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Exercícios Comentados de Direito Previdenciário

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CURSOS ON-LINE – DIREITO PREVIDENCIÁRIO EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR FÁBIO ZAMBITTE 
www.pontodosconcursos.com.br 1
 
Pessoal, seguem abaixo exercícios comentados como aula 
demonstrativa de nosso curso de provas comentadas. 
O curso será composto de 10 aulas, nas quais irei comentar provas da 
ESAF, como esta do SERPRO que segue abaixo, e a última prova da 
ESAF sobre previdenciário em 2003 (nas próximas aulas), algumas da 
CESPE/UnB adaptadas para múltipla-escolha, além de diversos 
exercícios propostos. 
Aproveitaremos os exercícios para, a partir deles, revisarmos os pontos 
mais importantes da teoria. 
Aconselho que somente iniciem a resolução do material após terem 
dado início aos estudos de teoria. Dessa forma, seu aprendizado será 
muito mais proveitoso. 
Boa sorte! 
 
AULA 0: DIREITO PREVIDENCIÁRIO - SERPRO 2001 – ESAF 
 
36- A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Em 
relação a essas ações podemos afirmar que: 
a)A universalidade da cobertura e do atendimento é princípio exclusivo 
das ações de saúde e assistência social, por serem prestadas 
independentemente de contribuição. 
b)A seletividade e a distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços da seguridade social, não se constituem em princípios ou 
objetivos de natureza constitucional. 
c)Os princípios da eqüidade na forma de participação no custeio e da 
diversidade da base de financiamento têm em conjunto idêntico objetivo 
institucional voltado à distribuição igualitária dos benefícios. 
d)O caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados, 
integra os objetivos da seguridade social. 
e)O princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários 
veda o pagamento de qualquer benefício com valor inferior ao salário 
mínimo. 
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Gabarito: D 
a) A Universalidade de Cobertura e Atendimento, exposta no art. 194, 
parágrafo único da Constituição como objetivo da seguridade social, mas 
traduzindo verdadeiro Princípio do sistema securitário, é extensiva aos 
três segmentos da seguridade: previdência social, assistência social e 
saúde (Art. 194, parágrafo único, I, CRFB/88). Daí resulta o erro 
evidente do item. 
A Universalidade é de cobertura (atendendo a todos os riscos sociais – 
doenças, acidentes, velhice, etc) e de atendimento (abrangendo toda a 
sociedade). 
Na verdade, é esse Princípio que justifica a criação do segurado 
facultativo do Regime Geral de Previdência Social, na medida em que 
permite a participação no sistema previdenciário de pessoa que não 
exerce atividade remunerada (Art. 11, RPS). 
Ainda, deve-se tomar cuidado com o seguinte: as ações nas áreas de 
assistência social e a saúde são, ao contrário da previdência, realmente 
prestadas independente de contribuição, mas isso não quer dizer que as 
ações assistenciais não sejam abrangidas pelo Princípio da Pré-
existência da Fonte de Custeio (Art. 195, § 5°, CRFB/88), pois a 
dispensa é da contribuição do beneficiário direto, ou seja, daquele que 
receberá a prestação assistencial ou médica. 
Naturalmente, haverá custeio para essas prestações positivas do 
Estado, até porque direitos não “dão em árvores”. Quem paga a conta? 
A sociedade, por meio das contribuições sociais. 
b) Tais preceitos são expressamente previstos no art. 194, parágrafo 
único, III, CRFB/88. O item é incorreto. 
A idéia é a limitação de alguns benefícios a segurados mais carentes, 
como ocorre hoje com o salário família, limitado ao segurado de baixa 
renda. 
A seletividade foi expressamente aplicada ao salário-família e ao auxílio-
reclusão, ambos limitados ao segurado (salário-família) ou dependente 
do segurado (auxílio-reclusão) de baixa renda. 
A distributividade é conseqüência da solidariedade do sistema, pois uma 
pessoa que tenha ficado inválida logo no início do seu labor, terá 
garantido o benefício, apesar das poucas contribuições que fez. Seu 
benefício será custeado pelas contribuições dos demais segurados. 
c) Na verdade esses preceitos previstos no art. 194, parágrafo único, V 
e VI da Constituição são relativos ao financiamento da seguridade social, 
refletindo norma programática direcionada ao legislador para que este 
elabore normatização compatível com as peculiaridades de cada espécie 
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de segurado, além de manter a garantia do equilíbrio financeiro do 
sistema com a adoção de diversas fontes de custeio, de modo que a 
oscilação da arrecadação de uma delas não traga prejuízos irreversíveis 
ao sistema. 
Como conseqüência desse dispositivo constitucional, temos o art. 195, § 
9º, que permite que as alíquotas ou base de cálculo das contribuições 
do art. 195, I, ou seja, as contribuições de empresa, sejam alteradas 
em razão da atividade econômica realizada ou da utilização intensiva de 
mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do 
mercado de trabalho (EC 47/05). 
Por exemplo, um banco e o bar do seu Manuel são empresas para fins 
previdenciários, e não seria razoável que ambos tivessem a mesma 
alíquota de incidência sobre a folha de salários, porque o banco exerce 
uma atividade econômica muito maior, além do faturamento muito alto 
para pouca mão-de-obra, proporcionalmente comparando. 
Daí essa regra ser uma conseqüência da equidade do custeio, que é um 
princípio da seguridade social. 
É importante perceber a alteração da EC 47/05. 
A nova redação dada ao art. 195, § 9º da Constituição passa a autorizar 
alterações de alíquotas ou bases de cálculo das contribuições sociais 
patronais também em razão do porte da empresa ou da condição 
estrutural do mercado de trabalho. A redação dada pela EC n° 20/98 
permitia tal alteração somente devido à atividade econômica 
desenvolvida ou utilização intensiva de mão-de-obra. 
Tal dispositivo, direcionado ao Legislador (já que as contribuições sociais 
não são exceção ao Princípio da Legalidade), visa materializar o princípio 
da equidade no custeio (art. 194, parágrafo único, V, CRFB/88), este, 
por sua vez, derivado do Princípio maior da isonomia. 
É certo que o equilíbrio financeiro e atuarial é necessidade inarredável 
do sistema previdenciário, tendo como consectário o caráter contributivo 
do sistema de seguro social. Todavia, tal característica, aliada à 
equidade no custeio, impõe ao Legislador o trato diferenciado de 
algumas situações, as quais podem e devem ser diferentemente 
regulamentadas, como empresas da área rural, cooperativas, 
instituições financeiras etc. 
Com a nova redação, torna-se expressa a possibilidade de alterações de 
alíquotas e bases de cálculo no intuito de garantir tratamento favorecido 
para pequenas empresas, com menor porte, que certamente dispõe de 
reduzido capital para os aportes compulsórios do sistema de seguro 
social, além de estarem mais expostas às flutuações de demanda. 
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Da mesma forma se fala em alterações da hipótese de incidência 
previdenciária devido a condição estrutural do mercado de trabalho, o 
que nos traz a possibilidade de reduções de alíquotas, tendo em vista a 
melhoria do emprego, estimulando às empresas a uma maior 
contratação de pessoal. 
d)Essa norma é expressamente prevista no art. 194, parágrafo único, 
VII da Constituição. A redação atual desse inciso foi dada pela Emenda 
Constitucional n. 20/98, a qual inseriu os aposentados na administração 
da seguridade. Este é o item correto. 
A atual Constituição brasileira adotou a gestão democrática da 
seguridade social. Nada mais natural que as pessoas diretamente 
interessadas na seguridade participem de sua administração. A 
participação das empresas também se justifica, na medida em que 
essas entidades são responsáveis, em parte, pelo custeio securitário. As 
medidas de ajuste na cotização patronal certamente trazem 
repercussões na atividade produtiva do País, e as considerações dos 
empregadores são fundamentais, antes de qualquer alteração das 
regras existentes. 
Essa participação é atualmente realizada por meio do Conselho Nacional 
de Previdência Social – CNPS, órgão superior de deliberação colegiada, 
que tem como membros (art. 3o da Lei no 8.213/91, com redação dada 
pela Lei no 8.619, de 5/01/93): 
I – seis representantes do governo federal; 
II – nove representantes da sociedade civil, sendo: 
a) três representantes dos aposentados e pensionistas, 
b) três representantes dos trabalhadores em atividade, 
c) três representantes dos empregadores. 
Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes são nomeados pelo 
Presidente da República, tendo os representantes titulares da sociedade 
civil mandato de 02 (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, 
uma única vez. 
Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, 
dos empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados pelas 
centrais sindicais e confederações nacionais. 
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O CNPS reúne-se, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de 
seu presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de 15 dias, 
se houver requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros. 
Além da reunião ordinária, é cabível a convocação de reunião 
extraordinária pelo presidente do CNPS ou a requerimento de um terço 
de seus membros, de acordo com o seu regimento interno. 
Existe ainda uma espécie de estabilidade provisória no emprego 
concedida a alguns componentes do CNPS, representantes dos 
trabalhadores em atividade, incluindo suplentes, da nomeação até um 
ano após o término do mandato de representação, somente podendo ser 
demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através 
de processo judicial. 
Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS: 
I – estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas 
aplicáveis à previdência social; 
II – participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão 
previdenciária; 
III – apreciar e aprovar os planos e programas da previdência social; 
IV – apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da previdência 
social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da 
seguridade social;12 
V – acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por ele 
definidos, a execução dos planos, programas e orçamentos no 
âmbito da previdência social; 
VI – acompanhar a aplicação da legislação pertinente à previdência 
social; 
VII – apreciar a prestação de contas anual, a ser remetida ao Tribunal 
de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar auditoria 
externa; 
VIII – estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será 
exigida a anuência prévia do procurador-geral ou do presidente do 
INSS para formalização de desistência ou transigência judiciais; 
IX – elaborar e aprovar seu regimento interno. 
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De modo a realizar suas incumbências, os órgãos governamentais 
devem prestar toda e qualquer informação necessária ao adequado 
cumprimento das competências do CNPS, fornecendo inclusive estudos 
técnicos, além de encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima de 
dois meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta 
orçamentária da previdência social devidamente detalhada. 
Mais recentemente, o Decreto no 4.874/2003 instituiu os Conselhos de 
Previdência Social, como unidades descentralizadas do Conselho 
Nacional de Previdência Social – CNPS, funcionando junto às Gerências-
Executivas do INSS ou às Superintendências Regionais (art. 1o). Esse 
ato normativo pretende efetivar a participação da sociedade na gestão 
previdenciária, a qual, não obstante a previsão constitucional, tem sido 
de rarefeita concretização. 
e) Somente os benefícios que substituem a renda mensal do trabalhador 
não poderão ser inferiores a um salário mínimo. Há benefícios que não 
possuem essa função, como o salário-família e o auxílio-acidente e, 
portanto, poderão ser inferiores ao mínimo (Art. 201, § 2°, CRFB/88). 
Excepcionalmente, o auxílio-doença poderá também ser inferior ao 
salário mínimo, desde que o segurado tenha ficado somente 
incapacitado para uma de suas atividades, e somando-se do benefício 
em razão desta com a remuneração das demais, tenha o mínimo. 
 
37- Em relação às contribuições sociais, podemos afirmar que: 
a) São isentas da contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que comprovem, exclusivamente, a 
inexistência de fins lucrativos. 
b) A contribuição social devida pela empresa sobre a folha de salários e 
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, 
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, 
e a contribuição social do trabalhador e dos demais segurados da 
previdência social, estão vinculados, exclusivamente, ao pagamento de 
benefícios do regime geral de previdência social. 
c) A contribuição social do trabalhador autônomo incide sobre o valor 
total do rendimento auferido no mês, em decorrência da falta de 
contribuição do empregador. 
d) A contribuição social do produtor rural eqüivale a percentual incidente 
sobre a sua produção, em substituição à contribuição incidente sobre a 
folha de salários, inclusive do empregado. 
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e) Os órgãos públicos federais são imunes à incidência da contribuição 
social sobre a folha de pagamento e demais rendimentos do trabalho. 
Gabarito: B 
 
a) Apesar de tratar-se de uma imunidade, a dispensa constitucional do 
pagamento de contribuições sociais pelas entidades beneficentes de 
assistência social é geralmente tratada como isenção pela legislação 
previdenciária, que repete a literalidade da Constituição (Art. 195, § 7°). 
O art. 195, § 7º trata de um caso de imunidade, não obstante fazer o 
uso do termo “isenção”, posto que quando a Constituição desonera 
alguém de pagar um tributo estará ela tratando de imunidade e não se 
isenção. 
Observem que a própria lei previdenciária nomeia esse benefício de 
forma pouco técnica, como sendo isenção (para efeito de prova em 
previdenciário, você pode aceitar tanto imunidade como isenção por 
causa disso). 
Essa imunidade diz respeito às entidades beneficentes de assistência 
social, desde que atendam os requisitos previstos em lei. Daí resulta um 
sério questionamento, quanto a que tipo de lei deverá ser utilizado, se o 
art. 55 da lei 8212/91, alterado pela lei 9732/98, onde se estipulou 
requisitos rigorosos como o trabalho exclusivo gratuito com pessoas 
carentes e necessitadas, ou o art. 14 do Código Tributário Nacional. 
A doutrina majoritária defende ser necessário que os requisitos sejam 
previstos em lei complementar, ou seja, no art. 14 do Código Tributário 
Nacional, sendo tal conclusão oriunda da combinação da previsão do art. 
195, § 7ºcom o art. 146, II da Constituição Federal, onde está colocado 
caber a lei complementar regular as limitações ao poder de tributar, que 
seria o caso de uma imunidade. 
Essa discussão foi levada ao Supremo Tribunal Federal, que a princípio, 
em sede de liminar em ADIn, adotou esse entendimento, ao colocar que 
quando se esteja diante de uma imunidade condicionada, que exige a 
observância de requisitos em lei, essa deverá ser complementar em 
razão do art. 146, II, devendo ser aplicado o art. 14 do Código. 
Por outro lado, o STF entendeu que nada impede que uma lei ordinária 
estipule os requisitos meramente formais de funcionamento dessas 
entidades beneficentes, e por isso somente o art. 55, III da lei 8212/91 
está com sua eficácia suspensa. 
Resumindo a questão, de acordo com o STF: nenhuma lei pode 
restringir ou limitar uma imunidade, já que prevista na CF. 
excepcionalmente, quando a própria CF pede lei (como no caso do art. 
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195, § 7°), a lei é complementar, devido ao art. 146, II, salvo com 
relação a requisitos meramente formais de organização e funcionamento 
da entidade, que podem ser previstos em lei ordinária. 
Por isso os demais requisitos do art. 55 da Lei 8212/91 continuam 
válidos. 
b) Trata-se de reprodução fiel do art. 167, XI da Constituição, que 
vincula a arrecadação dessas contribuições sociais de modo exclusivo à 
previdência social. Por isso podemos até chamá-las de contribuições 
previdenciárias (Art. 195, I, a e II, CRFB/88). 
Observem que as demais contribuições sociais, como a COFINS, podem 
ser utilizadas em qualquer segmento da seguridade, inclusive a própria 
previdência. É este o item correto. 
Lembre-se que o que qualifica a contribuição social da seguridade social 
é justamente sua vinculação e esse fim constitucional. 
c) Na verdade, a contribuição do trabalhador autônomo, enquadrado 
como contribuinte individual - CI, é sobre o seu salário-de-
contribuição, que possui limite máximo, e por isso, não a totalidade 
dos rendimentos (art. 9°, V c/c 214, RPS). 
Por exemplo, caso um contribuinte individual receba R$ 5.000,00 no 
mês, contribuirá com 20% de R$ 2.668,15, que é o teto. Atualmente, se 
esse CI presta serviços a empresa, a contribuição cai para 11% e é 
atualmente recolhida pela própria empresa (Lei n. 10666/03, art. 4º). 
d) A contribuição produtor rural, na qualidade de empresa, realmente 
incide sobre a comercialização de sua produção, mas isto somente 
substitui a cota patronal, ou seja, os 20% sobre a totalidade das 
remunerações pagas, devidas ou creditas a empregados e avulsos e o 
seguro de acidentes do trabalho (art. 201, IV, RPS). 
Já a contribuição dos empregados do produtor rural deve ser 
descontada e repassada normalmente ao INSS, independente da 
substituição de parcela da cota patronal (art. 201, § 17, RPS). Lembre-
se que uma coisa é contribuição de empresa, já outra coisa é a 
contribuição do trabalhador... 
O produtor rural, pessoa física (PRPF) ou jurídica (PRPF), não são 
segurados especiais, por trabalhar sem empregados, em regime de 
economia familiar. 
Para nós, o PRPF ou PRPJ são aqueles produtores (mesmo pequeno 
produtor) que se utilizam de mão-de-obra remunerada, e por isso são 
qualificados como CI, além de serem, também, empresas. 
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Sobre a contribuição de CI, aplica-se a regra geral, isto é, contribuição 
de 20% sobre seu salário-de-contribuição, cabendo a redução para 
11%, já que presta serviço para empresa (que é dele mesmo!). 
Já o problema vem com a cota patronal (lembre-se, como comentamos, 
as contribuições substitutivas somente atingem a cota patronal). 
Como empresa (equiparado), esse PRPF contribui, em verdade, com 
2,0% + 0,1% (SAT – seguro de acidentes do trabalho), totalizando 
2,1%, sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua 
produção rural. Se PRPJ, paga 2,5% + 0,1% de SAT. 
Esse pagamento de 2,1% ou 2,6% sobre a receita bruta NÃO é uma 
contribuição A MAIS do PRPF ou PRPJ, mas sim uma contribuição 
SUBSTITUTIVA, que é paga EM VEZ de pagar-se a contribuição de 20% 
sobre a remuneração de empregados e avulsos + SAT. 
Por exemplo, um PRPF ou PRPJ tem 5 empregados, cada um recebendo 
R$ 1000,00. Ora, qualquer empresa teria de recolher sobre o total da 
folha (R$ 5.000,00) o percentual de 20% + SAT. O PRPF e PRPJ não! 
Em vez disso, ele, PRPF, paga 2,1% (ou 2,6% se PRPJ) sobre a receita 
bruta da venda de sua produção. Mas se não vender nada no mês? Não 
paga! 
Todavia, CUIDADO! Por óbvio, o PRPF e PRPJ são OBRIGADOS a reter e 
recolher a contribuição DEVIDA PELOS EMPREGADOS à Previdência 
social (no exemplo dado, 9% de cada um deles). O que é substituído é 
somente a COTA PATRONAL. 
Mas, CUIDADO novamente, pois somente PARTE da cota patronal é 
substituída! 
Como vimos acima, somente a contribuição de 20% sobre a 
remuneração de empregados e avulsos + SAT é substituída, 
permanecendo as demais. 
Por exemplo, se o PRPF ou PRPJ contratam um veterinário (CI) para 
uma consulta de seu boi reprodutor, pagando R$ 3000,00 ao veterinário 
CI. O que acontece? 
O PRPF e PRPJ, como empresa, terão de recolher 20% de R$ 3.000,00. 
Ou seja, nada mais do que a regra geral! Toda empresa que contrata CI 
tem de recolher 20%! 
e) Toda pessoa, seja física ou jurídica, de direito privado ou público, 
pode ser enquadrada no conceito previdenciário de empresa (art. 12, 
RPS). Lembre-se que a imunidade recíproca diz respeito tão somente a 
impostos (art. 150, VI, a, CRFB/88). 
 
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38- Quanto às instituições de previdência privada, podemos afirmar 
que: 
a) É vedado, salvo na qualidade de patrocinador, o aporte de recursos 
da União a entidade de previdência privada. 
b) Podem ser divididas em instituições de previdência privada fechada, 
aberta ou mista. 
c) Têm por finalidade a complementação dos benefícios do regime geral 
de previdência social ao qual se encontram vinculados. 
d) São constituídas obrigatoriamente em forma de fundações. 
e) A observância pela instituição de previdência privada do equilíbrio 
atuarial é dispensável se observado o equilíbrio financeiro. 
Gabarito: A 
 
a) É o que determina o art. 202, § 3° da Constituição, com a redação 
dada pela EC n. 20/98. Em verdade, a restrição não é somente para a 
União, mas também aos Estados, Distrito Federal e Municípios, suas 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia 
mista e outras entidades públicas. 
Isto é, regra geral, a função do Poder Público na previdência 
complementar é a de fiscalizar e normatizar o funcionamento do setor, 
mas nunca “colocar dinheiro”. 
A única ressalva, justamente, é a hipótese de patrocínio de fundos de 
pensão, quando o Poder Público (Administração Direta ou Indireta) 
poderá então ingressar com recursos, mas nunca em contribuição 
superior ao do participante. 
Sobre a divisão da previdência brasileira, ver quadro da “aula zero” do 
Curso on-line de previdenciário, que é aberta. 
b) A divisão pode ser feita em sociedades abertas ou fechadas, de 
acordo com a clientela protegida: um círculo restrito de empregados de 
determinada empresa é tutelado por entidade fechada, enquanto um 
plano de previdência disponível a qualquer pessoa é de natureza aberta. 
As entidades abertas são fiscalizadas pela SUSEP, enquanto as fechadas 
são de incumbência da Secretaria de Previdência Complementar, órgão 
do MPAS. Não existem sociedades mistas. A legislação relativa é a LC 
109 e 108, ambas de 2001. 
c) Na verdade, apesar do nome “previdênciacomplementar”, esse 
segmento não tem qualquer vínculo com o RGPS, de modo que a 
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concessão de benefícios do sistema privado independe do sistema oficial 
(Art. 68, § 2°, LC 109/01). 
Isto é, pode uma pessoa, perfeitamente, obter uma “complementação” 
de aposentadoria do regime complementar mesmo que ainda não esteja 
aposentada pelo regime geral – RGPS. 
d) As entidades fechadas organizar-se-ão sob a forma de fundação ou 
sociedade civil, sem fins lucrativos (Art. 31, § 1°, LC 109/01), já as 
entidades abertas são constituídas unicamente sob a forma de 
sociedades anônimas (art. 36, LC 109/01). 
e) À semelhança do RGPS, Tanto o equilíbrio atuarial como o financeiro 
devem ser observados pela entidade. Na verdade, qualquer sistema 
previdenciário, independente de previsão expressa, deve constar com o 
equilíbrio entre receitas e despesas (financeiro) e a correlação adequada 
das peculiaridades da massa de pessoas protegidas e os pressupostos 
atuariais do sistema, como cotização compatível e limites de idade 
(equilíbrio atuarial). 
O próprio art. 201, caput da Constituição coloca que o regime geral será 
de caráter contributivo e compulsório, devendo ser observados critérios 
que mantenham o equilíbrio financeiro e atuarial. 
O equilíbrio financeiro nada mais é do que buscar não gastar mais do 
que se arrecada, ou seja compatibilizar os gastos com os recursos 
financeiros disponíveis, e o equilíbrio atuarial relaciona-se com a atuária, 
que é a ciência do seguro, sendo entendido como equilíbrio de massa, 
isto é, trata-se de um dimensionamento de nível de contribuições 
necessárias para manter os compromissos futuros assumidos pelo 
sistema protetivo. 
Ou seja, uma compatibilização entre o plano de benefícios e o de 
custeio. Esse equilíbrio atuarial também possui uma vertente dinâmica, 
ou seja, o gestor do sistema deverá acompanhar passo-a-passo esse 
equilíbrio, através do uso de técnicas de atuária, uma vez que as 
premissas utilizadas para a formulação do equilíbrio são suscetíveis de 
mudanças com o decurso do tempo. 
Em geral, esse equilíbrio irá ocorrer ou pela majoração da contribuição 
paga, ou pela ampliação dos requisitos de elegibilidade para o benefício 
ou pela diminuição dos mesmos, e no Brasil esse equilíbrio é necessário, 
pois adota regime de financiamento conhecido como repartição simples 
que é marcado pelo chamado pacto intergeracional, onde a geração 
atual custeia para sustentar a geração passada. 
 
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39- Em relação aos benefícios do regime geral de previdência social, 
podemos afirmar que: 
a) O benefício de auxílio acidente é devido ao segurado que sofre 
acidente de qualquer espécie, enquanto permanecer afastado do 
trabalho. 
b) O benefício de auxílio doença é devido ao segurado a título de 
indenização, para custeio de despesas médicas. 
c) O benefício de auxílio reclusão é devido apenas ao segurado 
considerado de baixa renda. 
d) O salário família é benefício de natureza trabalhista pago pela 
previdência social e reembolsado pela empresa. 
e) O segurado de baixa renda faz jus aos benefícios da previdência 
social independentemente de contribuição. 
Gabarito: C 
 
a) O auxílio acidente é benefício de natureza indenizatória, sendo devido 
somente ao segurado empregado, avulso ou segurado especial quando 
este apresente seqüela decorrente de acidente (art. 104, RPS). 
Todavia, a seqüela deverá trazer, como conseqüência, a redução da 
capacidade laborativa, do contrário não haverá o benefício. 
Esse benefício não é pago durante o afastamento do segurado, mas 
justamente ao contrário, quando retoma as suas atividades, com a 
seqüela resultante do acidente. 
A idéia é a seguinte: o segurado sofre um acidente, que gera 
incapacidade: receberá o auxílio-doença enquanto estiver incapacitado, 
mas, ao ter alta, se, em razão do acidente (1), ficar com uma seqüela 
definitiva (2), que lhe reduza a capacidade laborativa (3), terá direito ao 
auxílio-acidente, desde que seja segurado empregado, avulso ou 
especial. 
Imaginem, por exemplo, um empregado que é atropelado (mesmo fora 
do trabalho), que, após a alta, fica com dificuldades permanentes de 
locomoção. Como, no exemplo, ele trabalha gerenciando estoque, tem 
uma evidente redução da capacidade laborativa, pois sua atividade 
habitual é locomovendo-se todo o tempo. Como não está inválido (já 
que a incapacidade é somente parcial), terá direito ao benefício 
indenizatório, que é o auxílio-acidente. 
b) O auxílio doença é devido a qualquer segurado que se incapacitar 
temporariamente para o trabalho por período superior a 15 dias. A 
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incapacidade pode ser decorrente de acidente ou de doença (art. 71, 
RPS). 
A saúde não tem correlação com a previdência social. As despesas 
médicas são custeadas pelo SUS. Ver aula “zero” do curso teórico sobre 
a diferença entre previdência e saúde. 
c) É o item correto. Trata-se de disposição expressa da Constituição, 
com a redação dada pela EC n. 20/98. Assim como o salário família, o 
auxílio reclusão é restrito aos dependentes do segurado de baixa renda 
(art. 201, IV, CRFB/88). 
Apesar da redação imperfeita, já que não é o segurado de baixa renda 
preso que faz jus ao benefício, mas sim seus dependentes, o item é a 
melhor opção da questão. 
d) Apesar da origem do salário-família ser realmente de natureza 
trabalhista, é ele atualmente pago pela previdência social, tendo 
portanto caráter previdenciário, à semelhança do salário maternidade 
(art. 201, IV, CRFB/88). 
Com relação aos empregados, a empresa paga o benefício, mas deduz 
da guia de recolhimento, mediante procedimento denominado de 
reembolso (e não compensação). Para os avulsos, o benefício é pago 
pelo sindicato ou OGMO, mediante convênio com o INSS, enquanto para 
os aposentados, é pago junto com a aposentadoria. 
e) Evidentemente incorreta, pois a previdência social tem natureza 
contributiva, devendo todo e qualquer segurado realizar suas 
contribuições, ao contrário do que ocorre na saúde e na assistência 
social (art. 201, caput, CRFB/88). 
 
40- Quanto aos benefícios previdenciários, aponte a afirmação 
correta. 
a) É permitida a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a 
concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de 
previdência social. 
b) A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base 
a média dos últimos doze benefícios recebidos em cada ano. 
c) O auxílio acidente, por substituir o salário de contribuição, não poderá 
ser pago com valor inferior ao salário mínimo. 
d) É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, 
periodicamente, o valor real virtual, conforme critérios definidos em lei. 
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e) Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o 
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário 
mínimo. 
Gabarito: E 
 
a) A Constituição, com a redação dada pela EC n. 20/98 ao art. 201, § 
1°, veda textualmente a adoção de requisitos e critérios diferenciados 
para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de 
previdência social. 
A restrição não se aplica aos trabalhadores submetidos a condições 
especiais de trabalho, isto é, sujeitos a agentes nocivos, percipientes da 
aposentadoria especial. 
Com a EC 47/05, a nova redação desse parágrafo inclui, entre os 
segurados que poderão gozarde regras diferenciadas de aposentadoria, 
os portadores de deficiência, além da previsão original direcionada cujas 
atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a 
saúde ou a integridade física. 
A alteração é semelhante à feita no art. 40, § 4º da Constituição, sendo 
que aqui não se incluem as atividades de risco, pois a inserção destas 
foi feita visando os policiais, que, por exercerem cargos públicos, são 
incluídos em RPPS. Ainda se exige lei complementar para a 
regulamentação desse benefício diferenciado, lembrando que, com 
relação ao trabalho submetido à condições especiais, com exposição a 
agentes nocivos, continuam válidos os arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213/91, 
que são dotados de status de lei complementar. A aposentação 
diferenciada do deficiente é que ainda carece de regulamentação. 
b) A base do abono anual, que é a gratificação natalina dos aposentados 
e pensionistas do RGPS, tem por base os proventos do mês de 
dezembro, à semelhança do 13° salário (art. 201, § 6°, CRFB/88). 
O art. 201, § 6º trata do chamado abono anual, que nada mais é do que 
o 13º pago pela Previdência Social, sendo o mesmo calculado com base 
nos proventos referentes ao mês de dezembro. Por exemplo, se o 
indivíduo se aposenta no meio do ano, o mesmo receberá o abono 
equivalente a 6/12 dos proventos de dezembro. 
c) Justamente por não substituir o salário-de-contribuição do 
trabalhador é que esse benefício poderá ser inferior ao salário mínimo. 
Lembre-se que o segurado recebe o auxílio acidente mesmo após o 
retorno a sua atividade habitual, acumulando-o com sua remuneração. 
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d) A previsão constitucional determina a correção dos benefícios para a 
manutenção do seu valor real, compensado-se a perda de seu poder 
aquisitivo, e não o valor real “virtual”. 
O assunto é tratado no art. 41 da Lei 8213/91, sendo que a mesma lei 
não determina o mês que será adotado para a correção do benefício, 
contudo, orienta que essa correção deverá ocorrer no mesmo mês em 
que haja a correção do salário-mínimo, não fazendo nenhuma menção a 
adoção de índices iguais. 
Ainda, com relação a correção do salário-mínimo, a lei também não fixa 
qual seja o mês de correção. Dessa forma, não mais existe o direito 
adquirido a manutenção de benefício equivalente a determinado 
quantitativo de número de salários mínimos, uma vez que os benefícios 
não são necessariamente corrigidos com o mesmo índice aplicado ao 
salário-mínimo, posto que a partir da regulamentação da lei 8213/91 
esse direito se perdeu, conforme estipulado no art. 58 dos Atos das 
Disposições Constitucionais Transitórias. 
e) É o item correto. Reproduz literalmente o art. 201, § 2° da 
Constituição. 
 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS: 
1) Em relação ao direito da seguridade social e a seus princípios 
próprios, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA (CESPE/UnB, adaptada). 
a) O direito da seguridade social, detentor de reconhecida autonomia 
em relação a outros ramos da ciência jurídica e situado no âmbito do 
direito público, tem como fontes formais a Constituição, as leis 
complementares e ordinárias, os decretos e outros atos normativos 
expedidos pelo Poder Executivo. 
b) Quando mais de uma norma previdenciária for aplicável à mesma 
situação de fato, ensejando a concessão de benefícios, prevalecerá a 
que menos custos acarrete à previdência social. 
c) Se admite o uso da analogia ou da eqüidade no âmbito do direito da 
seguridade social, para fins de definição de hipóteses suscetíveis de 
autorizarem a concessão de benefícios previdenciários, já que o princípio 
da reserva legal atribui tal função ao exclusivo juízo do legislador 
ordinário, de acordo com as regras e os princípios que orientam o 
sistema. 
d) As contribuições sociais destinadas ao custeio da seguridade social 
apenas serão exigíveis no exercício seguinte ao da publicação da lei que 
as houver instituído ou modificado, de acordo com o princípio da 
anualidade, que limita o poder de tributar. 
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e) Na hipótese de contradição entre dispositivo da Lei n. 8213/91, que 
trata dos Planos de Benefícios da Previdência Social, e preceito inserido 
no decreto que a regulamentou, será aplicável a norma mais favorável 
ao interesse da autarquia previdenciária. 
Gabarito: A 
a) O direito previdenciário, ou como preferem outros, o direito da 
seguridade social, tem sua autonomia didática reconhecida de modo 
amplamente majoritário, já que dotado de princípios e conceitos 
próprios. 
Doutrinariamente, alguns consideram esse ramo do direito como 
oriundo do segmento de direito público, enquanto outros o enquadram 
no novo segmento do direito social, ao lado do direito do trabalho. 
Ambas as posições podem ser aceitas como corretas. 
As fontes formais do direito previdenciário, como qualquer outro ramo 
do direito, traduzem as origens das normas que contém o regramento 
legal da matéria, as quais são previstas não somente na Constituição ou 
em leis, mas também em atos normativos elaborados a partir dos 
ditames constitucionais e legais. 
b) A questão trata do conflito aparente de normas, isto é, a aparente 
contradição entre dois ou mais dispositivos legais aplicáveis ao mesmo 
fato. Como o Ordenamento Jurídico deve ser dotado de coerência 
interna, contradições são inadimissíveis e, por isso, consideradas como 
aparentes. 
Caso haja a aparência de contradição, a Ciência do Direito prevê regras 
de resolução de tais conflitos, como as que determinam que a lei mais 
nova revoga a mais antiga no que lhe for contrária, norma superior 
prevalece sobre a inferior e a lei específica prevalece sobre a genérica. 
Desta forma, o conflito de normas no direito previdenciário seguirá tais 
regras gerais, aplicáveis a todo o direito, sendo absurda a previsão 
existente na questão. 
c) O uso da analogia ou da eqüidade são perfeitamente aceitáveis no 
direito previdenciário, assim como nos demais ramos do direito, mas 
somente no preenchimento de lacunas do ordenamento jurídico 
(Art. 4°, LICC). 
Assim, existindo norma expressa sobre o assunto, e essa deixando claro 
a ausência de direito à obtenção do benefício para determinado 
segurado, não poderá o magistrado ignorá-la e conceder a prestação 
baseado em critérios de equidade ou analogia. 
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Tal conduta contraria não somente o princípio da legalidade, mas 
também o princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício 
ou serviço (Art. 195, § 5°, CRFB/88). 
d) A questão determina que as contribuições sociais devem submeter-se 
a ao Princípio da Anterioridade, que veda a cobrança de tributos no 
mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou (Art. 150, III, b, CRFB/88). 
Embora exista razoável consenso sobre a natureza tributária das 
contribuições sociais, essas exações não se submetem ao Princípio da 
Anterioridade, mas sim a um vacatio legis específico, de 90 dias (Art. 
195, § 6°, CRFB/88). 
Ou seja, as contribuições sociais só poderão ser exigidas após 
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver 
instituído ou modificado. Esse prazo constitucional é chamado pela 
doutrina de anterioridade nonagesimal, mitigada, previdenciária ou 
especial, apesar de não se tratar, tecnicamente, de anterioridade. 
A menção à Anualidade também é incorreta, já que essa, em sentido 
estrito, é a mera autorização orçamentária para a cobrança do tributo, 
regra não recepcionada pela Atual Constituição, não sendo aplicável a 
qualquer tributo. 
e) Como já dito na letra“b” desta mesma questão, o direito assume 
regras gerais para a resolução de conflitos, como o conflito aparente de 
normas. Na questão ora proposta, a regra a ser utilizada, muito 
provavelmente, será a prevalência da lei específica. 
Por exemplo, as Leis de custeio (Lei n. 8.212/91) e de benefício (Lei n. 
8.213/91) são ambas de mesma hierarquia, mas tratam de assuntos 
diferenciados. Caso haja contradição entre norma referente a algum 
benefício, deverá prevalecer o previsto na Lei n. 8.213/91, que é 
específica sobre o assunto, ao contrário da Lei n. 8.212/91. 
Perceba a prevalência irá existir mesmo que seja desfavorável ao INSS 
ou ao segurado, e por isso a questão é claramente errada. 
A resolução do conflito em favor do segurado, de acordo com o Princípio 
do in dubio pro misero, só justifica-se quando há conflito insanável pelas 
regras já expostas, sendo somente aí a questão decidida 
necessariamente em favor do beneficiário. 
 
2) Assinale a alternativa INCORRETA (CESPE/UnB, adaptada). 
 
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a) A Constituição da República dispõe que cabe à lei complementar 
estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente, entre outros temas, acerca de prescrição e decadência 
tributárias. Sendo indiscutível a natureza tributária das contribuições 
sociais e sendo qüinqüenal o prazo decadencial definido no Código 
Tributário Nacional (CTN) para efeito da constituição do crédito 
tributário, não deve, então, ser afastada, por vício de 
inconstitucionalidade, a aplicação do prazo decenal fixado em lei 
ordinária para a constituição do crédito tributário relativo às 
contribuições sociais. 
b) A Constituição da República chancelou a incidência de duas 
contribuições sociais sobre idêntica base de cálculo, haja vista autorizar, 
no âmbito das disposições gerais da seguridade social, a instituição de 
contribuição social incidente sobre o faturamento das empresas e, a par 
disso, recepcionar expressamente, no bojo das disposições 
constitucionais gerais, a contribuição para o Programa de Integração 
Social (PIS). 
c) Considere a seguinte situação: dispõe a Lei n. 7.689, de 15/12/1988: 
(...) 
Art. 6°. A administração e fiscalização da contribuição social de que 
trata esta lei compete à Secretaria da Receita Federal. 
(...) 
Art. 8°. A contribuição social será devida a partir do resultado apurado 
no período-base a ser encerrado em 31 de dezembro de 1988. 
Nessa situação, o artigo 8° é inconstitucional. 
d) A Constituição da República não permite que a União institua 
contribuição nova, não prevista no texto constitucional, por meio de 
medida provisória. 
e) A legislação tributária relativa à receita para a seguridade social não 
é alcançada pela limitação, decorrente de princípio constitucional, que 
veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos 
antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou 
aumentado. 
GABARITO: E 
a) Esta questão trata de um dos pontos mais problemáticos da 
atualidade do direito previdenciário. De fato, a Constituição determina 
que as contribuições especiais, incluindo aí as contribuições sociais, 
devem seguir as normas gerais fixadas em lei complementar sobre 
prescrição e decadência (Art. 149, CF/88). 
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Tal lei complementar hoje, ainda que formalmente ordinária, é o CTN. 
Este prevê prazos decadenciais e prescricionais de 5 anos (Art. 173 e 
174, CTN), enquanto a legislação previdenciária prevê 10 anos (Art. 45 
e 46, Lei n. 8.212/91). 
A grande maioria da doutrina tributária entende aplicável o prazo do 
CTN, enquanto os da Lei n. 8.212/91 restariam inconstitucionais. Para 
segmento da doutrina previdenciária, o prazo aplicável seria o de 10 
anos, pois o lapso temporal da decadência e da prescrição não se 
enquadrariam como norma geral. 
A questão ainda é polêmica e, a princípio, em provas de direito 
previdenciário, é aconselhável seguir-se o previsto nas normas 
previdenciárias, ou seja, o prazo de 10 anos. 
b) Tal questão traz jurisprudência do STF a respeito. Apesar de COFINS 
(art. 195, I, b, CF/88) e PIS (Art. 239, CF/88) incidirem sobre a mesma 
base-de-cálculo, que é o faturamento, em evidente bis in idem, ainda 
assim a cobrança é válida, pois tal imposição dupla foi criada pelo 
próprio Poder Constituinte Originário, o qual não tem qualquer restrição 
na criação do novo Estado. 
O mesmo raciocínio é aplicável à CSLL (Art. 195, I, c, CF/88) e o 
imposto de renda das empresas, que incide sobre a mesma base – o 
lucro. Ambos os tributos tem sua cobrança válida, apesar de identidade 
de bases-de-cálculo. 
c) Esta questão é também referente a ponto já pacificado pelo STF. As 
contribuições sociais, não obstante sua destinação à seguridade social, 
não precisam, necessariamente, serem fiscalizadas e arrecadas por Ente 
Paraestatal, como o INSS, podendo ser realizada pela própria 
Administração Direta, por meio da Receita Federal. 
Definiu o STF que o importante é o destino dos recursos, e não o sujeito 
ativo, isto é, o agente responsável pela exigência do cumprimento da 
obrigação. Por isso a COFINS e CSLL, que é a contribuição tratada nesta 
questão, são de incumbência da Receita Federal, e não do INSS. 
Já o artigo seguinte é considerado inconstitucional por contrariar a 
anterioridade nonagesimal das contribuições sociais, que tem sua 
exigibilidade condicionada ao transcurso do prazo de 90 dias a partir da 
publicação de sua instituição ou modificação (Art. 195, § 6°, CF/88). 
d) A Constituição, de modo expresso, dá a faculdade ao legislador de 
criar novas contribuições sociais, além das definidas no texto 
constitucional. Contudo, tais tributos devem ser instituídos, 
necessariamente, por meio de lei complementar (Art. 195, § 4°, CF/88). 
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De acordo com o entendimento do STF, a remissão feita pelo Art. 195, § 
4° ao Art. 154, I, ambos da Constituição, diz respeito, tão somente, à 
necessidade de lei complementar para a instituição da nova 
contribuição, não sendo cabível os quesitos de inovação no fato gerador 
e base-de-cálculo. A não-cumulatividade poderá ser exigida, desde que 
a nova contribuição tenha natureza polifásica, incidente sobre valor 
agregado, como o ICMS e IPI. 
Como somente a lei complementar poderá instituir a nova contribuição, 
a medida provisória não poderá ser utilizada, já que esta não poderá 
substituir lei complementar, ainda que existentes os requisitos de 
urgência e relevância (Art. 62, § 1°, III, CF/88). 
Apesar dessa vedação expressa somente ter sido criada pela EC n. 
32/01, o STF já adotava esse entendimento. 
e) A questão trata da obediência ao Princípio da Irretroatividade das 
leis, aplicável a qualquer ramo do direito. Em princípio, as leis somente 
produzem efeitos para o futuro, em nome da segurança jurídica. 
Evidentemente, o objetivo aqui seria confundir o candidato, trazendo o 
Princípio da Irretroatividade ao invés do Princípio da Anterioridade, o 
qual é excepcionado pela Constituição (Art. 195, § 6°, CF/88). 
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Aula I: Seguridade Social: Conceituação; Organização e 
Princípios constitucionais; Legislação Previdenciária; 
Orientação dos Tribunais Superiores. 
 
 
 
1) Assinale o item correto: 
 
 
a) É vedado à União instituir contribuição social em que se 
imponha a sujeição passiva dos partidos políticos, das 
entidades sindicais dos trabalhadores e das instituições 
de educaçãoe de assistência social sem fins lucrativos. 
 
b) Caso se apurasse, em outubro de 2004, a existência de 
débitos relativos a contribuições de um estado da 
Federação para com a seguridade social, então não poderia 
ser transferida ao referido ente federativo a sua parcela 
de recursos do Fundo de Participação dos Estados e do 
Distrito Federal (DF). 
 
c) A renda líquida dos concursos de prognósticos não 
constitui receita da seguridade social, excetuando-se os 
valores destinados ao programa de crédito educativo. 
 
d) A contribuição incidente sobre o lucro das empresas deve 
ser disciplinada em lei complementar, haja vista a 
identidade entre as bases de cálculo dessa contribuição e 
a do imposto incidente sobre a renda. 
 
e) Considere a seguinte situação hipotética: Em 20/03/2005, o 
presidente da República editou medida provisória reduzindo 
a alíquota da contribuição social a cargo das empresas, 
destinada à seguridade social. Nessa situação, a 
contribuição somente será devida em seu novo patamar a 
partir da conversão da mesma em lei. 
 
 
 
 
 
Gabarito: B 
 
 
a) O item trata da imunidade prevista no art. 150, VI, c, da 
Constituição. Está errada em virtude desta vedação 
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constitucional ser restrita a impostos, não existindo nenhum 
impedimento à cobrança de contribuições sociais nas mesmas 
condições. 
 
 Ainda, a vedação da norma constitucional citada 
restringe-se à incidência sobre o patrimônio, renda e 
serviços, não necessariamente excluindo todas as 
possibilidades de tributação destas entidades. 
 
 Não confunda esta imunidade com a prevista no art. 195, 
§ 7º da CF, que é referente a contribuições sociais, mas 
restrita às entidades beneficentes de assistência social. 
 
Partidos políticos, assim como associações, sindicatos, 
cooperativas e etc podem ser enquadradas como empresas para 
fins previdenciários, devendo recolher contribuições 
normalmente, sendo irrelevante não terem fins lucrativos. 
 
 
b) 
 
 A questão dos Fundos de Participação dos Estados, DF e 
Municípios é tratada na própria Constituição. Em regra, não é 
possível a retenção de valores dos Fundos pela União, exceto 
nos casos de dívida destes Entes perante a União e ausência 
de aplicação de recursos mínimos na saúde (Art. 160, 
parágrafo único, CF/88). 
 
 Por isso a retenção dos valores do Fundo de Participação 
pode e deve ser feita, até a quitação do débito 
previdenciário (Art. 56, Lei n. 8.212/91). 
 
 
 
c) 
 
 A questão é reprodução literal (sem o “não”) do art. 26 
da Lei n. 8.212/91 e, portanto, incorreta. 
 
Os concursos de prognósticos são todo o tipo de jogo 
autorizado por lei, podendo ser públicos ou privados. por 
exemplo, loteria esportiva, mega sena, corrida de cavalos, 
entre outros. 
 
A contribuição para a seguridade irá incidir sobre a 
receita desses concursos de prognósticos, e quando público, a 
sua incidência será de 100% da receita líquida, que consiste 
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no valor total, após descontado o prêmio, as despesas 
administrativas e o valor destinado ao CREDUC (programa de 
crédito educativo). 
 
 Todavia, cabe ressaltar a distinção feita pelo 
Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n. 
3.048/99 (art. 212, RPS). 
 
 Para este ato normativo, quando se trata de apostas 
em prado de corridas ou sorteio de números ou de quaisquer 
modalidades de símbolos, a contribuição é de 5% sobre o 
movimento global, e não toda a receita líquida. Isto é, 
Quando privado, a incidência será sobre 5% do movimento 
global de apostas, que é um conceito análogo ao de receita 
bruta. 
 
 
 
 
d) 
 Esta questão aborda jurisprudência já consolidada do 
STF, no sentido de que as contribuições sociais, todas elas, 
não necessitam de definição de fato gerador, contribuintes e 
base-de-cálculo em lei complementar para sua posterior 
instituição por lei ordinária. 
 
 Segundo o STF, esta exigência constitucional diz 
respeito tão somente aos impostos (Art. 146, III, a, CF/88), 
espécie tributária distinta das contribuições. Por isso 
qualquer contribuição social, incluindo a CSLL, pode ser 
instituída diretamente por meio de lei ordinária, a partir da 
previsão constitucional. 
 
 
 
 
e) 
 A medida provisória pode tratar de matéria tributária, 
sendo sua validade de 60 dias, além da possibilidade de uma 
única reedição (art. 62, § 3°, CRFB/88). 
 
 A questão nos faz lembrar de jurisprudência do STF, a 
qual prevê a contagem da anterioridade nonagesimal (art. 195, 
§ 6°, CRFB/88) a partir da edição da primeira MP, e não do 
momento em que é convertida em lei. Também traz a questão um 
ponto discutível: a aplicação ou não do prazo de 90 dias à 
redução de contribuição social. 
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 A Constituição determina que a contribuição criada ou 
modificada somente poderá ser cobrada após 90 dias de sua 
publicação (art. 195, § 6°, CRFB/88). A partir de 
interpretação literal, a redução estaria implicitamente 
abrangida, já que é modificação da contribuição. 
 
Todavia, como este vacatio visa atender ao Princípio da 
Não-Surpresa, ou seja, não surpreender o sujeito passivo com 
nova contribuição ou aumento imediato da mesma, não teria 
sentido esperar 90 dias para sua redução. A própria 
anterioridade geral (art. 150, III, b, CRFB/88) somente fala 
em instituição e majoração de tributo, o que é mais adequado. 
 
Por fim, a questão está incorreta – a redução de 
contribuição social tem aplicação de imediato. Na hipótese de 
aumento, a noventena começa a ser contada da publicação da 
MP, e não de sua conversão em lei. 
 
 
 
 
 
2) Assinale o item incorreto. 
 
 
 
a) Considerando que um segurado se aposentasse por 
invalidez com benefício equivalente a R$ 480,00, sendo 
de R$ 80,00, à época, o valor do salário-mínimo, então, 
sendo elevado para R$ 180,00 o valor desse salário-
mínimo, o benefício previdenciário não poderia ser 
inferior a R$ 1.080,00. 
 
b) A previdência social, ou seguro social, é organizada sob 
a forma de regime geral, de caráter contributivo e de 
filiação obrigatória, observados critérios que preservem 
o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos 
termos da lei, e atende, entre outros eventos, à 
cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e 
idade avançada. 
 
c) A previdência complementar privada é de ingresso 
facultativo, exclusivamente. 
 
d) A assistência social não exige contribuição de seus 
beneficiários. 
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e) A saúde é o segmento mais abrangente da seguridade 
social. 
 
 
Gabarito: A 
 
 a) 
A questão traz situação na qual o salário mínimo foi 
reajustado em 125%, e pergunta se os demais benefícios sofrem 
o mesmo reajuste. A questão é incorreta por inexistir 
vinculação do benefício ao valor do salário mínimo, como já 
ocorreu no passado. 
 
 Atualmente, os benefícios previdenciários são corrigidos 
por meio de índices preestabelecidos, como o INPC, ainda que 
inferiores ao aumento do salário mínimo. Obviamente, se o 
benefício é de um salário mínimo, este será aumentado de 
acordo com o mínimo. 
 
Dessa forma, não mais existe o direito adquirido a 
manutenção de benefício equivalente a determinado 
quantitativo de número de salários-mínimos, uma vez que os 
benefícios não são necessariamente corrigidos com o mesmo 
índice aplicado ao salário-mínimo, posto que a partir da 
regulamentação da lei 8213/91 esse direito seperdeu, 
conforme estipulado no art. 58 dos Atos das Disposições 
Constitucionais Transitórias. 
 
 
 
b) 
 A previdência social é uma espécie de seguro social, 
denominado social em razão de atender a sociedade contra os 
riscos sociais. Os riscos sociais são os infortúnios que 
qualquer pessoa está sujeita ao longo de sua vida, como 
doenças, acidentes, invalidez, velhice etc. 
 
 A idéia é simples: a pessoa contribui à previdência, e 
em razão dos recolhimentos feitos, passa a ter proteção 
contra estes riscos. É uma idéia muito similar ao seguro 
tradicional, como de um veículo, em que o proprietário paga 
certo valor à seguradora para ser indenizado em caso de 
sinistro. 
 
 É obvio que a previdência social é muito mais complexa 
que um mero seguro de carro, mas a comparação é útil para sua 
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compreensão, em especial para a visualização que a 
previdência social é sistema protetivo necessariamente 
contributivo! 
 
 Isto é, para que uma pessoa venha a se aposentar, não 
basta ter a idade avançada, mas também comprovar um certo 
número de recolhimentos. Esta característica é normalmente 
ignorada pela maioria da população, sendo por isso que muitas 
pessoas não obtêm o benefício solicitado. 
 
 É comum vermos um pobre velhinho que vai à previdência 
social solicitar uma aposentadoria e tem a mesma negada. Mas 
que injustiça! Costuma-se dizer. Todavia, em muitos casos, o 
idoso requerente nunca contribuiu ao sistema e, portanto, não 
faz realmente jus a benefício previdenciário (poderá, como 
veremos, pedir um benefício assistencial). 
 
 Além desta natureza contributiva, a previdência social 
básica tem outra característica: é obrigatória (compulsória)! 
 
 A maioria das pessoas, mesmo tendo conhecimento do 
caráter contributivo da previdência, e mesmo sabendo de sua 
importância para o futuro, tendem a deixar de lado o 
recolhimento previdenciário, gastando seu dinheiro em outras 
coisas, mais prioritárias, como casa própria, carro, viagens 
etc. A previdência sempre ficaria para segundo plano... 
 
 Por isso o sistema é obrigatório. Qualquer pessoa que 
venha a iniciar uma atividade remunerada de natureza lícita 
estará vinculada, automaticamente, a algum regime 
previdenciário. Esta pessoa pode não querer isto, até mesmo 
não saber, mais ainda assim terá de recolher suas 
contribuições. Em razão desta obrigatoriedade de ingresso 
(que traz a obrigatoriedade de contribuição) é que a 
contribuição social é usualmente definida como tributo. 
 
 Mas então, o que é a previdência social? É um seguro 
social coletivo, contributivo e em regra compulsório contra 
os riscos sociais, infortúnios da vida, como doença, velhice, 
acidentes etc. O item é correto, por repetir o previsto no 
art. 201 da Constituição. 
 
 
c) 
A Previdência Social é um seguro coletivo, contributivo 
e em regra compulsório contra riscos sociais, e por isso, em 
razão da contribuição paga, a pessoa terá cobertura contra os 
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chamados riscos sociais, que se dará por meio da concessão de 
benefícios. No Brasil, a Previdência Social se divide em dois 
segmentos, que são os regimes básicos e os regimes 
complementares. 
 
Além dos regimes básicos da previdência brasileira (RGPS 
e RPPS), há ainda a possibilidade de qualquer pessoa 
ingressar na previdência complementar, que é de natureza 
facultativa. Só entra quem quiser. 
 
 Outra característica importante da previdência 
complementar é sua autonomia frente aos regimes básicos. Esta 
autonomia quer dizer o seguinte: o recebimento da 
“complementação” de aposentadoria independe da aposentadoria 
básica. 
 
 Logo, é perfeitamente possível alguém receber uma 
complementação de aposentadoria sem efetivamente estar 
aposentado pelo RGPS ou RPPS. Por isso alguns autores até 
sugerem a mudança da terminologia “previdência complementar”, 
pois nem sempre haverá uma real complementação. 
 
 
d) 
 Ao contrário da previdência social, a assistência social 
é segmento protetivo não contributivo. Basta ao indivíduo 
comprovar sua condição de necessitado (art. 203, CF/88). 
 
 O beneficiário direto, aquele que irá pedir o benefício 
assistencial, não precisa comprovar qualquer tipo de 
recolhimento. Mas é evidente que existem fontes de custeio 
para a manutenção da assistência social, que são oriundas das 
contribuições sociais, arrecadadas de toda a sociedade (em 
outras aulas iremos abordar por completo as contribuições 
sociais). 
 
 
e) 
 Assim como a assistência social, a saúde é segmento da 
seguridade social que não exige contribuição, ou seja, 
qualquer um, a qualquer momento, pode se dirigir à rede 
hospitalar pública e requerer atendimento. A saúde é direito 
de todos e dever do Estado (art. 196 da Constituição). 
 
A saúde além de não-contributiva (mantida pelas 
contribuições sociais arrecadadas da sociedade), não tem 
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limitação de clientela. Qualquer um, do mais pobre ao mais 
rico pode se dirigir ao hospital público e obter atendimento. 
 
 
 
 
 
03 - À luz da Seguridade Social definida na Constituição 
Federal, julgue os itens abaixo (ESAF/2002): 
 
I. Previdência Social, Saúde e Assistência Social são partes 
da Seguridade Social. 
II. A saúde exige contribuição prévia. 
III. A Previdência Social exige contribuição prévia. 
IV. A assistência social possui abrangência universal, sendo 
qualquer pessoa por ela amparada. 
 
a) Todos estão corretos. 
b) Somente I está incorreto. 
c) II e IV estão incorretos. 
d) I e II estão incorretos. 
e) III e IV estão incorretos. 
 
 
 
 
GABARITO: C 
 
 
O item I está correto, pois Previdência Social, Saúde e 
Assistência Social são partes da Seguridade Social (art. 194, 
CF/88). É a definição constitucional da seguridade social, 
criação do constituinte de 1988, proteção até então 
inexistente no Brasil. Implicou a adoção do ideal do Estado 
do Bem-Estar Social (Welfare State). 
 
 O item II, como vimos, em questão anterior, está 
incorreto, pois a saúde, como segmento mais abrangente da 
seguridade social, não exige contribuição prévia. Já o item 
III está correto, pois, como vimos, a Constituição prevê, 
expressamente, a previdÊncia social como sendo contributiva 
(art. 201, caput, CF). Naturalmente, isso não impede a 
concessão de alguns benefícios sem contribuição, como a 
aposentadoria por invalidez àquele que se acidenta no 
primeiro dia de trabalho. 
 
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 O item IV é incorreto, pois a assistência social 
restringe-se aos necessitados. 
 
 
 
 
04 - Com relação aos objetivos constitucionais da Seguridade 
Social, assinale a opção correta (ESAF/2002). 
 
a) Universalidade da base de financiamento. 
b) Seletividade e distributividade na prestação dos 
benefícios e serviços. 
c) Irredutibilidade do valor dos serviços. 
d) Eqüidade na cobertura. 
e) Diversidade do atendimento. 
 
 
 
GABARITO: B 
 
 
A letra “a” é incorreta pois confunde Universalidade 
cobertura e atendimento com Diversidade de base de 
financiamento. 
A universalidade de cobertura e atendimento estabelece 
que qualquer pessoa pode participar da proteção social 
patrocinada pelo Estado. Com relação à saúde e assistência 
social, já foi visto que esta é a regra. Porém, quanto à 
previdência social, por ser regime contributivo, é, a 
princípio, restrito aos que exercem atividade remunerada. 
Mas, para atender ao mandamento constitucional, foi criada a 
figura do segurado facultativo.Já a diversidade da base de financiamento prevê que a 
base de financiamento da Seguridade Social deve ser o mais 
variada possível, de modo que oscilações setoriais não venham 
a comprometer a arrecadação de contribuições. 
 
A letra “b” é a correta, pois expressa o princípio 
Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e 
Serviços (art. 194, parágrafo único, III, CF/88), o qual 
impõe que algumas prestações serão extensíveis somente a 
algumas parcelas da população, como, por exemplo, salário-
família (seletividade) e os benefícios e serviços devem 
buscar a otimização da distribuição de renda no país, 
favorecendo as pessoas e regiões mais pobres 
(distributividade). 
 
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 A letra “c” é incorreta, pois o princípio é da 
irredutibilidade do Valor dos Benefícios (art. 194, parágrafo 
único, IV, CF/88), o qual diz respeito a correção do 
benefício, que deve ter seu valor atualizado de acordo com a 
inflação do período. A atualização é feita no mesmo mês do 
salário-mínimo (maio), com índice fixado por decreto. 
 
 A letra “d” é também incorreta, pois o princípio é 
da equidade no custeio (art. 194, parágrafo único, V, CF/88), 
sendo norma dirigida ao legislador, impõe que este crie a 
contribuição de acordo com as possibilidades de cada um dos 
contribuintes, empresa e trabalhador. 
 
 Por fim, a letra “e” também está incorreta, já que o 
princípio é da Diversidade da base de financiamento, e não do 
atendimento. 
 
 
 
05 - Assinale a opção correta entre as assertivas abaixo 
relacionadas à gestão da Seguridade Social, nos termos da 
Constituição Federal (ESAF/2002). 
 
a) A gestão da Seguridade Social ocorre de forma 
centralizada, monocrática, quadripartite. 
b) A gestão da Seguridade Social ocorre de forma 
descentralizada, monocrática, quadripartite. 
c) A gestão da Seguridade Social ocorre de forma 
centralizada, colegiada, quadripartite. 
d) A gestão da Seguridade Social ocorre de forma 
descentralizada, colegiada, tripartite. 
e) A gestão da Seguridade Social ocorre de forma 
descentralizada, colegiada, quadripartite. 
 
GABARITO: E 
 
 
De acordo com a Constituição, a seguridade social guia-
se pelo Princípio do Caráter Democrático e Descentralizado da 
Administração (art. 194, parágrafo único, VII, CF/88), 
visando a participação da sociedade da organização e 
gerenciamento da seguridade Social, mediante gestão 
quadripartite, com participação dos trabalhadores, 
empregadores, aposentados e do governo. 
 
Os aposentados não constavam da redação original da CF, 
mas foram inseridos pela EC nº 20/98. 
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Isto funciona nos órgãos colegiados da seguridade, como 
o conselho nacional de previdência social, o conselho de 
recursos da previdência social etc (ver artigos 294 e 
seguintes do RPS). 
 
 
 
 
 
 
06 - Pedro, menor carente, de 12 anos, e Paulo, empresário 
bem-sucedido, de 21 anos, desejam participar de programas 
assistenciais (Assistência Social) e de saúde pública 
(Saúde). De acordo com a situação-problema apresentada acima, 
é correto afirmar que (ESAF/2002): 
 
a) Pedro e Paulo podem participar da Assistência Social. 
b) só Pedro pode participar da Saúde. 
c) Pedro só pode participar da Assistência Social. 
d) Paulo pode participar da Assistência Social. 
e) Pedro e Paulo podem participar da Saúde. 
 
 
 
GABARITO: E 
 
 Como vimos, a Saúde é aberta a qualquer pessoa, 
independente de contribuição ou status sócio-econômico. Já a 
assistência social é restrita às pessoas necessitadas, embora 
seja também segmento que não exige contribuição de seus 
beneficiários. 
 
 Por isso o gabarito é letra “e”, pois qualquer pessoa 
pode participar da saúde. No caso concreto dado, somente 
Pedro, menor carente, poderia postular alguma prestação da 
assistência social. 
 
 
 
07 - A respeito do financiamento da Seguridade Social, nos 
termos da Constituição Federal e da legislação de custeio 
previdenciária, assinale a opção correta (ESAF/2002). 
 
a) A pessoa jurídica em débito com o sistema de seguridade 
social não pode contratar com o poder público. 
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b) A lei não pode instituir outras fontes de custeio além das 
previstas na Constituição Federal. 
c) Pode-se criar benefício previdenciário sem prévio custeio. 
d) As contribuições sociais criadas podem ser exigidas no ano 
seguinte à publicação da lei. 
e) São isentas de contribuição para a seguridade social todas 
as entidades beneficentes de utilidade pública federal. 
 
 
 
GABARITO: A 
 
A letra “a” é a correta, pois reproduz o art. 195, § 3º 
da CF/88, que prevê que a pessoa jurídica em débito com a 
Seguridade Social não poderá contratar com o Poder público e 
nem receber qualquer tipo de benefício, sendo esta regra é 
aplicável ao Poder Público como um todo. 
 
Todos os Entes Federativos, seja a administração direta 
ou indireta, devem obedecê-lo. Por exemplo, uma empresa 
pública municipal, ao realizar uma licitação para contratar 
determinado serviço, irá necessariamente exigir prova de 
regularidade fiscal para com a Seguridade Social dos 
licitantes, e esta prova será feita por meio da apresentação 
de Certidão Negativa de Débito. 
 
 Perceba que a restrição não se aplica na hipótese de 
contratação de pessoa física, mas somente pessoa jurídica. 
 
A letra “b” é incorreta, pois contraria o disposto no art. 
195, § 4º da CF, que prevê a competência residual da União 
para instituir novas contribuições sociais. A nova 
contribuição, para ser criada, carece de lei complementar, 
inovação da FG e BC (somente frente às contribuições já 
existentes), e não-cumulatividade, se aplicável. 
 
 
 A letra “c” é incorreta por contrariar o Princípio da 
Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço 
(art. 195, § 5°, CF/88), que visa atender ao equilíbrio 
atuarial e financeiro do sistema securitário. 
 
 A letra “d” viola a regra da anterioridade nonagesimal, 
prevista no art. 195, § 6º da CF, a qual prevê que a cobrança 
de uma contribuição social somente poderá ser feita após o 
decurso de noventa dias da publicação da lei que institua ou 
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majore a contribuição, sendo uma exceção a regra da 
anterioridade tributária (art. 150, III, b, CF). 
 
 A letra “e” também se encontra incorreta, pois a isenção 
(em verdade, imunidade) prevista no art. 195, § 7º da CF deve 
atender aos requisitos previstos em lei, não sendo extensível 
a toda e qualquer entidade de utilidade pública. 
 
 O reconhecimento como de utilidade pública é somente um 
dos requisitos formais a ser cumprido pela entidade (I), que 
ainda deve atender: 
II – seja reconhecida como de utilidade pública pelo 
respectivo Estado, Distrito Federal ou Município onde se 
encontre a sua sede; 
III – seja portadora do Registro e do Certificado de Entidade 
Beneficente de Assistência Social fornecidos pelo Conselho 
Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos 
IV – aplique integralmente o eventual resultado operacional 
na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos 
institucionais, apresentando, anualmente, relatório 
circunstanciado de suas atividades ao Instituto Nacional do 
Seguro Social; e 
V – não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, 
instituidores, benfeitores, ou equivalentes, remuneração, 
vantagens ou benefícios, por qualquer forma ou título, em 
razão das competências, funções ou atividades que lhes são 
atribuídas pelo respectivoestatuto social. 
VI – esteja em situação regular em relação às contribuições 
sociais. 
 
 O item relativo à exclusividade de serviços a pessoas 
carentes sem cobrança (art. 55, III, Lei 8212/91) foi 
suspenso pelo STF. 
 
 
 
 
 
08 - A respeito da organização e princípios constitucionais 
da Seguridade Social, assinale a opção incorreta 
(ESAF/2002). 
 
a) As contribuições sociais da empresa podem ter alíquotas 
diferenciadas. 
b) O orçamento da seguridade social dos entes federados 
descentralizados é distinto do orçamento da União. 
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c) Pode ser dada remissão para as contribuições sociais das 
empresas sobre a folha de salários. 
d) A lei definirá critério de transferência de recursos para 
o sistema único de saúde. 
e) Poderá haver contribuição social do trabalhador sobre o 
lucro e o faturamento. 
 
 
 
GABARITO: E 
 
 
 A letra “a” encontra-se correta, pois reproduz a regra 
do art. 195, § 9º da CF, permite que as alíquotas ou base de 
cálculo das contribuições do art. 195, I, ou seja, as 
contribuições de empresa, sejam alteradas em razão da 
atividade econômica realizada ou da utilização intensiva de 
mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do 
mercado de trabalho. 
 
É importante observar que este dispositivo foi alterado 
pela EC 47/05, permitindo também a alteração em razão “do 
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de 
trabalho”. Exemplo deste tratamento diferenciado nós 
encontramos nas contribuições das empresas rurais, que tem 
bases-de-cálculo diferenciadas (contribuem sobre a receita da 
produção). 
 
 A letra “b” reproduz a idéia do art. 195, § 1º da CF, 
que prevê que as receitas dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos 
respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 
Nada mais fala do que o óbvio, pois os recursos que, por 
exemplo, o Estado de São Paulo irá investir na seguridade 
social só poderia mesmo constar do orçamento do Estado de São 
Paulo. 
 
A letra “c” expõe a regra do art. 195, § 11 da CF, 
que veda a concessão de remissão e anistia das contribuições 
do empregado e da empresa sobre a folha de salário e 
remunerações em valor superior ao que venha a ser fixado em 
lei complementar. 
Estas duas contribuições são tipicamente 
previdenciárias, posto que todas as contribuições sociais, em 
geral, visam o custeio da seguridade social, enquanto que 
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essas duas apenas são destinadas ao custeio do Regime Geral 
de Previdência Social (art. 167, XI, CF). 
A intenção deste parágrafo é a manutenção do 
equilíbrio financeiro e atuarial, evitando-se dispensas 
exageradas de contribuições. Contudo, o limite dessa 
concessão de remissão não existe, posto não existir a lei 
complementar prevista. Ou seja, não tem relevância prática 
este dispositivo, mas aparece com freqüência em provas, em 
sua literalidade. 
 
 A letra “d” fala do art. 195, § 10 da Constituição. Os 
critérios de repasse dos recursos para utilização na saúde. O 
SUS (sistema único de saúde é abordado na lei 8080/90. 
 
 A letra “e” é evidentemente errada, pois somente 
empresas têm contribuição sobre o faturamento e lucro, como 
se vê no art. 195, I da CF. A contribuição dos trabalhadores, 
prevista no art. 195, II da CF, tem como base de incidência o 
salário-de-contribuição dos mesmos (art. 214, RPS). 
 
 
 
 
09 - A Saúde é direito de todos e dever do Estado; analise as 
assertivas abaixo, buscando a correta, nos termos da 
definição constitucional da Saúde (ESAF/2002). 
 
a) A manutenção dos índices do risco de doença e de outros 
agravos constituem garantia constitucional. 
b) O acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação 
constitui garantia constitucional. 
c) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada, constituindo um sistema 
múltiplo. 
d) Atendimento integral, com prioridade para as atividades 
repressivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais, é 
característica da saúde. 
e) O sistema único de saúde será financiado, nos termos do 
art. 195, com recursos do orçamento da União, dos Estados e 
dos Municípios. 
 
 
 
 
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GABARITO: B 
 
 Esta última prova da ESAF que abordou a matéria 
previdenciária teve uma estranha fixação com a saúde, 
abordando o assunto em diversas questões, quando o tema não 
tem a menor relevância para o cargo que se pretende 
selecionar. 
 
 Isso infelizmente é comum em Bancas que não têm tradição 
na matéria, e, embora esperamos que haja melhoras neste 
concurso, aconselho a vocês que estudem os artigos da CF 
sobre saúde, a partir do art. 196. 
 
 A letra “a” é incorreta, pois a CF prevê que a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução (e não 
manutenção) do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação (art. 196, caput, CF). 
 
 A letra “b” é a correta, sendo reprodução literal de 
trecho do artigo citado acima. A letra “c” é incorreta pois 
as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único 
(e não múltiplo) - SUS, conforme art. 198, CF. 
 
 A letra “d” é incorreta pois o SUS visa atendimento 
integral, com prioridade para as atividades preventivas (e 
não repressivas), sem prejuízo dos serviços assistenciais 
(art. 198, II, CF). 
 
 Por fim, a letra “e” está incorreta, pois o sistema 
único de saúde será financiado, nos termos do art. 195 da CF, 
com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras 
fontes, e não somente com recursos da União, dos Estados e 
dos Municípios. 
 
 
 
 
 
10 - Com relação à forma com que as ações e serviços de 
saúde, em regra, são executados, assinale a opção incorreta 
em relação às instituições autorizadas a realizá-las 
(ESAF/2002): 
 
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a) Instituições privadas. 
b) Instituições públicas. 
c) Instituições públicas municipais. 
d) Empresas de capitais estrangeiros. 
e) Instituições privadas locais. 
 
 
 
GABARITO: D 
 
 De acordo com o art. 199, § 3º da CF, é vedada a 
participação direta ou indireta de empresas ou capitais 
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos 
previstos em lei. 
 
 Ou seja, a atividade empresarial relativa à saúde é 
livre à iniciativa privada (tendo preferência as entidades 
filantrópicas e as sem fins lucrativos), mas não para 
empresas estrangeiras. 
 
 
 
 
11 - Ao Sistema Único de Saúde (SUS) compete (ESAF/2002): 
 
a) executar procedimentos, produtos e substâncias de 
interesse para a proteção dos desfavorecidos. 
b) ordenar a formação de recursos materiais na área de 
assistência. 
c) colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido 
o do trabalho. 
d) proteção à maternidade, especialmente à gestante. 
e) proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário. 
 
 
 
 
GABARITO: C 
 
 A abrangência de ações do SUS é tratada no art. 200 da 
CF, que prevê, no inciso VIII, a colaboração na proteção do 
meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
 A execução de procedimentos, produtos e substâncias de 
interesse para a proteção dos desfavorecidos, assim como a

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