça-se o fuste para que diminua o impacto à floresta 
remanescente ao ser arrastada. No término da operação, o ajudante anota no mapa as 
informações importantes como: árvore abatida, direção da queda, número de toras, 
árvore oca e outros motivos pelos quais a árvore não foi abatida. 
 
8 
3.3. Arraste 
 Após a derrubada das árvores, as trilhas de arraste devem ser planejadas no 
mapa de extração, e depois sinalizadas no campo para a abertura com o trator florestal 
(skidder). Com isso, minimizam-se os danos às árvores remanescentes de valor 
comercial, pois, o operador de Skidder não desperdiça tempo procurando a tora a ser 
arrastada. 
Utilizando os mapas, repassados pelo ajudante do operador de motosserra, 
contendo todos os dados pertinentes, como a direção de queda da árvore e a quantidade 
de toras da árvore derrubada, o planejador consegue decidir qual o melhor caminho a 
ser seguido pela Skidder, aquele que proporcionará um menor impacto à floresta. 
O planejador coloca fitas de cores de fácil visualização dentro da floresta 
indicando a direção a ser seguida pelo operador da Skidder, além de indicar no mapa o 
caminho a ser percorrido, para eventuais dúvidas do ajudante do operador. Este, por sua 
vez, com os mapas em mãos, indica o trajeto e qual árvore será recolhida primeiro. 
O operador do trator florestal segue as indicações feitas pelo seu ajudante, pois, 
a densidade da floresta impossibilita uma boa visualização de dentro da Skidder da 
direção a ser seguida. 
3.4. Romaneio 
As atividades de esplanadas (pátios) são realizadas por 04 (quatro) operadores 
(um operador de empilhadeira, um motoqueiro, um operador da cadeia de custódia e o 
operador que faz o romaneio, o qual faz a cubagem da tora). Assim como sugere 
Sabogal et. al (2000), as toras devem ser cubadas nos pátios, utilizando como referência 
sua numeração. 
 Ao se medir o tronco, o motoqueiro, se necessário, secciona a árvore no tamanho 
desejado. A seguir, o operador de cadeia de custódia coloca a placa de identificação e 
pinta as toras, colocando o número da UPA, número da UT, número da cadeia de 
custódia, número da árvore e secção da árvore, se necessário. 
No pátio de estocagem, utilizando o método Smalian (equação de volume), o 
operador que realiza o romaneio faz medições centrais perpendiculares das 
extremidades da tora, descontando o ritidoma (casca), em seguida tira-se a média, eleva-
 
9 
se ao quadrado, multiplica-se esse resultado pelo comprimento da tora (este varia de 
acordo com o tipo da madeira, a madeira considerada dura C= 6,30 m e madeira mole 
C= 7,70 m) e por último multiplica-se pelo fator de forma, utilizado na floresta 
amazônica (f= 0,7854), e o resultado gerado será dado em m³ (metros cúbicos). Esta 
técnica utilizada pela empresa está de acordo com um manual elaborado por instituições 
e órgãos de áreas afins do Mato Grosso (MT) no ano de 2008. 
Portanto, eis a fórmula: 
VG = D * C * 0,7854 
Onde: 
 D = diâmetro da tora; 
 C = comprimento da tora e; 
0,7854 = Coeficiente que representa o π (pi) dividido por 4 (quatro). 
Com respeito à cadeia de custódia, a preocupação se estende desde o toco da 
árvore até a madeira pronta na fábrica, isto é, a cadeia de custódia começa no corte da 
árvore para produzir uma tora e termina com essa tora deixando a floresta e chegando à 
fábrica da SEMASA e o produto dela oriundo. 
3.5. Carregamento do caminhão e emissão de GF (Guia Florestal) 
A última atividade da exploração florestal é o transporte das toras dos pátios 
florestais até o local de processamento ou comercialização. Este transporte pode ser 
efetuado usando somente caminhões. Com isso, a carga (toras) deve ser organizada no 
caminhão de forma a prevenir acidentes. 
Os caminhões são carregados na esplanada, utilizando a empilhadeira.Durante o 
carregamento do caminhão, o encarregado do romaneio deve verificar, novamente, a 
volumetria da carga a ser transportada. Todavia, esses dados são necessários para que se 
consiga emitir a nota fiscal e a Guia Florestal de Autorização de Transporte de Toras 
(GF 1), documentos necessários ao transporte de madeira por quaisquer estradas ou 
rodovias. 
Ao termino do carregamento, o motorista se dirige ao escritório instalado no 
limite da área de manejo, com acesso à internet. Depois de confirmados os dados do 
romaneio, estes são inseridos no sistema da empresa para se emitir a nota fiscal. Logo 
após, o responsável pela emissão das notas, com login e senha, insere a volumetria da 
 
10 
carga no sistema da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) para emitir a GF 
1. De acordo com a legislação, os caminhões carregados não são autorizados a sair da 
área do manejo sem a nota fiscal da empresa, a GF e o Documento de Arrecadação 
Estadual (DAE) com comprovante de pagamento. Além desses documentos, a empresa 
envia, também, a ficha com os dados do romaneio. 
Ao aprovar o Plano de Operação Anual (POA), a volumetria de madeira 
aprovada é registrada no sistema da SEMA. No processo de emissão da GF, o volume 
da carga é retirado do total aprovado, com isso, a empresa não pode extrair um volume 
superior ao aprovado. 
4. ANÁLISE DE IMPACTO DA EXPLORAÇÃO 
Em um ambiente florestal a queda de árvores e ou a derrubada destas, ocasiona a 
formação de aberturas no dossel da floresta denominadas clareiras que exercem 
influência sobre o estabelecimento e crescimento de espécies arbóreas e, portanto, de 
grande importância para a manutenção da diversidade da vegetação (SALIM & 
PESSOA, 2007). 
O tamanho da abertura no dossel florestal é um parâmetro que também deve ser 
levado em consideração por influenciar na composição florística, muitas vezes 
determinando a distribuição espacial das espécies (JARDIM et al., 2007). 
Os processos de retirada das árvores no momento da exploração, em geral 
causam danos à regeneração e as árvores remanescentes. Dessa forma, é de fundamental 
importância determinar o impacto que a exploração madeireira causa sobre esses 
aspectos, bem como a capacidade de recuperação das espécies que ocorrem no local, 
principalmente as de elevado valor econômico e/ou ecológico, evitando o esgotamento 
dos recursos florestais e o empobrecimento da floresta. 
A derrubada e a queda de árvores ocasionam a formação de clareiras, ou seja, 
aberturas no dossel da floresta, o que influencia no estabelecimento e crescimento de 
espécies arbóreas e propicia o surgimento das espécies pioneiras que se encontram no 
banco de sementes, portanto, estas são de grande importância para a manutenção da 
diversidade da vegetação. 
 
11 
Os danos causados pela colheita florestal devem ser cuidadosamente 
investigados, para detectar seus efeitos sobre a floresta remanescente, na tentativa de 
eliminá-los ou reduzi-los ao mínimo, evitando prejuízo às produções futuras. Assim, 
apesar de haver regeneração natural após a colheita, essa nem sempre é adequada ao 
rendimento futuro dessa floresta (MARTINS et al., 2003). 
Analisou-se a ocorrência e as consequências dos impactos causados pelas 
derrubadas, nas árvores adjacentes e no interior da clareira, a partir das informações 
colhidas em formulário previamente elaborado pelo Prof. MSc. Marlon Menezes. Foi 
utilizado um método proposto pelo IMAZON (Instituto do Homem e Meio Ambiente da 
Amazônia) (VIDAL et al., 1998), para determinar o tamanho das clareiras e analisar a 
dimensão dos impactos sobre floresta, onde se tira um ponto central e mede oito raios 
com ângulos de 45º (Figura 1). 
 
Figura 7: Representação baseada na metodologia do IMAZON para medição de clareiras. 
4.1. Resultados e Discursão 
Foram realizadas medições de 33 clareiras das quais se verificou que era mínimo 
o desperdício no destopo, muitas vezes não houve desperdício, e a altura do toco 
encontrava-se dentro dos padrões exigidos, assim como toda a estrutura construída para 
a exploração, como nos mostra a Tabela 1. 
 
 
12 
Tabela 1: Dados das clareiras estudadas. 
Nº da 
clareira 
Altura do 
toco 
(corte) 
Desperdício 
no destopo 
(m³) 
Área da 
clareira 
(m
2
) 
Árvores 
adjacentes 
afetadas 
Árvores 
interiores 
afetadas 
1 60 1,756 139,4518618 3 3 
2 36 0,593761012 61,86237721 5 1 
3 28 11,23870843 88,66408954 6 0 
4 40 ~ 192,9767466 4 17 
5 37,5 ~ 165,6998684 4 4 
6 36 ~ 332,4830954 13 23 
7 30 ~ 139,4518618 5 7 
8 43,5 ~ 125,6813776 6 15 
9 55 1,743 105,6831769 4 12 
10 21 1,696 198,8688282 18 13 
11 22 ~ 438,3626218 5 16 
12 30 ~ * 6 * 
13 41,5 3,558543536 130,4449402 15 10 
14 37,5 1,200837576 351,3262699 7 17 
15 36 ~ 161,4495144 7 16 
16 30 8,21 140,5003683 10 11 
17 35 ~ 190,5223774 6 10 
18 37 ~ 212,5307065 8 13 
19 45,5 ~ 232,6900366 10 12 
20 25 0,848787963 152,8404461 6 8 
21 40 35,35911227 68,84518048 15 6 
22 51 4,626387881 57,0793024 6 5 
23 28 ~ 181,4583917 9 5 
24 38,5 ~ 81,31276273 7 9 
25 36 ~ 210,5971544 9 12 
26 37,5 ~ 323,2562623 11 14 
27 52 5,003 125,1851041 3 15 
28 52 9,808 99,18118454 5 8 
29 45 0,709 61,16729984 4 3 
30 34 ~ 295,5924528 6 12 
31 30,5 ~ 206,7565574 8 14 
32 27 0,672 151,2014183 3 8 
33 33,5 ~ 124,1955025 11 9 
SOMA --- 87,02313866 5547,319138 245 328 
MÉDIA 37,3181818 --- 173,3537231 --- --- 
Fonte: os autores. (* Clareira sobreposta a da árvore 11; ~ Não há desperdício.). 
Para execução do plano de manejo e exploração de impacto reduzido torna-se 
necessário a abertura de estradas principais, estradas secundárias, trilhas de arraste e 
 
13 
pátio de estocagem que de acordo com as normas de Execução nº 1, de 24 de Abril de 
2007-IBAMA, devem medir respectivamente 6 a 10 m, 4 a 6 m, 1,5 ou até 4,2 m e 20 x 
25 m. A UPA 4 possui 34200 quilômetros de estradas, principais e secundárias, e 63 
pátios de estocagem. Sendo observado na área, de acordo com as medições realizadas, 
que a estrada principal apresentava uma média de 5,44 m, a secundária 4,03 m e o pátio 
de estocagem 452,2533 m
2
, sendo que o máximo é de 500 m
2
, o que nos leva a concluir 
que ambas estão de acordo com os padrões e normas estabelecidos. 
5. PARCELAS PERMANENTES 
Considerando a importância das florestas nativas, no cenário estratégico, 
ambiental, social e econômico do país e as restrições ambientais sobre o uso das 
florestas nativas, estudos da composição e similaridade florística de um ambiente 
permitem o mapeamento da área e fornecem subsídios para elaboração de planos de 
manejo florestal para utilização sustentável do recurso (FERREIRA JUNIOR et al., 
2008). 
Para o inventário florístico, amostrou-se 8 (oito) parcelas permanentes de 50 x 
300 m (15.000 m²), alocadas dentro da UPA 04 da área de manejo florestal da empresa, 
área explorada no ano de 2011. Cada parcela foi dividida em 6 parcelas de 50 x 50 m, 
para facilitar as medições, mensurando-se os indivíduos arbóreos com diâmetro à altura 
do peito (DAP) ≥ 10 cm. 
Os parâmetros fitossociológicos estimados foram: Densidade, Freqüência e 
Dominância Absoluta e Relativa, além do Índice de Valor de Importância (IVI) e Índice 
de Diversidade de Shannon-Wiener (H’), segundo Müller-Dombois & Ellemberg 
(1974). Para os cálculos, as expressões matemáticas (MÜLLER-DOMBOIS & 
ELLEMBERG, 1974) utilizadas foram: 
Índice de Diversidade de Shannon (H’): H’= -  pi Ln (pi), onde: 
pi = Nº de indivíduos da espécie i / Nº total de indivíduos 
H’max = H’máximo = Ln (S) 
 
Densidade relativa: 
Dri = nº de indivíduos da espécies i/área 
Nº total de indivíduos/área 
Dri(%) = nº de indivíduos da espécies i/área X 100 
Nº total de indivíduos/área 
 
 
14 
Frequência relativa: 
Fri = Fabi /  Fab 
Fri(%) = Fabi /  Fab X 100 
 
Dominância relativa: 
Dori = Doabi /  Doab 
Dori(%) = Doabi /  Doab X 100 
 
Índice de Valor de Importância (IVI): 
IVIi =Dri(%) + Fri(%) + Dori(%) 
IVI =  IVIi = 300 
IVI i (%) = IVIi / 300 *100 
5.1. Resultados e Discursão 
 No levantamento realizado no estrato superior da floresta avaliada foram 
encontrados 2412 indivíduos de 85 espécies em oito parcelas amostradas. 
As cinco espécies com maiores valores de IVI (Figura 2), em ordem decrescente, 
foram: Neea oppositifolia (João mole), Inga paraensis (Ingá), Tetragastris panamensis 
(Barrote), Trattinnickia lawrencei (Amescla) e Cenostigna macrophyllum (Maxarimbé) 
(Figura 2). Sendo que, Trattinnickia lawrencei e Cenostigna macrophyllum destacaram-
se pela dominância de seus indivíduos. Vale ressaltar a importância da IVI, a qual é 
obtida pela soma das relativas, na qual oferece maior consistência para analisar, e 
interpretar os dados para determinar as espécies ou famílias mais importantes, na 
composição florística. 
 
Figura 2: Espécies com maior IVI (Índice de Valor de Importância). 
 
15 
A curva espécie-área não teve uma estabilização nítida em apenas 12000 m² 
(oito parcelas de 50 x 300 m), indicando que a comunidade vegetal é bastante 
heterogênea quanto à composição florística, provavelmente devido à sucessão florestal 
presente após a extração de madeiras comerciais (Figura 3). 
 
Figura 3: Curva cumulativa das espécies com DAP ≥ 10 cm amostradas no ambiente florestal estudado. 
O índice de Shannon para florestas tropicais normalmente varia de 3,83 a 5,85, 
valores considerados altos para qualquer tipo de vegetação (KNIGHT, 1975 apud 
OLIVEIRA & AMARAL, 2004). O índice de diversidade de Shannon (H’) para as 85 
espécies da análise fitossociológica deste trabalho foi de 3,39, esse valor indica que o 
ambiente florestal estudado possui baixa diversidade florística quando comparado com 
ambientes florestais não explorados de terra firme. O índice H’ max (máxima de 
diversidade possível na área) desta floresta explorada foi de 4,44, e o grau estimado de 
equabilidade de Pielou (J’) = 0,76, esse valor expressa à proporção que a diversidade 
observada representa da diversidade máxima que poderia ser obtida, ou seja, a 
diversidade amostrada foi próxima da diversidade possível da área estudada. 
6. PROCESSAMENTO E BENEFICIAMENTO DA MADEIRA 
Ao longo do tempo, a exploração madeireira fixou-se nas madeiras nobres, de 
melhor aspecto e mais estáveis, utilizadas na confecção de produtos de maior preço 
(GONZAGA, 2006). 
Segundo Batista (2006), o progresso no aperfeiçoamento das máquinas para 
serrar madeira e dos elementos de corte, conjuntamente com os motores elétricos, nos 
 
16 
levou a uma tendência cada vez maior à automação dos processos industriais, com 
produção em série, e os elevados rendimentos na produção. 
O investimento na aquisição de maquinários e treinamento de pessoal tem 
reduzido o desperdício durante o processamento da madeira e aumentado o 
aproveitamento da madeira de forma a agregar valor aos produtos. O rendimento do 
desdobro de toras em produtos acabados sofre variações com o tipo e tamanho da 
indústria madeireira, com as espécies utilizadas e com as características dos produtos 
beneficiados (IBDF, 1998; PEIXOTO; IWAKIRI, 1984; OLIVEIRA et al., 2003 apud 
BIASI & ROCHA, 2006). E a melhoria do nível tecnológico industrial é condição 
essencial para o aproveitamento máximo da matéria-prima e está diretamente 
relacionado com a conservação dos recursos florestais (BIASI & ROCHA, 2006). 
Pensando nisso, a empresa vem investindo em treinamento para os funcionários, 
maquinários modernos visando maior produção e segurança aos operadores. 
A empresa possuía uma serraria de grande porte, mas com a redução da 
quantidade de matéria-prima extraída reduziu-se também a indústria de processamento e 
beneficiamento, onde é processada a madeira, em toras, advindas da área de manejo 
florestal com tamanhos de acordo com a solicitação da empresa, entre as espécies 
utilizadas destacam-se o Ipê-amarelo (Handroanthus serratifolius), Jatobá (Hymenaea 
courbaril), Amarelão ou Garapeira (Apuleia leocarpa). Os produtos são processados a 
partir dos pedidos da sede da empresa localizada em Belém, que seguem os pedidos 
realizados pelos consumidores, ou seja, tudo é produzido após o pedido ser realizado. 
Toda madeira extraída do projeto de manejo da empresa é transportado até a sede da 
mesma em Uruará e são alocadas no pátio de estocagem da serraria. As toras são 
manuseadas do pátio até ao parque de processamento, onde esta passará inicialmente 
pela serra fita semiautomática, que dispõe de garras pneumáticas e bitola automática 
que não deixam que a espessura da peça desejada tenha oscilações. Após, são 
submetidas à multilâminas com bitolas desejadas e plainas gerando grande quantidade 
de resíduos, por ser uma indústria de transformação primária. 
Após o beneficiamento primário os produtos são enviados para sede da empresa 
em Belém, os quais sofrerão posteriores beneficiamentos, produzindo uma gama de 
produtos com diferentes fins e serão destinados aos consumidores finais do mercado 
interno e externo. 
 
 
17 
7. BIBLIOGRAFIA 
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