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Contabilidade Governamental - I Prof.ª Ludmila Apoliano Gomes Albuquerque ludmilaapoliano@hotmaiil.com • Conceito e Objetivo (Fornecer informações sobre orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações, para tomada de decisão). • Campo Aplicação (parcial e integral) • Histórico (4320 até – Manual) • Perfil do contador • Conceitos de Governo (orienta metas), estado (instituições com administração pública – direta e indireta); • Formas de governo (república) e estado (federativa); • Funções do estado (normativa, disciplinadora e executiva) e funções econômicas do estado (alocativa, distributiva e estabilizadora); • Modelos teóricos de gestão – patrimonialista, burocrática e gerencial • Princípios Contabilidade Governamental Assuntos Passados Princípios de Contabilidade – Res. CFC n.º 750/93 Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. Segundo a Resolução CFC nº 750/93 (alterada pela 1.282/10) os Princípios de Contabilidade são: 1. Entidade: afirma a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes; 2. Continuidade: afirma que as entidades são criadas para terem continuidade. Quando cessa a capacidade de existir, altera-se a classificação e avaliação dos elementos patrimoniais; 3. Oportunidade: está vinculado à integridade e tempestividade dos registros contábeis; 4. Registro pelo Valor Original: determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional; 5. Competência: determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento; 6. Prudência: adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO. PRINCÍPIOS APLICADOS À GESTÃO PÚBLICA • Os princípios aplicados à Gestão Pública são os mesmos que regem a Administração Pública Federal, ou seja: – os princípios constitucionais (LIMPE) (art 37 CF) da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (Emenda nº. 19, de 04.06.1998); – os princípios fundamentais (PCDDC) de Planejamento, Coordenação, Descentralização, Delegação de Competência e Controle, preconizados pelo Decreto-lei n.º 200/67. – Cabe ressaltar que outros princípios de diversas normas, como os de Responsabilidade Fiscal, da Lei Complementar Nr. 101/2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Planejamento, Transparência, Controle e Responsabilização); Princípios Constitucionais – LIMPE 1- Legalidade Estrita obediência à lei. Não é possível ser excelente à revelia da lei. 2- Impessoalidade A excelência em gestão pública é para todos. A cortesia, a rapidez no atendimento, a confiabilidade e o conforto são valores a serem agregados a todos os cidadãos indistintamente. 3- Moralidade Pautar a gestão pública por um código moral - (Princípios morais de aceitação pública). Não se trata da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como “conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração”. 4- Publicidade Todos os atos e fatos da administração pública são públicos. Este princípio é crítico para indução do Controle Social. A publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. 5- Eficiência Se aplica a ações e atividades que gerem ou contribuam para o bem comum. Não trata a redução do custo a qualquer custo, ou qualidade a qualquer custo. Avalia a qualidade do resultado e a qualidade do gasto para o processo de produção. Serviço público é toda atividade prestada pelo Estado (direta) ou por seus delegados (indireta), basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 15a ed. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2006. Serviços Públicos É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar, regulamentar, fiscalizar, fomentar. Ex.: Cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes etc Serviços Exclusivos Serviços não-exclusivos. As instituições desse setor não possuem o poder de Estado, e presta serviços que envolvem direitos humanos fundamentais, como os da educação e da saúde, ou porque possuem “economias externas” relevantes, na medida em que produzem ganhos que não podem ser apropriados por esses serviços através do mercado. Ex.: as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus. Serviços Não exclusivos Na redefinição do papel do Estado na sociedade contemporânea, estabeleceu-se que os “serviços públicos” são aqueles que correspondem a atividades exclusivas do Estado, envolvendo o “poder de Estado” Os “serviços de utilidade pública” (serviços não exclusivos) são todos aqueles que, embora não envolvendo o poder de Estado, são realizados ou subsidiados pelo Estado porque são relevantes para a sociedade. Concessão é contratual; Concessão exige autorização legislativa, regulamentação por decreto e concorrência; Contrato de concessão é com ajuste bilateral, oneroso, comutativo, com vantagens e encargos recíprocos Concessão é sempre feita no interesse da coletividade Concessão deve ser conferida em regra sem exclusividade Remunerado por tarifa e não por taxas Toda concessão fica submetida a normas de natureza regulamentar e contratual Poderes da Administração Pública concedente - fiscalizar, alterar e extinguir; A alteração unilateral do contrato de concessão é admissível sempre, mas unicamente no tocante aos requisitos do serviço e com a correlata revisão das cláusulas econômicas afetadas. Serviços de utilidade pública - Concedido Ato unilateral ou bilateral? admite condições e prazos para execução; executado pelo permissionário por sua conta e risco; Permissão não gera privilégio, nem assegura exclusividade; Exige licitação; Cobrança por tarifa; A responsabilidade por danos causados a terceiros é do permissionário, mas subsidiariamente a administração pode ser responsabilizada pela culpa na escolha ou fiscalização do executor do serviço; não admite substituição do permissionário; pode ser unilateralmente revogada, a qualquer tempo, pela Administração, sem que deva pagar ao permissionário qualquer indenização, exceto se tratar de permissão condicionada; Os atos do permissionário são passíveis de mandado de segurança; Serviços de utilidade pública - Permissão Ato unilateral para atender a interesses coletivos instáveis ou emergência transitória; Autorização não transfere a titularidade do serviço, apenas a execução; Normalmente não tem regulamentação específica; Remuneração do serviço é tarifada pela administração; não exige licitação; Os serviços autorizados não se beneficiam das prerrogativas das atividades públicas; Seus executores não são agentes públicos, nem praticam atos administrativos; Na autorizaçãopredomina o interesse do particular autorizado; Exs.: serviço de táxi, despachante, segurança particular; Serviços de utilidade pública - Autorização De execução de Serviço Público De uso de Bem Público. AUTORIZAÇÃO Ato Ato PERMISSÃO Contrato Ato CONCESSÃO Contrato Contrato Exercícios 1 - (FGV-SP/SEAD-AP/Auditor da Receita/2010) Levando em consideração a descentralização administrativa, analise as afirmativas a seguir: I. Concessão é a delegação da prestação de serviço público. II. Permissão é um ato administrativo, com delegação precária do serviço público. III. Autorização é um ato administrativo outorgado a uma empresa para realização de suas atividades. Assinale: (A) se somente a alternativa I estiver correta. (B) se somente a alternativa II estiver correta. (C) se somente a alternativa III estiver correta. (D) se somente as alternativas I e II estiverem corretas. (E) se somente as alternativas II e III estiverem corretas. Exercícios I. Concessão é a delegação da prestação de serviço público. SIM II. Permissão é um ato administrativo, com delegação precária do serviço público. O gabarito considera SIM, mas não é um ato administrativo – Contrato. O que difere da concessão é que realmente é de caráter precário III. Autorização é um ato administrativo outorgado a uma empresa para realização de suas atividades. Não há o que outorgar. Assinale: (A) se somente a alternativa I estiver correta. (B) se somente a alternativa II estiver correta. (C) se somente a alternativa III estiver correta. (D) se somente as alternativas I e II estiverem corretas. (E) se somente as alternativas II e III estiverem corretas. Gabarito: Letra A Exercícios 2 -(FGV-SP/SEAD-AP/Auditor da Receita/2010) É uma característica do serviço público desconcentrado: (A) transferir a execução de serviços dos órgãos periféricos para os centrais. (B) transferir a execução de serviço entre entidades. (C) ser uma técnica de especialização. (D) executar de forma descentralizada o serviço. (E) ser uma técnica de aceleração. Exercícios É uma característica do serviço público desconcentrado: (A) transferir a execução de serviços dos órgãos periféricos para os centrais. Deve ocorrer de dentro para fora. (B) transferir a execução de serviço entre entidades. Não transferência de execução, mas sim de delegação (C) ser uma técnica de especialização. Ocorre na descentralização (D) executar de forma descentralizada o serviço. (E) ser uma técnica de aceleração. Gabarito Letra A Exercícios 3 -Com relação aos princípios inerentes aos serviços públicos, analise as afirmativas a seguir. I. O princípio da continuidade impede que haja suspensão do serviço público, ainda que motivada por razões técnicas. II. As concessionárias de serviço público devem observar o princípio da eficiência, mantendo adequado o serviço executado. III. A remuneração dos serviços públicos não pode abranger parâmetros diferenciados de cobrança em razão do princípio da modicidade. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Exercícios I. O princípio da continuidade impede que haja suspensão do serviço público, ainda que motivada por razões técnicas. devem ser contínuos e ininterruptos II. As concessionárias de serviço público devem observar o princípio da eficiência, mantendo adequado o serviço executado. III. A remuneração dos serviços públicos não pode abranger parâmetros diferenciados de cobrança em razão do princípio da modicidade. Gabarito: Letra D Exercícios Determinada concessionária de serviço público agindo no cumprimento de contrato de concessão promove desapropriação de terreno urbano, previamente declarado de utilidade pública para essa finalidade pelo poder concedente. Ao fazê-lo, porém, ocupa irregularmente terreno vizinho por acreditar que estava compreendido no âmbito da desapropriação, demolindo construção ali existente. Neste caso, a responsabilidade por danos ao imóvel vizinho é imputável: (a) à concessionária, porque não poderia promover a desapropriação por conta própria. (b) à concessionária, desde que se comprove que agiu com dolo ou culpa grave. (c) exclusivamente ao poder concedente, na qualidade de ente desapropriante. (d) ao poder concedente, desde que se comprove erro na descrição das confrontações do imóvel desapropriado. (e) à concessionária, mesmo que se trate de pessoa privada não integrante da Administração. Exercícios Determinada concessionária de serviço público agindo no cumprimento de contrato de concessão promove desapropriação de terreno urbano, previamente declarado de utilidade pública para essa finalidade pelo poder concedente. Ao fazê-lo, porém, ocupa irregularmente terreno vizinho por acreditar que estava compreendido no âmbito da desapropriação, demolindo construção ali existente. Neste caso, a responsabilidade por danos ao imóvel vizinho é imputável: (a) à concessionária, porque não poderia promover a desapropriação por conta própria. (b) à concessionária, desde que se comprove que agiu com dolo ou culpa grave. (c) exclusivamente ao poder concedente, na qualidade de ente desapropriante. (d) ao poder concedente, desde que se comprove erro na descrição das confrontações do imóvel desapropriado. (e) à concessionária, mesmo que se trate de pessoa privada não integrante da Administração. Na vigência das concessões a responsabilidade por todo e qualquer dano causado a terceiros deve ser atribuída ao concessionário por se tratar de pessoa, logo sujeito de direitos e obrigações. Esta responsabilidade, que é objetiva, incide sobre ele ainda que o dano seja resultante de má fiscalização do poder público. É a conclusão que resulta da redação do artigo 25 da Lei n. 8.987/95. Assim sendo, a única alternativa que se apresenta adequada com estas observações é a "E". Gabarito: Alternativa E
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