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Teoria dos Grafos Valeriano A. de Oliveira So orro Rangel Silvio A. de Araujo Departamento de Matemáti a Apli ada antunes�ibil e.unesp.br, so orro�ibil e.unesp.br, saraujo�ibil e.unesp.br AULA 1 Introdução, Con eitos Ini iais, Isomorfismo Preparado a partir do texto: Rangel, So orro. Teoria do Grafos, Notas de aula, IBILCE, Unesp, 2002-2013. Introdução Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo O que é um Grafo? Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 3 Um grafo G é onstituído de um onjunto V não-vazio de objetos, hamados vérti es (ou nós), e um onjunto A de pares não ordenados de elementos de V , hamados de arestas. Denotamos o grafo por G(V,A) ou simplesmente G. Exemplo 1. a) V = {v1, v2, v3, v4, v5} e A = {(v1, v2), (v1, v3), (v2, v4), (v3, v4), (v4, v5), (v1, v2), (v2, v2)}. b) V = {1, 2, 3, 4, 5} e A = {(1, 2), (2, 3), (1, 4), (1, 3)}. ) V = {a, b, c} e A = { }. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 4 Os grafos podem ser representados através de um diagrama onde os vérti es são representados por pontos e ada aresta é representada por uma linha ligando os pares de vérti es que a de�nem. A representação grá� a dos grafos dados no Exemplo 1 são dadas na �gura a seguir. v 1 v 2 v 3 v4 v 5 1 2 3 4 5 a b c Em algumas apli ações, as arestas são de�nidas omo pares ordenados de vérti es. Neste aso dizemos que o grafo é orientado ou dire ionado e o hamamos de Digrafo. O que é um Digrafo? Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 5 Um grafo orientado (ou dire ionado) G(V,A) é onstituído p�r um onjunto V não-vazio de objetos, hamados vérti es (ou nós), e um onjunto A de pares ordenados de elementos de V , hamados de arestas ou ar os. Os digrafos podem ser desenhados através de um diagrama onde os vérti es são representados por pontos e ada aresta (vi, vj) é representada por uma linha ligando vi a vj om uma seta apontando para vj. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 6 Exemplo 2. V = {v1, v2, v3, v4, v5} e A = {(v1, v2), (v1, v3), (v2, v4), (v3, v4), (v4, v5), (v1, v2), (v2, v2)}. v 1 v 2 v 3 v 4 v 5 Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 7 Um mesmo grafo, ou um mesmo digrafo, pode ter diferentes representações grá� as. Ver �gura abaixo: 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Figura 1: Um mesmo grafo om diferentes representações grá� as. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 8 O que é que ara teriza um grafo? O onjunto de vérti es e de arestas, ou seja, um onjunto de objetos (vérti es) e a relação entre estes objetos (arestas). Durante o urso, a distinção entre grafos e digrafos será feita de a ordo om o tópi o estudado. Assim, podemos dizer que a Teoria de Grafos é um ramo da matemáti a que estuda as relações entre os objetos de um determinado onjunto. Objetivos do urso: ■ Desenvolver a Teoria dos Grafos ■ Modelar problemas de forma a serem resolvidos utilizando on eitos e resultados de Teoria dos Grafos. Apli ações Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo O problema das pontes de Königsberg Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 10 Na idade de Konigsberg (Hoje Kaliningrado - Rússia) sete pontes ruzam o rio Pregel estabele endo ligações entre uma ilha e o ontinente onforme a �gura abaixo: Será que é possível fazer um passeio pela idade, omeçando e terminando no mesmo lugar e passando p�r ada uma das pontes apenas uma vez? Problema do Carteiro Chinês Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 11 Determinar a rota de menor usto que saia da agên ia entral dos orreios, passe p�r todas as ruas de um determinado bairro, e volte a origem. O Problema de ligações de eletri idade, gás e água Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 12 Considerem que existam 3 asas e que ada uma delas pre isa ser ligada ao sistema de eletri idade, gás e água. Por questões de segurança, deseja-se saber se é possível fazer as ligações sem que haja ruzamento das tubulações. Represente este problema através de um grafo. O problema do aixeiro viajante Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 13 Um viajante ne essita visitar um erto número de idades. É possível determinar um roteiro de viagem tal que ada idade seja visitada apenas uma vez? Considere, por exemplo, um tre ho do mapa rodoviário que in lui a idade de São José do Rio Preto (SJRP). Suponha que o viajante tenha que sair de SJRP e visitar as idades de Marilia, Araçatuba, Bauru e São Carlos. Represente este problema através de um grafo. É possível en ontrar uma rota que passe p�r todas as idades apenas uma vez e retorne a idade SJRP? Caso existam mais de uma rota, qual é a rota que minimiza o tre ho viajado? Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 14 Exer í ios Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 15 1. Considere o problema de ligações de eletri idade, gás e água. Desenhe grafos representando as seguintes situações: (a) 2 asas e 3 serviços; (b) 4 asas e 4 serviços (água, eletri idade, gás e telefone). 2. Des reva 10 situações (jogos, atividades, problemas, et .) que podem ser representadas através de grafos ou digrafos. Explique o que os vérti es e as arestas estão representando. Sugestão de leitura: Capitulo 1, seção 1.3 de [2℄ e Capítulo3 e 5 de [3℄. 3. O Problema da de antação - Considere três vasos, A, B, e C om apa idades de 8, 5 e 3 litros respe tivamente. O vaso A está heio e os vasos B e C estão vazios. Divida o líquido que está no vaso A em duas quantidades iguais. Represente o problema usando um grafo. Bibliogra�a Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 16 1. N. Deo, Graph Theory with appli ations to engineering and omputer s ien e, 1974. 2. R.K. Ahuja, T. Magnanti e J.B. Orlin, Network Flows, Prenti e Hall, 1993. 3. R.J.Wilson, Introdu tion to graph theory, 3rd ed. The pitman Press Ltda, Bath, 1985. Con eitos Ini iais Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 18 De�nição 3. Seja G(V,A) um grafo. Dada uma aresta a = (vi, vj) ∈ A dizemos que: a) vi e vj são os extremos da aresta a. b) A aresta a é dita ser in idente nos vérti es vi e vj. ) vi e vj são hamados de vérti es adja entes. d) Se vi = vj a aresta a é hamada de loop ou laço. e) Se existir uma aresta f = (vk, vl) tal que vk = vi e vj = vl, as arestas a e f são hamadas de arestas paralelas. Grafos que ontém arestas paralelas são hamados de Multi-grafos. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 19 Exer í io Analise o grafo da �gura abaixo e exiba exemplos dos termos itados na De�nição 3. v 1v 2 v 3 v4 v 5 Figura 2: Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 20 De�nição 4. Um grafo é simples se não possui loops e/ou arestas paralelas. De�nição 5. Duas arestas são ditas adja entes se elas in idem no mesmo vérti e. De�nição 6. O grau de um vérti e v, d(v), em um grafo sem loops é determinado pelo número de arestas in identes em v. Caso haja loops, estas arestas ontribuem om grau 2. Exemplo 7. Determine os graus dos vérti es do grafo dado na �gura a ima. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 21 De�nição 8. Dizemos que: a) Um vérti e v é isolado se d(v) = 0. b) Um vérti e v é pendente se d(v) = 1. ) Um grafo G(V,A) é dito nulo se o onjunto de arestas é vazio. d) Um grafo G(V,A) é dito regular se todos os seus vérti es tem o mesmo grau. e) Um grafo G(V,A) é dito ompleto se existe uma aresta entre ada par vérti es. É representado por Kn, onde n é o número de vérti es do grafo. f) Um grafo G(V,A) é dito valorado (ou rede) se são atribuídos valores para os vérti es e/ou arestas. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 22 Figura 3: Grafos regular e nulo. Figura 4: Grafos ompletos K4 e K5. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 23 Proposição 9. Dado um grafo G om n vérti es, v1, v2, . . . , vn e m arestas, temos que: n∑ i=1 d(vi) = 2m. (1) Porque este resultado é válido? Observe que ada aresta ontribui om 2 graus para ada vérti e. Assim a soma dos graus de todos os vérti es é igual a duas vezes o número de arestas. Teorema 10. O número de vérti es de grau ímpar em um grafo é sempre par. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 24 Demonstração. Vamos dividir a soma em (1) em duas par elas. Os vérti es om grau par e os vérti es om grau ímpar: n∑ i=1 d(vi) = ∑ grau par d(vi) + ∑ grau ímpar d(vi). (2) O lado esquerdo da equação (2) é par (pela Proposição 9). A primeira par ela do lado direito também é par, pois é a soma de números pares. Para que a igualdade seja válida, a segunda par ela em (2) também deve ser par: ∑ grau ímpar d(vi) é par. (3) Como ada par ela d(vi) em (3) é ímpar temos que ter um número par de elementos para que a soma seja um número par (lembre-se que um número ímpar é da forma 2k + 1). Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 25 Exer í ios: 1. Desenhe todos os grafos simples om 1,2, 3 e 4 vérti es. 2. Represente os seguintes ompostos orgâni os através de grafos: (a) CH4; (b) C2H2; ( ) N2O3. 3. Convença a vo ê mesmo que o grau máximo de um vérti e em um grafo simples om n vérti es é n− 1. Isomor�smo Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 27 Nós já vimos que é possível representar um mesmo grafo de várias maneiras. Como determinar se dois grafos são equivalentes, ou seja se possuem as mesmas propriedades? Isto é omo determinar se dois grafos são isomorfos? A palavra isomor�smo vem do grego iso (mesmo) e morfo (mesma forma). De�nição 11. Dizemos que dois grafos G e H são isomorfos se existir uma orrespondên ia biunívo a entre os vérti es de G e os vérti es de H que preserve a relação de adja ên ia entre vérti es e arestas. Em outras palavras, é possível obter o grafo H a partir de uma nova rotulação dos vérti es de G. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 28 Exemplo 12. Considere os grafos da Figura 5. Construir a orrespondên ia biunívo a. a b c d e 1 2 3 4 5 Figura 5: Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 29 Apli ações: O estudo de isomor�smo pode ser apli ado na des oberta de novos ompostos orgâni os. Os quími os mantém uma tabela de ompostos orgâni os. Cada vez que um novo omposto é des oberto é ne essário determinar se ele é isomorfo a algum omposto já existente. Determinar se dois grafos são isomorfos não é uma tarefa muito simples. De fato a determinação de isomor�smos é uma área de intensa pesquisa em teoria de grafos. Condições ne essárias para que dois grafos sejam isomorfos são fa ilmente determinadas através da De�nição 11: Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 29 Apli ações: O estudo de isomor�smo pode ser apli ado na des oberta de novos ompostos orgâni os. Os quími os mantém uma tabela de ompostos orgâni os. Cada vez que um novo omposto é des oberto é ne essário determinar se ele é isomorfo a algum omposto já existente. Determinar se dois grafos são isomorfos não é uma tarefa muito simples. De fato a determinação de isomor�smos é uma área de intensa pesquisa em teoria de grafos. Condições ne essárias para que dois grafos sejam isomorfos são fa ilmente determinadas através da De�nição 11: Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 30 Condições ne essárias para Isomor�smos entre os dois grafos G e H: 1. G e H devem possuir o mesmo número de vérti es; 2. G e H devem possuir o mesmo número de arestas; 3. G e H devem possuir o mesmo número de vérti es om um determinado grau. As ondições 1,2 e 3 a ima são su� ientes? Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 31 Vamos veri� ar este fato através do seguinte exemplo: G: H: x u v y w Observe que G e H: a) possuem mesmo número de vérti es; b) possuem mesmo números de arestas; ) possuem: 3 vérti es om grau 1; 2 vérti es om grau om grau 2; 1 vérti e om grau 3. Porém... Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 32 Porém estes dois grafos não são isomorfos! Não é possível fazer uma orrespondên ia biunívo a entre os vérti es que preserve a relação de adja ên ia entre vérti es e arestas. Observe que é ne essário asso iar o vérti e x do grafo G ao vérti e y do grafo H, pois não existe nenhum outro vérti e om grau 3 em H. Mas o vérti e y é adja ente a apenas um vérti e de grau 1, enquanto que x em G é adja ente a dois vérti es de grau 1. Portanto, não é possível fazer uma orrespondên ia biunívo a entre os vérti es de G e H que preserve a relação de adja ên ia entre vérti es e arestas. No apítulo 11, seção 11.7 de [N. Deo, Graph Theory with appli ations to engineering and omputer s ien e, 1974℄ é feita uma dis ussão a respeito de algoritmos para se determinar isomor�smos entre grafos. Introdução Apli ações Con eitos Ini iais Isomor�smo Teoria dos Grafos (Antunes Rangel&Araujo) � 33 Exer í ios: 1. Desenhe todos os grafos simples, não isomorfos om 1,2, 3 e 4 vérti es. 2. Veri�que se os grafos abaixo são isomorfos: (a) G: H: (b) G: H: Introdução O que é um Grafo? O que é um Digrafo? Aplicações O problema das pontes de Königsberg Problema do Carteiro Chinês O Problema de ligações de eletricidade, gás e água O problema do caixeiro viajante Exercícios Bibliografia Conceitos Iniciais Isomorfismo
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