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HIST CONTEMPORANEA - RESUMO

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HISTÓRIA CONTEMPORANEA I – RESUMO
AULA 01 – 12/08/2013 – O mundo contemporâneo
O início
A História Contemporânea tem seu inicio em 1789, com a Revolução Francesa e perdura até os dias de hoje.
Essa periodização clássica acaba se mostrado que categorizar uma era que já dura pouco mais de três séculos não é um período tão duradouro, se levarmos em consideração que a Idade Média durou mais de 1000 anos.
Mas as generalizações são perigosas e os marcos históricos podem e devem ser utilizados como referência, mas sempre criticamente e com bastante rigor.
O historiador Eric Hobsbawm se referia ao século XX como um século breve.
Essa definição se deve as intensas transformações após a Primeira Guerra Mundial. Embora estejamos vivendo a Era Contemporânea, em nada lembramos os homens e as mulheres que fizeram parte da Revolução Francesa.
Em pouco mais de três séculos, as transformações foram intensas. Isso provocou o uso de outras categorias para a idade contemporânea, como a expressão pós-modernidade.
Muitos currículos universitários optam por dedicar seus períodos iniciais a disciplinas de contemporânea. A justificativa pedagógica para a doção desta metodologia é que os estudantes parecem compreender melhor a história se for analisada a partir de elementos do mundo que os cerca. Esta premissa não e, necessariamente, verdadeira.
É provável que analisar os fenômenos contemporâneos seja uma tarefa tão ou mais árdua que compreender as estruturas do império romano ou do feudalismo.
O mesmo Hobsbawm relutou ao escrever uma de suas mais famosas obras, a Era dos Extremos, que se dedica ao século XX por temer falar sobre um tempo no qual viveu.
Este temor reacende uma velha discussão sobre a objetividade e a subjetividade no estudo da História. Embora seja virtualmente impossível o homem do historiador ou do professor, é fundamental que um profissional crítico estimule o debate dos mais diversos temas, independendo de suas convicções pessoais.
O esforço de compreensão pode ser facilitado ao entendermos os processos históricos interligados entre si e na era contemporânea, essa necessidade se torna ainda mais evidente.
Como explicar que a Era Contemporânea emerge das revoluções burguesas e qual seu legado para o nosso tempo?
Vamos voltar mais e verificar as mudanças políticas e culturais da Era Moderna e seu impacto para o mundo contemporâneo.
Mas, espere um momento, você vai dizer: E as cruzadas? E a perseguição aos judeus na Idade Média? 
Veja, estas perseguições eram às religiões não cristãs. O que a reforma faz é multiplicar o cristianismo, ou seja, o rompimento ocorre dentro de uma mesma religião e por isso afetou tanto os países europeus.
Como exemplo, podemos citar o caso da Irlanda, cujas disputas entre católicos e protestantes é um dos fatores da divisão do país e deu origem a diversos atentados terroristas.
Hoje, o numero de adeptos das religiões protestantes aumenta dia a dia. Já pensou se houvesse uma perseguição destas denominações?
Provavelmente seria o maior conflito da história da humanidade, pois envolveria o mundo inteiro. Por isso, a tolerância religiosa é uma questão importante, que surge na Idade Moderna e que faz parte do mundo contemporâneo.
Não menos importante é a questão do Estado. Nas revoluções burguesas ocorridas na Inglaterra e na França, é estabelecido o Estado de direito, com base em uma Constituição.
Esse modelo é hoje adotado por todos os países do mundo. E é também uma de nossas maiores dificuldades em analisar como processo histórico.
Nós vivemos em um Estado de direito. No Brasil, a primeira constituição foi em 1824. Qual nossa primeira impressão? Ora, temos uma constituição porque temos que ter, porque sempre foi assim.
Nossa tendência é olhar o mundo como normal, como se sempre tivesse sido assim, tendo dificuldade em compreender que certas “normalidades” são fruto de conquistas ocorridas há séculos.
A existência de uma constituição foi uma dessas conquistas. Se formos traçar sua genealogia, vamos ver que suas ideias são defendidas pelos iluministas, passaram pelos Estados absolutistas até serem aplicadas na Revolução Francesa e então, chegarem até nós.
Na economia, a expansão mercantil e a consolidação da burguesia, impulsionadas na Era Moderna ditaram os contornos do mundo contemporâneo.
O capitalismo se consolida e o mercado internacional passa a ser um dos fundamentos básicos das mais diversas economias espalhadas pelo mundo. Mas seria na Inglaterra que o sistema produtivo daria um salto, no século XVIII, com a Revolução industrial.
O que podemos concluir é que a Era Moderna lança as bases das estruturas que dariam origem não só aos Estados contemporâneos, mas a todos os aspectos da vida social.
Como visto nas aulas anteriores, sabemos que, em 1789, ocorreu a Revolução Francesa. Dez anos depois, em 1799, sobe ao poder Napoleão Bonaparte. Em 1815, Napoleão empreendeu uma longa expansão territorial através das guerras, invadindo e anexando territórios como Portugal, provocando a vinda da família real para o Brasil em 1808.
O saldo da Era Napoleônica foi uma Europa desorganizada, cujas monarquias haviam sido depostas. Quando Napoleão foi exilado em Elba, tiveram início as negociações de paz entre a França e os países que haviam sido invadidos durante os anos de guerra.
Estas negociações levaram a assinatura do Tratado de Paris em 1814. A França se comprometeu a pagar indenizações a Prússia, a Áustria, a Rússia e o Reino Unido, que firmaram um acordo posterior de defesa conhecido como Santa aliança.
O objetivo do Tratado de Paris era restaurar a harmonia e decidir as questões territoriais que foram desestabilizadas durante as guerras napoleônicas. 
A importância do tratado de Navegação e Comércio
Sabemos que a família real veio para o Brasil, em 1808, com o apoio da Inglaterra. Mas esse apoio teve um preço. Em 1808, foi proclamada a abertura dos portos às nações amigas e, em 1810, Dom João VI firmou com os britânicos uma série de acordos, dentre os quais o tratado de Navegação e Comércio.
Essas medidas levaram a economia portuguesa à ruína. Portugal havia sido invadido pela França, posto sob proteção britânica, não tinha um rei e ainda vendia seus produtos mais caros para os próprios súditos. Era de se esperar que houvesse um descontentamento culminando com a Revolução do Porto, que exigia o retorno imediato do rei a Portugal.
Mas a volta de Dom João VI não se daria nos moldes de quando a família real deixou o país. As cortes portuguesas exigiam uma nova constituição, de inspiração liberal, que limitava os poderes reais. 
 
Além disso, as cortes exigiam o retorno do Brasil a sua condição de colônia e a retomada do pacto colonial, uma das razões para a separação política que ocorreria logo depois em 1822.
É interessante perceber que a Inglaterra apoiava as monarquias enquanto ela própria já havia passado por um processo revolucionário que impedia a instalação do absolutismo no Reino Unido e seu governo possuía, notadamente, influencias liberais.
Uma década depois, a Europa seria sacudida por uma série de revoltas, e uma enorme onda liberal. 
A França foi um dos primeiros lugares onde ocorreram os conflitos. O Congresso de Viena declarou a restauração das monarquias e do Rei Luís XVIII da dinastia Bourbon. Pela nova constituição, a autoridade máxima do executivo seria o rei e o legislativo seria composto por duas câmaras sendo a Câmara dos pares ligada a elite e a câmara dos deputados, eleito pelo voto via voto censitário.
RELEMBRANDO
1 – O estado baseado na constituição e cujo modelo foi influenciado pelo pensamento iluminista é chamado de Estado de Direito.
2 – Após a prisão de Napoleão, em Santa Helena, a França passou pelo período de Restauração.
3 – A vinda da família real para o Brasil está diretamente ligado à invasão de Napoleão a Portugal.
4 – O Congresso que redefiniu a Europa após o fim das guerras napoleônicas foi chamado de Congressode Viena.
5 – Rússia, Áustria e Prússia firmaram uma aliança de cooperação e defesa militar conhecida como Santa Aliança.
 
AULA 02 – 13/08/2013 – Revolução Industrial
Quando pensamos no termo “revolução”, imediatamente nos vêm à mente imagens de batalhas, soldados e conflitos. No entanto, revolução não é sinônimo de guerra ou conflito, mas sim de transformação. 
Esse é o sentido da expressão “revolução industrial”, surgida no século XIX para designar o conjunto de transformações no sistema produtivo pelo qual passara a Inglaterra no século anterior.
A expressão utilizada por intelectuais popularizou-se a partir de então para descrever não só esse momento da história, mas também outros surtos industriais que envolveram mudanças políticas, econômicas e desenvolvimento tecnológico.
As Revoluções
De modo geral, podemos dizer que a Primeira Revolução Industrial se caracterizou pela mudança no modo de produção artesanal para manufaturado e pela alteração da energia utilizada, de humana ou animal para carvão e, mais tarde, pela eletricidade.
Embora a Inglaterra tenha sido pioneira, durante o século XIX, outros países também viveram suas revoluções industriais. Foi o caso da França, da Alemanha, do Japão e dos Estados Unidos. Esse desenvolvimento foi chamado de Segunda Revolução Industrial, a qual foi um aprimoramento das tecnologias da Primeira.
Atualmente, o desenvolvimento tecnológico, a mecanização e a robótica, originaram a Terceira Revolução Industrial, que designaria o momento de desenvolvimento produtivo em que vivemos com as fábricas tendo várias etapas da produção totalmente automatizadas, sem a necessidade de intervenção dos operários.
Por que Revolução?
Durante a Idade Média, a mão de obra era servil e o centro da vida econômica estava no feudo, já que a economia era marcadamente agrária. Na Idade Moderna, há o renascimento das cidades, a mão de obra livre e a produção artesanal, que alimentava o comércio.
Na produção artesanal, o artesão era dono de sua força de trabalho e dos meios de produção. Podia pertencer ou não a uma corporação de ofício, em que os preços e as negociações pelo produto seriam feitos coletivamente, mas ele era, sobretudo, independente.
Também não havia divisão do trabalho. Um mesmo artesão estava presente em todas as etapas de confecção de um produto.
Como funciona hoje na chamada linha de montagem de uma fábrica?
O trabalhador é responsável por uma única etapa da produção. Se ele for um trabalhador, fará apenas uma parte do produto.
Pioneirismo inglês
Mas que razões explicariam o pioneirismo inglês nesse processo?
Destaque político da classe burguesa, que ocupava cadeiras no Parlamento inglês, acumulação primitiva de capital, existência de um exército de mão de obra, processo de cercamento e jazidas de carvão mineral, o que possibilitava o desenvolvimento de fábricas movidas a esse combustível.
Essas condições, encontradas em seu conjunto unicamente na Inglaterra, permitiram seu pioneirismo no processo industrial. 
Modo de produção
Com a Revolução Industrial, o capitalismo se consolida como o modo de produção predominante no século XX. 
Se fizéssemos uma linha do tempo, ela seria assim:
Dessa forma, a partir do século XVIII, a indústria substitui o comércio como principal fonte de riqueza. A burguesia permanece, mas surge o proletariado. Então, se na Idade Moderna havia uma burguesia comercial, na Idade Contemporânea nasce à burguesia industrial. 
Na definição de Karl Marx, o burguês seria o dono dos meios de produção, e o operário aquele que vende sua força de trabalho.
Mudanças
O que muda? Absolutamente tudo!
As cidades crescem como nunca e este crescimento desordenado, provocado pelo intenso êxodo rural, não é acompanhado de obras de infraestrutura na mesma proporção, causando problemas de habitação, transporte, saúde e educação.
Essa realidade foi retratada em diversas obras, pinturas, livros, filmes. A Londres do século XIX é sombria e cinzenta, como bem mostra em suas obras Charles Dickens.
Entre os anos de 1750 e 1801, a população urbana inglesa mais do que quadruplicou. Esse crescimento populacional se reflete não somente nos problemas estruturais que ele causa, mas também no esgarçamento das relações sociais. 
Operariado
Por que é importante entendermos as precárias condições de vida do operariado?
Em primeiro lugar, é fundamental compreendermos que os direitos trabalhistas de hoje são o resultado de uma longa trajetória de luta operária.
Em segundo lugar, as duas correntes do pensamento econômico dos séculos XIX e XX (capitalismo e socialismo) foram gestadas por meio do entendimento das relações entre o trabalho e os meios de produção.
Se a ideia de Revolução Industrial nos remete de imediato à questão da produção e, portanto, à economia, perceber o surgimento da classe operária e a mudança nos hábitos sociais, mostra que o alcance dessa revolução transcende em muito o aspecto meramente econômico.
Embora estejamos falando de uma sociedade patriarcal, os baixos salários obrigavam todos os membros da família a procurar trabalho. 
Produtividade
Buscando aumentar a produtividade nas fábricas, o trabalho passa a ser dividido em etapas.
Essa divisão daria origem à linha de montagem, da qual Henry Ford foi o pioneiro ao aplicá-la à indústria automobilística.
Cada trabalhador é responsável apenas por uma etapa da produção. Dessa forma, o trabalhador perde a dimensão de seu trabalho como um todo, já que não participa da confecção de um produto, mas sim de uma pequena fração dele.
Além disso, esse tipo de divisão gera uma especialização da mão de obra, característica que pode ser percebida até nas linhas de montagem das fábricas atuais.
Produtividade
A estrutura das linhas de montagem dará origem ao que chamamos de produção em série. Quanto maior o número de produtos, mais barato ele custa. Logo, maiores serão sua capacidade de venda e sua procura.
Vamos pensar nisso como uma economia circular:
Do ponto de vista econômico, podemos dizer que o preço varia conforme a quantidade. Quanto mais mercadoria, menor será seu preço. 
O que isso quer dizer quando falamos sobre Revolução Industrial? 
Quer dizer que, quando a mão de obra era artesanal, o consumidor pagava por um sapato levando em consideração o trabalho do artesão, o material e o tempo que o indivíduo havia levado para confeccioná-lo. 
Todas essas mudanças promoveram também um amplo desenvolvimento tecnológico, percebido na utilização de diferentes formas de energia, como o carvão, e no investimento em transportes e em comunicação. Os transportes, como as ferrovias, tinham como objetivo o escoamento das mercadorias, agora produzidas em grande quantidade e destinadas ao mercado externo, o que acabou por tornar a Inglaterra uma das maiores economias exportadoras de seu tempo.
Resultados da Revolução Industrial
De acordo com o que vimos, como resultados do processo de Revolução Industrial inglesa, temos então a urbanização, transformação do mundo do trabalho, produção em larga escala e desenvolvimento da infraestrutura.
Essas características ― que tiveram início na Inglaterra ― se espalhariam pela Europa no século seguinte e configurariam a Segunda Revolução Industrial.
RELEMBRANDO
1 – A mão de obra predominante na Idade Média era servil. 
2 – Na produção artesanal, o artesão era dono de sua força de trabalho e dos meios de produção. 
3 – São fatores do pioneirismo inglês, processo de enclosures, inovação tecnológica, existência de jazidas e mão de obra disponível.
4 – Uma das razões para a industrialização inglesa foi à ascensão da burguesia ao poder, proporcionada pelas Revoluções Inglesas.
 
5 – Enclosures são cercamento dos campos para utilização como pasto para animais.
AULA 03 – 13/08/2013 – Modos de produção capitalista e socialista
Modelo produtivo e suas transformações
Desde a Idade Média, o modelo produtivo passou por diversastransformações. O feudalismo baseou-se na mão de obra servil e seu centro de vida econômica era o feudo. Com a centralização dos estados nacionais e o renascimento comercial e urbano, o feudalismo é progressivamente substituído pelo mercantilismo.
Embora não seja um sistema econômico, o mercantilismo pode ser definido como um conjunto de práticas econômicas que daria origem ao capitalismo. Podemos afirmar essa origem, pois um dos objetivos do mercantilismo é o lucro, diferente do feudalismo, que se caracteriza mais como uma economia de subsistência que de acúmulo de capital.
Entendendo o contexto
Sabemos que, durante a Idade Média, a religião dominante era o catolicismo. A Igreja católica condenava o lucro como prática religiosa, mas com a decadência do sistema feudal e a formação de uma classe burguesa, passou a haver uma incompatibilidade entre o que a Igreja católica pregava e as necessidades burguesas.
Esse é o pano de fundo para as reformas protestantes, que são uma resposta aos anseios burgueses, que abraçam o movimento reformista. A burguesia medieval estava próxima dos valores que impediam o rápido acúmulo de capitais.
Como sabemos, a história é um processo no qual todos os aspectos ― político, cultural, social e econômico ― estão interligados. Por essa razão, ainda que estejamos estudando as teorias econômicas, temos de estar atentos ao momento em que essas teorias são produzidas.
Mercantilismo – Estado absolutista (apoio a burguesia e sustentação da nobreza) – mercantilismo (objetivos em metalismo e poder real e os meios em protecionismo, colonialismo, pirataria e balança comercial).
De modo geral, podemos dizer que o sentido de riqueza para o mercantilismo eram as reservas de metal preciosos; no feudalismo, a riqueza era medida pela posse da terra.
Metalismo
O acumulo de metal era importante porque era utilizado para cunhar moedas, então isso fortalecia a economia monetária e, consequentemente, o comércio, além disso, veremos que o eixo econômico do mercantilismo está no mercado, tanto interno quanto externo. O protecionismo marca a formação dos monopólios, ou seja, a necessária intervenção do Estado em todos os aspectos da economia.
Essas práticas estiveram em vigor, aproximadamente, entre os séculos XV e XVIII. Como era necessária a interferência do Estado para regular a economia, é compreensível que ela tenha se desenvolvido durante o período absolutista, no qual o rei tinha ingerência em todos os aspectos políticos e econômicos da vida nacional.
 
No entanto, conforme a burguesia se desenvolve, essa interferência real torna-se um fardo, pois impede o livre desenvolvimento do comércio. Surgem então novas teorias econômicas, que vão compor o quadro que chamaremos de modo capitalista de produção.  
Correntes de pensamento
A partir do metalismo, surgiram teorias que começam a questionar a validade do protecionismo e do controle do rei na economia e buscam entender o mecanismo de formação e o funcionamento do sistema capitalista à medida que este vai se desenvolvendo.
 
Duas correntes de pensamento se destacam a partir do século XVIII: a fisiocracia e o liberalismo.
Tanto fisiocratas quanto liberais se opunham à ingerência do Estado na economia, entretanto, os fisiocratas defendem que a fonte de toda a riqueza está na terra, enquanto os liberais defendem a preponderância das relações comerciais.
Fisiocracia
Um dos principais nomes da fisiocracia foi o francês François Quesnay. Embora defendam a posse de terra como medida da riqueza, os princípios da fisiocracia são bem diferentes da economia que vimos na Idade Média, em que a posse da terra também era importante.
Devemos considerar que estamos falando de uma sociedade ainda pré–industrial, em que, a não ser pela Inglaterra, que fez a Revolução Industrial no século XVIII, a maior parte das economias ainda é agrária e está desenvolvendo seu comércio.
Portanto, a agricultura permite que seja gerado o excedente. Dessa maneira, a fisiocracia não se posiciona contra o comércio, mas o entende como atividade acessória para o desenvolvimento agrário.
Quesnay acreditava que somente a agricultura era criadora de riqueza, já que a indústria limitava-se a transformar a matéria. Trata-se de uma visão defensora da liberdade económica. O melhor Estado era aquele que menos governava e este só se deveria interessar com a manutenção da ordem, da propriedade e da liberdade individual. As suas teorias viriam a influenciar o pensamento de Adam Smith.
Criou a ideia de “oferta-procura”, isto é, quanto maior a procura do produto, maior seu preço. Contrariamente, quanto menor a procura, menor o preço. Se existir liberdade, produz-se e consome-se o necessário, logo, há estabilidade do preço e equilíbrio.
Os excedentes
A ideia de excedente é apropriada por aquela que ficaria conhecida como Escola Clássica de economia, da qual Adam Smith é um dos principais nomes.
Smith defende a não intervenção do Estado em uma teoria que ficaria conhecida como liberalismo. Ele é o pai da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico. 
Acreditava que a iniciativa privada deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. A competição livre entre os fornecedores levaria não só à queda do preço, mas também a inovações tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os competidores. Ele analisou a divisão do trabalho como um fator evolucionário poderoso a propulsionar a economia. 
Como resultado da atuação dessa "mão invisível", o preço das mercadorias deveria descer e os salários deveriam subir. As doutrinas de Adam Smith exerceram uma rápida e intensa influência na burguesia, pois queriam acabar com os direitos feudais e com o mercantilismo.
As teorias liberais
As teorias liberais iam diretamente ao encontro dos interesses burgueses, que viam na liberdade de comércio e na livre concorrência o futuro do mercado. Além de Smith, a chamada Escola Clássica de economia tem dois outros nomes importantes: David Ricardo e Thomas Malthus.  
Podemos inferir que o capitalismo é sustentado pelo tripé lucro, propriedade privada e trabalho assalariado.
CAPITALISMO – LUCRO – PROPRIEDADE PRIVADA – TRABALHO ASSALARIADO
David Ricardo
David Ricardo expande as teorias de Adam Smith aplicando-as, sobretudo ao mercado externo e propõe assim a teoria das vantagens comparativas, na qual a relação econômica entre dois países, ainda que não seja igualitária, trarão benefícios para ambas às partes.
Thomas Malthus
Economista inglês considerado o pai da demografia, estudou a relação entre demografia e capitalismo preocupando-se com a escassez de recursos decorrente do crescimento demográfico.
O capitalismo e a escravidão
Dos princípios apresentados surgiu uma importante discussão para a historiografia, nas sociedades escravistas, a existência do capitalismo é possível?
Eric Williams, um dos estudiosos sobre o tema, em sua obra Capitalismo e escravidão, recorre a Smith para pontuar a questão do trabalho escravo:
O trabalho feito por escravos, embora pareça custar apenas o sustento deles, no final é o mais caro de todos. Uma pessoa que não pode adquirir bens não terá outro interesse senão comer o máximo e trabalhar o mínimo possível (Williams, 2012, p. 32).
Se considerarmos o caso brasileiro, a riqueza gerada pelo comércio escravo foi maior do que a gerada pelo trabalho produzido por esses mesmos escravos. O escravo não recebia; não era consumidor. Logo, não demandava mercadorias, impedindo o pleno desenvolvimento do comércio.
Entretanto, se olharmos com mais cuidado, veremos que a sociedade brasileira desse momento, embora pautada no trabalho escravo, também se utilizava do trabalho assalariado e, após a vinda da família real, em 1808, desenvolveu a manufatura. Dessa forma, não há um consenso acerca dessa questão de o Brasil, antes da abolição da escravatura, poder ser considerado uma economia capitalista.
CapitalComo podemos definir capital? Dinheiro, riqueza e capital não são sinônimos. Logo, capital é aquilo que pode ser investido para gerar riqueza e lucro. Pode se referir tanto ao dinheiro em si quanto a maquinário, trabalho, ferramentas, entre outros meios. Também seguindo a definição de Ricardo, podemos dividir o capital em fixo e circulante:
Um fabricante de cerveja, cujas edificações e maquinaria têm grande valor e são duráveis, emprega uma grande parcela de capital fixo.
Ao contrário, um sapateiro, cujo capital é empregado no pagamento de salários, que são gastos em alimentos e em roupas, mercadorias mais perecíveis que edifícios e maquinaria, utiliza uma grande proporção de seu capital como capital circulante (Ricardo, 1996, p. 36).
Nesse caso, o sapateiro necessitará de mais investimentos para que seu negócio gere lucro ― por isso, capital circulante ―, ao passo que a cervejaria possui um valor intrínseco, ditado por sua estrutura ― edifícios e maquinário.
Capitalismo
O capitalismo é fruto das transformações políticas e sociais que ocorreram ao longo da Era Moderna. Seus teóricos se dedicaram a entendê-lo e aperfeiçoá-lo.
É bem diferente das teorias socialistas, e seu modelo ideal de modo de produção. Como sistema, o capitalismo está sujeito a crises cíclicas que podem ter causas diversas: escassez de matéria-prima, de energia, de mão de obra, superprodução, guerra, processo inflacionário, especulação.
Além disso, a partir do momento em que determinamos que o capitalismo necessite do trabalho assalariado, estamos vinculando-o a uma sociedade de classes: há os que trabalham e os que são donos dos meios de produção.
Essa configuração social provocaria a desigualdade e, à medida que o capitalismo se desenvolvia, o abismo entre pobres e ricos só aumentava.
Socialismo
Embora Karl Marx seja o mais famoso de seus teóricos, ele não foi o único, tampouco o primeiro. Desde o século XVIII, essas teorias socialistas têm sido gestadas, no que foi chamado por Marx e por seus contemporâneos de socialismo utópico.
Logo, dividiremos o socialismo em duas correntes sendo a utópica e a cientifica.
Os representantes do socialismo utópico
Como representantes do socialismo utópico destacam-se Robert Owen, Saint-Simon, Louis Blanc, Charles Fourier e Pierre-Joseph Proudhon e suas teorias foram produzidas entre os séculos XVIII e XIX e criticavam as condições de vida da classe trabalhadora, além da desigualdade social provocada pelo capitalismo. 
De modo geral, podemos dizer que os socialistas utópicos têm como ponto em comum, além da crítica ao capitalismo, a valorização da racionalidade e o repúdio à religião, que viam como um mecanismo de controle social da população.
Robert Owen
Robert Owen preocupava-se com as condições do trabalho operário. Defendia a existência de pequenas comunidades nas quais a desigualdade social fosse mínima ou inexistente. Além disso, defendia a educação e a racionalidade, repudiando a religião como forma de controle social do homem inculto.
Saint-Simon
Defendia que o Estado deveria interferir na economia e distribuir recursos de acordo com a capacidade dos indivíduos, permitindo que cada um desenvolvesse suas potencialidades em harmonia. Foi um dos precursores do socialismo junto à racionalidade e progresso científico.
Charles Fourier 
Foi um dos mais ferrenhos críticos do capitalismo como sistema e das teorias liberais. Elaborou a teoria das comunidades-modelo, formada por pequenas unidades produtivas e cooperativas, sendo por isso conhecido como um dos pais do cooperativismo.
Louis Blanc
Seguindo a mesma linha de pensamento de Fourier, o francês Louis Blanc, que tomaria parte nas manifestações de 1848, desenvolveu a ideia de que o Estado deveria incentivar as associações profissionais, semelhantes às corporações de ofício, em que os lucros seriam divididos igualmente entre Estado e trabalhadores que fizessem parte dessa associação.
Pierre-Joseph Proudhon e as teorias anarquistas
Pierre-Joseph Proudhon recusava o título de socialista utópico e entendia suas teorias como anarquistas, tendo sido um dos primeiros a usar essa expressão. Proudhon defendia a sociedade sem Estado, uma das bases ideológicas do anarquismo.
Contemporâneo de Marx e de Engels, Proudhon criticava as relações de trabalho capitalista e defendia o corporativismo e as associações coletivas. Em sua obra Sistema das contradições econômicas ou filosofia da miséria, discorre sobre essa questão.
Enquanto que, pelo progresso da indústria coletiva, cada jornada de trabalho individual obtém um produto cada vez maior, e necessário, e enquanto o trabalhador com o mesmo salário deveria tornar-se a cada dia mais rico, existem na sociedade estados que aproveitam e outros que se enfraquecem; trabalhadores com salário duplo, triplo ou cêntuplo e outros em déficit; por toda a parte há pessoas que gozam e outras que sofrem e, por uma divisão monstruosa das faculdades industriais, há ainda indivíduos que consomem e que nada produzem (2003, p. 169).
Proudhon foi fortemente criticado por Marx, assim como os demais socialistas utópicos. Tal expressão, utilizada para definir essa corrente do socialismo, foi cunhada por Marx, que dizia que, embora esses teóricos apontassem os problemas, não propunham meios efetivos de combater o que acreditavam serem mazelas do sistema.
Como resposta à filosofia da miséria, Marx escreveu a Miséria da filosofia, cujo título já é por si só, uma provocação à obra de Proudhon, a quem acusava de apontar problemas para os quais faltavam os fundamentos básicos para elaborar uma solução.
Socialismo científico
Tanto Marx quanto Engels passam a ser conhecidos como socialismo científico, já que suas teses propõem uma modificação do Estado e a abolição de princípios capitalistas, em especial, da propriedade privada.
O alemão Karl Marx foi, antes de tudo, um estudioso do sistema capitalista. Foi com base na compreensão do funcionamento desse modelo produtivo que elaborou suas críticas e, mais tarde, o modelo econômico que ficaria conhecido como socialismo.
Karl Marx
A principal obra de Karl Marx é O capital, mas também podemos destacar O manifesto comunista, escrito em colaboração com Friedrich Engels. Para Marx, a história da humanidade é a história da luta de classes, e o trabalho é a atividade fundadora das sociedades.
Em suas teorias, ele funda o conceito de mais-valia, que seria a base do lucro do capitalista, ou burguês, que é definido como o dono dos meios de produção. Ao trabalhador resta vender sua força de trabalho, já que não possui os meios de produção.
As teorias marxistas
As teorias marxistas foram incorporadas por Lenin quando uma revolução derrubou o sistema monárquico e instaurou o regime socialista. Dessa forma, o socialismo russo é conhecido como marxista-leninista.
O socialismo do século XIX chegará ao século seguinte como alternativa política e econômica ao capitalismo. De sua aplicação na Rússia revolucionária surgiria à consolidação de um modelo de Estado autoritário, cujo principal representante seria Stálin.
O autoritarismo socialista se espalharia, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, quando tem início o período de Guerra Fria, sendo essa ordem mundial, denominada bipolaridade, uma das principais características da segunda metade do século XX, pondo o mundo em alerta com a possibilidade de um conflito nuclear entre as duas potências.
RELEMBRANDO
1 – O conjunto de práticas econômicas que daria origem ao capitalismo é chamado de Mercantilismo.
2 – Defensor da livre concorrência e um dos principais fundadores do liberalismo, Adam Smith condena diversas práticas do mercantilismo, em especial o intervencionismo estatal. 
3 – Um dos principais teóricos da escola fisiocrata foi François Quesnay.
4 – Para os fisiocratas, a fonte de riqueza econômica era(m) a terra.
5 – Teóricos como Saint-Simon e Robert Owen foram chamados de Socialistas utópicos.
AULA 04 – 13/08/2013– A Formação da Classe Trabalhadora, a Primavera dos Povos.
A onda liberal
O grande marco do século XVIII na Europa foi a Revolução Francesa, que consolidou um século de conquistas burguesas. As revoluções burguesas sacramentaram as demandas políticas da burguesia europeia. Um dos principais saldos dos processos revolucionários foi o fim do sistema absolutista.
O Antigo Regime, porém, deixou resquícios nos estados europeus, que seriam responsáveis pela nova onda revolucionária que eclodiria durante o século XIX. O século XIX é a época do triunfo do liberalismo.
Não foi à toa que os diversos movimentos que percorreram o mundo ficaram conhecidos como onda liberal. Seus efeitos foram sentidos não só na Europa, mas em todo o mundo. Como exemplo pode citar a Revolução Liberal do Porto, de 1820.
Família real no Brasil
Com a abertura dos portos às nações amigas, todo o comércio ultramarino português passou a se dar por meio dos portos brasileiros, levando a burguesia mercantil portuguesa a uma grave crise financeira.
Em agosto de 1820, os militares estabeleceram a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino e rapidamente conseguiram a adesão não só da população, mas também do clero.
A Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil foi um acontecimento inédito na história mundial. Partiram do porto de Lisboa em 29 de novembro de 1807 a rainha Maria I, o príncipe regente D. João, sua esposa, a princesa Carlota Joaquina, e outras centenas de nobres e funcionários reais.
A partida foi feita com urgência, uma fuga, já que a família real estava sob a ameaça de Napoleão Bonaparte Eles embarcaram em mais de 50 navios que tinham como destino a maior colônia portuguesa, o Brasil.
Os revoltosos reivindicavam, com o fim da era napoleônica, a volta da corte a Portugal, uma nova Constituição liberal e a recolonização do Brasil. Diante das pressões da sociedade portuguesa, não restou outra saída a Dom João VI a não ser o retorno imediato a Portugal, deixando seu filho Dom Pedro I como regente do Brasil. A demanda revolucionária pela recolonização precipitou a independência, proclamada em 7 de setembro de 1822.
Liberalismo
Quando falamos em liberalismo, pensamos imediatamente em Adam Smith e no estabelecimento de um sistema econômico baseado, sobretudo na autorregulação do mercado. Esquecemos que o liberalismo é, acima de tudo, uma filosofia política cuja premissa fundamental é a defesa da liberdade.
Segundo René Rémond:
Trata-se também de uma filosofia social individualista, na medida em que coloca o indivíduo à frente da razão do Estado; o liberalismo não conhece nem sequer os grupos sociais, e basta lembrar a hostilidade da Revolução no que dizia respeito às organizações, às ordens, à desconfiança que lhe inspirava o fenômeno da associação, sua repugnância para reconhecer a liberdade de associação, de medo que o indivíduo fosse absorvido, escravizada pelo grupo (1974, p. 26).
Era Napoleônica
Na França, após a revolução de 1789, tem início a Era Napoleônica, que tem como um dos saldos mais importantes à redefinição do mapa geopolítico europeu.
Napoleão havia invadido e conquistado diversos reinos. Quando deixa o poder, é necessária uma nova definição das fronteiras desses reinos, bem como a reorganização interna desses estados. Esse novo arranjo foi feito pelo Congresso de Viena, entre 1814 e 1815, que reconduziu diversos monarcas ao trono.
Após a derrota de Napoleão, a monarquia na França foi restaurada pela dinastia Bourbon, assumindo o trono o rei Luís XVIII. Havia muitos desafios nesse processo de restauração monárquica para o Estado dar conta. Era necessário conciliar os interesses da aristocracia e da burguesia. Isso implicou uma disputa pelo poder entre essas classes.
Com a progressiva industrialização da França, outra classe social surge no cenário político também para reivindicar direitos: o proletariado. Devemos lembrar que, embora a Revolução Industrial tenha ocorrido primeiramente na Inglaterra no século XVIII, no século seguinte ela se espalha por diversos países, sendo esse momento chamado de Segunda Revolução Industrial.
A nova Constituição
Luís XVIII outorgou uma nova Constituição, que aliava conquistas obtidas na Revolução Francesa, como a liberdade de pensamento e a igualdade jurídica, com princípios remanescentes do Antigo Regime. Ainda que tenha mantido a divisão dos três poderes, a Constituição real estabeleceu o voto censitário, o que fez cair radicalmente o número de eleitores na França.
Nesse contexto, podemos destacar a atuação de três grupos:
Ultrarealistas (nobreza), Liberais (defendem as conquistas da Revolução Francesa) e Constitucionalistas (Obediência irrestrita à Constituição).
Luís XVIII morre em 1824, e seu irmão, líder dos ultrarrealistas, sobe ao trono como Carlos X. O rei contava com grande apoio dos nobres. Com a restauração, esses nobres puderam retornar à França fazendo parte dos ultrarrealistas. A lei das indenizações previa que a nobreza deveria receber pagamento pelos bens que os revolucionários haviam confiscado.
A Revolução de 1830  
Apesar do apoio dos nobres, não podemos esquecer que havia eleições para as câmaras. Em 1830, essas eleições garantiram a vitória aos liberais, que passaram a fazer oposição aos privilégios da nobreza.
O rei suprimiu a oposição com vigor: determinou o fim da liberdade de imprensa, dissolveu a Câmara e convocou novas eleições. O que o Carlos X parecia não compreender é que as revoluções burguesas deram um fim ao absolutismo monárquico e as tentativas de restaurá-lo implicariam conflito.
A importância da Revolução de 1830
A Revolução de 1830 na França é importante para entendermos a consolidação do poder burguês. Esse evento inspirou diversas obras. Entre as mais importantes está Os miseráveis, de Victor Hugo. Sua história destaca a resistência dos rebeldes e a repressão feroz do exército.
A deposição do rei permitiria a instalação de um regime republicano na França, a exemplo do que ocorrera em 1792, quando o país viveu sua Primeira República, mas não foi o que se deu.
Apesar das simpatias pela república, a burguesia apoiou a monarquia constitucional e teve início a monarquia de julho, cujo governo foi entregue ao Duque de Orléans, que assumiu o trono com o título de Luís Felipe I.
A importância da leitura
O governo de Luís Felipe I foi uma monarquia constitucional, como desejavam os burgueses. Não à toa, seu reinado pode ser considerado a era de ouro da burguesia. O regime adotado tinha claras inspirações liberais, o que foi fundamental para o desenvolvimento da revolução industrial francesa.
Segundo Eric Hobsbawm:
Teoricamente, a França de Luís Felipe devia ter partilhado da flexibilidade política da Grã-Bretanha, da Bélgica, da Holanda e dos países escandinavos. 
Na prática, isto não aconteceu, pois, embora fosse claro que a classe governante da França representava somente uma parcela dos interesses da classe média e, além disso, uma parcela cuja política econômica não era apreciada pelos elementos industriais mais dinâmicos, bem como pelos diversos velhos resíduos feudais, a lembrança da Revolução de 1789 se constituía em um obstáculo para a reforma. 
A oposição consistia não só de uma burguesia descontente, mas também de uma classe média inferior politicamente decisiva, especialmente em Paris (1982, p. 330).
Apesar do estabelecimento de uma monarquia constitucional, os ideais republicanos não esmoreceram e aos poucos, à medida que surgiam novos conflitos de interesses ― entre burgueses e operários ― cresciam os movimentos republicanos, a política repressiva do Estado endureceu, causando grande descontentamento entre a população, o que levou à sua deposição em 1848 e à instauração da Segunda República francesa.  
O Congresso de Viena
No rastro da Revolução de 1830 na França, outros movimentos eclodiram na Europa. O Congresso de Viena havia reunido Holanda e Bélgica em um único reino denominado Países Baixos. Entretanto,as diferenças entre eles eram visíveis e, aparentemente, irreconciliáveis. 
A eclosão da Revolução Belga
Enquanto os holandeses já detinham um sistema mercantil organizado e adeptos do liberalismo, os belgas ainda necessitavam do controle e do protecionismo estatal para desenvolver sua indústria nacional. Além disso, o rei Guilherme I favorecia os holandeses em detrimento dos belgas.
Em 1830, eclodiu a Revolução Belga, que desejava a independência do reino. A Revolução Belga foi o conflito que estabeleceu o independente Reino da Bélgica. A revolução belga de 1830 fez os habitantes das províncias do sul do Reino dos Países Baixos rebelar-se contra a hegemonia das províncias protestantes do norte. Grande parte da população do sul eram católicos romanos, de língua francesa ou liberais que consideravam o governo do rei Guilherme I como despótico. 
Dentro de algumas semanas de agosto e setembro resultou-se a revolta e secessão de Flandres, Valônia e a formação da Bélgica. Apenas parte de Luxemburgo permaneceu até 1890, em união pessoal com o Reino Unido dos Países Baixos.
Em 1831, os belgas empossaram Leopoldo I como rei, aderindo ao regime de monarquia constitucional. O conflito com os holandeses se arrastou até 1839, quando a independência belga foi finalmente reconhecida.
A Primavera dos Povos 
As revoluções de 1830 foram o ponto de partida para a Primavera dos Povos, ocorrida em 1848, que podemos definir como uma onda revolucionária em diversos reinos europeus. Se, no caso das revoluções de 1830, podemos destacar o conflito entre os burgueses e a aristocracia, nas revoluções de 1848, podemos apontar a disputa entre projetos de Estado: liberal, nacionalista e socialista.
Como em qualquer movimento, não é possível apontar uma única causa para sua ocorrência. Ele é fruto da conjuntura e das mudanças, incluindo as formas de pensamento, que percorriam a Europa no século XIX.
Embora haja a tendência de olhar a Primavera dos Povos do ponto de vista político ou econômico, esse movimento demanda outros olhares, tendo sido importante para a formação da sociedade europeia contemporânea.
Ainda que a Revolução Industrial tenha ocorrido no século XIX, à agricultura se mantinha como um dos pilares econômicos. Entre 1846 e 1848, o continente sofreu uma severa crise agrária, resultando em parcas colheitas. A escassez de alimento fez com que este tivesse seu preço aumentado, causando uma enorme fome entre a população mais pobre.
Se a população não conseguia comprar os gêneros básicos para sua sobrevivência, tampouco poderia arcar com o custo de gêneros que não são indispensáveis, como tecidos e manufaturados. 
Como um castelo de cartas, a crise agrária afetou toda a economia, já que implicou a diminuição da produção industrial, que encalharia por falta de compradores.
Menos Alimento – preço alto – baixo poder de compra – fome
Segue-se então outro ciclo: se as fábricas produzem menos, precisam de menos trabalhadores, gerando o desemprego. Sem salário, a população comprava cada vez menos, o que, por sua vez, gerava ainda mais desemprego, pois provocava o fechamento das fábricas.
Menor produção das fabricas – menos trabalhadores – desemprego
Podemos entender a economia como o mecanismo de um relógio. Se uma peça para de funcionar, toda a máquina entra em colapso, pois todos os aspectos estão interligados.
Segundo Eric Hobsbawm:
A terceira maior das ondas revolucionárias, a de 1848, foi o produto desta crise. Quase que simultaneamente, a revolução explodiu e venceu, temporariamente, na França, em toda a Itália, nos Estados alemães, na maior parte do império dos Habsburgo e na Suíça (1847). 
De forma menos aguda, a intranquilidade também afetou a Espanha, a Dinamarca e a Romênia; de forma esporádica, a Irlanda, a Grécia e a Grã-Bretanha. Nunca houve nada tão próximo da revolução mundial. O que em 1789 fora o levante de uma só nação era agora, assim parecia, “a primavera dos povos” de todo um continente (Hobsbawm, 1982). 
Analisando os impactos na Itália, França e Alemanha
O movimento de 1848 teve início na Itália, que ainda não havia se unificado. 
A partir de 1846, tanto o papa Pio IX quanto o rei Carlos Alberto, do Piemonte-Sardenha, estabeleceram reformas liberais. A partir de então, diversos movimentos, procurando instaurar a República e estabelecer o liberalismo, espalharam-se pelos estados italianos. 
As revoltas só puderam ser contidas com o apoio de outras potências, como a França e a Áustria, que restauraram a ordem anterior. Essas reformas inspiraram a eclosão de movimentos no Sul, cuja política era conservadora, especialmente no que tange às liberdades fundamentais.
É importante ressaltar que as monarquias não tinham interesses republicanos e buscavam reprimir esses movimentos onde quer que ocorressem para que pudessem manter a ordem estabelecida. Embora esses reis tenham feito reformas, a ordem monárquica permanecia intacta, o que ia de encontro aos interesses democráticos da população.
Na França, o movimento de 1848 culminou com a deposição do rei e a instauração da República. 
Três correntes principais se opunham ao rei Luís Felipe: 
- Legitimistas (Volta de um Bourbon), Republicanos e os bonapartistas (Apoiavam Luís Bonaparte)
 
A crescente crise política e econômica de que já falamos acabou por levar Luís Bonaparte ao poder, em um regime republicano.
Luís deu um golpe de estado em 1851 e restaurou novamente a monarquia, sagrando-se imperador.  
A Alemanha, a exemplo da Itália, também não havia se unificado, mas vigorava, desde 1834, o Zollverein, uma liga aduaneira de livre comércio.
As monarquias alemãs possuíam forte influência absolutista, e as reformas liberais eram insuficientes para suprir as necessidades internas. Tanto no caso da Itália quanto no da Alemanha, o nacionalismo foi uma nota em comum. Mais do que o liberalismo, os anseios nacionalistas estiveram na base dos movimentos que afetaram não só a Prússia, mas também a Áustria, a Hungria e outros estados.
As ideias socialistas
Foi nesse contexto apresentado que as ideias socialistas ganharam força; embora o socialismo científico tenha sido sistematizado por Karl Marx, as ideias socialistas podem ser encontradas em obras que remontam ao século XVI.
Em 1848, o ano da Primavera dos Povos, é publicada uma de suas obras mais conhecidas, O manifesto comunista, escrita em parceria com Friedrich Engels. Nela, Marx chama o operariado à união pela luta de seus direitos e pela transformação social em busca de melhores condições de vida e de trabalho.
Finalizando
O socialismo foi tão importante e alcançou rapidamente a classe trabalhadora porque falava diretamente acerca das condições de vida e de trabalho às quais esses indivíduos eram submetidos. 
Se o iluminismo vinha ao encontro dos anseios burgueses, o socialismo era a resposta ideológica às necessidades do proletariado que surgia.
A Primavera dos Povos foi rapidamente suprimida pelos estados europeus, mas ficou para a história como um levante que demonstrava não a insatisfação de uma classe burguesa, que desejava poder político, mas de uma classe trabalhadora que se havia mantido calada até então e cujos movimentos eram suprimidos com violência.
Foi por seu caráter popular e de insatisfação com a ordem estabelecida que os movimentos ocorridos nos países árabes recentemente ficaram conhecidos como Primavera Árabe, em uma clara alusão à Primavera dos Povos. 
Tanto aquele movimento do século XIX quanto esse do século XXI exige a mudança de um regime que ficou estagnado no poder e não acompanhou as mudanças sociais que ocorreram a seu redor.
RELEMBRANDO
1 – Bourbon foi à dinastia que assumiu o poder na França, no período da restauração, após o fim da era napoleônica.
 
2 – O Zollverein, implementado pelos estados germânicos no século XIX, era uma liga aduaneira.
3 – A Primavera dos Povos teve seu início na Itália. 
4 – Os movimentos de contestação ocorridos no séculoXXI, nos países árabes, cujo nome deriva da Primavera dos Povos ficou conhecido como Primavera Árabe. 
5 – Uma das mais significativas obras de Marx e Engels foi O manifesto comunista.
AULA 05 – 20/08/2013 – Resistencia operária, Luddismo e Cartismo
A formação da classe operária
A formação da classe operária é tema de diversos trabalhos historiográficos ao redor do mundo. Entre os mais diversos fatores, sua constituição e trajetória despertam interesse por estarem diretamente relacionadas à Revolução Industrial inglesa do século XVIII. 
Se Marx defendia que a história do homem é a história da luta de classes, poucos momentos corroboram mais essa visão que a relação entre operários e burgueses, especialmente durante o século XIX.
Ao se referir à formação da classe operária, Eric Hobsbawm afirma que o fazer-se da classe operária não é porque eu pretenda sugerir que a formação desta ou de qualquer outra classe seja um processo com início, meio e fim, como a construção de uma casa. As classes nunca estão prontas, no sentido de acabado, ou de terem adquirido sua feição definitiva. Elas continuam a mudar. 
Entretanto, como a classe operária foi historicamente uma classe nova, faz sentido delinear sua emergência enquanto grupo social durante certo período (2008, p. 279).
Em uma de suas principais obras, A formação da classe operária inglesa, Thompson procura estabelecer o que é uma classe social, definindo-a da seguinte maneira: 
A classe acontece quando alguns homens, como resultado de experiências comuns, articulam a identidade de seus interesses entre si, e contra outros homens cujos interesses diferem dos seus (2011, p. 10).
A classe operária
Por que é importante definirmos classe? 
Muitas vezes esquecemos que essa palavra remete não somente a um termo, mas a um conceito que possui sentido próprio e que se altera em função do contexto ao qual se aplica. Há diversas definições possíveis para classe, sendo a de Thompson a mais utilizada. 
O que faz da nobreza, nobreza? 
O título, as terras, a influência política, as relações sociais, o modo de vestir, os costumes, enfim, uma série de experiências compartilhadas entre seus indivíduos. Essa definição pode, portanto, ser aplicada para compreendermos qualquer classe social.
Quais são as experiências compartilhadas pela classe operária? 
Pensadores como Marx, Engels e Proudhon chamaram a atenção para a exploração do proletariado. Era notório que os operários produziam a riqueza industrial, mas não a usufruíam. 
Estamos falando dos séculos XVIII e XIX, quando a ideia de uma sociedade de consumo ainda não tinha dado seus primeiros passos.
De modo geral, os operários viviam mal, ou seja, tudo o que hoje consideramos direitos básicos é, na verdade, fruto das intensas lutas da classe trabalhadora.
Os movimentos de 1848, a Primavera dos Povos, contaram com intensa participação dessa classe, que, por sua vez, obteve a vitória ― ainda que por pouco tempo ― em diversos países. 
As manifestações do proletariado evidenciaram a resistência às péssimas condições de vida e de trabalho às quais os operários eram submetidos, e a adesão às ideias socialistas e anarquistas fez com que o Estado e a burguesia constantemente se referissem ao proletariado como a classe perigosa. 
Perigosa porque colocava em xeque as estruturas básicas do capitalismo, que tinha como um dos princípios justamente a exploração da mão de obra assalariada. Os operários reagiram à exploração e à mudança em seu modo de vida desde os primeiros momentos da Revolução Industrial.
Resistência operária
Quando as máquinas começaram a ser usadas em larga escala no século XVIII, provocaram, de imediato, um enorme desemprego. Os camponeses foram expulsos de suas terras, porque essas passaram a ser dedicadas à criação de animais, que forneceriam a matéria-prima para a indústria têxtil ― foi o processo de enclosure.
Sem terras, os camponeses foram para a cidade buscar emprego nas fábricas. No entanto, com a mecanização, as fábricas necessitavam cada vez menos de mão de obra, já que as máquinas otimizavam o trabalho. Resultado: aumento do desemprego.
Um dos primeiros movimentos de resistência à Revolução Industrial foi o Luddismo, no início do século XIX. 
Os luddistas, como ficaram conhecidos os “quebradores de máquinas”, eram perseguidos e punidos, muitas vezes, com a pena de morte. 
Historiadores como Hobsbawm entendem o luddismo como uma fase de pré-organização sindical, quando a violência e o vandalismo se manifestavam como forma de resistência operária.
Seu nome deriva de um de seus líderes, Ned Ludd, que praticava a quebra das máquinas, pois atribuía a elas o aumento do desemprego. A discussão da máquina substituindo o homem é antiga, não é?
Também no século XIX, teve lugar outro movimento, o Cartismo, que defendia a mudança das condições sociais do operariado pela via política. 
Feargus O’Connor e William Lovett lideraram o movimento e escreveram a Carta do Povo, documento no qual reivindicavam participação política e ampliação de direitos, como o voto universal e secreto, e a melhoria nas condições de trabalho.  
A Carta do Povo foi encaminhada ao Parlamento inglês, que recusou suas demandas, mas o Cartismo, ainda que não tenha obtido o sucesso esperado, acabou se tornando um importante movimento para a aquisição dos direitos trabalhistas.
O Cartismo caracteriza-se como um movimento social inglês que se iniciou na década de 30 do século XIX. Inicialmente fundou-se na luta pela inclusão política da classe operária, representada pela Associação Geral dos Operários de Londres. Teve como principal base à carta intitulada Carta do Povo que foi enviada ao Parlamento Inglês.
Naquele documento percebem-se as seguintes exigências:
• Sufrágio universal masculino, voto secreto através da cédula, eleição anual, igualdade entre os direitos eleitorais, participação de representantes da classe operária no parlamento e que os parlamentos fossem remunerados.
Histórico das demandas operárias 
Podemos perceber uma “evolução” nas demandas operárias. Do Luddismo, ao Cartismo, até as trade unions.
As associações de ofício não eram uma novidade do mundo do trabalho. Contudo, se as corporações de ofício tinham como objetivo organizar a produção artesanal da época, os sindicatos surgiram com outra proposta.
Podemos citar as corporações existentes na Idade Média como exemplo de associação entre trabalhadores. A principal função era garantir a conquista de direitos trabalhistas e assegurar condições justas de trabalho. 
As demandas não eram somente salariais, envolvia o ambiente da fábrica, a salubridade, a higiene, as jornadas de trabalho etc.
O inglês William Cobbett visitou uma fábrica em 1824 e a descreveu como um local muito quente, onde homens e cavalos caíam mortos nos campos de produção agrícola e crianças eram condenadas há trabalhar quatorze horas por dia, envoltas em um sistema que se faz com tamanha escravidão e crueldade.
Inicialmente, essas associações que acabamos de estudar foram perseguidas, mas, aproximadamente na década de 1820, o Parlamento inglês permitiu sua existência. A partir de então, o sindicato foi pouco a pouco ganhando força e se espalhou à medida que os demais países se industrializavam.
Uma das principais táticas de luta era a greve, causando prejuízos aos industriais; até hoje, é uma das táticas mais utilizadas de negociação trabalhista.
O fortalecimento do operariado motivou a criação da Primeira Associação Internacional dos Trabalhadores, em 1864, na cidade de Londres. As lideranças trabalhistas, porém, recebiam diversas influências e, na maior parte das vezes, discordavam entre si. Surgiram então tendências que defendiam o marxismo, o socialismo, o anarquismo, o comunismo etc. 
Embora associemos esses movimentos à esquerda no campo político, eles são diferentes entre si, em especial o marxismo, que daria origem ao socialismo científico, e o anarquismo, que tem o russoMikhail Bakunin como um dos principais teóricos.
A Comuna de Paris e as unificações italiana e alemã  
A constituição do proletariado como classe seria definitiva para os contornos do movimento de 1871, a Comuna de Paris. 
De fato, a década de 1870 foi bastante conturbada, pois, além da Comuna de Paris, tiveram lugar as unificações da Itália, em 1870, e da Alemanha em 1871. Podemos entender todos esses processos como interligados pela conjuntura europeia da época.
No campo da política internacional, o século XIX tem como uma de suas principais características a busca pela hegemonia e pelo equilíbrio nas relações externas dos países europeus. Questões como soberania nacional e política externa sólida entram em evidência. 
É preciso lembrar que a história europeia foi marcada por conflitos longos, que desestabilizaram as economias por muito tempo e após as revoluções burguesas, os estados nacionais procuraram se manter sólidos buscando uma relação harmônica e diplomática. 
Essa estratégia foi bem-sucedida por algum tempo, mas não evitou a eclosão dos conflitos, como foi o caso da Guerra Franco-Prussiana, ocorrida entre 1870 e 1871.
A guerra franco-prussiana ou guerra franco-germânica (19 de julho de 1870 - 10 de maio de 1871) foi um conflito entre o Império Francês e o Reino da Prússia no final do século XIX. Durante o conflito, a Prússia recebeu apoio da Confederação da Alemanha do Norte, da qual fazia parte, e dos estados do Baden, Württemberg e Baviera. 
A vitória incontestável dos alemães marcou o último capítulo da unificação alemã sob o comando de Guilherme I da Prússia. Também marcou a queda de Napoleão III e do sistema monárquico na França, com o fim do Segundo Império e sua substituição pela Terceira República Francesa. Também como resultado ocorreu à anexação da maior parte do território da Alsácia-Lorena pela Prússia, território que ficou em união com o Império Alemão até o fim da Primeira Guerra Mundial.
A Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história, fundado em 1871 na capital francesa por ocasião da resistência popular ante a invasão por parte do Reino da Prússia. Ocorreu entre março e maio de 1871 e contou com vários movimentos politico sociais tais como a burguesia francesa, guarda nacional e partidários da republica, que havia sido proclamada em 1870.
A unificação da Itália
Na Europa do século XIX, além das influências como o liberalismo e o socialismo, há uma forte influência dos movimentos nacionalistas. Isso é mais evidente, sobretudo nos casos dos países que não estavam ainda unificados, como a Itália e a Alemanha.
A divisão entre os estados italianos se tornou mais nítida após o Tratado de Viena, que redefiniu as possessões na península itálica e alguns de seus territórios ficaram sob o domínio estrangeiro, como os territórios cedidos aos estados germânicos. 
De modo geral, podemos destacar duas fortes tendências políticas: os monarquistas e os republicanos. A defesa pela unificação e os ideais nacionalistas ficaram conhecidos como Risorgimento. Além da questão política, havia a enorme diferença interna. 
Essas duas tendências tinham algo em comum: o nacionalismo. Por isso, a luta pela unificação contou com a adesão tanto de um grupo quanto de outro. 
Um dos principais articuladores da unificação foi a Sociedade Carbonária, que agregava anarquistas, republicanos e monarquista, não tendo, portanto, uma linha política definida, pois seu objetivo era a formação de um Estado italiano único. 
As lutas de unificação remontam à Primavera dos Povos, de 1848, e teve como alguns de seus líderes Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi, o italiano que havia lutado no Brasil, durante a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul. 
Os monarquistas eram liderados pelo Conde de Cavour, e a unificação acabou ocorrendo em torno do reino mais industrializado e próspero economicamente, o Piemonte e Sardenha, governado pelo rei Vítor Emanuel II.
Os estados do norte da Itália eram liberais e haviam feito sua própria revolução industrial, enquanto os estados do sul eram conservadores e de economia fortemente agrária.
O apoio externo era fundamental para os ideais dos unificadores. A França de Napoleão III ― não confundir com Napoleão Bonaparte ― forneceu o suporte necessário do ponto de vista da política externa, auxiliando na conquista dos territórios italianos que estavam nas mãos de estrangeiros. 
Ainda que nem Mazzini nem Garibaldi fossem monarquistas, a unificação italiana estava claramente sendo conduzida pelos monarquistas e foi essa a forma de governo que preponderou na Itália. 
Em 1870, Vítor Emanuel finalmente unificou os estados sob um único país, estabelecendo Roma como capital.
A questão dos estados papais permaneceu um problema, denominado Questão Romana, que só foi resolvido em 1929, com a assinatura do Tratado de Latrão, que criava o Vaticano, Estado soberano e pertencente à Igreja católica.
Esse é um caso raro, pois quer dizer que dentro da Itália há outro país, o Vaticano. Ademais, o papa, líder máximo da Igreja, é também um chefe de Estado, pois cabe a ele o governo do Vaticano.
Se a França auxiliou a unificação italiana, em relação à unificação alemã foi um pouco diferente. 
O início do processo de unificação alemã
Assim como a Itália, a Alemanha se unificou em torno de seu Estado mais forte econômica e politicamente; nesse caso, a Prússia. Depois do Congresso de Viena, o território alemão encontrava-se dividido em 39 estados, denominados Confederação Germânica. Embora autônomos, a Áustria, por ser um dos mais sólidos estados monárquicos, exercia enorme influência na política dessa confederação.
O mais forte adversário austríaco era a Prússia, cujo desenvolvimento econômico ameaçava a posição política da Áustria. Em 1834, o Zollverein, a liga aduaneira dos estados germânicos, derrubou as barreiras alfandegárias entre os reinos. Isso estimulou o comércio interno e fortaleceu os vínculos econômicos. 
O Zollverein era liderado pela Prússia, que deixou a Áustria de fora da liga. Esta, por meio de uma reação armada, ameaçou os prussianos e obrigou a Prússia a reconsiderar sua posição e aceitar a presença austríaca na liga. Politicamente, a Áustria tinha melhores relações internacionais que a Prússia e, portanto, contava com um maior número de aliados.
Em 1860, sob o comando do chanceler Otto von Bismarck, a Prússia iniciou um intenso programa de modernização militar. Suas forças armadas disciplinadas e lendárias foram um instrumento fundamental para um processo de unificação extremamente conflituoso.
Do ponto de vista humanitário, a guerra é uma tragédia sem proporções, já que vidas são perdidas e os prejuízos à economia costumam ser incalculáveis ― ao participar de um conflito, todos os esforços se voltam para garantir a vitória, deixando os assuntos fundamentais do Estado (segurança, educação, saúde) de lado. 
Entretanto, como estratégia política, a guerra tem sido largamente utilizada por governantes desde o início das civilizações.
As cruzadas reuniram esforços em torno dos interesses da Igreja, fortalecendo-a. As vitórias inglesas nas guerras travadas contra os franceses consolidaram o espírito de identidade inglesa. Isso é verdade não só para os eventos históricos da Idade Média ou Moderna. 
Como instrumento político, a guerra tem como efeito desviar as atenções para problemas internos e tem sido utilizada por governos do mundo inteiro sob as mais diversas orientações.
No caso da Alemanha do século XIX, Bismarck acreditava que a unificação se daria pela superioridade das forças armadas e, por isso, buscou desenvolver ao máximo o exército prussiano.
Em 1866, foi assinado o Tratado de Praga, que punha fim à Confederação Germânica e marcava a ascensão da Prússia como potência. Os estados no norte foram reorganizados, passando a ser liderados pelo Kaiser Guilherme I. Otto von Bismarck ocupava o cargo de primeiro-ministro do Kaiser.
Foi o tratado de paz assinadoem Praga em 23 de agosto de 1866, que pôs fim a Guerra Austro-prussiana. O tratado foi favorável ao Império Austríaco, pois Otto von Bismarck convenceu Guilherme I que mantendo a posição da Áustria na Europa seria melhor no futuro para a Prússia do que aplicar severas condições.
A expansão prussiana tinha um perigoso inimigo, Napoleão III. A França temia que uma expansão alemã pusesse em perigo seu domínio sobre os territórios fronteiriços entre os dois países. 
Relembrando rapidamente: Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, chegou ao poder na França após a Primavera dos Povos e anos depois foi coroado imperador, restabelecendo o sistema imperial, no que ficou conhecido como segundo império francês. 
Se a política externa de Napoleão havia apoiado a unificação italiana, o mesmo não se deu em relação à Alemanha, conforme mencionamos.
O conflito entre franceses e prussianos deu origem à Guerra Franco-Prussiana. O estopim foi à disputa pelo trono espanhol, deixando-o momentaneamente vago. 
Várias casas reais candidataram-se a ocupar o trono, incluindo Leopoldo Hohenzollern, primo do Kaiser Guilherme. 
Napoleão opôs-se fortemente à candidatura de Leopoldo, e o trono espanhol acabou nas mãos do filho do rei italiano Vítor Emanuel II.
A política de Napoleão propiciou a declaração de guerra entre prussianos e franceses. Bismarck acreditava que a guerra contra um inimigo comum reuniria os diversos estados, que superariam suas diferenças para lutar contra uma ameaça estrangeira.
Suas previsões se mostraram corretas e, ao final da guerra, com a derrota da França, em 1871, o processo de unificação alemã finalmente se completara. Estava criado o Segundo Reich, que significa Segundo Império, tendo sido o primeiro império o antigo sacro império Romano-Germânico.
Os novos tempos, porém, não seriam uma exclusividade da Alemanha. Com a derrota, o governo de Napoleão III, que já vinha sendo criticado internamente, entrou em franca decadência. O rei foi deposto e, em seu lugar, a República foi novamente instaurada, com Louis Adolphe Thiers nomeado presidente. A população francesa, no entanto, considerava os termos do acordo de rendição aos prussianos extremamente humilhantes. 
Temeroso de ser deposto, o presidente exigiu que a guarda nacional depusesse suas armas, mas a exigência teve efeito oposto ao desejado. Diante dessa ordem, a guarda nacional reagiu no que teve a adesão da população e, sobretudo, do operariado.
Comuna de Paris
Em março de 1871, o proletariado tomou o poder na capital francesa, instituindo a Comuna de Paris. O governo proletário durou pouco tempo, pois foi reprimido, mas suas realizações foram amplas, como a abolição do trabalho noturno, a desapropriação de residências ociosas, a redução da jornada de trabalho, a legalização dos sindicatos, a separação entre Igreja e Estado, e a abolição da pena de morte. 
Embora tenha sido severamente reprimida pelo presidente Thiers, que procurou esmagar duramente os revoltosos por meio das execuções em massa, a Comuna de Paris é a primeira experiência de governo popular da história contemporânea e demonstra a força da organização proletária, tendo servido como exemplo para as organizações trabalhistas ao redor do mundo.
RELEMBRANDO
1 – A noção de experiência para definir classe social foi defendida por E. P. Thompson.
2 – Durante a Revolução Industrial, a expulsão dos camponeses de suas terras a fim de dar lugar a pastagens ficou conhecida como Enclosure. 
3 – O movimento que defendia a quebra das máquinas e foi uma das primeiras formas de resistência operária à mecanização da mão de obra era chamado de Luddismo.
4 – Por meio das demandas estabelecidas na carta do povo, esse movimento procurava a defesa dos trabalhadores pela via política. Estamos falando do (a) Cartismo.
5 – A unificação da Itália se deu por um de seus reinos mais fortes do ponto de vista econômico e político. Monarquista, mas adepto do liberalismo, os estados italianos foram unificados em torno do reino de Piemonte e Sardenha.
Aula 01
Poucos eventos históricos foram tão significativos para a transformação mundial como a Revolução Francesa , importância essa que faz dela o grande marco do início da Era Contemporânea. As mudanças estruturais em todas as áreas e a influência desse movimento justificam a escolha dos historiadores como sendo este o momento do fim da Era Moderna. Poucas personalidades ligadas e este evento tiveram tanta repercussão quanto Napoleão Bonaparte. Despertou sentimentos antagônicos. Amado por uns; como o compositor Beethoven; odiado por outros; como o ministro austríaco Johann Philipp von Stadion . A Era Napoleônica reconfigurou o mapa político da Europa e mudou toda a sua história, refletindo inclusive em outros continentes. Em 1812, Napoleão invade a Russia, que havia furado o bloqueio econômico à Inglaterra decretado pela França. Porém esse se tornou o maior erro estratégico de Napoleão. Seu exército sucumbe ao rigoroso inverno russo. Isolado e sem apoio político, Napoleão se exila na ilha de Elba, da qual ele foge em 1814 para exercer seu último período de poder. Em 1815 ele é definitivamente derrotado na Batalha de Waterloo, na Bélgica. Foi conduzido a Ilha de Santa Helena, onde morreu em 1815.
Aula 02
A revolução industrial provocou profundas transformações na Europa a partir do século XVIII. O artesão que antes detinha os meios de produção e o produto de seu trabalho, se torna um membro da grande massa de operários nas oficinas e fábricas. Ele perde suas ferramentas e suas matérias primas. Seu trabalhado não produz mais o produto por inteiro, mas apenas uma parte dele. Surge a industrialização que provoca uma crise de grande nível. A troca no homem pela máquina gerava muito desemprego Concorrendo com as fábricas, os artesãos faliam rapidamente. A mão de obra de mulheres e crianças era utilizada por ser mais barata e as péssimas condições de trabalho tinham como conseqüência a enorme mortalidade infantil, desnutrição e doenças. Os proletários formam sindicatos e associações profissionais e os comerciantes se organizam através do Estado. Há enfrentamento por greves e revoltas proletárias. Surge a luta de classes que é protagonista das obras de Karl Heinrich Marx.
Aula 03
No sistema capitalismo, os meios de produção pertencem à propriedade privada e o acúmulo do lucro proveniente do trabalho proletariado, é seu principal objetivo Tem como característica a divisão da sociedade em classes sociais. De um lado uma minoria formada pelos donos do capital e de outro, uma maioria formada pelos trabalhadores que vendem sua mão de obra. No sistema socialista o controle e administração da produção são feitos pelo estado. Os socialistas defendem a idéia de nacionalização completa dos meios de produção, garantindo assim, igualdade e justiça para todos os cidadãos.
Na aula 6 abordamos as questões referentes a chamada era Vitoriana cujo recorte estudado vai de 1837 ate 1901, ano de falecimento da poderosa Rainha Vitoria, cujo reinado também conhecido com a expressão "O império onde o sol nunca se põe", viveu com bastante estabilidade nos aspectos externos e internos, com exceção da guerra envolvendo os russos e turco otomanos e da questão irlandesa em seus fatores sociais (fome, miseria, imigração em massa para os EUA, peste, etc.) e políticos (separatismo, nacionalismo, Sinn Fein e recentemente IRA).
Nesta epoca ocorrem destaques nas áreas artísticas e cientificas cujos nomes Charles Darwin e sua Evolução natural, Dickens e sua Londres sombria e caótica e Conan Doyle e seu fantástico detetive Sherlock Holmes formam exemplos de quao prospero era os meios intelectuais e científicos de então.
Mas nem tudo eram flores, como ja citado, havia questões referentes a Irlanda e a Rússia, além de um conservadorismo nos hábitos e costumes que se fex padrão na época vitoriana.
Enfim, esta época destacam-se a burguesia forte ocupando as varias cadeiras do parlamentocomum com liberais e conservadores ditando as regras do jogo politico, Charles Darwin revolucionando os aspectos cientificos e uma serie de artistas se destacando neste meio tempo, mostrando que, assim como suas "colegas" Elizabeth I e futuramente Elizabeth II, as mulheres realmente se destacaram no que diz respeito a assumir a majestade.
Recomendo ver o file Jovem Rainha Vitoria, facilmente disponível via internet e na locadora mais próxima.
 Na aula 7, abordamos a chamada Segunda Revolução Industrial, que na verdade, é uma expansão quase que impossível de não se realizar, notadamente ocorrida nos EUA, Japão e Alemanha, cada qual com suas peculiaridades.
No Japão tivemos a chamada Era Menji, cujo Imperador abdica das tradições feudais e politicas de então (samurais, xoguns) e investe em um campo cujos resultados se mostram em médio longo prazo, porem com efeitos absolutamente positivos, ou seja, a educação. 
Com isso, se forma um povo letrado e instruído politicamente, socialmente e profissionalmente, o que fez o Japão saltar das "trevas" em que se encontrava para se tornar um pais industrializado e prospero. Claro que com certos aspectos impositivos tais como invasões em territórios vizinhos como no caso da Coreias e um pouco mais tarde, no seu envolvimento na II Guerra.
No caso dos americanos, esta industrialização foi um dos motivos da chamada Guerra da secessão, ocorrida pouco tempo depois da independência em 1776, onde o Norte industrializado bateu de frente com o sul agrario e escravista, causando grande numero de mortos. Os motivos foram vários, desde os aspectos econômicos e agrarios, passando pela questão escravista ate a eleição de Lincoln, o que acarretou o inicio da guerra que durou alguns anos.
Mais informações sobre este conflito: pode ser considerado o primeiro conflito moderno com armas, metralhadoras e canhoes que ajudaram o norte ianque a vencer o sul confederado.
http://www.slideshare.net/michelcg/resumo-sobre-guerra-de-secesso
Acessado em 01/10/2013 as 21:37
Sobre a Alemanha, apesar de ter sua industrialização tardia, por volta de 1870, sua estrutura com bancos, comercio e portos que ajudavam a dinamizar sua economia em torno dos reinos ligados aos reinos alemães.
Dentro os reinos da liga alemã, se destaca a Prussia e seu maior destaque, Otto Von Bismarck, que participou ativamente do fortalecimento do exercito prussiano, das politicas de unificação em torno de uma Alemanha unida e da partilha da Africa e do neocolonialismo.
Quanto ao processo de unificação da Alemanha, bem como ao papel que a mesma passa a desempenhar no cenário internacional com Bismarck, informo que a Alemanha já emerge como potência política-militar e industrial (industria de ponta - aço). Bismarck não achava importante ter colônias, sua grande preocupação pós guerra Franco-Prussiana, era deixar a França isolada no cenário europeu.
Sobre a aula 8, percebe-se um cruzamento de disciplinas, pois neste momento estamos vendo na África e na América II este tema.
Falamos sobre a formação de monopólios e cartéis, sobre o viés econômico da industrialização e seu impacto direto na busca por matérias primas, energia e mercados consumidores na África e Ásia, onde o fardo do homem branco, darwinismo social e etnocentrismo foram alguns dos conceitos adotados para justificar a "posse" das nações africanas e sua posterior partilha.
Vimos também que os EUA a medida que cresciam economicamente, também se viam em uma evolução de intervencionismo nas suas nações vizinhas com ideais tais como Emenda Platt em Cuba, Big Stick de Rosevelt e América para os Americanos de Moore. Tudo isso afim de afastar os olhares europeus do continente recém liberto das guarras dos espanhóis, portugueses e Franceses, mas agora sendo geridos por outros "donos", os americanos e sua notavel "preocupação" com nosso bem estar.