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UTI 60H XVIII 
Direito Ambiental 
Frederico Amado 
1 
COMPETÊNCIAS MATERIAIS AMBIENTAIS 
 
COMUNS 
 
“Art. 23. É competência comum da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
[...] 
III – proteger os documentos, as obras e 
outros bens de valor histórico, artístico e 
cultural, os monumentos, as paisagens 
naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a 
descaracterização de obras de arte e de 
outros bens de valor histórico, artístico e 
cultural; 
[...] 
VI – proteger o meio ambiente e combater a 
poluição em qualquer de suas formas; 
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; 
[...] 
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as 
concessões de direitos de pesquisa e 
exploração de recursos hídricos e minerais 
em seus territórios”. 
 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão 
normas para a cooperação entre a União e os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
tendo em vista o equilíbrio do 
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito 
nacional. 
 
LEI COMPLEMENTAR 140/2011 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
AMBIENTAIS 
 
CONCORRENTES 
 
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao 
Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre: 
VI – florestas, caça, pesca, fauna, 
conservação da natureza, defesa do solo e 
dos recursos naturais, proteção do meio 
ambiente e controle da poluição; 
VII – proteção ao patrimônio histórico, 
cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII – responsabilidade por dano ao meio 
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de 
valor artístico, estético, histórico, turístico e 
paisagístico”. 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a 
competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar 
sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas 
gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas 
peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre 
normas gerais suspende a eficácia da lei 
estadual, no que lhe for contrário. 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a 
estadual no que couber; 
Nesse sentido, o STJ, no REsp 29.299, 1.ª 
Turma, de 28.09.1994: 
 
“Constitucional. Meio ambiente. 
Legislação municipal supletiva. 
Possibilidade. 
 
Atribuindo, a Constituição Federal, a 
competência comum à União, aos Estados e 
aos Municípios para proteger o meio 
ambiente e combater a poluição em qualquer 
de suas formas, cabe, aos Municípios, legislar 
supletivamente sobre a proteção ambiental, 
na esfera do interesse estritamente local. 
A legislação municipal, contudo, deve se 
constringir a atender as características 
próprias do território em que as questões 
ambientais, por suas particularidades, não 
contêm o disciplinamento consignado na lei 
federal ou estadual. A legislação supletiva, 
como é cediço, não pode ineficacizar os 
efeitos da lei que pretende suplementar”. 
 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
PRIVATIVA DA UNIÃO 
 
Art. 22. Compete privativamente à União 
legislar sobre: 
 
IV - águas, energia, informática, 
telecomunicações e radiodifusão; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais 
e metalurgia; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer 
natureza; 
 
 
 
 
 
 
 
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Parágrafo único. Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste 
artigo. 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá- lo para as presentes e futuras 
gerações. 
 
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse 
direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos 
ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do 
patrimônio genético do País e fiscalizar as 
entidades dedicadas à pesquisa e 
manipulação de material genético; 
III - definir, em todas as unidades da 
Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente 
protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção; 
 
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. 
MEIO AMBIENTE. DEFESA. ATRIBUIÇÃO 
CONFERIDA AO PODER PÚBLICO. ARTIGO 
225, § 1º, III, CB/88. DELIMITAÇÃO DOS 
ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS. 
VALIDADE DO DECRETO. SEGURANÇA 
DENEGADA. 
 
1. A Constituição do Brasil atribui ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defender 
um meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. [CB/88, art. 225, §1º, III]. 2. A 
delimitação dos espaços territoriais protegidos 
pode ser feita por decreto ou por lei, sendo 
esta imprescindível apenas quando se trate 
de alteração ou supressão desses espaços. 
Precedentes. Segurança denegada para 
manter os efeitos do decreto do Presidente da 
República, de 23 de março de 2006 (STF, MS 
26.064, Plenário, de 17/6/2010). 
 
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
 
De acordo com o artigo 3.º, II, do novo Código 
Florestal, Área de Preservação Permanente 
(APP) é a “área protegida, coberta ou não por 
vegetação nativa, com a função ambiental de 
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a 
estabilidade geológica e a biodiversidade, 
facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, 
proteger o solo e assegurar o bem-estar das 
populações humanas”, definição praticamente 
idêntica à que constava no artigo 1.º, § 2.º, II, 
do antigo Código Florestal. 
 
APP’S DO ARTIGO 4º - INCIDÊNCIA EX 
LEGE 
APP’S DO ARTIGO 6º - PRECISAM SER 
DECLARADAS POR ATO DO PODER EX 
PARA EXISTIREMECUTIVO 
HIPÓTESES DO ARTIGO 4º - 
 
I) Mata ciliar – 
São consideradas áreas de preservação 
permanente as faixas marginais de qualquer 
curso d’água natural perene e intermitente, 
excluídos os efêmeros, desde a borda da 
calha do leito regular, em largura mínima de: 
 
30M 
cursos d’água de menos de 10 metros de 
largura 
50m 
cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros 
de largura 
100m 
cursos d’água que tenham de 50 a 200 
metros de largura 
200m 
cursos d’água que tenham de 200 a 600 
metros de largura 
500 
para os cursos d’água que tenham largura 
superior a 600 metros 
 
II) Entorno de lagos e lagoas naturais 
Atualmente, consideram-se áreas de 
preservação permanente as áreas no entorno 
dos lagos e lagoas naturais, em faixa com 
largura mínima de: 
 
a) 100 metros, em zonas rurais, exceto para o 
corpo d’água com até 20 hectares de 
 
 
 
 
 
 
 
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superfície, cuja faixa marginal será de 50 
metros; 
b) 30 metros, em zonas urbanas. 
III) Entorno de reservatórios d’água artificiais, 
decorrentes de barramento ou represamento 
de cursos d’água naturais, na faixa definida 
na licença ambiental do empreendimento 
IV) Entorno de nascentes e olhos d’água 
 Neste caso o novo CFlo seguiu a mesma 
sistemática do anterior. Considera-se APP as 
áreas no entorno das nascentes e dos olhos 
d’água perenes, qualquer que seja a sua 
situação topográfica, no raio mínimo de 50 
metros. 
A nascente é o afloramento natural do lençol 
freático que apresenta perenidade e dá início 
a um curso d’água, ao passo que o olho 
d’água é o afloramento natural do lençol 
freático, mesmo que intermitente. 
V) Encostas ou partes destas com declividade 
acima de 45º, equivalente a 100% na linha de 
maior decliveVI) As restingas, como fixadoras de dunas ou 
estabilizadoras de mangues 
 
A restinga é o depósito arenoso paralelo à 
linha da costa, de forma geralmente 
alongada, produzido por processos de 
sedimentação, onde se encontram diferentes 
comunidades que recebem influência 
marinha, com cobertura vegetal em mosaico, 
encontrada em praias, cordões arenosos, 
dunas e depressões, apresentando, de 
acordo com o estágio sucessional, estrato 
herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último 
mais interiorizado. 
 
VII) Os manguezais, em toda a sua extensão 
 
O manguezal é o ecossistema litorâneo que 
ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação 
das marés, formado por vasas lodosas 
recentes ou arenosas, às quais se associa, 
predominantemente, a vegetação natural 
conhecida como mangue, com influência 
fluviomarinha, típica de solos limosos de 
regiões es-tuarinas e com dispersão 
descontínua ao longo da costa brasileira, 
entre os Estados do Amapá e de Santa 
Catarina. 
 
VIII) Bordas de tabuleiros ou chapadas 
 
Assim como seu verificou na legislação 
anterior, o novo CFlo considera como APP as 
bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a 
linha de ruptura do relevo, em faixa nunca 
inferior a 100 metros em projeções 
horizontais. 
 Tabuleiro ou chapada é a paisagem de 
topografia plana, com declividade média 
inferior a dez por cento, aproximadamente 
seis graus e superfície superior a dez 
hectares, terminada de forma abrupta em 
escarpa, caracterizando-se a chapada por 
grandes superfícies a mais de seiscentos 
metros de altitude. 
 
 
 
IX) Topo de morros, montes, montanhas e 
serras 
X) Áreas em altitude acima de 1.800m 
XI) Veredas 
Faixa marginal, em projeção horizontal, com 
largura mínima de 50 metros, a partir do limite 
do espaço brejoso e encharcado 
 
APP’S DO ARTIGO 6º, DO NOVO CFLO 
 
Art. 6o Consideram-se, ainda, de preservação 
permanente, quando declaradas de interesse 
social por ato do Chefe do Poder Executivo, 
as áreas cobertas com florestas ou outras 
formas de vegetação destinadas a uma ou 
mais das seguintes finalidades: 
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de 
enchentes e deslizamentos de terra e de 
rocha; 
II - proteger as restingas ou veredas; 
III - proteger várzeas; 
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora 
ameaçados de extinção; 
V - proteger sítios de excepcional beleza ou 
de valor científico, cultural ou histórico; 
 
 
 
 
 
 
 
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VI - formar faixas de proteção ao longo de 
rodovias e ferrovias; 
VII - assegurar condições de bem-estar 
público; 
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a 
critério das autoridades militares. 
IX – proteger áreas úmidas, especialmente as 
de importância internacional. 
 
Seção II 
Do Regime de Proteção das Áreas de 
Preservação Permanente 
 
Art. 7o A vegetação situada em Área de 
Preservação Permanente deverá ser mantida 
pelo proprietário da área, possuidor ou 
ocupante a qualquer título, pessoa física ou 
jurídica, de direito público ou privado. 
§ 1o Tendo ocorrido supressão de vegetação 
situada em Área de Preservação Permanente, 
o proprietário da área, possuidor ou ocupante 
a qualquer título é obrigado a promover a 
recomposição da vegetação, ressalvados os 
usos autorizados previstos nesta Lei. 
Art. 8o A intervenção ou a supressão de 
vegetação nativa em Área de Preservação 
Permanente somente ocorrerá nas hipóteses 
de utilidade pública, de interesse social ou de 
baixo impacto ambiental previstas nesta Lei. 
§ 1o A supressão de vegetação nativa 
protetora de nascentes, dunas e restingas 
somente poderá ser autorizada em caso de 
utilidade pública. 
 
RESERVA LEGAL 
 
artigo 3.º, inciso III, do novo CFlo (Lei 
12.651/2012), que o define como a “área 
localizada no interior de uma propriedade ou 
posse rural, delimitada nos termos do art. 12, 
com a função de assegurar o uso econômico 
de modo sustentável dos recursos naturais do 
imóvel rural, auxiliar a conservação e a 
reabilitação dos processos ecológicos e 
promover a conservação da biodiversidade, 
bem como o abrigo e a proteção de fauna 
silvestre e da flora nativa”. 
 
80%, nas áreas de floresta situadas na 
Amazônia Legal; 
35%, nas áreas de cerrado situadas na 
Amazônia Legal; 
20% nas áreas de floresta ou vegetação 
nativa em outras regiões do Brasil. 
 
Seção II 
Do Regime de Proteção da Reserva Legal 
 
Art. 17. A Reserva Legal deve ser conservada 
com cobertura de vegetação nativa pelo 
proprietário do imóvel rural, possuidor ou 
ocupante a qualquer título, pessoa física ou 
jurídica, de direito público ou privado. 
§ 1o Admite-se a exploração econômica da 
Reserva Legal mediante manejo sustentável, 
previamente aprovado pelo órgão competente 
do Sisnama, de acordo com as modalidades 
previstas no art. 20. 
 
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
 
“é o espaço territorial e seus recursos 
ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, 
com as características naturais relevantes, 
legalmente instituído pelo Poder Público, com 
objetivos de conservação e limites definidos, 
sob regime especial de administração, ao 
qual se aplicam garantias adequadas de 
proteção” (artigo 2º, da Lei 9.985/2000). 
 
SNUC 
 
Art. 6o O SNUC será gerido pelos seguintes 
órgãos, com as respectivas atribuições: 
 I – Órgão consultivo e deliberativo: o 
Conselho Nacional do Meio Ambiente - 
Conama, com as atribuições de acompanhar 
a implementação do Sistema; 
II - Órgão central: o Ministério do Meio 
Ambiente, com a finalidade de coordenar o 
Sistema; e 
III - órgãos executores: o Instituto Chico 
Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os 
órgãos estaduais e municipais, com a função 
de implementar o SNUC, subsidiar as 
propostas de criação e administrar as 
unidades de conservação federais, estaduais 
e municipais, nas respectivas esferas de 
atuação 
 
GRUPO DE PROTEÇÃO INTEGRAL 
 
Estação ecológica – é a UC que se destina a 
preservação da natureza e a realização de 
pesquisas científicas, sendo de propriedade 
 
 
 
 
 
 
 
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pública, sendo proibida a visitação pública, 
exceto para fins educativos. 
 
Reserva biológica – é a UC que tem como 
objetivo a preservação integral da biota e 
demais atributos naturais existentes, sem a 
interferência humana direta, sendo de 
propriedade pública, proibida a visitação 
pública, exceto para fins educativos. Poderá 
haver pesquisa científica se autorizada. 
Parque nacional – é a UC de propriedade 
pública que tem o fito de preservar 
ecossistemas naturais de grande relevância 
ecológica e beleza cênica, podendo haver 
pesquisas se autorizadas e turismo 
ecológico. 
Monumento natural – é a UC que busca 
preservar sítios naturais raros, singulares ou 
de grande beleza cênica, admitida a visitação 
pública, podendo a área ser pública ou 
particular, se compatível. 
 
Refúgio da vida silvestre – é a UC que tenta 
preservar ambientes naturais típicos de 
reprodução de espécies ou comunidades da 
flora local e da fauna residente ou migratória, 
podendo ser constituído por áreas 
particulares, admitida a visitação pública. 
 
GRUPO DE USO SUSTENTÁVEL 
 
Área de proteção ambiental – é a UC que 
pode ser formada por áreas públicas ou 
particulares, em geral extensas, com certo 
grau de ocupação humana, com atributos 
bióticos, abióticos ou mesmo culturais, 
visando promover a diversidade e assegurar a 
sustentabilidade do uso dos recursos. 
 
Área de relevante interesse ecológico – é a 
UC que pode ser formada por áreas públicas 
ou particulares, em geral de pouca extensão, 
com pouca ou nenhuma ocupação humana, 
com características naturais extraordinárias 
ou que abriga exemplares raros da biota 
nacional,visando manter a manter 
ecossistemas naturais de importância regional 
ou local. 
 
Floresta nacional – é a UC de propriedade 
pública, composta por uma área coberta de 
vegetação predominantemente nativa, com o 
objetivo de manter o uso sustentável dos 
recursos e desenvolver a pesquisa científica, 
sendo permitida a ocupação por populações 
tradicionais. 
Reserva Extrativista – é a UC de propriedade 
pública utilizada pelas populações 
extrativistas tradicionais como condição de 
sobrevivência, que têm o uso concedido pelo 
Poder Público, podendo haver agricultura e 
criação de animais de pequeno porte, sendo 
permitida a visitação pública e a pesquisa. 
Reserva da fauna – é a UC de propriedade 
pública, composta por área natural com 
animais nativos, adequada ao estudo 
científico, ligada ao manejo dos recursos 
faunísticos, permitida a visitação pública e 
proibida a caça. 
 
Reserva de desenvolvimento sustentável – é 
a UC de propriedade pública composta por 
área natural e que abriga populações 
tradicionais, cuja existência baseia-se em 
sistemas sustentáveis de exploração 
transmitidos por gerações, protegendo a 
natureza, permitida a visitação pública e a 
pesquisa. 
 
Reserva particular do patrimônio natural – é a 
UC de propriedade privada, gravada com 
perpetuidade, com o objetivo de conservar a 
diversidade biológica, apenas sendo permitida 
a pesquisa e a visitação. Ressalte-se que 
esta modalidade, apesar de ser formalmente 
considerada como de USO SUSTENTÁVEL, 
tem o regime jurídico de proteção integral, 
pois o inciso III, do §2º, 
do artigo 21, da Lei 9985/00 foi vetado pelo 
Presidente, e previa o extrativismo na área. 
Art. 22. As unidades de conservação são 
criadas por ato do Poder 
Público.(Regulamento) 
§ 1o (VETADO) 
§ 2o A criação de uma unidade de 
conservação deve ser precedida de estudos 
técnicos e de consulta pública que permitam 
identificar a localização, a dimensão e os 
limites mais adequados para a unidade, 
conforme se dispuser em regulamento. 
§ 3o No processo de consulta de que trata o § 
2o, o Poder Público é obrigado a fornecer 
informações adequadas e inteligíveis à 
população local e a outras partes 
interessadas. 
 
 
 
 
 
 
 
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§ 4o Na criação de Estação Ecológica ou 
Reserva Biológica não é obrigatória a 
consulta de que trata o § 2o deste artigo. 
§ 5o As unidades de conservação do grupo de 
Uso Sustentável podem ser transformadas 
total ou parcialmente em unidades do grupo 
de Proteção Integral, por instrumento 
normativo do mesmo nível hierárquico do que 
criou a unidade, desde que obedecidos os 
procedimentos de consulta estabelecidos no § 
2o deste artigo. 
§ 6o A ampliação dos limites de uma unidade 
de conservação, sem modificação dos seus 
limites originais, exceto pelo acréscimo 
proposto, pode ser feita por instrumento 
normativo do mesmo nível hierárquico do que 
criou a unidade, desde que obedecidos os 
procedimentos de consulta estabelecidos no § 
2o deste artigo. 
§ 7o A desafetação ou redução dos limites de 
uma unidade de conservação só pode ser 
feita mediante lei específica. 
 
EIA 
 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de 
obra ou atividade potencialmente causadora 
de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto 
ambiental, a que se dará publicidade; 
“1. É inconstitucional preceito da Constituição 
do Estado do Espírito Santo que submete o 
Relatório de Impacto Ambiental 
– RIMA – ao crivo de comissão permanente e 
específica da Assembleia Legislativa. 
2. A concessão de autorização para 
desenvolvimento de atividade potencialmente 
danosa ao meio ambiente consubstancia ato 
do Poder de Polícia – ato da Administração 
Pública – entenda-se ato do Poder Executivo” 
(ADI 1.505, de 24.11.2004). 
“Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 
182, § 3.º, da Constituição do Estado de 
Santa Catarina. Estudo de Impacto Ambiental. 
Contrariedade ao artigo 225, § 1.º, IV, da 
Carta da República. A norma impugnada, ao 
dispensar a elaboração de Estudo Prévio de 
Impacto Ambiental no caso de áreas de 
florestamento ou reflorestamento para fins 
empresariais, cria exceção incompatível com 
o disposto no mencionado inciso IV do § 1.º 
do artigo 225 da Constituição Federal. Ação 
julgada procedente, para declarar a 
inconstitucionalidade do dispositivo 
constitucional catarinense sob enfoque” (ADI 
1.086, de 10.08.2001). 
V - controlar a produção, a comercialização e 
o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, 
a qualidade de vida e o meio ambiente; 
 
LICENÇA AMBIENTAL 
 
“Ato administrativo pelo qual o órgão 
ambiental competente estabelece as 
condições, restrições e medidas de controle 
ambiental que deverão ser obedecidas pelo 
empreendedor, pessoa física ou jurídica, para 
localizar, instalar, ampliar e operar 
empreendimentos ou atividades utilizadoras 
dos recursos ambientais consideradas efetiva 
ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, 
sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental” (artigo 1º, inciso II, da 
Resolução CONAMA 237/97). 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
“Procedimento administrativo pelo qual o 
órgão ambiental competente licencia a 
localização, instalação, ampliação e a 
operação de empreendimentos e atividades 
utilizadoras de recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente 
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer 
forma, possam causar degradação ambiental, 
considerando as disposições legais e 
regulamentares e as normas técnicas 
aplicáveis ao caso” (artigo 1º, inciso I, da 
Resolução CONAMA 237/97). 
 
LC 140/2011 
 
Art. 2o Para os fins desta Lei Complementar, 
consideram-se: 
I - licenciamento ambiental: o procedimento 
administrativo destinado a licenciar atividades 
ou empreendimentos utilizadores de recursos 
ambientais, efetiva ou potencialmente 
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, 
de causar degradação ambiental; 
 
LICENCIAMENTO E PODER DE POLÍCIA 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo 
licenciamento ou autorização, conforme o 
caso, de um empreendimento ou atividade, 
lavrar auto de infração ambiental e instaurar 
processo administrativo para a apuração de 
infrações à legislação ambiental cometidas 
pelo empreendimento ou atividade licenciada 
ou autorizada. 
§ 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, 
ao constatar infração ambiental decorrente de 
empreendimento ou atividade utilizadores de 
recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmente poluidores, pode dirigir 
representação ao órgão a que se refere o 
caput, para efeito do exercício de seu poder 
de polícia. 
§ 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de 
degradação da qualidade ambiental, o ente 
federativo que tiver conhecimento do fato 
deverá determinar medidas para evitá-la, 
fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando 
imediatamente ao órgão competente para as 
providências cabíveis. 
§ 3o O disposto no caput deste artigo não 
impede o exercício pelos entes federativos da 
atribuição comum de fiscalização da 
conformidade de empreendimentos e 
atividades efetiva ou potencialmente 
poluidores ou utilizadores de recursos 
naturais com a legislação ambiental em vigor, 
prevalecendo o auto de infração ambiental 
lavrado por órgão que detenha a atribuição de 
licenciamento ou autorização a que se refere 
o caput. 
STJ - 3. O pacto federativo atribuiu 
competência aos quatro entes da federação 
para proteger o meio ambiente através da 
fiscalização. 
4. A competência constitucional para fiscalizar 
é comum aos órgãos do meio ambiente das 
diversas esferas da federação, inclusive o 
artigo 76da Lei Federal n. 9.605/1998 prevê a 
possibilidade de atuação concomitante dos 
integrantes do SISNAMA. 
5. Atividade desenvolvida com risco de dano 
ambiental a bem da União pode ser 
fiscalizada pelo IBAMA, ainda que a 
competência para licenciar seja de outro ente 
federado. Agravo regimental provido” (AgRg 
no REsp 711.405/PR, de 28.04.2009). 
 
 
ESPÉCIES DE LICENÇA AMBIENTAL 
 
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua 
competência de controle, expedirá as 
seguintes licenças: 
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase 
preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade aprovando sua 
localização e concepção, atestando a 
viabilidade ambiental e estabelecendo os 
requisitos básicos e condicionantes a serem 
atendidos nas próximas fases de sua 
implementação; 
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a 
instalação do empreendimento ou atividade 
de acordo com as especificações constantes 
dos planos, programas e projetos aprovados, 
incluindo as medidas de controle ambiental e 
demais condicionantes, da qual constituem 
motivo determinante; 
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a 
operação da atividade ou empreendimento, 
após a verificação do efetivo cumprimento do 
que consta das licenças anteriores, com as 
medidas de controle ambiental e 
condicionantes determinados para a 
operação. 
 
Art. 19 – O órgão ambiental competente, 
mediante decisão motivada, poderá modificar 
os condicionantes e as medidas de controle e 
adequação, suspender ou cancelar uma 
licença expedida, quando ocorrer: 
I - Violação ou inadequação de quaisquer 
condicionantes ou normas legais. 
II - Omissão ou falsa descrição de 
informações relevantes que subsidiaram a 
expedição da licença. 
III - superveniência de graves riscos 
ambientais e de saúde. 
 
Lei 6938/81- 
 
Art. 10. A construção, instalação, ampliação e 
funcionamento de estabelecimentos e 
atividades utilizadores de recursos 
ambientais, efetiva ou potencialmente 
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, 
de causar degradação ambiental dependerão 
de prévio licenciamento ambiental. (Redação 
dada pela Lei Complementar nº 140, de 2011) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LC 140/2011 
 
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são 
licenciados ou autorizados, ambientalmente, 
por um único ente federativo, em 
conformidade com as atribuições 
estabelecidas nos termos desta Lei 
Complementar. 
§ 1o Os demais entes federativos 
interessados podem manifestar-se ao órgão 
responsável pela licença ou autorização, de 
maneira não vinculante, respeitados os 
prazos e procedimentos do licenciamento 
ambiental. 
 
ARTIGO 14, LC 140/2011: 
 
§ 4o A renovação de licenças ambientais deve 
ser requerida com antecedência mínima de 
120 (cento e vinte) dias da expiração de seu 
prazo de validade, fixado na respectiva 
licença, ficando este automaticamente 
prorrogado até a manifestação definitiva do 
órgão ambiental competente. 
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em 
caráter supletivo nas ações administrativas de 
licenciamento e na autorização ambiental, nas 
seguintes hipóteses: 
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou 
conselho de meio ambiente no Estado ou no 
Distrito Federal, a União deve desempenhar 
as ações administrativas estaduais ou 
distritais até a sua criação; 
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou 
conselho de meio ambiente no Município, o 
Estado deve desempenhar as ações 
administrativas municipais até a sua criação; 
e 
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou 
conselho de meio ambiente no Estado e no 
Município, a União deve desempenhar as 
ações administrativas até a sua criação em 
um daqueles entes federativos. 
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos 
entes federativos dar-se-á por meio de apoio 
técnico, científico, administrativo ou 
financeiro, sem prejuízo de outras formas de 
cooperação. 
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser 
solicitada pelo ente originariamente detentor 
da atribuição nos termos desta Lei 
Complementar. 
Competências licenciatórias federais 
 
“Art. 7º São ações administrativas da União: 
 
(...) 
XIV – promover o licenciamento ambiental de 
empreendimentos e atividades: 
a) localizados ou desenvolvidos 
conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
b) localizados ou desenvolvidos no mar 
territorial, na plataforma continental ou na 
zona econômica exclusiva; 
c) localizados ou desenvolvidos em terras 
indígenas; 
d) localizados ou desenvolvidos em unidades 
de conservação instituídas pela União, exceto 
em Áreas de Proteção Ambiental – APAs; 
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) 
ou mais Estados; 
f) de caráter militar, excetuando-se do 
licenciamento ambiental, nos termos de ato 
do Poder Executivo, aqueles previstos no 
preparo e emprego das Forças Armadas, 
conforme disposto na Lei Complementar nº 
97, de 9 de junho de 1999; 
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, 
beneficiar, transportar, armazenar e dispor 
material radioativo, em qualquer estágio, ou 
que utilizem energia nuclear em qualquer de 
suas formas e aplicações, mediante parecer 
da Comissão Nacional de Energia Nuclear – 
CNEN; ou 
h) que atendam tipologia estabelecida por ato 
do Poder Executivo, a partir de proposição da 
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a 
participação de um membro do Conselho 
Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, e 
considerados os critérios de porte, potencial 
poluidor e natureza da atividade ou 
empreendimento”; 
 
“Art. 9º São ações administrativas dos 
Municípios: 
XIV – observadas as atribuições dos demais 
entes federativos previstas nesta Lei 
Complementar, promover o licenciamento 
ambiental das atividades ou 
empreendimentos: 
a) que causem ou possam causar impacto 
ambiental de âmbito local, conforme tipologia 
definida pelos respectivos Conselhos 
Estaduais de Meio Ambiente, considerados os 
 
 
 
 
 
 
 
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critérios de porte, potencial poluidor e 
natureza da atividade; ou 
b) localizados em unidades de conservação 
instituídas pelo Município, exceto em Áreas 
de Proteção Ambiental – APAs”; 
 
“Art. 8º São ações administrativas dos 
Estados: 
(...) 
XIV – promover o licenciamento ambiental de 
atividades ou empreendimentos utilizadores 
de recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmente poluidores ou capazes, sob 
qualquer forma, de causar degradação 
ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º 
e 9º”; 
Art. 10. São ações administrativas do Distrito 
Federal as previstas nos arts. 8o e 9o. 
 
APA’S - Art. 12. Para fins de licenciamento 
ambiental de atividades ou empreendimentos 
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmente poluidores ou capazes, sob 
qualquer forma, de causar degradação 
ambiental, e para autorização de supressão e 
manejo de vegetação, o critério do ente 
federativo instituidor da unidade de 
conservação não será aplicado às Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs). 
Parágrafo único. A definição do ente 
federativo responsável pelo licenciamento e 
autorização a que se refere o caput, no caso 
das APAs, seguirá os critérios previstos nas 
alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do 
art. 7o, no inciso XIV do art. 8o e na alínea “a” 
do inciso XIV do art. 9º. 
 
Poder judiciário e mérito do licenciamento 
5. Se não é possível considerar o projeto 
como inviável do ponto de vista ambiental, 
ausente nesta fase processual qualquer 
violação de norma constitucional ou legal, 
potente para o deferimento da cautela 
pretendida, a opção por esse projeto escapa 
inteiramente do âmbito desta Suprema Corte. 
Dizer sim ou não à transposição não compete 
ao Juiz, que se limita a examinaros aspectos 
normativos, no caso, para proteger o meio 
ambiente. 
 
6. Agravos regimentais desprovidos” (ACO-
MC-AgR 876, de 19.12.2007). 
VI - promover a educação ambiental em todos 
os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na 
forma da lei, as práticas que coloquem em 
risco sua função ecológica, provoquem a 
extinção de espécies ou submetam os 
animais a crueldade. 
“Inconstitucionalidade. Ação direta. Lei 
7.380/1998, do Estado do Rio Grande do 
Norte. Atividades esportivas com aves das 
raças combatentes. ‘Rinhas’ ou ‘Brigas de 
galo’. Regulamentação. Inadmissibilidade. 
Meio ambiente. Animais. Submissão a 
tratamento cruel. Ofensa ao artigo 225, § 1.º, 
VII, da CF. Ação julgada procedente. 
Precedentes. 
 
É inconstitucional a lei estadual que autorize e 
regulamente, sob título de práticas ou 
atividades esportivas com aves de raças ditas 
combatentes, as chamadas ‘rinhas’ ou ‘brigas 
de galo’” (ADI 3.776, de 14.06.2007). 
“Costume. Manifestação cultural. Estímulo. 
Razoabilidade. Preservação da fauna e da 
flora. Animais. Crueldade. A obrigação de o 
Estado garantir a todos o pleno exercício de 
direitos culturais, incentivando a valorização e 
a difusão das manifestações, não prescinde 
da observância da norma do inciso VII do 
artigo 225 da Constituição Federal, no que 
veda prática que acabe por submeter os 
animais à crueldade. Procedimento 
discrepante da norma constitucional 
denominado ‘farra do boi’” (RE 153.531, de 
03.06.1997). 
 
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais 
fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica 
exigida pelo órgão público competente, na 
forma da lei. 
§ 3º - As condutas e atividades consideradas 
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a 
sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar 
os danos causados. 
1. A responsabilidade por danos ambientais é 
objetiva e, como tal, não exige a 
comprovação de culpa, bastando a 
constatação do dano e do nexo de 
causalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Excetuam-se à regra, dispensando a prova 
do nexo de causalidade, a responsabilidade 
de adquirente de imóvel já danificado porque, 
independentemente de ter sido ele ou o dono 
anterior o real causador dos estragos, imputa-
se ao novo proprietário a responsabilidade 
pelos danos. Precedentes do STJ. (REsp. 
1056540, de 25.08.2009). 
 
3. Tal obrigação, aliás, independe do fato de 
ter sido o proprietário o autor da degradação 
ambiental, mas decorre de obrigação propter 
rem, que adere ao título de domínio ou posse. 
Precedente: (AgRg no REsp 1206484/SP, 
Rel. Min. Humberto Martins, 2.ª T. j. 
17.03.2011, DJe 29.03.2011). 
 
8. O dano ambiental inclui-se dentre os 
direitos indisponíveis e como tal está dentre 
os poucos acobertados pelo manto da 
imprescritibilidade a ação que visa reparar o 
dano ambiental. 
REsp 1.112.117, de 10.11.2009 
STJ, AgRg no AREsp 71324 / PR, de 
26/02/2013: 
3. A tese contemplada no julgamento do 
REsp n. 1.114.398/PR (Relator Ministro 
SIDNEI BENETI, julgado em 8/2/2012, DJe 
16/2/2012), sob o rito do art. 543-C, no 
tocante à teoria do risco integral e da 
responsabilidade objetiva ínsita ao dano 
ambiental (arts. 225, § 3º, da CF e 14, § 1º, 
da Lei n. 6.938/1981), 
aplica-se perfeitamente à espécie, sendo 
irrelevante o questionamento sobre a 
diferença entre as excludentes de 
responsabilidade civil suscitadas na defesa de 
cada caso. Precedentes. 
Informativo 714: 
 
 “Crime ambiental: absolvição de pessoa 
física e responsabilidade penal de pessoa 
jurídica – 1 
 
É admissível a condenação de pessoa 
jurídica pela prática de crime ambiental, ainda 
que absolvidas as pessoas físicas ocupantes 
de cargo de presidência ou de direção do 
órgão responsável pela prática criminosa. 
Crime ambiental: absolvição de pessoa física 
e responsabilidade penal de pessoa jurídica - 
2 
No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no 
sentido de que a persecução penal dos entes 
morais somente se poderia ocorrer se 
houvesse, concomitantemente, a descrição e 
imputação de uma ação humana individual, 
sem o que não seria admissível a 
responsabilização da pessoa jurídica, 
afrontaria o art. 225, § 3º, da CF. 
 
Sublinhou-se que, ao se condicionar a 
imputabilidade da pessoa jurídica à da pessoa 
humana, estar-se-ia quase que a subordinar a 
responsabilização jurídico-criminal do ente 
moral à efetiva condenação da pessoa física. 
Ressaltou-se que, ainda que se concluísse 
que o legislador ordinário não estabelecera 
por completo os critérios de imputação da 
pessoa jurídica por crimes ambientais, não 
haveria como pretender transpor o paradigma 
de imputação das pessoas físicas aos entes 
coletivos. RE 548181/PR, rel. Min. Rosa 
Weber, 6.8.2013.(RE-548181). 
 
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata 
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio 
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma 
da lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive 
quanto ao uso dos recursos naturais. 
O preceito consubstanciado no artigo 225, § 
4.º, da Carta da República, além de não haver 
convertido em bens públicos os imóveis 
particulares abrangidos pelas florestas e 
pelas matas nele referidas (Mata Atlântica, 
Serra do Mar, Floresta Amazônica brasileira), 
também não impede a utilização, pelos 
próprios particulares, dos recursos naturais 
existentes naquelas áreas que estejam 
sujeitas ao domínio privado, desde que 
observadas as prescrições legais e 
respeitadas as condições necessárias à 
preservação ambiental. (STF, RE 134.297, de 
13.06.1995). 
 
O preceito consubstanciado no artigo 225, § 
4.º, da Carta da República, além de não haver 
convertido em bens públicos os imóveis 
particulares abrangidos pelas florestas e 
pelas matas nele referidas (Mata Atlântica, 
Serra do Mar, Floresta Amazônica brasileira), 
também não impede a utilização, pelos 
próprios particulares, dos recursos naturais 
 
 
 
 
 
 
 
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existentes naquelas áreas que estejam 
sujeitas ao domínio privado, desde que 
observadas as prescrições legais e 
respeitadas as condições necessárias à 
preservação ambiental. (STF, RE 134.297, de 
13.06.1995). 
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas 
ou arrecadadas pelos Estados, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção dos 
ecossistemas naturais. 
 
§ 6º - As usinas que operem com reator 
nuclear deverão ter sua localização definida 
em lei federal, sem o que não poderão ser 
instaladas. 
Energia nuclear. Competência legislativa da 
União. Artigo 22, XXVI, da Constituição 
Federal. É inconstitucional norma estadual 
que dispõe sobre atividades relacionadas ao 
setor nuclear no âmbito regional, por violação 
da competência da União para legislar sobre 
atividades nucleares, na qual se inclui a 
competência para fiscalizar a execução 
dessas atividades e legislar sobre a referida 
fiscalização. Ação direta julgada procedente.” 
 ADI 1.575, de 07.04.2010.