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NOÇÕES DE DIREITO CONTRATUAL 
 
 
 
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Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................... 
INTRODUÇÃO..........................................................................................3 
Legislação 16 
Responsabilidade Pós-Contratual .................................................. 30 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito 
correspondido pela vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardado 
pela segurança jurídica em seu equilíbrio social, ou seja, é um acordo de duas 
ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer 
uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, 
modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial. Sendo 
um negócio jurídico, requer, para sua validade, a observância dos requisitos 
legais (a gente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei). 
 As cláusulas contratuais criam lei entre as partes, porém são 
subordinados de forma coercitiva ao Direito Positivo. As cláusulas 
contratuais não devem estar em desconformidade com o Direito Positivo, sob 
pena de agressão por parte do Estado na tentativa de desfazer o contrato. 
Enquanto no Direito Negativo, as cláusulas contratuais não podem, por 
definição, violar direitos naturais. 
No Brasil, cláusulas consideradas abusivas ou fraudulentas podem ser 
invalidadas pelo juiz, sem que o contrato inteiro seja invalidado. Trata-se da 
cláusula geral rebus sic stantibus (que se explica pela teoria da imprevisão, que 
em uma tradução aberta seria "permanecem as coisas como estavam antes" 
caso venha ocorrer fato imprevisto e imprevisível à época da contratação, 
possibilitando a revisão judicial do contrato), que objetiva flexibilizar o princípio 
da pacta sunt servanda (força obrigatória dos contratos), preponderando, assim, 
a vontade contratual atendendo à teoria da vontade. 
De um modo mais simples, contrato, como diz o nome, derivado do 
latim contractu, é um acordo entre duas ou mais pessoas. 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jur%C3%ADdico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neg%C3%B3cio_jur%C3%ADdico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_Positivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jusnaturalismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fraude
https://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pacta_sunt_servanda
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Teoria_da_vontade&action=edit&redlink=1
 
 
 
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CONTRATOS 
Conceito de Contrato: acordo de vontade entre duas ou mais pessoas 
com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar, transferir ou extinguir 
direitos. 
É um negócio jurídico bilateral. Ato de autonomia privada. 
 
Dessa forma, um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a 
finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir 
 
 
 
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direitos. É um acordo de vontades com a finalidade de produzir efeitos jurídicos. 
Sendo necessário ao contrato o acordo de vontades, pode-se classificá-lo como 
um negócio jurídico. 
Será: 
• bilateral quando a vontade emitida for antagônica; 
• plurilateral quando a vontade das partes se dirigir a um mesmo objetivo, 
ex: sociedade. 
FUNÇÃO DO CONTRATO 
Função social do contrato é a relação dos contratantes com a sociedade, 
pois produz efeitos perante terceiros. 
A principal consequência jurídica da função social dos contratos é a 
ineficácia de relações que acaba por ofender interesses sociais, a dignidade da 
pessoa. 
contrato é o diferencial da sociedade civilizada do barbarie. A barbarie 
busca seus interesses à força, apropriação violenta de utilidades. 
a-Função econômica: 
• Responsável pelo sucesso da sociedade mercantil e evolutivamente da 
sociedade capitalista. 
 • circulação da riqueza 
• segurança para a sociedade na realização dos negócios. b-Função 
pedagógica: 
• O contrato educa, torna civilizado o homem. 
• apura um senso ético • ensina respeito ao direito dos outros para que o 
seu interesse seja respeitado. 
 • Quando duas pessoas contratam estão se utilizando da força jurígena 
social. 
 c-Função social: art. 421 CC. 
 
 
 
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Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da 
função social do contrato. (Vide Lei nº 13. 784, de 2019) (Vigência). 
 
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS 
Princípios informadores: são regras gerais e fundamentais que 
fornecem os pilares de determinado ramo do pensamento científico. 
b) Contratos: são negócios jurídicos bilaterais e plurilaterais. Negócio 
jurídico bilateral é aquele em que ocorrem pelo menos duas declarações de 
vontade conflitantes. Negócio jurídico plurilateral é o em que ocorre mais de uma 
declaração de vontade que visam o mesmo objetivo. Neste último, não há 
contrariedade. 
Recapitulando: Contrato pode ser definido como todo acordo de 
vontades de fundo econômico, realizado entre pessoas de direito privado, que 
tem por objetivo a aquisição, o resguardo, a transferência, a conservação ou a 
extinção de direitos, recebendo o amparo do ordenamento legal. 
b- Princípio da obrigatoriedade contratual: Os contratos devem ser 
cumpridos como se fossem lei. O contrato obriga os contraentes. Eles não 
podem se arrepender, não podem revogá-lo, não podem ser modificá-lo ou 
descumpri-lo, senão por mútuo acordo. 
Caio Mário ressalta que, em tese, nem mesmo o Juiz pode alterá-lo, 
mesmo que a pretexto de tornar as condições mais humanas para os 
contratantes. 
Costuma-se traduzir este princípio pela expressão latina Pacta Sunt 
Servanda. 
Segundo Ruggiero este princípio é adotado por qualquer ordenamento 
jurídico, mesmo os mais primitivos e imperfeitos. 
Porém, quando se pesquisa o fundamento em que irá se repousar a 
força obrigatória dos contratos, não se constata tal unanimidade. Várias foram 
 
 
 
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as escolas, segundo César Fiúza, que tentaram explicá-lo. Para a escola 
jusnaturalista, o princípio da obrigatoriedade contratual é norma de direito 
natural, se assenta no pacto social. Primitivamente, na sociedade, teria havido 
uma convenção tácita em que os indivíduos teriam transigido com seus apetites 
egoístas e determinado o respeito pelos compromissos livremente assumidos. 
Para os utilitaristas, o interesse individual levapor interesses utilitários a 
observar as promessas realizadas. Em outras palavras, era conveniente para 
cada indivíduo respeitar o interesse alheio, para resguardar o seu próprio 
interesse. Para os positivistas o princípio só vigora porque está estabelecido em 
lei. A sustentação do princípio da obrigatoriedade estaria no mandamento legal. 
Segundo o normativismo de Kelsen, a lei também seria o fundamento do princípio. Este 
se encontra evidenciado na lei, tendo como substrato outra lei, que por sua vez origina-se de 
outra lei, e assim sucessivamente, até a norma fundamental, abstrata e sem conteúdo, cuja 
finalidade seria apenas alicerçar o direito positivo. 
Para Kant, a obrigatoriedade é uma consequência da liberdade de 
contratar. O contrato obriga porque as partes livremente o aceitam. 
Para Ruggiero, o fundamento da obrigatoriedade contratual está na unidade da vontade 
contratual. Para ele, as vontades individuais dos contratantes, quando são declaradas, se 
encontram, e perdem, cada uma, a sua autonomia própria. Elas se fundem e dão lugar a uma 
nova vontade unitária, a vontade contratual. A partir deste momento, a vontade contratual 
regulará as relações entre as partes, não mais as vontades individuais de cada um. 
Por fim, é importante ressaltar que, qualquer princípio contratual só é 
aplicado aos contratos realizados de acordo com a lei. Os contratos, bem como 
as cláusulas contrárias ao direito reputam-se ilegítimos, saindo da esfera do 
princípio da obrigatoriedade contratual. 
c- Princípio do consensualismo: O princípio do consensualismo 
determina que os contratos se consideram celebrados quando estas cheguem a 
um consenso, na conformidade com a lei, independentemente de qualquer 
formalidade adicional. Esta é a regra no direito contratual moderno. 
Porém, no Direito Romano constata-se que ao contrato era exigido 
determinada materialidade, sem a qual não se reconhecia sua existência 
 
 
 
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jurídica. É importante, portanto, um estudo detalhado desta transição entre o 
formalismo rigoroso romano e o consensualismo moderno. 
O rígido formalismo exigido pelo direito romano perdurou por toda a 
república e atravessou o império. Somente no baixo império constata-se uma 
amenização do princípio do rigor formal. Isto porque as necessidades mercantis 
exigiam uma maior flexibilidade na celebração contratual. Pode-se dizer que a 
situação praticamente se invertera. 
Com as invasões bárbaras e a consequente influência do direito da 
Região da Germânia, houve um retrocesso ao excessivo rigor formal. 
Durante a idade média, o direito contratual sofreu novamente uma 
profunda transformação. Era comum entre os escribas que reduziam as 
convenções a escrito, consignarem, a pedido das partes, que todos os rituais 
haviam sido cumpridos, mesmo quando não o fossem. A praxe se tornou tão 
comum, que a menção do fato valia mais que o próprio fato. A declaração de que 
as formalidades haviam sido observadas passou a valer mais que a verificação 
de sua prática efetiva. Neste momento, a declaração de vontade passou a Ter a 
importância jurídica que era dada anteriormente à formalidade. 
Num segundo momento, os canonistas interpretavam as normas de 
direito romano com base no espiritualismo cristão. NO tocante ao contrato, 
afirmavam que o seu descumprimento era uma quebra de compromisso, 
equivalente à mentira, sendo, portanto, pecado. Prevalecia o valor da palavra, o 
consentimento, sobre a sacramentalidade clássica. Dizia-se que um boi se 
prende pelos chifres e um homem pela palavra. Todos estes fatores históricos 
contribuíram para a afirmação do princípio do consensualismo, reconhecendo 
força jurígena à palavra empenhada, considerando-se celebrado o contrato pelo 
consenso das partes. Este princípio, é claro, é limitado por exceções legais, em 
que se exige ato solene. 
 c- Princípio da autonomia da vontade (autonomia privada): Este 
princípio faculta às partes total liberdade para concluírem seus contratos da 
maneira que melhor lhes aprouver. Funda-se na vontade livre de ambas as 
partes. 
 
 
 
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O termo autonomia da vontade remete-nos ao liberalismo, que pregava 
a intervenção mínima do Estado na economia e nas relações negociais. Hoje 
fala-se em autonomia privada a indicar a restrição à ampla liberdade de 
contratar. 
A liberdade de contratar é exercida pelas partes em quatro planos: 
a) as partes podem livremente optar em contratar e não contratar. 
Ninguém pode ser obrigado a contratar. Na prática, é praticamente impossível 
uma pessoa viver sem celebrar contratos. Este plano, porém, pode ser 
observado examinando-se cada caso concreto. Em cada caso concreto, em 
cada situação prévia à celebração de um contrato, ambas as partes têm a 
liberdade de optar por celebrá-lo ou não. Neste plano, coíbe-se a coação física 
ou moral à celebração do contrato, ou a sua não celebração. 
b) Com que e o que contratar: As pessoas devem ser livres para escolher 
seu parceiro contratual e o objeto do contrato. 
c) Liberdade para estabelecer as cláusulas contratuais respeitados os 
limites da lei. 
d) Mobilizar ou não o poder judiciário para fazer respeitar o contrato, que, 
uma vez celebrado, torna-se fonte formal de direito. Como todo princípio, 
comporta exceções. Em determinados momentos, a lei impõe a certas pessoas 
o dever de contratar, em outros momentos, uma das partes não tem qualquer 
liberdade de discutir as cláusulas contratuais, a exemplo dos contratos de 
adesão, às vezes a pessoa não tem escolha quanto ao parceiro contratual. 
A evolução da sociedade e as alterações ocorridas em torno das 
relações de direito público e direito privado atingiram o Princípio da Autonomia 
da Vontade. A autonomia privada deixa de ser vista como um poder puro e 
desinibido e passa a ser encarada como um poder função, vinculado à função 
social dos contratos e às necessidades de ordem pública. 
Desta forma permite-se a oneração da liberdade das partes com alguns 
gravames para se proporcionar uma relação justa e útil nos negócios privados. 
 
 
 
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Como exemplo de teorias a este respeito, tem-se a teoria da imprevisão e a 
teoria da base do negócio jurídico. 
A teoria da imprevisão foi a primeira delas, surgida no pós-guerra, prevê 
a revisão contratual quando ocorrer um contrato de execução continuada ou 
diferida e sobrevier acontecimento futuro e imprevisível que cause onerosidade 
excessiva a uma das partes, caracterizando-se, ainda, a inimputabilidade da 
causa ao onerado, posicionando-se fora da álea normal do contrato. 
A teoria da base do negócio jurídico é também vinculada à ideia de 
circunstâncias posteriores à contratação, mas tem cunho mais objetivo. Nela se 
prescinde da imprevisibilidade do evento futuro. Além disso, esta teoria não 
protege apenas o fato excessivamente oneroso, mas toda e qualquer situação 
onde o contrato resta frustrado, perdendo seu sentido por rompimento de sua 
base. 
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO CONTRATO 
A vinculatividade contratual não reside mais em uma tese voluntarista, 
mas em uma tese preceptivista, marcada pelo binômio restrita liberdade de 
manifestação da vontade e crescente necessidade de se contratar, massificação 
dos contratos e centralização dos meios de produção. 
A função social dos contratos rompe com o individualismo contratual que 
preconizava a existência do contrato em uma esfera individual quase íntima, 
portanto intangível e adota uma concepção de institucionalização do contrato. 
 O contrato além de ser um instrumento individual é um instrumento 
social de harmonização das relações individuais. Contratar não é simplesmente 
uma mera opção pessoal, mas uma imposição social no sentido de que os 
indivíduos são seres dotados de necessidades vitais e o contrato é o principal 
meio pacíficoe institucionalizado de produção, distribuição e acesso a bens. A 
contratação acompanha, assim, em uma sociedade civilizada, todo o processo 
econômico. 
Assim, a razão de atribuição do direito contratual a seu titular não pode 
ser compreendida simplesmente pela ideia de satisfação de seus interesses 
 
 
 
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individuais, mas também como instrumento de satisfação de interesses sociais 
de utilização, preservação e conservação do contrato enquanto instrumento 
social de satisfação de necessidades individuais, daí a obrigatoriedade. 
É importante frisar que essa tese da institucionalização do contrato difere 
da tese inicial do corporativismo fascista, momento histórico em que a função 
social apareceu como contraposição aos ideais burgueses. 
Naquele momento dentro da ideia de função social inseria-se a ideia de 
ordem pública ou interesse dos governantes. Aqui, a ideia de institucionalização 
não pressupõe a imposição de qualquer interesse externo ao contrato, mas a 
composição dos interesses internos conflitantes de forma a se obter a solução 
mais harmônica com os princípios constitucionais. 
A relação obrigacional contratual deixa de ser vista como uma relação 
de subordinação de interesses e passa a ser vista como uma relação de 
cooperação. Garantir a aplicação da função social não é violar nenhum dos 
interesses em relevo, mas garantir que o objetivo comum do contrato (credor e 
devedor) seja satisfeito. 
Se ambos objetivam este mesmo fim não há lesão, mas justaposição. 
Contratar é abrir mão de sua vontade individual e buscar a consecução da 
“vontade contratual”. 
AUTONOMIA PRIVADA X AUTONIMIA DE VONTADE 
A autonomia privada é um dos princípios do Código Civil, que tem por 
objetivo a materialização por meio de negócios jurídicos já a autonomia da 
vontade se estabelece na ampla liberdade para o negócio contratual, com o 
poder de mediar suas vontades em um contrato. 
De maneira resumida, a autonomia privada é a ordenação das próprias 
relações jurídicas, indicando a respectiva disciplina jurídica. Já autonomia da 
vontade é o controle na prática de determinados atos. 
 
 
 
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RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL E CONTRATO 
PRELIMINAR 
De forma simplificada, responsabilidade pré-contratual é basicamente 
o princípio da boa-fé objetiva com regras iniciais para o negócio proposto, 
já o contrato preliminar é uma maneira de pactuar uma vontade que ainda 
será firmando em contrato, de maneira resumida, é um contrato pré-
estabelecido antes do contrato definitivo. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
 Manifestação da vontade 
Para a existência do negócio jurídico, é necessário o requisito da declaração da 
vontade que pode ser expressa na lei ou tácita. 
 Negociações preliminares 
O contrato resulta em duas manifestações: a primeira é a proposta que dá 
início à formação do contrato e a segunda a aceitação do contrato 
estabelecido. 
 Proposta 
A proposta é toda inciativa de um contrato que deve conter todos critérios para 
a realização do negócio proposto 
 Aceitação 
É a concordância das partes envolvidas com os termos propostos. 
 Momento da conclusão do contrato 
É o momento em que é considerado formado o contrato entre duas ou mais 
pessoas que está ligado pela ocasião da aceitação. 
 
 
 
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CARACTERISTICAS CONTRATUAIS 
Quanto à onerosidade: 
a) Gratuito ou desinteressado: dá-se quando apenas uma das partes tem 
vantagem em razão da manifestação de vontade da outra parte, como o contrato 
de mútuo simples (empréstimo de bem fungível). 
b) Oneroso comutativo: configura-se pela prestação mútua e já estabelecidas 
consequências do cumprimento ou não do contrato, tendo cada parte uma 
obrigação para com a outra já determinada. 
c) Oneroso aleatório por natureza: nesta espécie, o cumprimento do contrato 
é, naturalmente, incerto, dependendo para que aconteça de um evento futuro, 
como no contrato de jogo e no contrato de seguro. 
d) Oneroso aleatório pela vontade das partes: ocorre pela convenção das 
partes em que se cria um contrato que embora oneroso, depende de um evento 
futuro e incerto. 
Quanto ao momento da execução: 
a) Instantâneo: leva-se em conta o momento de celebração e cumprimento do 
contrato, por ocorrer em um único ato. 
b) Diferido: trata-se de hipótese em que o cumprimento do contrato se dá em 
momento posterior a sua celebração. 
c) De trato sucessivo ou em prestação: aqui, o cumprimento do contrato se dá 
no decorrer do tempo, podendo, inclusive, ser modificado o acordado em razão 
da teoria da imprevisão. 
 
 
 
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Quanto ao agente: 
a) Personalíssimo: trata-se do contrato em que apenas uma determinada 
pessoa poderá cumprir o acordado, uma vez que foi celebrado em razão de suas 
características pessoais. 
b) Impessoal individual: consiste na hipótese em que qualquer pessoa pode 
cumprir o contrato. 
c) Impessoal coletivo: são contratos que envolvem várias pessoas, como as 
convenções coletivas de trabalho. 
Quanto à formação: 
a) Paritário: configura contrato em que a celebração é de comum acordo, ambos 
elaborando as cláusulas fixadas. 
b) Adesão: hipótese em que apenas uma das partes elabora as cláusulas 
contratuais e a outra apenas as adere. 
c) Tipo: consiste em desdobramento do contrato de adesão, de modo a se 
utilizar um formulário em que umas das partes, tão e somente, preencherá. 
Quanto ao modo porque existem: 
a) Principal: trata-se de contrato fruto da convergência de vontades, 
estabelecendo relação jurídica originária entre as partes. 
b) Acessório ou adjeto: espécie de contrato que se constitui em função do 
contrato principal, sendo garantia ou complementação deste. 
c) Derivado: configura um contrato novo que só surge em razão da existência 
de uma relação jurídica contratual pretérita. Não se comunica, porém com o 
contrato principal. 
 
 
 
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Quanto à forma: 
a) Solene ou formal: aquele contrato que deve respeitar os requisitos 
estipulados em lei para que haja sua validade. 
b) Não solene ou informal: decorre da ausência de disposição legal específica, 
de modo a poder ser feito o contrato de qualquer forma. 
c) Consensual: são aqueles contratos que se consideram formados pela 
simples oferta e aceitação. 
d) Reais: são contratos em que só serão considerados firmados com da entrega 
da coisa objeto do negócio jurídico, como no contrato de mútuo. 
Quanto ao objeto: 
a) Preliminar: consiste no contrato firmado em que as partes se comprometem 
a no futuro firmar o contrato definitivo, como no caso de promessa de compra e 
venda de um imóvel. 
b) Definitivo: trata-se do contrato pelo qual – de fato – concretiza-se o negócio 
jurídico. 
Quanto à designação: 
a) Nominados ou típicos: são os contratos previstos em lei, dando-se 
parâmetros legais a sua formação. 
b) Inominados: são os contratos sem previsão legal, mas que a lei considera 
lícito desde que respeitadas às disposições gerais do direito contratual. 
c) Misto: são aqueles contratos que tem por base um contrato nominado/típico, 
mas se acrescentam cláusulas de outros contratos, ou cláusulas atípicas. 
d) Coligados: são contratos que trazem duas prestações em razão de um único 
negócio, como a venda de automóvel e assistência técnica no mesmo contrato. 
 
 
 
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e) União de contratos: são contratos distintos e autônomos que são unidos por 
conveniência, como um contrato de moradia que se soma a um contrato de 
empreitada para construí-la. 
Quanto ao objetivo: 
a) Contrato de aquisição: é a forma de contrato definitivo, no qual se tem a 
transferência definitiva e documental do bem. 
b) Contrato de uso ou gozo: configura contrato que não tem a finalidade de 
transferir a titularidade do bem, e simde permitir o uso por determinado tempo, 
devendo ser devolvido nas mesmas condições, ressalvado o desgaste natural. 
c) Contrato de prestação de serviço: trata-se daquele contrato pelo qual o 
prestador de serviço se obriga a prestar pessoalmente ou por terceiro um serviço 
definido no contrato em favor do contratante. 
d) Contrato associativo: é o contrato realizado entre duas ou mais pessoas na 
busca de um fim comum, como no contrato social ou de cooperativa. 
 
 
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS 
Os contratos, como os negócios jurídicos em geral, apresentam um ciclo: 
nascem do acordo de vontades, produzem os efeitos e extinguem-se. 
Basicamente a extinção dos contratos ocorrem pela execução, seja ela 
deferida, continuada ou instantânea. 
Legislação 
O tema “ Contratos” possui sua previsão na Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 que institui o Código Civil (Título V, dos Contratos em Geral). 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument
 
 
 
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Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função 
social do contrato. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a 
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas 
gerais fixadas neste Código. 
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 
 
 
CLASSIFICAÇÕES 
 
 
 
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Contratos gratuitos/ benéficos e onerosos 
Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir, podem ser 
gratuitos ou onerosos. 
Gratuitos são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício 
ou vantagem. Ex: doação pura, comodato, reconhecimento de filho. Para a 
outra, só há sacrifício, obrigação. Outorgam-se vantagens a uma das partes 
sem exigir contraprestação da outra. 
Nos contratos onerosos, ambas as partes obtêm proveito, ao qual 
corresponde um sacrifício. Impõem ônus e ao mesmo tempo acarretam 
vantagens a ambas as partes. Sacrifícios e benefícios recíprocos. Ambos 
buscam um proveito, ao qual corresponde um sacrifício. Dividem-se em: 
Contratos comutativos 
 
 
 
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Prestações certas e determinadas. As partes podem antever as 
vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua 
celebração, porque não envolvem nenhum risco. 
Na ideia de comutatividade está presente a de equivalência das 
prestações. 
Contratos aleatórios por natureza 
Pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que 
receberá, em troca da prestação fornecida. É que a perda ou o lucro dependem 
de um fato futuro e imprevisível. Ex: contratos de jogo, aposta e seguro. O 
contrato de seguro é comutativo porque o segurado o celebra para se acobertar 
contra qualquer risco. No entanto, para a seguradora sempre é aleatório, pois 
o pagamento ou não da indenização depende de um fato eventual. 
Contratos acidentalmente aleatórios 
Contratos tipicamente comutativos que em razão de certas 
circunstâncias, tornam-se aleatórios. Duas espécies: a) venda de coisas 
futuras; b) venda de coisas existentes, mas expostas a risco. Nos que tem por 
objeto coisas futuras, o risco pode referir-se à própria existência da coisa e à 
sua quantidade. 
Do risco respeitante à própria existência da coisa tem-se a hipótese da 
venda da esperança, isto é, da probabilidade de as coisas ou fatos existirem. 
Quanto à formação: 
Contratos paritários e de adesão. Contrato-tipo 
Paritários são do tipo tradicional em que as partes discutem livremente 
as condições porque se encontram em situação de igualdade. Há uma fase de 
negociações preliminares na qual as partes discutem as cláusulas e condições 
do negócio. 
 
 
 
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De adesão são os que não permitem essa liberdade, devido à 
preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as 
cláusulas. O outro adere ao modelo de contrato previamente confeccionado, 
não podendo modificá-las: aceita-as ou rejeita-as, em bloco. Ex: contratos de 
seguro, consórcio, de transporte, celebrados com as concessionárias de 
serviços públicos. 
Neste nos deparamos com uma restrição mais extensa ao tradicional 
princípio da autonomia da vontade. Comumente é celebrado em relação de 
consumo, sendo regido pelo CDC. Na dúvida, a interpretação deve favorecer o 
aderente, porque quem estabelece as condições é o outro contratante, que tem 
a obrigação de ser claro e evitar dúvidas. 
São nulas as cláusulas que estipulem renúncia antecipada do aderente 
a direito resultante da natureza do negócio. 
Contrato-tipo ou contrato de massa. É apresentado por um dos 
contraentes, em fórmula impressa ou datilografada, ao outro, que se limita a 
subscrevê-lo. Não lhe é essencial a desigualdade econômica e admite 
discussão sobre o conteúdo. As cláusulas não são impostas, apenas pré-
redigidas. Em geral, são deixados claros, a serem preenchidos pelo concurso 
de vontades. 
Os contratos de adesão são endereçados a um número indeterminado 
de pessoas, enquanto os contratos-tipo destinam-se a pessoas ou grupos 
identificáveis. Podem ser acrescentadas às impressas, cláusulas 
datilografadas ou manuscritas. 
Quanto ao momento da execução: 
Contratos de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo 
Momento em que devem ser cumpridos. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
 
 
 
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De execução instantânea são os que se consumam num só ato, sendo 
cumpridos imediatamente após sua celebração. Ex: compra e venda à vista. 
Cumprida a celebração, exaurem-se. Extingue-se a obrigação. A nulidade ou 
resolução por inadimplemento reconduz as partes ao estado anterior. 
De execução diferida ou retardada são os que devem ser cumpridos 
em um só ato, mas em momento futuro. A prestação de uma das partes não se 
dá imediatamente após a formação do vínculo, mas a termo. 
De trato sucessivo ou execução continuada são os que se cumprem 
por meio de atos reiterados. A ação para exigir o cumprimento das prestações 
vencidas, nos contratos de trato sucessivo, começa a fluir da data do 
vencimento de cada prestação. 
Quanto ao agente: 
Contratos personalíssimos e impessoais 
Personalíssimos são os celebrados em atenção às qualidades 
pessoais de um dos contraentes. O obrigado não pode fazer-se substituir por 
outrem, pois essas qualidades tiveram influência decisiva no consentimento do 
outro contratante. São intransmissíveis aos sucessores e não podem ser objeto 
de cessão. Havendo erro essencial sobre a pessoa do outro contratante, são 
anuláveis. 
Impessoais são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, 
indiferentemente pelo obrigado ou por terceiro. 
Contratos individuais e coletivos 
No individual as vontades são individualmente consideradas, ainda que 
envolva várias pessoas. Não é a singularidade da parte que o identifica. 
 
 
 
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Os coletivos perfazem-se pelo acordo de vontades entre duas pessoas 
jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo 
denominados convenções coletivas. Não tem eles verdadeiramente natureza 
contratual, constituem um acordo normativo. Porém a doutrina em geral tem 
admitido essa classificação e a natureza contratual. Gera deliberações 
normativas,que poderão estender-se a todas as pessoas pertencentes a uma 
determinada categoria profissional, independente do fato de terem ou não 
participado da assembleia que votou a aprovação de suas cláusulas. 
Quanto ao modo porque existem: 
Contratos principais e acessórios. 
Contratos derivados 
Acessórios dependem de outro como premissa indispensável. Tem sua 
existência subordinada à do contrato principal. Ex: cláusula de fiança. Tem 
como função principal garantir o cumprimento do principal (maioria). 
Principais são autônomos, têm existência própria. 
Nulo o contrato principal, nulo o acessório, mas a recíproca não é 
verdadeira. A prescrição da obrigação principal acarretará a da acessória, mas 
a recíproca também não é verdadeira. 
As partes podem convencionar a extinção do contrato principal em 
virtude do desparecimento do acessório. Ex: nos contratos de locação pode 
haver uma cláusula resolutória baseada no falecimento, na falência ou na 
interdição do fiador, salvo se o locatário dentro de certo prazo apresentar outro 
fiador idôneo a critério do locador. 
 
 
 
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Os contratos acessórios podem ser preparatórios, integrativos ou 
complementares. 
Alguns são denominados derivados ou subcontratos. Derivados têm 
por objeto direitos estabelecidos em outro contrato. Ex: sublocação, 
subempreitada e subconcessão. Tem em comum com os acessórios que 
também dependem de outrem, mas diferem dos mesmos por participar da 
própria natureza do direito versado no principal. 
Quanto à forma: Contratos solenes e não solenes 
Como se aperfeiçoam. 
Solenes devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. 
A forma é exigida como condição de validade do negócio. Constitui a 
substância do ato. Não observada, o contrato é nulo. Ex: escritura pública na 
alienação de imóveis, pacto antenupcial, testamento público. A vontade das 
partes não basta à formação do contrato. 
Não solenes são os de forma livre. Basta o consentimento para sua 
formação. Em regra, os contratos têm forma livre, salvo expressas exceções. 
Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à 
validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, 
modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 
trinta vezes o maior salário mínimo vigente. 
As partes podem convencionar que determinado contrato só poderá ser 
celebrado por instrumento público. Nesse caso este será ‘substância do ato’. O 
contrato que não seria, em princípio, formal, passa a sê-lo. 
Distinção entre solenes e formais: solenes exigem escritura pública e 
formais exigem apenas a forma escrita. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
 
 
 
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Contratos consensuais e reais 
Consensuais são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de 
vontades, independentemente da entrega da coisa e da observância de 
determinada forma. 
Reais são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, 
a entrega da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato, 
mútuo e alguns poucos. Não se formam sem a tradição da coisa. Antes pode 
existir a promessa de contratar. 
Quanto ao objeto: 
Contratos preliminares e definitivos 
Preliminar é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato 
definitivo. Assim tem um único objeto. Também denominado de pré-contrato. 
Quando tem por objeto a compra e venda de imóvel é denominado promessa 
de compra e venda ou compromisso de compra e venda, se irretratável e 
irrevogável. 
Quando o contrato preliminar gera obrigações para apenas uma das 
partes, constituindo promessa unilateral, denomina-se opção. Uma parte 
assume uma obrigação enquanto a outra não. Na sua formação a opção é 
negócio jurídico bilateral, mas nos efeitos é contrato unilateral. A parte que 
recebe a oferta verificará a conveniência de aceitá-la ou não. Seu exercício 
pode culminar em outro contrato preliminar ou em um definitivo. Se para a 
aceitação do destinatário da promessa não se estabeleceu o termo, este pode 
ser fixado pelo juiz. 
Definitivo tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada 
avença. 
Quanto à designação: 
 
 
 
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Contratos nominados e inominados, típicos e atípicos, misto e 
coligados. União de contratos 
Contratos nominados têm designação própria. Espécies contratuais 
que têm nome jurídico e servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou 
tipos de regulamentação específica da lei. Contratos no CC. O legislador não 
consegue prever todas as situações que levam as pessoas a se relacionar e a 
contratar. 
Contratos não tipificados são chamados inominados e atípicos. Não 
tem denominação própria. 
Contratos típicos são regulados pela lei, tem o seu perfil nela traçado. 
Todo contrato nominado é típico e vice-versa. 
Atípicos são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, 
porém, as suas características reguladas na lei. Para que sejam válidos basta 
o consenso, que as partes sejam livres e capazes e o seu objeto lícito, possível, 
determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica. 
A celebração de contratos dessa espécie justifica-se como aplicação 
dos princípios da liberdade de obrigar-se e do consensualismo. 
O contrato típico não requer muitas cláusulas, pois passam a integrá-
lo todas as normas regulamentadoras estabelecidas pelo legislador. Já o 
contrato atípico exige uma minuciosa especificação dos direitos e obrigações 
de cada parte, por não terem disciplina legal. 
O contrato misto resulta da combinação de um contrato típico com 
cláusulas criadas pela vontade dos contratantes. Deixa de ser um contrato 
essencialmente típico, mas não se transforma em outro totalmente atípico. A 
nova combinação gera uma nova espécie contratual. 
 
 
 
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Pode ser atípico misto. Não se enquadra em nenhum tipo contratual 
legal, mas reúne em seu conteúdo dois ou mais tipos contratuais previstos. 
Pode ainda ser atípico misto em sentido amplo, quando reúne em seu conteúdo 
elementos que apenas apresentam afinidades com outros institutos jurídicos. 
 
INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, 
mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, e honorários de advogado. 
Inadimplemento absoluto 
É aquele em que se torna impossível o cumprimento da prestação total 
ou parcial. 
Inadimplemento relativo 
Ocorre nos casos em que o devedor ainda pode honrar a sua prestação. 
Inadimplemento das obrigações negativas 
Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o 
dia em que executou o ato de que se devia abster. 
Responsabilidade patrimonial 
Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do 
devedor. 
Responsabilidade contratual 
Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a 
quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos 
 
 
 
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onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas 
em lei. 
Caso fortuito ou força maior 
O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou 
força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
O caso de fortuito ou força maior verifica-se no fato necessário, cujos 
efeitos não eram possíveis evitar ou impedir. 
Caso fortuito 
O caso fortuito pode ser interno ou externo. 
Caso Fortuito Interno - se caracteriza por toda situação causada pela 
imprevisibilidade, e, portanto, inevitável que se encontra relacionada aos riscos 
da contratação estipulado, ligado à pessoa ou à coisa. Exemplo: greve de 
funcionários que impedem a execuçãodas atividades normais de uma empresa, 
que se obrigara a entregar determinado produto. 
Caso Fortuito Externo - este se caracteriza como sendo imprevisível e 
inevitável, porém, não guarda ligação direta com a obrigação, como é o caso dos 
fenômenos da natureza, entendidos como acontecimentos naturais, tais como 
os raios, a inundação e o terremoto. 
Força maior 
A força maior - acontecimento relacionado a fatos externos, 
independentes da vontade humana, que impedem o cumprimento das 
obrigações. Esses fatos externos podem ser: ordem de autoridades (fato do 
príncipe), fenômenos naturais (raios, terremotos, inundações, etc.) e ocorrências 
políticas (guerras, revoluções, convulsões sociais, etc.). 
Base: Código Civil - artigos 389 a 393. 
 
 
 
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OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS 
A doutrina das obrigações extracontratuais visa estudar relações 
obrigacionais nascidas de fontes a contratuais, ou seja, da declaração unilateral 
de vontade ou do ato ilícito. 
A declaração unilateral de vontade é uma das fontes das obrigações 
resultantes da vontade de uma só pessoa, formando-se no instante em que o 
agente se manifesta com intenção de se obrigar, independentemente da 
existência ou não de uma relação creditória, que poderá surgir posteriormente; 
não haverá liberdade para se estabeleceram obrigações, que só se constituirão 
nos casos preordenados em lei. 
Os títulos de crédito consistem na manifestação unilateral da vontade do 
agente, materializada em um instrumento, pela qual ele se obriga a uma 
prestação determinada, independentemente de qualquer ato de aceitação 
emanado de outro agente. 
Título ao portador é o documento pelo qual se emitente se obriga a uma 
prestação a que lhe apresentar como seu detentor. 
Promessa de recompensa é a declaração de vontade, feita mediante 
anúncio público, pela qual alguém se ob-roga a gratificar quem se encontrar em 
certa situação ou praticar determinado ato, independentemente do 
consentimento do eventual credor; obriga quem emite a declaração de vontade 
desde o instante em que ela se torna pública, independentemente de qualquer 
aceitação, visto que se dirige a pessoa ausente ou indeterminada, que se 
determinará no momento em que se preencherem aso condições de 
exigibilidade da prestação. 
A promessa de recompensa mediante concurso poderá ser 
condicionada à realização de uma competição entre os interessados na 
prestação da obrigação, efetivando-se mediante concurso, ou seja, certame em 
que o promitente oferece um prêmio a quem, dentre várias pessoas, apresentar 
o melhor resultado; a promessa será irrevogável, porque o promitente deverá, 
 
 
 
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compulsoriamente, fixar prazo de vigência, dentro do qual, não se poderá 
desdizer. 
Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os 
consumidores, se não ilhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento 
prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de 
modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. 
As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável 
ao consumidor. 
As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos 
e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, 
ensejando inclusive execução específica, nos termos do artigo 84 e parágrafos. 
O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 07 (sete) dias a 
contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, 
sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora 
do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. 
Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste 
artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de 
reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. 
A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante 
termo escrito. 
O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, 
de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, 
o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, 
 
 
 
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devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do 
fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso de 
produto em linguagem didática, com ilustrações. 
 
Responsabilidade Pós-Contratual 
Pelos mesmos fundamentos que se reconhece a responsabilidade pré-
negocial, se reconhece também a responsabilidade civil pós-contratual. 
A responsabilidade pós-contratual, também chamada de culpa post 
pactum finitum, caracteriza-se pelo dever de responsabilização pelos danos 
advindos após a extinção do contrato, independentemente do adimplemento da 
obrigação. 
Pode-se dizer que a responsabilidade pós-contratual é uma projeção 
da responsabilidade pré-contratual, guardando-se as devidas particularidades. 
 
 
 
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A ocorrência da responsabilidade pós-contratual se dá quando há um 
descumprimento dos deveres acessórios, anexos dos deveres principais da 
relação contratual. 
Os deveres acessórios são aqueles decorrentes da boa-fé dos 
contratantes, ou seja, são os deveres de lealdade, proteção e informação, 
previstos ou não em lei. 
CONCLUSÃO 
As responsabilidades pré-contratual, contratual e pós-contratual 
mostram-se de grande importância e aplicabilidade às relações contratuais que 
se estabelecem na sociedade. 
Diz-se que os contratos fazem lei entre as partes (pacta sunt servanda) 
e existiram para ser cumpridos sob pena de responsabilidade. Ao descumprir 
uma obrigação estabelecida em um contrato, o inadimplente terá incidido sobre 
si os efeitos do inadimplemento, mora, perdas e danos, juros, cláusula penal e 
arras. 
Outrossim, ainda há a responsabilidade que surge ainda nas tratativas 
de negociação e outra que perdura após o término do contrato, a essas tem-se 
chamado responsabilidade pré-contratual e a responsabilidade pós-contratual, 
tendo para estas o fundamento nos deveres anexos decorrentes do princípio 
da boa-fé objetiva. 
Com este breve estudo, observa-se que a responsabilidade no direito 
contratual não consiste somente do inadimplemento do contrato, mas também, 
de seus deveres acessórios baseados na boa-fé objetiva, que impõe aos 
contratantes desde as negociações preliminares, pautar-se com lealdade, 
proteção, informação para que o contrato corresponda exatamente aquilo que 
foi pretendido pelas partes e não frustre suas reais expectativas, assim 
 
 
 
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também, para que o contrato forneça a segurança esperada pelas partes 
mesmo após o seu término. 
 
 
 
 
 
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