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NOÇÕES DE DIREITO CONTRATUAL 1 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................... INTRODUÇÃO..........................................................................................3 Legislação 16 Responsabilidade Pós-Contratual .................................................. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 34 2 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 3 INTRODUÇÃO Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito correspondido pela vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardado pela segurança jurídica em seu equilíbrio social, ou seja, é um acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial. Sendo um negócio jurídico, requer, para sua validade, a observância dos requisitos legais (a gente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei). As cláusulas contratuais criam lei entre as partes, porém são subordinados de forma coercitiva ao Direito Positivo. As cláusulas contratuais não devem estar em desconformidade com o Direito Positivo, sob pena de agressão por parte do Estado na tentativa de desfazer o contrato. Enquanto no Direito Negativo, as cláusulas contratuais não podem, por definição, violar direitos naturais. No Brasil, cláusulas consideradas abusivas ou fraudulentas podem ser invalidadas pelo juiz, sem que o contrato inteiro seja invalidado. Trata-se da cláusula geral rebus sic stantibus (que se explica pela teoria da imprevisão, que em uma tradução aberta seria "permanecem as coisas como estavam antes" caso venha ocorrer fato imprevisto e imprevisível à época da contratação, possibilitando a revisão judicial do contrato), que objetiva flexibilizar o princípio da pacta sunt servanda (força obrigatória dos contratos), preponderando, assim, a vontade contratual atendendo à teoria da vontade. De um modo mais simples, contrato, como diz o nome, derivado do latim contractu, é um acordo entre duas ou mais pessoas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jur%C3%ADdico https://pt.wikipedia.org/wiki/Neg%C3%B3cio_jur%C3%ADdico https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_Positivo https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado https://pt.wikipedia.org/wiki/Jusnaturalismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Fraude https://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz https://pt.wikipedia.org/wiki/Pacta_sunt_servanda https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Teoria_da_vontade&action=edit&redlink=1 4 4 CONTRATOS Conceito de Contrato: acordo de vontade entre duas ou mais pessoas com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar, transferir ou extinguir direitos. É um negócio jurídico bilateral. Ato de autonomia privada. Dessa forma, um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir 5 5 direitos. É um acordo de vontades com a finalidade de produzir efeitos jurídicos. Sendo necessário ao contrato o acordo de vontades, pode-se classificá-lo como um negócio jurídico. Será: • bilateral quando a vontade emitida for antagônica; • plurilateral quando a vontade das partes se dirigir a um mesmo objetivo, ex: sociedade. FUNÇÃO DO CONTRATO Função social do contrato é a relação dos contratantes com a sociedade, pois produz efeitos perante terceiros. A principal consequência jurídica da função social dos contratos é a ineficácia de relações que acaba por ofender interesses sociais, a dignidade da pessoa. contrato é o diferencial da sociedade civilizada do barbarie. A barbarie busca seus interesses à força, apropriação violenta de utilidades. a-Função econômica: • Responsável pelo sucesso da sociedade mercantil e evolutivamente da sociedade capitalista. • circulação da riqueza • segurança para a sociedade na realização dos negócios. b-Função pedagógica: • O contrato educa, torna civilizado o homem. • apura um senso ético • ensina respeito ao direito dos outros para que o seu interesse seja respeitado. • Quando duas pessoas contratam estão se utilizando da força jurígena social. c-Função social: art. 421 CC. 6 6 Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. (Vide Lei nº 13. 784, de 2019) (Vigência). PRINCÍPIOS CONTRATUAIS Princípios informadores: são regras gerais e fundamentais que fornecem os pilares de determinado ramo do pensamento científico. b) Contratos: são negócios jurídicos bilaterais e plurilaterais. Negócio jurídico bilateral é aquele em que ocorrem pelo menos duas declarações de vontade conflitantes. Negócio jurídico plurilateral é o em que ocorre mais de uma declaração de vontade que visam o mesmo objetivo. Neste último, não há contrariedade. Recapitulando: Contrato pode ser definido como todo acordo de vontades de fundo econômico, realizado entre pessoas de direito privado, que tem por objetivo a aquisição, o resguardo, a transferência, a conservação ou a extinção de direitos, recebendo o amparo do ordenamento legal. b- Princípio da obrigatoriedade contratual: Os contratos devem ser cumpridos como se fossem lei. O contrato obriga os contraentes. Eles não podem se arrepender, não podem revogá-lo, não podem ser modificá-lo ou descumpri-lo, senão por mútuo acordo. Caio Mário ressalta que, em tese, nem mesmo o Juiz pode alterá-lo, mesmo que a pretexto de tornar as condições mais humanas para os contratantes. Costuma-se traduzir este princípio pela expressão latina Pacta Sunt Servanda. Segundo Ruggiero este princípio é adotado por qualquer ordenamento jurídico, mesmo os mais primitivos e imperfeitos. Porém, quando se pesquisa o fundamento em que irá se repousar a força obrigatória dos contratos, não se constata tal unanimidade. Várias foram 7 7 as escolas, segundo César Fiúza, que tentaram explicá-lo. Para a escola jusnaturalista, o princípio da obrigatoriedade contratual é norma de direito natural, se assenta no pacto social. Primitivamente, na sociedade, teria havido uma convenção tácita em que os indivíduos teriam transigido com seus apetites egoístas e determinado o respeito pelos compromissos livremente assumidos. Para os utilitaristas, o interesse individual levapor interesses utilitários a observar as promessas realizadas. Em outras palavras, era conveniente para cada indivíduo respeitar o interesse alheio, para resguardar o seu próprio interesse. Para os positivistas o princípio só vigora porque está estabelecido em lei. A sustentação do princípio da obrigatoriedade estaria no mandamento legal. Segundo o normativismo de Kelsen, a lei também seria o fundamento do princípio. Este se encontra evidenciado na lei, tendo como substrato outra lei, que por sua vez origina-se de outra lei, e assim sucessivamente, até a norma fundamental, abstrata e sem conteúdo, cuja finalidade seria apenas alicerçar o direito positivo. Para Kant, a obrigatoriedade é uma consequência da liberdade de contratar. O contrato obriga porque as partes livremente o aceitam. Para Ruggiero, o fundamento da obrigatoriedade contratual está na unidade da vontade contratual. Para ele, as vontades individuais dos contratantes, quando são declaradas, se encontram, e perdem, cada uma, a sua autonomia própria. Elas se fundem e dão lugar a uma nova vontade unitária, a vontade contratual. A partir deste momento, a vontade contratual regulará as relações entre as partes, não mais as vontades individuais de cada um. Por fim, é importante ressaltar que, qualquer princípio contratual só é aplicado aos contratos realizados de acordo com a lei. Os contratos, bem como as cláusulas contrárias ao direito reputam-se ilegítimos, saindo da esfera do princípio da obrigatoriedade contratual. c- Princípio do consensualismo: O princípio do consensualismo determina que os contratos se consideram celebrados quando estas cheguem a um consenso, na conformidade com a lei, independentemente de qualquer formalidade adicional. Esta é a regra no direito contratual moderno. Porém, no Direito Romano constata-se que ao contrato era exigido determinada materialidade, sem a qual não se reconhecia sua existência 8 8 jurídica. É importante, portanto, um estudo detalhado desta transição entre o formalismo rigoroso romano e o consensualismo moderno. O rígido formalismo exigido pelo direito romano perdurou por toda a república e atravessou o império. Somente no baixo império constata-se uma amenização do princípio do rigor formal. Isto porque as necessidades mercantis exigiam uma maior flexibilidade na celebração contratual. Pode-se dizer que a situação praticamente se invertera. Com as invasões bárbaras e a consequente influência do direito da Região da Germânia, houve um retrocesso ao excessivo rigor formal. Durante a idade média, o direito contratual sofreu novamente uma profunda transformação. Era comum entre os escribas que reduziam as convenções a escrito, consignarem, a pedido das partes, que todos os rituais haviam sido cumpridos, mesmo quando não o fossem. A praxe se tornou tão comum, que a menção do fato valia mais que o próprio fato. A declaração de que as formalidades haviam sido observadas passou a valer mais que a verificação de sua prática efetiva. Neste momento, a declaração de vontade passou a Ter a importância jurídica que era dada anteriormente à formalidade. Num segundo momento, os canonistas interpretavam as normas de direito romano com base no espiritualismo cristão. NO tocante ao contrato, afirmavam que o seu descumprimento era uma quebra de compromisso, equivalente à mentira, sendo, portanto, pecado. Prevalecia o valor da palavra, o consentimento, sobre a sacramentalidade clássica. Dizia-se que um boi se prende pelos chifres e um homem pela palavra. Todos estes fatores históricos contribuíram para a afirmação do princípio do consensualismo, reconhecendo força jurígena à palavra empenhada, considerando-se celebrado o contrato pelo consenso das partes. Este princípio, é claro, é limitado por exceções legais, em que se exige ato solene. c- Princípio da autonomia da vontade (autonomia privada): Este princípio faculta às partes total liberdade para concluírem seus contratos da maneira que melhor lhes aprouver. Funda-se na vontade livre de ambas as partes. 9 9 O termo autonomia da vontade remete-nos ao liberalismo, que pregava a intervenção mínima do Estado na economia e nas relações negociais. Hoje fala-se em autonomia privada a indicar a restrição à ampla liberdade de contratar. A liberdade de contratar é exercida pelas partes em quatro planos: a) as partes podem livremente optar em contratar e não contratar. Ninguém pode ser obrigado a contratar. Na prática, é praticamente impossível uma pessoa viver sem celebrar contratos. Este plano, porém, pode ser observado examinando-se cada caso concreto. Em cada caso concreto, em cada situação prévia à celebração de um contrato, ambas as partes têm a liberdade de optar por celebrá-lo ou não. Neste plano, coíbe-se a coação física ou moral à celebração do contrato, ou a sua não celebração. b) Com que e o que contratar: As pessoas devem ser livres para escolher seu parceiro contratual e o objeto do contrato. c) Liberdade para estabelecer as cláusulas contratuais respeitados os limites da lei. d) Mobilizar ou não o poder judiciário para fazer respeitar o contrato, que, uma vez celebrado, torna-se fonte formal de direito. Como todo princípio, comporta exceções. Em determinados momentos, a lei impõe a certas pessoas o dever de contratar, em outros momentos, uma das partes não tem qualquer liberdade de discutir as cláusulas contratuais, a exemplo dos contratos de adesão, às vezes a pessoa não tem escolha quanto ao parceiro contratual. A evolução da sociedade e as alterações ocorridas em torno das relações de direito público e direito privado atingiram o Princípio da Autonomia da Vontade. A autonomia privada deixa de ser vista como um poder puro e desinibido e passa a ser encarada como um poder função, vinculado à função social dos contratos e às necessidades de ordem pública. Desta forma permite-se a oneração da liberdade das partes com alguns gravames para se proporcionar uma relação justa e útil nos negócios privados. 1 0 10 Como exemplo de teorias a este respeito, tem-se a teoria da imprevisão e a teoria da base do negócio jurídico. A teoria da imprevisão foi a primeira delas, surgida no pós-guerra, prevê a revisão contratual quando ocorrer um contrato de execução continuada ou diferida e sobrevier acontecimento futuro e imprevisível que cause onerosidade excessiva a uma das partes, caracterizando-se, ainda, a inimputabilidade da causa ao onerado, posicionando-se fora da álea normal do contrato. A teoria da base do negócio jurídico é também vinculada à ideia de circunstâncias posteriores à contratação, mas tem cunho mais objetivo. Nela se prescinde da imprevisibilidade do evento futuro. Além disso, esta teoria não protege apenas o fato excessivamente oneroso, mas toda e qualquer situação onde o contrato resta frustrado, perdendo seu sentido por rompimento de sua base. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO CONTRATO A vinculatividade contratual não reside mais em uma tese voluntarista, mas em uma tese preceptivista, marcada pelo binômio restrita liberdade de manifestação da vontade e crescente necessidade de se contratar, massificação dos contratos e centralização dos meios de produção. A função social dos contratos rompe com o individualismo contratual que preconizava a existência do contrato em uma esfera individual quase íntima, portanto intangível e adota uma concepção de institucionalização do contrato. O contrato além de ser um instrumento individual é um instrumento social de harmonização das relações individuais. Contratar não é simplesmente uma mera opção pessoal, mas uma imposição social no sentido de que os indivíduos são seres dotados de necessidades vitais e o contrato é o principal meio pacíficoe institucionalizado de produção, distribuição e acesso a bens. A contratação acompanha, assim, em uma sociedade civilizada, todo o processo econômico. Assim, a razão de atribuição do direito contratual a seu titular não pode ser compreendida simplesmente pela ideia de satisfação de seus interesses 1 1 11 individuais, mas também como instrumento de satisfação de interesses sociais de utilização, preservação e conservação do contrato enquanto instrumento social de satisfação de necessidades individuais, daí a obrigatoriedade. É importante frisar que essa tese da institucionalização do contrato difere da tese inicial do corporativismo fascista, momento histórico em que a função social apareceu como contraposição aos ideais burgueses. Naquele momento dentro da ideia de função social inseria-se a ideia de ordem pública ou interesse dos governantes. Aqui, a ideia de institucionalização não pressupõe a imposição de qualquer interesse externo ao contrato, mas a composição dos interesses internos conflitantes de forma a se obter a solução mais harmônica com os princípios constitucionais. A relação obrigacional contratual deixa de ser vista como uma relação de subordinação de interesses e passa a ser vista como uma relação de cooperação. Garantir a aplicação da função social não é violar nenhum dos interesses em relevo, mas garantir que o objetivo comum do contrato (credor e devedor) seja satisfeito. Se ambos objetivam este mesmo fim não há lesão, mas justaposição. Contratar é abrir mão de sua vontade individual e buscar a consecução da “vontade contratual”. AUTONOMIA PRIVADA X AUTONIMIA DE VONTADE A autonomia privada é um dos princípios do Código Civil, que tem por objetivo a materialização por meio de negócios jurídicos já a autonomia da vontade se estabelece na ampla liberdade para o negócio contratual, com o poder de mediar suas vontades em um contrato. De maneira resumida, a autonomia privada é a ordenação das próprias relações jurídicas, indicando a respectiva disciplina jurídica. Já autonomia da vontade é o controle na prática de determinados atos. 1 2 12 RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL E CONTRATO PRELIMINAR De forma simplificada, responsabilidade pré-contratual é basicamente o princípio da boa-fé objetiva com regras iniciais para o negócio proposto, já o contrato preliminar é uma maneira de pactuar uma vontade que ainda será firmando em contrato, de maneira resumida, é um contrato pré- estabelecido antes do contrato definitivo. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS Manifestação da vontade Para a existência do negócio jurídico, é necessário o requisito da declaração da vontade que pode ser expressa na lei ou tácita. Negociações preliminares O contrato resulta em duas manifestações: a primeira é a proposta que dá início à formação do contrato e a segunda a aceitação do contrato estabelecido. Proposta A proposta é toda inciativa de um contrato que deve conter todos critérios para a realização do negócio proposto Aceitação É a concordância das partes envolvidas com os termos propostos. Momento da conclusão do contrato É o momento em que é considerado formado o contrato entre duas ou mais pessoas que está ligado pela ocasião da aceitação. 1 3 13 CARACTERISTICAS CONTRATUAIS Quanto à onerosidade: a) Gratuito ou desinteressado: dá-se quando apenas uma das partes tem vantagem em razão da manifestação de vontade da outra parte, como o contrato de mútuo simples (empréstimo de bem fungível). b) Oneroso comutativo: configura-se pela prestação mútua e já estabelecidas consequências do cumprimento ou não do contrato, tendo cada parte uma obrigação para com a outra já determinada. c) Oneroso aleatório por natureza: nesta espécie, o cumprimento do contrato é, naturalmente, incerto, dependendo para que aconteça de um evento futuro, como no contrato de jogo e no contrato de seguro. d) Oneroso aleatório pela vontade das partes: ocorre pela convenção das partes em que se cria um contrato que embora oneroso, depende de um evento futuro e incerto. Quanto ao momento da execução: a) Instantâneo: leva-se em conta o momento de celebração e cumprimento do contrato, por ocorrer em um único ato. b) Diferido: trata-se de hipótese em que o cumprimento do contrato se dá em momento posterior a sua celebração. c) De trato sucessivo ou em prestação: aqui, o cumprimento do contrato se dá no decorrer do tempo, podendo, inclusive, ser modificado o acordado em razão da teoria da imprevisão. 1 4 14 Quanto ao agente: a) Personalíssimo: trata-se do contrato em que apenas uma determinada pessoa poderá cumprir o acordado, uma vez que foi celebrado em razão de suas características pessoais. b) Impessoal individual: consiste na hipótese em que qualquer pessoa pode cumprir o contrato. c) Impessoal coletivo: são contratos que envolvem várias pessoas, como as convenções coletivas de trabalho. Quanto à formação: a) Paritário: configura contrato em que a celebração é de comum acordo, ambos elaborando as cláusulas fixadas. b) Adesão: hipótese em que apenas uma das partes elabora as cláusulas contratuais e a outra apenas as adere. c) Tipo: consiste em desdobramento do contrato de adesão, de modo a se utilizar um formulário em que umas das partes, tão e somente, preencherá. Quanto ao modo porque existem: a) Principal: trata-se de contrato fruto da convergência de vontades, estabelecendo relação jurídica originária entre as partes. b) Acessório ou adjeto: espécie de contrato que se constitui em função do contrato principal, sendo garantia ou complementação deste. c) Derivado: configura um contrato novo que só surge em razão da existência de uma relação jurídica contratual pretérita. Não se comunica, porém com o contrato principal. 1 5 15 Quanto à forma: a) Solene ou formal: aquele contrato que deve respeitar os requisitos estipulados em lei para que haja sua validade. b) Não solene ou informal: decorre da ausência de disposição legal específica, de modo a poder ser feito o contrato de qualquer forma. c) Consensual: são aqueles contratos que se consideram formados pela simples oferta e aceitação. d) Reais: são contratos em que só serão considerados firmados com da entrega da coisa objeto do negócio jurídico, como no contrato de mútuo. Quanto ao objeto: a) Preliminar: consiste no contrato firmado em que as partes se comprometem a no futuro firmar o contrato definitivo, como no caso de promessa de compra e venda de um imóvel. b) Definitivo: trata-se do contrato pelo qual – de fato – concretiza-se o negócio jurídico. Quanto à designação: a) Nominados ou típicos: são os contratos previstos em lei, dando-se parâmetros legais a sua formação. b) Inominados: são os contratos sem previsão legal, mas que a lei considera lícito desde que respeitadas às disposições gerais do direito contratual. c) Misto: são aqueles contratos que tem por base um contrato nominado/típico, mas se acrescentam cláusulas de outros contratos, ou cláusulas atípicas. d) Coligados: são contratos que trazem duas prestações em razão de um único negócio, como a venda de automóvel e assistência técnica no mesmo contrato. 1 6 16 e) União de contratos: são contratos distintos e autônomos que são unidos por conveniência, como um contrato de moradia que se soma a um contrato de empreitada para construí-la. Quanto ao objetivo: a) Contrato de aquisição: é a forma de contrato definitivo, no qual se tem a transferência definitiva e documental do bem. b) Contrato de uso ou gozo: configura contrato que não tem a finalidade de transferir a titularidade do bem, e simde permitir o uso por determinado tempo, devendo ser devolvido nas mesmas condições, ressalvado o desgaste natural. c) Contrato de prestação de serviço: trata-se daquele contrato pelo qual o prestador de serviço se obriga a prestar pessoalmente ou por terceiro um serviço definido no contrato em favor do contratante. d) Contrato associativo: é o contrato realizado entre duas ou mais pessoas na busca de um fim comum, como no contrato social ou de cooperativa. EXTINÇÃO DOS CONTRATOS Os contratos, como os negócios jurídicos em geral, apresentam um ciclo: nascem do acordo de vontades, produzem os efeitos e extinguem-se. Basicamente a extinção dos contratos ocorrem pela execução, seja ela deferida, continuada ou instantânea. Legislação O tema “ Contratos” possui sua previsão na Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 que institui o Código Civil (Título V, dos Contratos em Geral). http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument 1 7 17 Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. CLASSIFICAÇÕES 1 8 18 Contratos gratuitos/ benéficos e onerosos Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir, podem ser gratuitos ou onerosos. Gratuitos são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem. Ex: doação pura, comodato, reconhecimento de filho. Para a outra, só há sacrifício, obrigação. Outorgam-se vantagens a uma das partes sem exigir contraprestação da outra. Nos contratos onerosos, ambas as partes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício. Impõem ônus e ao mesmo tempo acarretam vantagens a ambas as partes. Sacrifícios e benefícios recíprocos. Ambos buscam um proveito, ao qual corresponde um sacrifício. Dividem-se em: Contratos comutativos 1 9 19 Prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco. Na ideia de comutatividade está presente a de equivalência das prestações. Contratos aleatórios por natureza Pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. É que a perda ou o lucro dependem de um fato futuro e imprevisível. Ex: contratos de jogo, aposta e seguro. O contrato de seguro é comutativo porque o segurado o celebra para se acobertar contra qualquer risco. No entanto, para a seguradora sempre é aleatório, pois o pagamento ou não da indenização depende de um fato eventual. Contratos acidentalmente aleatórios Contratos tipicamente comutativos que em razão de certas circunstâncias, tornam-se aleatórios. Duas espécies: a) venda de coisas futuras; b) venda de coisas existentes, mas expostas a risco. Nos que tem por objeto coisas futuras, o risco pode referir-se à própria existência da coisa e à sua quantidade. Do risco respeitante à própria existência da coisa tem-se a hipótese da venda da esperança, isto é, da probabilidade de as coisas ou fatos existirem. Quanto à formação: Contratos paritários e de adesão. Contrato-tipo Paritários são do tipo tradicional em que as partes discutem livremente as condições porque se encontram em situação de igualdade. Há uma fase de negociações preliminares na qual as partes discutem as cláusulas e condições do negócio. 2 0 20 De adesão são os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro adere ao modelo de contrato previamente confeccionado, não podendo modificá-las: aceita-as ou rejeita-as, em bloco. Ex: contratos de seguro, consórcio, de transporte, celebrados com as concessionárias de serviços públicos. Neste nos deparamos com uma restrição mais extensa ao tradicional princípio da autonomia da vontade. Comumente é celebrado em relação de consumo, sendo regido pelo CDC. Na dúvida, a interpretação deve favorecer o aderente, porque quem estabelece as condições é o outro contratante, que tem a obrigação de ser claro e evitar dúvidas. São nulas as cláusulas que estipulem renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Contrato-tipo ou contrato de massa. É apresentado por um dos contraentes, em fórmula impressa ou datilografada, ao outro, que se limita a subscrevê-lo. Não lhe é essencial a desigualdade econômica e admite discussão sobre o conteúdo. As cláusulas não são impostas, apenas pré- redigidas. Em geral, são deixados claros, a serem preenchidos pelo concurso de vontades. Os contratos de adesão são endereçados a um número indeterminado de pessoas, enquanto os contratos-tipo destinam-se a pessoas ou grupos identificáveis. Podem ser acrescentadas às impressas, cláusulas datilografadas ou manuscritas. Quanto ao momento da execução: Contratos de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo Momento em que devem ser cumpridos. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90 2 1 21 De execução instantânea são os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente após sua celebração. Ex: compra e venda à vista. Cumprida a celebração, exaurem-se. Extingue-se a obrigação. A nulidade ou resolução por inadimplemento reconduz as partes ao estado anterior. De execução diferida ou retardada são os que devem ser cumpridos em um só ato, mas em momento futuro. A prestação de uma das partes não se dá imediatamente após a formação do vínculo, mas a termo. De trato sucessivo ou execução continuada são os que se cumprem por meio de atos reiterados. A ação para exigir o cumprimento das prestações vencidas, nos contratos de trato sucessivo, começa a fluir da data do vencimento de cada prestação. Quanto ao agente: Contratos personalíssimos e impessoais Personalíssimos são os celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes. O obrigado não pode fazer-se substituir por outrem, pois essas qualidades tiveram influência decisiva no consentimento do outro contratante. São intransmissíveis aos sucessores e não podem ser objeto de cessão. Havendo erro essencial sobre a pessoa do outro contratante, são anuláveis. Impessoais são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente pelo obrigado ou por terceiro. Contratos individuais e coletivos No individual as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas. Não é a singularidade da parte que o identifica. 2 2 22 Os coletivos perfazem-se pelo acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominados convenções coletivas. Não tem eles verdadeiramente natureza contratual, constituem um acordo normativo. Porém a doutrina em geral tem admitido essa classificação e a natureza contratual. Gera deliberações normativas,que poderão estender-se a todas as pessoas pertencentes a uma determinada categoria profissional, independente do fato de terem ou não participado da assembleia que votou a aprovação de suas cláusulas. Quanto ao modo porque existem: Contratos principais e acessórios. Contratos derivados Acessórios dependem de outro como premissa indispensável. Tem sua existência subordinada à do contrato principal. Ex: cláusula de fiança. Tem como função principal garantir o cumprimento do principal (maioria). Principais são autônomos, têm existência própria. Nulo o contrato principal, nulo o acessório, mas a recíproca não é verdadeira. A prescrição da obrigação principal acarretará a da acessória, mas a recíproca também não é verdadeira. As partes podem convencionar a extinção do contrato principal em virtude do desparecimento do acessório. Ex: nos contratos de locação pode haver uma cláusula resolutória baseada no falecimento, na falência ou na interdição do fiador, salvo se o locatário dentro de certo prazo apresentar outro fiador idôneo a critério do locador. 2 3 23 Os contratos acessórios podem ser preparatórios, integrativos ou complementares. Alguns são denominados derivados ou subcontratos. Derivados têm por objeto direitos estabelecidos em outro contrato. Ex: sublocação, subempreitada e subconcessão. Tem em comum com os acessórios que também dependem de outrem, mas diferem dos mesmos por participar da própria natureza do direito versado no principal. Quanto à forma: Contratos solenes e não solenes Como se aperfeiçoam. Solenes devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. A forma é exigida como condição de validade do negócio. Constitui a substância do ato. Não observada, o contrato é nulo. Ex: escritura pública na alienação de imóveis, pacto antenupcial, testamento público. A vontade das partes não basta à formação do contrato. Não solenes são os de forma livre. Basta o consentimento para sua formação. Em regra, os contratos têm forma livre, salvo expressas exceções. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente. As partes podem convencionar que determinado contrato só poderá ser celebrado por instrumento público. Nesse caso este será ‘substância do ato’. O contrato que não seria, em princípio, formal, passa a sê-lo. Distinção entre solenes e formais: solenes exigem escritura pública e formais exigem apenas a forma escrita. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 2 4 24 Contratos consensuais e reais Consensuais são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma. Reais são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato, mútuo e alguns poucos. Não se formam sem a tradição da coisa. Antes pode existir a promessa de contratar. Quanto ao objeto: Contratos preliminares e definitivos Preliminar é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. Assim tem um único objeto. Também denominado de pré-contrato. Quando tem por objeto a compra e venda de imóvel é denominado promessa de compra e venda ou compromisso de compra e venda, se irretratável e irrevogável. Quando o contrato preliminar gera obrigações para apenas uma das partes, constituindo promessa unilateral, denomina-se opção. Uma parte assume uma obrigação enquanto a outra não. Na sua formação a opção é negócio jurídico bilateral, mas nos efeitos é contrato unilateral. A parte que recebe a oferta verificará a conveniência de aceitá-la ou não. Seu exercício pode culminar em outro contrato preliminar ou em um definitivo. Se para a aceitação do destinatário da promessa não se estabeleceu o termo, este pode ser fixado pelo juiz. Definitivo tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada avença. Quanto à designação: 2 5 25 Contratos nominados e inominados, típicos e atípicos, misto e coligados. União de contratos Contratos nominados têm designação própria. Espécies contratuais que têm nome jurídico e servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou tipos de regulamentação específica da lei. Contratos no CC. O legislador não consegue prever todas as situações que levam as pessoas a se relacionar e a contratar. Contratos não tipificados são chamados inominados e atípicos. Não tem denominação própria. Contratos típicos são regulados pela lei, tem o seu perfil nela traçado. Todo contrato nominado é típico e vice-versa. Atípicos são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características reguladas na lei. Para que sejam válidos basta o consenso, que as partes sejam livres e capazes e o seu objeto lícito, possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica. A celebração de contratos dessa espécie justifica-se como aplicação dos princípios da liberdade de obrigar-se e do consensualismo. O contrato típico não requer muitas cláusulas, pois passam a integrá- lo todas as normas regulamentadoras estabelecidas pelo legislador. Já o contrato atípico exige uma minuciosa especificação dos direitos e obrigações de cada parte, por não terem disciplina legal. O contrato misto resulta da combinação de um contrato típico com cláusulas criadas pela vontade dos contratantes. Deixa de ser um contrato essencialmente típico, mas não se transforma em outro totalmente atípico. A nova combinação gera uma nova espécie contratual. 2 6 26 Pode ser atípico misto. Não se enquadra em nenhum tipo contratual legal, mas reúne em seu conteúdo dois ou mais tipos contratuais previstos. Pode ainda ser atípico misto em sentido amplo, quando reúne em seu conteúdo elementos que apenas apresentam afinidades com outros institutos jurídicos. INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Inadimplemento absoluto É aquele em que se torna impossível o cumprimento da prestação total ou parcial. Inadimplemento relativo Ocorre nos casos em que o devedor ainda pode honrar a sua prestação. Inadimplemento das obrigações negativas Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Responsabilidade patrimonial Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. Responsabilidade contratual Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos 2 7 27 onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Caso fortuito ou força maior O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. O caso de fortuito ou força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis evitar ou impedir. Caso fortuito O caso fortuito pode ser interno ou externo. Caso Fortuito Interno - se caracteriza por toda situação causada pela imprevisibilidade, e, portanto, inevitável que se encontra relacionada aos riscos da contratação estipulado, ligado à pessoa ou à coisa. Exemplo: greve de funcionários que impedem a execuçãodas atividades normais de uma empresa, que se obrigara a entregar determinado produto. Caso Fortuito Externo - este se caracteriza como sendo imprevisível e inevitável, porém, não guarda ligação direta com a obrigação, como é o caso dos fenômenos da natureza, entendidos como acontecimentos naturais, tais como os raios, a inundação e o terremoto. Força maior A força maior - acontecimento relacionado a fatos externos, independentes da vontade humana, que impedem o cumprimento das obrigações. Esses fatos externos podem ser: ordem de autoridades (fato do príncipe), fenômenos naturais (raios, terremotos, inundações, etc.) e ocorrências políticas (guerras, revoluções, convulsões sociais, etc.). Base: Código Civil - artigos 389 a 393. 2 8 28 OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS A doutrina das obrigações extracontratuais visa estudar relações obrigacionais nascidas de fontes a contratuais, ou seja, da declaração unilateral de vontade ou do ato ilícito. A declaração unilateral de vontade é uma das fontes das obrigações resultantes da vontade de uma só pessoa, formando-se no instante em que o agente se manifesta com intenção de se obrigar, independentemente da existência ou não de uma relação creditória, que poderá surgir posteriormente; não haverá liberdade para se estabeleceram obrigações, que só se constituirão nos casos preordenados em lei. Os títulos de crédito consistem na manifestação unilateral da vontade do agente, materializada em um instrumento, pela qual ele se obriga a uma prestação determinada, independentemente de qualquer ato de aceitação emanado de outro agente. Título ao portador é o documento pelo qual se emitente se obriga a uma prestação a que lhe apresentar como seu detentor. Promessa de recompensa é a declaração de vontade, feita mediante anúncio público, pela qual alguém se ob-roga a gratificar quem se encontrar em certa situação ou praticar determinado ato, independentemente do consentimento do eventual credor; obriga quem emite a declaração de vontade desde o instante em que ela se torna pública, independentemente de qualquer aceitação, visto que se dirige a pessoa ausente ou indeterminada, que se determinará no momento em que se preencherem aso condições de exigibilidade da prestação. A promessa de recompensa mediante concurso poderá ser condicionada à realização de uma competição entre os interessados na prestação da obrigação, efetivando-se mediante concurso, ou seja, certame em que o promitente oferece um prêmio a quem, dentre várias pessoas, apresentar o melhor resultado; a promessa será irrevogável, porque o promitente deverá, 2 9 29 compulsoriamente, fixar prazo de vigência, dentro do qual, não se poderá desdizer. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não ilhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do artigo 84 e parágrafos. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 07 (sete) dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, 3 0 30 devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso de produto em linguagem didática, com ilustrações. Responsabilidade Pós-Contratual Pelos mesmos fundamentos que se reconhece a responsabilidade pré- negocial, se reconhece também a responsabilidade civil pós-contratual. A responsabilidade pós-contratual, também chamada de culpa post pactum finitum, caracteriza-se pelo dever de responsabilização pelos danos advindos após a extinção do contrato, independentemente do adimplemento da obrigação. Pode-se dizer que a responsabilidade pós-contratual é uma projeção da responsabilidade pré-contratual, guardando-se as devidas particularidades. 3 1 31 A ocorrência da responsabilidade pós-contratual se dá quando há um descumprimento dos deveres acessórios, anexos dos deveres principais da relação contratual. Os deveres acessórios são aqueles decorrentes da boa-fé dos contratantes, ou seja, são os deveres de lealdade, proteção e informação, previstos ou não em lei. CONCLUSÃO As responsabilidades pré-contratual, contratual e pós-contratual mostram-se de grande importância e aplicabilidade às relações contratuais que se estabelecem na sociedade. Diz-se que os contratos fazem lei entre as partes (pacta sunt servanda) e existiram para ser cumpridos sob pena de responsabilidade. Ao descumprir uma obrigação estabelecida em um contrato, o inadimplente terá incidido sobre si os efeitos do inadimplemento, mora, perdas e danos, juros, cláusula penal e arras. Outrossim, ainda há a responsabilidade que surge ainda nas tratativas de negociação e outra que perdura após o término do contrato, a essas tem-se chamado responsabilidade pré-contratual e a responsabilidade pós-contratual, tendo para estas o fundamento nos deveres anexos decorrentes do princípio da boa-fé objetiva. Com este breve estudo, observa-se que a responsabilidade no direito contratual não consiste somente do inadimplemento do contrato, mas também, de seus deveres acessórios baseados na boa-fé objetiva, que impõe aos contratantes desde as negociações preliminares, pautar-se com lealdade, proteção, informação para que o contrato corresponda exatamente aquilo que foi pretendido pelas partes e não frustre suas reais expectativas, assim 3 2 32 também, para que o contrato forneça a segurança esperada pelas partes mesmo após o seu término. 3 3 33 3 4 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Código Civil. Disponível em Acesso em 12 de novembro de 2011. BRASIL. TST. Responsabilidade pré-contratual. RR 931006920035070006 93100-69.2003.5.07.0006. Rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. Terceira Turma, Julgado em 23/11/2005, DJ 10/02/2006. Disponível em , acesso em 27 de outubro de 2011. BRASIL. TJSP. Responsabilidade pré-contratual na locação. Proc. Nº 730765- 0/3. Unibanco Seguros S/A e Ionian Agricultura Indústria E Comércio S/A Corcyre Administração E Participação LTDA. Rel. Min. João Carlos Sá Moreira de Oliveira. 33ª turmaCível. Julgado em 25/09/2008 e publicado em 07/10/2008. Disponível em , acesso em 14 de outubro de 2011. DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. Vol. VII. 25ª ed., São Paulo: Saraiva, 2011. GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: Contratos. Vol. IV. São Paulo: Saraiva, 2005. RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 6º Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. ROSENVALD, Nelson e; FARIAS, Cristiano Chaves de. Direito dos Contratos. 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