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Basquetebol em cadeira de rodas (BCR)
A evolução tecnológica não excluiu este esporte, e este modelo de cadeira de rodas pode ser visto como uma boa alternativa de adaptação das cadeiras de rodas tradicionais modificadas para o uso profissional no BCR, que busca segurança e competitividade ao mesmo tempo. Trata-se de uma criação feita em alumínio e pintura epoxy, composta por um eixo de desmontagem rápida nas rodas traseiras (quick release) e apoio para os pés em plataforma regulável em altura. A cadeira pode ter de 3 a 4 rodas e deve possuir apoio para as mãos nas rodas traseiras, já a altura máxima do assento não pode exceder 53cm do chão. O modelo apresentado na imagem atende as regras oficias do BCR, e é indicada para usuários que pesam até 90kg. Na classificação funcional, os atletas são avaliados conforme o comprometimento físico-motor em uma escala de 1 a 4,5. Quanto maior a deficiência, menor a classe. A soma desses números na equipe de cinco pessoas não pode ultrapassar 14. São disputados quatro quartos de 10 minutos cada. Para assegurar a competitividade, os atletas precisam usar cadeiras de rodas padronizadas. É obrigatório obedecer até mesmo o diâmetro máximo dos pneus e a altura máxima do assento e do apoio para os pés em relação ao chão. Se o jogador optar por usar uma almofada no assento, ela não poderá ter mais de 10cm de espessura, exceto nas classes 3.5, 4.0 e 4.5 (menor comprometimento). Nesses casos, a espessura máxima é de 5cm. Os jogadores podem usar faixas e suportes que o fixem na cadeira ou faixas para prender as pernas juntas. Aparelhos ortopédicos e protéticos podem ser usados. O cartão de classificação dos jogadores deve informar o uso de próteses e afins e indicar todas as adaptações na posição do jogador na cadeira. Pneus pretos, aparelhos de direção e freios são proibidos. Os árbitros devem checar as cadeiras dos jogadores no início do jogo, para que conferir se estas cadeiras estão de acordo com as normas estabelecidas.
Atletismo
As provas são agrupadas nos blocos tradicionais de corridas, saltos, lançamentos, pentatlon e maratona. Essas modalidades são praticadas por atletas cegos, amputados, paraplégicos, tetraplégicos, e paralisados cerebrais, mas, nem todos competem em todas as modalidades. Os modelos atuais se constituem por materiais de “ligas de carbono, leves e flexíveis, estimulação eletrônica, programas de computador personalizados para cada usuário e até energia miolétrica – a eletricidade nervosa dos músculos”. Assim, cada prótese pode ser feita de modo personalizado, de acordo com as características do atleta. Este, ao dar o passo faz com que o calcanhar da prótese absorva grande parte do peso do corpo e transforma esta energia para que haja o deslocamento, e este só é possível pela transferência desta energia para a haste da prótese que será flexionada e, devido à composição de carbono, tenderá a voltar à posição inicial trabalhando como uma mola. Uma das empresas que oferecem próteses e órteses profissionais é a Össur. Um de seus modelos é a Flex-Sprint: feita para atletas com amputação transfemural (amputações realizadas entre a articulação do joelho e a do quadril) que tenham como finalidade competições de corridas curtas. Este solado desenvolvido pela Nike se acopla a prótese, ou seja, é removível, e faz com que haja aumento no desempenho atlético. Esta espécie de tênis para corredores é constituída por sola, entressola e um material denominado Aeroply. O Aeroply é um material plástico composto por Vectran, fibras de polímeros de cristal líquido que resistem ao estiramento e conservam o impulso para a frente. Além disto, tem alta resistência à abrasão, à baixas e altas temperaturas, e alta resistência a impactos, dentre outras características. O atletismo paraolímpico é praticado por atletas com deficiência física ou visual. Há provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto no masculino. Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Nas corridas, os atletas com deficiência visual mais alta podem ser acompanhados por guias, ligados a eles por uma corda. Já entre os deficientes físicos, há corridas com o uso de próteses ou em cadeiras de rodas. O atleta-guia tem a função de ser os olhos dos competidores que não podem enxergar ou têm limitações severas. Ligados por uma cordinha, o guia, no entanto, deve apenas orientar a direção da corrida do atleta, sem puxá-lo, sob pena de desclassificação. Apesar de treinarem sempre juntos e de se ajudarem também nos bastidores das competições, o guia só passou a subir ao pódio e a receber medalha a partir dos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara-2011. 
Bocha
Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, a bocha estreou nos Jogos Paraolímpicos em 1984, no masculino e no feminino. A modalidade passou a contar com a disputa em duplas em Atlanta-1996. A origem do esporte, no entanto, é incerta. Os indícios dizem que tudo começou na Grécia e no Egito Antigos como um passatempo, tornando-se um esporte apenas mais tarde, na Itália. No Brasil, a bocha desembarcou junto com imigrantes italianos. A versão adaptada da modalidade só passou a ser praticada na década de 1970. Antes de se tornar uma modalidade olímpica, no entanto, a bocha teve um antecessor nos Jogos Paraolímpicos. Foi o lawn bowls, uma espécia de bocha jogada na grama. Foi justamente no lawn bowls que o Brasil conquistou sua primeira medalha paraolímpica. Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” foram prata nos Jogos de Heidelberg, na Alemanha, em 1972. A habilidade e a inteligência tornam-se fundamentais no desenvolvimento das jogadas, assistindo-se muitas vezes a um verdadeiro espetáculo de alternância da vantagem, pela aplicação de técnicas e táticas adequadas e desenvolvidas a cada circunstância. Na bocha, o Brasil já conquistou cinco medalhas nos Jogos Paraolímpicos, sendo três de ouro e duas de bronze. Nas disputas paraolímpicas, os atletas usam cadeiras de rodas e têm o objetivo de lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim). É permitido usar as mãos, os pés, instrumentos de auxílio e até ajudantes no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros. No caso dos atletas com maior grau de comprometimento, é permitido o uso de uma calha para dar mais propulsão à bola. Os tetraplégicos, por exemplo, que não conseguem movimentar os braços ou as pernas, usam uma faixa ou capacete na cabeça com uma agulha na ponta. O calheiro posiciona a canaleta à sua frente para que ele empurre a bola pelo instrumento com a cabeça. Em alguns casos, o calheiro acaba sendo a mãe ou o pai do atleta. 
Canoagem
Estas canoas representam para muitos o principal veiculo de locomoção, desde para ir à escola, às igrejas, visitar amigos, enfim, as canoas geralmente são o único e exclusivo meio de locomoção para muitas pessoas no Brasil. Ao lado do triatlo, a canoagem estreará no programa paraolímpico no Rio de Janeiro, em 2016. Ainda novo, o esporte teve 31 países representados no mundial de 2010, na Polônia. Há provas de caiaques (sinalizados pela letra K) e de canoas havaianas (V). Em competições paraolímpicas, as embarcações são adaptadas segundo as habilidades funcionais dos atletas. O percurso é realizado em uma linha reta, demarcada por bóias, e tem 200 m de extensão. Além das disputas individuais (masculinas ou femininas), há ainda provas mistas, em barcos com capacidade para duas pessoas. Na paracanoagem, o Brasil tem como grande nome um atleta que não era conhecido pelo esporte. Fernando Fernandes participou de um reality show em 2002, sete anos antes de sofrer um acidente de carro e ficar paraplégico. Com a nova condição, locomovendo-se com uma cadeira de rodas, Fernando descobriu a modalidade adaptada. Hoje, ele é tetracampeão mundial e uma das maiores apostas para 2016.
Ciclismo 
Há poucos anos o ciclismo com as mãos ganhou notoriedade, e de prática delazer passou também à ser uma modalidade esportiva. Geralmente, as handbikes são utilizadas por pessoas portadoras de deficiências nos membros inferiores, seja pela amputação dos mesmos, seja por paraplegia, dentre outras deficiências. As handbikes podem possuir “24 marchas e 2 freios (se um falhar, utiliza-se o outro). Os equipamentos são os mesmos de uma bicicleta comum. O encosto é revestido e tem regulagem de inclinação, tornando a bicicleta confortável para quem utiliza.” No entando, há diferenças entre os modelos de lazer e os de competição. E os modelos de competição, por exemplo, são equipamentos caros devido também à importação, pois, são encontrados principalmente no mercado internacional. Um dos lançamentos atuais de handbikes de competição é a “Invacare Top End Force R”. Dentre suas características está a leveza, pois sua estrutura principal é feita de alumínio 7005. E o garfo é rígido e aerodinâmico, uma vez que seu design estreito faz com que as pernas fiquem mais próximas uma da outra a fim de minimizar o perfil do corpo contra o vento. Nota-se que um dos papéis fundamentais da tecnologia neste esporte é se preocupar, além dos resultados, com a postura do atleta, observando os ângulos e distâncias entre os processos mecânicos aos quais o corpo estará sujeito. Seguindo as regras da União Internacional de Ciclismo (UCI), a modalidade adaptada tem apenas algumas diferenças para adequar-se ao programa paraolímpico. Entre os paralisados cerebrais, por exemplo, as bicicletas podem ser convencionais ou triciclos, de acordo com o grau de lesão do atleta. Já os cegos pedalam em uma bicicleta dupla (tandem), sendo guiados por outra pessoa, que fica no banco da frente. Enquanto isso, o handcycling é movido pelas mãos e destinado aos cadeirantes. As provas que participam deficientes visuais e cegos são circuitos de estrada ou pista. A única adaptação é o uso de (tandems), bicicleta com 2 assentos com um piloto vidente que serve de guia. De acordo com as suas deficiências os ciclistas são agrupados da seguinte forma:
4.1 – ciclista com paralisia cerebral:
Divisão 2: comprometimento importante no equilíbrio; competição em triciclo.
Divisão 3: pouca afetação; competição em bicicleta.
Natação
Atualmente é uma modalidade com mais participação e, destacam os recordes mundiais que obtiveram os nadadores cegos, por que não estão distantes dos recordes absolutos nas provas dos atletas normais. Os atletas com amputações podem usar próteses em diversas modalidades das Paraolimpíadas. No entanto, o uso delas é proibido na natação. Dessa forma, os competidores só podem usar o próprio corpo quando entram na piscina. Para adaptar a competição aos nadadores com incapacidade, cada uma das quatro federações internacionais (CP-ISRA, ISOD, IBSA, ISMWSF) elaboraram seus próprios regulamentos que incorpora normas específicas para os diferentes tipos de deficiência. No caso dos portadores dos deficientes físicos as diferenças mais significativas básicas são na adaptação das normativas de correção de estilos e nas saídas e viradas em função das deficiências. de acordo com a deficiência é permitido sair do bloco ou do interior da piscina. Nas provas dos deficientes visuais é permitido avisá-los da proximidade da virada ou da saída do bloco, mas não verbalmente. Os competidores B1 são obrigados a usar óculos opacos para competir. Caso a prova na mesma raia sempre que a mesma esteja livre. Em caso contrário, o técnico pode indicar verbalmente que troque de raia. Tempos atrás natação para portadores de deficiência desenrolava-se em duas competições paralelas, a dos deficientes visuais (B1, B2, B3) e para os deficientes físicos, utilizando-se o símbolo S1 a S10 para as provas de estilo livre, costas e golfinho e SB1 a SB10 para estilo de peito. Atualmente os portadores de deficiência visual competem nas classes B11, B12, B13 e os deficientes mentais se agrupam na classe B14, facilitando assim a identificação do tipo de deficiência. 
Vôlei
Desde seu nascimento como esporte praticado por pessoas portadoras de deficiência, o voleibol tem se situado como a elite dos esportes de equipe. O voleibol é praticado nas modalidades sentado e em pé, pelo qual, as dimensões da área de jogo e a altura da rede variam de acordo com o caso. No voleibol em pé, poucos são as diferenças observadas com a regulamentação do voleibol tradicional. Há que se destacar que cada jogador é dado uma pontuação mínima e que na soma dos pontos quando os seis jogadores estiveram em quadra, não poderá ser superior a 26 pontos. No voleibol sentado, se observam as seguintes modificações; quadra mede 10 x 6 m e área de ataque mede 2 x 6, rede 0,80m x 5,0m e tem altura de 1,15m. Assim mesmo, é permitido bloquear serviço e as posições dos jogadores vêm determinadas e controladas pela posição de suas nádegas. No voleibol em pé, há um sistema de classificação funcional para oferecer as praticantes um sistema homogêneo e integrado que garanta a igualdade de oportunidades. No que se refere ao voleibol sentado, não há sistema de classificação e são aptos para a competição todos desportistas com uma incapacidade mínima.
Tênis de Mesa
O tênis de mesa é jogado nas categorias em cadeira de rodas ou em pé, masculino e feminino. Fazendo parte dos jogos paraolímpicos desde 1950 em Roma, o tênis de mesa tem a sua regulamentação similar ao Tênis de Mesa tradicional, apenas com algumas variações quando jogado na modalidade em cadeira de rodas. Em suas variantes, no serviço individual não existem modificações, mas a bola deve sair da linha de fundo do sacador e não pelas laterais, sendo este saque, somente permitido no jogo de duplas. Nos jogos de duplas, após o serviço qualquer jogador poderá golpear a bola, desde que as cadeiras não ultrapassem o prolongamento da linha imaginária central da mesa. É permitido ao jogador apoiar-se na mesa desde que esta não se mova, e permitido somente para recuperar o equilíbrio. Os atletas são divididos em onze classes distintas. Mais uma vez, segue a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete.
TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5
Atletas cadeirantes
TT6, TT7, TT8, TT9, TT10
Atletas andantes
TT11
Atletas andantes com deficiência intelectual
Halterofilismo
A diferença básica do halterofilismo tradicional consiste em aspectos de técnica desportiva. Enquanto a modalidade olímpica desenvolve a força explosiva com movimentos de arranque e de tempo, no halterofilismo paraolímpico desenvolve a força máxima. No halterofilismo para atletas com incapacidades adotam-se como movimentos de competição duas variantes do clássico “press de banca” muito conhecido no mundo dos pesos e do treinamento em geral. Estas variantes são o power lifting para os desportistas com paraplegia ou poliomielite. É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como no halterofilismo convencional. As categorias se estruturam em ambas as modalidades, nas clássicas categorias de peso corporal de 48 kg, 52 kg, 56 kg, 60 kg, 67,5 kg, 75 kg, 82,5 kg, 90 kg, 100 kg e mais de 100 kg. São eligíveis para competir atletas amputados, les autres com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal. 
Os competidores precisam ter a habilidade de estender completamente os braços com não mais de 20 graus de perda em ambos cotovelos para realizar um movimento válido de acordo com as regras. O levantador tem direito a três tentativas e a melhor das três, é computada para a classificação final. Ao levantador com possibilidades de conseguir um recorde mundial, é permitido uma quarta tentativa. O sistema de classificação para o halterofilismo paraolímpico, é aberto e segue um critério de classificação por deficiência mínima, que consiste emavaliar funcionalmente o grau de incapacidade do atleta através de critérios estritamente médicos. Podemos então por não haver classificação agrupar os competidores da seguinte forma:
- Levantadores com sequela poliomielite ou paraplégicos.
- Levantadores amputados e Lês Autres
- Levantadores portadores de paralisia cerebral.
Bibliografia:
CBBC Brasil. Disponível em: < http://www.cbbc.org.br/saibamais/equipamento>. Acesso em: 06 de novembro de 2015. 
Jogos Paralímpicos, Rio 2016. Disponível em: < http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/paraolimpiadas/modalidades/>. Acesso em: 06 de novembro de 2015. 
Associação Nacional de Desporto para Deficientes. Disponível em: < http://www.ande.org.br/modalidades/>. Acesso em: 06 de novembro de 2015