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Eduardo Landinho 
 
 
 
 
 
Flexibilização curricular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Púngué 
Extensão de Tete 
2024
 
Eduardo Landinho 
 
 
 
Flexibilização curricular 
 
 
Trabalho individual II a ser apresentado ao 
departamento de ciências exatas e 
citológicas. Universidade Púngué delegação 
de Tete, como de grau avalição parcial na 
cadeira de Didática de Biologia IV. 
 
Docente: PhD, Fulaide Mphepo 
 
 
 
 
 
Universidade Púngué 
Extensão de Tete 
2024 
 
 
Índice 
1. Introdução .................................................................................................................................. 4 
2. Revisão literária ......................................................................................................................... 5 
2.1 PRINCÍPIOS DA FLEXIBILIZAÇÃO .............................................................................................. 6 
2.2 flexibilização curricular .......................................................................................................... 6 
2.2.1 o que flexibilizar? ............................................................................................................ 7 
2.2.2 como flexibilizar? ............................................................................................................ 7 
2.2.3 para quê flexibilizar? ....................................................................................................... 7 
2.3 O PROFESSOR E A FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR ..................................................................... 8 
2.4 FLEXIBILIZAÇÕES/ ADAPTAÇÕES CURRICULARES NECESSÁRIAS E POSSÍVEIS ........................... 9 
2.5 adaptações curriculares de pequeno porte .......................................................................... 10 
2.5.1. Formulação das adaptações curriculares ...................................................................... 10 
2.5.2. Etapa: implementação das adaptações curriculares ..................................................... 10 
2.5.3. Etapa: continuidade e avaliação das adaptações curriculares ...................................... 11 
2.5.4. Adaptações de objectivos de aprendizagem, com acções que levem a: ....................... 11 
2.5.5. Adaptações de conteúdos ............................................................................................. 12 
2.5.6. Adaptações de método de ensino e da organização didáctica ...................................... 12 
2.5.7. Adaptações de materiais de ensino............................................................................... 12 
2.5.8. Adaptações no processo de avaliação: ......................................................................... 12 
2.5.9. Adaptações do espaço físico e organização tempo: ..................................................... 13 
2.6 FLEXIBILIZAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR COMO META PARA ENSINO DE QUALIDADE .......... 13 
2.7. FLEXIBILIZAÇÃO E INCLUSÃO ............................................................................................... 14 
2.8. O CURRÍCULO E A SUA FLEXIBILIDADE ................................................................................ 15 
3. Conclusão ................................................................................................................................. 17 
4. Referências bibliográficas ....................................................................................................... 18 
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1. Introdução 
A educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto, é 
necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efectivas para 
reduzir as desigualdades. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação 
de todos, como parte integrante do sistema educativo, bem como a qualidade de ensino. Como 
forma de dinamizar o ensino é necessário que tenhamos uma bússola orientadora, neste caso o 
Currículo. 
É com base no pressuposto acima que o grupo ira debruçar acerca da Flexibilização curricular, 
tendo como objectivo geral: Compreender a flexibilização curricular, onde de uma forma 
específica abordaremos os Princípios da flexibilização curricular; antecedido da sua 
conceptualização, sem deixar de lado a sua descrição e as fases da flexibilização curricular, já em 
jeito de conclusão traremos uma breve síntese em torno da matéria em alusão. 
Para o desenvolvimento do tema proposto buscamos subsídios teóricos na revisão bibliográfica 
acerca do tema em analise, onde nos socorremos em varias obras que abordam o tema em estudo, 
bem como consultas a internet, o que culminou com algum debate a nível do grupo. 
O essencial do presente trabalho será compreendido de forma mais suscita no decurso da 
apresentação do mesmo.
 
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2. Revisão literária 
É chamada de flexibilidade à capacidade de oferecer mudanças diante das eventualidades do 
ambiente externo. 
Currículo do latim “currere”, que significa percurso, trajectória, caminho a seguir tendo um ponto 
de partida e uma meta a alcançar. 
Flexibilização curricular é a re-ligação de partes curriculares entre si, e com o todo do currículo, 
bem como à reforma das mentalidades, tanto quando de nosso modo de fazer educação, nossa 
práxis. 
Flexibilização curricular é o processo de disciplinarização pelo qual passa a construção da ciência 
moderna traz embutida em si esta afirmação da equivalência entre saber e poder. Dividir o mundo 
em fragmentos cada vez menores é facilitar o desenvolvimento de tecnologias que possibilitem seu 
domínio” (GALLO, 1997, p. 118). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.1 Princípios da Flexibilização 
 Articulação teoria-prática (práxis); 
 Ensino-aprendizagem centrado na produtividade dos sujeitos envolvidos; 
 Formação integrada à realidade cultural, econômica e social; 
 Indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão; 
 Interdisciplinaridade aberta; 
 Permeabilidade às informações, conhecimentos, saberes e práticas, e; 
 Vistas para uma educação continuada. 
2.2 Flexibilização Curricular 
A moderna produção do conhecimento científico caracteriza-se pela fragmentação e 
disciplinarização hiperespecializada. Essa constatação fere o entendimento relativo à 
multidimensionalidade e à complexidade de fenómenos, processos e práticas humanas no mundo, 
além de engessar numa grade o currículo escolar. Ora, flexibilizar o currículo requer, pois, que se 
repense essa lógica da fragmentação pela disciplinaridade, rumo à re-ligação de partes curriculares 
entre si, e com o todo do currículo, bem como à reforma das mentalidades, tanto quando de nosso 
modo de fazer educação, nossa práxis. 
O processo de disciplinarização pelo qual passa a construção da ciência moderna traz embutido em 
si esta afirmação da equivalência entre saber e poder. Dividir o mundo em fragmentos cada vez 
menores é facilitar o desenvolvimento de tecnologias que possibilitem seu domínio” (GALLO, 
1997, p. 118). 
É nesse contexto que podemos pensar em termos de “o que”, “como” e “para quê” relativos à 
flexibilização curricular. 
 
 
 
 
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2.2.1 O que flexibilizar? 
Os componentes curriculares previstos em um Projecto Político-Pedagógico, os quais se prestam 
a: 
 Formar identidades e subjectividades (dimensão ôntica). 
 Formar sujeitos sociais envolvidos nas questões culturais, produtivas e políticas (dimensão 
práxica). 
 Um currículo deve garantir aqueles componentes que formam a identidade. Deve prever a 
flexibilização de componentes curriculares conexos, correlatos e afins àqueles que são 
imprescindíveis à formação identitária do homem e da mulher. 
2.2.2 Como flexibilizar? 
Observando a base legal sobre o assunto: autonomia didático-cientítica, administrativa e Plano 
Nacional de Educação: Prevê diretrizes curriculares que assegurem a necessária flexibilidade e 
diversidade nosprogramas oferecidos pelas diferentes instituições de ensino, de forma a melhor 
atender às necessidades diferenciais de seus alunos e às peculiaridades das regiões nas quais se 
inserem. Pareceres do MEC defendem: 
 Maior flexibilidade na organização de cursos, de modo a atender à crescente 
heterogeneidade da formação inicial e as expectativas e interesses dos sujeitos que fazem a 
educação. 
 Profunda revisão da tradição que burocratiza cursos e se revela incongruente com as 
tendências contemporâneas de considerar a boa formação no nível de graduação como uma 
etapa inicial da formação continuada. 
2.2.3 Para quê flexibilizar? 
Articular domínio específico, domínio prático e domínio ético com a formação identitária e 
subjectiva de sujeitos da educação formal. Romper com a linearidade positivista na produção e 
organização dos saberes humanos. 
Superar o fordismo epistémico, baseado na especialização estrita, rumo à uma formação híbrida e 
aberta à articulação entre domínio específico e domínios mais amplos requeridos pela acção 
humana no mundo. 
 
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Para que informações, conhecimentos e saberes sejam vistos na perspectiva da provisoriedade e 
reconstrução contínuas. 
Para se aprender a aprender sozinho e de maneira solidária, cooperativa. Superar o modelo 
curricular, dando ao estudante o direito de intervir na escolha do percurso curricular e formativo 
que deseja realizar na universidade. 
2.3 O professor e a flexibilização curricular 
O Currículo Escolar é um meio para os professores e não uma lei a ser seguida rigorosamente, ele 
pode ser usado como um caminho para a prática pedagógica, com flexibilidade de ajustes para 
melhor atender as necessidades dos alunos. 
A flexibilização do currículo escolar tem como princípio a importância da escola e dos professores 
na construção do currículo escolar, não aludindo uma estrutura organizacional única e pressupondo, 
portanto, uma diversidade dos contextos e, ao mesmo tempo, proporcionando um ensino de melhor 
qualidade. 
O currículo, nesse aspecto, é uma ferramenta benéfica, um instrumento que pode ser alterado para 
favorecer o desenvolvimento individual e social dos alunos, resultando em alterações que podem 
ser de maior ou menor relevância. 
O desafio é estabelecer e colocar em prática no ambiente escolar um trabalho pedagógico que 
consiga ser comum e adequado para todos os alunos, contudo apto a atender os alunos em situações 
e características de aprendizagem que necessitam de uma pedagogia diferenciada. 
Lembrando que o Currículo também deve estar de acordo com o Projeto Político Pedagógico, as 
Diretrizes Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais. 
 
 
 
 
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2.4 Flexibilizações/ Adaptações Curriculares necessárias e possíveis 
Para falar sobre as flexibilizações adaptações necessárias e possíveis, vamos nos basear nos escritos 
de Beyer: “O desafio é construir e pôr em prática no ambiente escolar uma pedagogia que consiga 
ser comum e válida para todos os alunos da classes escolar, porém capaz de atender os alunos cujas 
situações pessoais e características de aprendizagem requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo 
isto sem demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas. (2006, p. 76) 
”. 
O Estado deve garantir o acesso e a permanência de todos os alunos na escola – Alunos com 
necessidades especiais ou sem elas. Sabe-se que cada aluno tem: sua própria história de vida; sua 
própria história de aprendizagem anterior; características pessoais em seu modo de aprender. 
Enfim, cada um é diferente do outro, tanto em termos de suas características físicas, sociais, 
culturais, como de seu funcionamento mental. Sabe-se, também, que não há aprendizagem se não 
houver um ensino eficiente. 
Tendo em conta estes aspectos, o professor deve buscar conhecer cada aluno e suas peculiaridades 
e consequentemente as suas necessidades especiais, As necessidades especiais revelam que tipos 
de estratégias, diferentes das usuais, são necessários para permitir que todos os alunos, inclusive 
as pessoas com deficiência, participem integralmente das oportunidades educacionais, com 
resultados favoráveis, dentro de uma programação tão normal quanto possível. Porem algumas 
dessas estratégias compreendem acções que são de competência e atribuição das instâncias 
político-administrativas superiores e dá os motivos pelos quais são, assim, compreendidas, a saber: 
 Exigem modificações que envolvem acções de natureza política, administrativa, financeira, 
burocráticas. Essas estratégias são denominadas Adaptações Curriculares de Grande 
Porte. Outras, denominadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Adaptações 
Curriculares não Significativas, porque compreendem modificações menores, de 
competência específica do professor. Elas configuram pequenos ajustes nas acções 
planejadas a serem desenvolvidas no contexto da sala de aula. A essas, denominam-se 
Adaptações Curriculares de Pequeno Porte. 
 
10 
 
2.5 Adaptações Curriculares de Pequeno Porte 
Este tipo de adaptação cabe ao professore, realizar para favorecer a aprendizagem de todos os 
alunos presentes em nossas salas de aula. Estas acções devem ser planejadas e construídas tendo 
como referência, primeiramente, os conteúdos curriculares oficiais para a classe/ciclo em que se 
está trabalhando, levando em conta os objectivos fundamentais e os conteúdos mínimos essenciais, 
aos quais os alunos devem ter acesso para alcançarem sucesso e promoção para a classe superior. 
Considerando que as Adaptações Curriculares de Pequeno Porte encontram-se no âmbito de 
responsabilidade e de acção exclusivo do professor, não exigindo autorização, nem dependendo de 
qualquer outra instância superior, nas áreas política administrativa, e/ou técnica. É preciso ter 
clareza e domínio do que está posto nas directrizes Curriculares Nacionais, bem como no Projecto 
Político Pedagógico da escola, para que as acções estabelecidas no processo de flexibilização 
favoreçam a aprendizagem do aluno sem, no entanto, configurar desvio na caminhada da escola. 
Além disso, para obter êxito, o professor precisa adequar sua intervenção à maneira peculiar de 
aprender de cada um de seus alunos, em respeito às diferenças individuais. 
Duk, Hernandéz e Sius (2007) distinguem, dentro do processo de adaptações curriculares, três 
etapas diferenciadas, a saber: 
2.5.1. Formulação das adaptações curriculares 
Para iniciar este trabalho o professor deve ter como referência, por um lado, a situação do aluno, 
ou seja, um conhecimento exacto de quais são as potencialidades e dificuldades do aluno nas 
distintas áreas curriculares ou dito de outro modo, quais são as necessidades educativas especiais 
do aluno e por outro lado, a proposta curricular do seu grupo de referência. Com base nestas 
informações e levando em conta os recursos disponíveis, o professor poderá decidir o tipo e o grau 
de adaptações ou flexibilizações que seria conveniente pôr em andamento para ajudar o aluno a 
progredir em sua aprendizagem. 
2.5.2. Etapa: Implementação das Adaptações Curriculares 
Uma vez definidas as adaptações curriculares, o professor deverá buscar estratégias que lhe 
permitam pô-las em prática, sem que isto implique deixar de atender os demais alunos, pelo 
contrário, ele deve garantir que tais acções conduzam ao enriquecimento da própria prática 
pedagógica e das experiências de aprendizagem de todo o grupo. 
 
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2.5.3. Etapa: Continuidade e Avaliação das Adaptações Curriculares 
No decorrer do processo ensino aprendizagem, o professor deverá verificar se as adaptações 
estabelecidas para o aluno, estão sendo eficazes, ou seja, se facilitam a aprendizagem, caso 
contrário será necessário revisá-las, com vista a mudanças pertinentes. Quando as adaptações 
implicam em modificações nos conteúdos e objectivos de aprendizagem é preciso avaliar o nível 
de sucesso alcançadopelo aluno em função das referidas modificações e não em relação aos 
conteúdos estabelecidos para a classe/ciclo. 
As adaptações possíveis ao nível da sala de aula estão basicamente relacionadas à: 
2.5.4. Adaptações de objectivos de aprendizagem, com acções que levem a: 
 Priorização de objectivos que são considerados fundamentais para a aquisição de 
aprendizagens posteriores; 
 Introdução de objectivos ou conteúdos que não estão no currículo, mas que podem 
complementá-lo; 
 Eliminação de determinados objectivos ou conteúdos, cuidando para que não sejam aqueles 
considerados básicos. Estas adaptações se referem aos ajustes que o professor pode fazer 
nos objectivos pedagógicos constantes de seu plano de ensino. Consistem em modificações 
organizadas para dar respostas às necessidades de cada aluno, em especial daqueles que 
apresentam dificuldades de aprendizagem, decorrentes ou não de deficiência. Ressalta-se a 
necessidade de cuidado e conhecimento suficientes para não ocorrer o empobrecimento do 
currículo oferecido ao aluno, por conta das adaptações que se está propondo. Pois, conforme 
nos alerta Carvalho: “uma educação de qualidade para atender à diversidade do aluno não 
deve ser sinónimo de diversidade de educações, (s.d, p.7). 
 
 
 
 
 
 
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2.5.5. Adaptações de Conteúdos: 
 Os tipos de adaptação de conteúdos podem ser a priorização de tipos de conteúdos, a priorização 
de áreas ou unidades de conteúdos, a reformulação da sequência de conteúdos, acompanhando as 
adaptações propostas para os objectivos educacionais. 
Não se pode esquecer que os conteúdos curriculares estão intimamente relacionados aos objectivos 
de ensino. Portanto é importante e necessário que as adaptações significativas se desencadeiem a 
partir dos conteúdos, admitindo-se a possibilidade de que com os conteúdos adaptados, possam-se 
manter, sem modificar, os objectivos inicialmente estabelecidos (CARVALHO, sd. p.14). Tendo 
este cuidado, a qualidade do ensino ofertado por professores conscientes de seu papel como 
profissionais do processo ensino aprendizagem possibilitará ao aluno construir seus conhecimentos 
e se apropriar do saber. 
2.5.6. Adaptações de método de ensino e da organização didáctica 
 Adaptar o método de ensino às necessidades de cada aluno é, na realidade, um procedimento 
fundamental na actuação profissional de todo educador, já que o ensino não ocorrerá, de fato, se o 
professor não atender o jeito que cada um tem para aprender. Faz parte da tarefa de ensinar procurar 
estratégias que melhor respondam às características e às necessidades peculiares de cada aluno. 
2.5.7. Adaptações de materiais de ensino: 
A adaptação do material pedagógico propicia a interacção, convivência, autonomia e 
independência nas acções; aprendizado de conceitos, melhoria de auto-estima e afectividade do 
aluno, bem como favorece o aprendizado dos demais alunos da turma, que eles tiverem acesso ou 
necessitar utilizar. 
2.5.8. Adaptações no processo de avaliação: 
Nesta área da prática pedagógica, também, se fazem necessários ajustes e flexibilizações, seja por 
meio de modificação de técnicas, como dos instrumentos utilizados: 
 Utilizar diferentes procedimentos de avaliação, adaptando-os os aos diferentes estilos e 
possibilidades de expressão dos alunos; 
 
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Julgamos importante reforçar que as adaptações feitas, neste item da proposta curricular, devem 
estar directamente relacionadas com os objectivos e os conteúdos estabelecidos. 
2.5.9. Adaptações do espaço físico e organização tempo: 
Esta é uma acção colocada como uma das primeiras responsabilidades do professor, no que se 
refere ao compromisso de garantir a todos os alunos o acesso ao conhecimento que lhe cabe 
socializar. As medidas de apoio planejadas dentro desta lógica certamente contribuirão para 
facilitar o processo de aprendizagem de qualquer aluno. É preciso lembrar que numa mesma escola 
e, até mesmo, sala de aula pode haver alunos com necessidades educacionais especiais, decorrentes 
de deficiência de diferentes áreas e que, o professor, ao estabelecer as flexibilizações/ adaptações 
deverá considerar tais especificidades. 
2.6 Flexibilização do currículo escolar como meta para ensino de qualidade 
Com base nas directrizes nacionais da educação, toda escola tem autonomia para ensinar da maneira que 
achar mais adequada, criando projectos pedagógicos que sejam, em parte, contextualizados à sua 
realidade. Mas o que e como ensinar? O desafio para directores e professores é justamente esse: criar 
um currículo que seja atraente aos alunos, permitindo que eles se identifiquem com o que é ensinado, 
exigindo, em alguns casos, transformações significativas na escola. Segundo Sandra Garcia Regina, 
coordenadora geral de Ensino Médio da Secretaria de Educação Básica do MEC, o órgão recebe 
diariamente propostas para a criação de novas disciplinas. “Entretanto, quem decide pela inclusão no 
currículo de novas matérias é o Congresso e o Conselho Nacional de Educação”, explica. 
A coordenadora lembra que muitas escolas acabam rediscutindo seus currículos induzidas pelas matrizes 
de referência da Prova Brasil, Saeb e Enem, porém, ela destaca que é preciso ter cautela quanto a isso. 
“As matrizes do Enem são um indicativo. É importante não transformar as matrizes das avaliações em 
currículo, justamente para estimular a ampliação dos conhecimentos dos estudantes. As provas acabam 
avaliando somente alguns componentes. Além dos conhecimentos tradicionais, existem outros também 
necessários à formação do indivíduo. São eles os conhecimentos contemporâneos, que incluem ética, 
meio ambiente, sexualidade, cultura digital, economia, entre outras. O currículo precisa ser mais activo”, 
defende. Justamente para estimular novas soluções que diversifiquem os currículos com actividades 
integradoras, a Secretaria de Educação Básica do MEC coordena o programa Ensino Médio Inovador. 
 
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A partir de quatro áreas de atuação: trabalho, ciências, tecnologia e cultura, o objectivo é melhorar a 
educação e tornar o ensino mais atraente. 
2.7. Flexibilização e inclusão 
 Dos estudos realizados por Garcia (2006), o conceito de flexibilidade, transmite alguns 
sentidos, por exemplo: qualidade, inclusivo, inovação, não tradicional, não rígido, não 
homogéneo, dinamicidade, movimento, atendimento ao local. Por outro lado, tais estudos 
nos deixaram o entendimento que tais ideias possibilitam um imaginário que comunga 
currículo flexível a um trabalho pedagógico inclusivo, dinâmico, inovador, que atenda não 
só a diversidade humana, mas a identidade cultural local. Dessa forma, o currículo e o 
trabalho pedagógico deverão promover rupturas, no sentido de: Sair da camisa de força de 
um paradigma nivelador para desencadear teorias e práticas que sustentem um trabalho 
pedagógico atrelado a questões de género, saúde, escolhas sexuais, nacionalidade, 
multiculturalismo, religiosidade, força da mídia e dos artefactos culturais, processos de 
significação e disputas, novas comunidades, entre tantas outras, aos chamados conteúdos 
escolares e para além de chavões e discursos festivos e superficiais. 
Esse parece ser o maior e mais desafiante dos compromissos dos profissionais da educação. Da 
Declaração de Salamanca, Garcia (2006) foi buscar algumas ideias sobre a temática flexibilidade, 
extraindo três delas, quais sejam: 
Sistemas educacionais flexíveis e adaptados para atender às diferentes necessidades educacionais 
e contribuir para a educação e a inclusão. 
 Currículos adaptados às crianças e não o contrário 
 Estratégias de flexibilidade: diversificar opções de aprendizagem, favorecer a ajuda 
entre as crianças, e oferecer suportes necessários à aprendizagem e à convivência 
familiar e comunitária às pessoas com deficiência. 
Os professores face à flexibilização curricular e o discurso em torno da flexibilização curricular e 
do currículoalternativo envolve diverso actores e muitas condições. O principal actor é, 
obviamente, o professor; as principais condições envolvem um claro sentido de autonomia 
curricular e uma profunda adesão a valores humanos estruturantes da cidadania e da 
multiculturalidade. Dizem as autoras que construir um currículo alternativo exige muito dos 
professores (e enumeram algumas das tarefas que isso exige. Mas, subjacente à acção de cada 
 
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professor - e como condição para uma acção convicta e assumida - é esperado que ele tenha 
perspectivas ideológicas centradas no valor da diversidade dos alunos, no reconhecimento de que 
ele próprio e a escola podem proporcionar mais e melhores oportunidades aos seus alunos. Mas, 
em qualquer caso, são condições para ser professor! De facto, um dos núcleos essenciais de uma 
profissional idade docente renovada é definido pelas competências para encontrar alternativas de 
ensino - aprendizagem mesmo em grupos/turmas entendidas como padrão/normais. E esperado que 
todos os professores sejam "flexibilizadores curriculares", As necessidades dos alunos em 
contextos de diversidade (e, mesmo, a estabilidade profissional e emocional do professor nesses 
contextos) exigem, cada vez mais, a estruturação de respostas curriculares flexíveis face a esses 
contextos. E uma macro competência sustentada por outras competências em que se integram 
dimensões técnicas e ideológicas, Técnicas porque exigem eficácia e correcção nos modos de 
materializar as respostas curriculares; ideológicas porque implicam a adesão a princípios que 
sustentam a acção dos professores. 
2.8. O currículo e a sua flexibilidade 
Quando o professor constrói um Projecto Curricular, adequado às orientações nacionais, às 
características da escola e dos alunos a que directamente se destina, articulando todas as actividades 
e experiências educativa que a escola, de uma forma intencional e estruturada, promove e avalia, 
clarificando o seu sentido e finalidade, está a usar o saber necessário à participação na construção 
de projectos curriculares flexíveis. A construção destes projectos obedece a vários níveis de 
decisão, desde o que se refere ao Projecto Curricular da Escola (PCE) até ao Projecto Curricular 
de Turma (PCT) o mesmo do aluno. 
Cabe às escolas construírem os seus Projectos Curriculares, de forma a potencializar o 
desenvolvimento das competências essenciais por parte dos alunos, numa perspectiva holística, 
integradora do saber, saber fazer e saber ser, permitindo o seu desenvolvimento integral nas 
dimensões pessoal e social, em que o aluno tem um papel activo e crítico na construção do 
conhecimento, numa sociedade em que se valoriza a aprendizagem ao longo da vida. Refira‐se que 
esta dimensão inclui ainda os saberes transversais que apoiam o desenvolvimento do currículo 
como projecto aberto e flexível, adequado à diversidade do contexto, articulando os saberes 
(Garcia, 2006) 
 
16 
 
A gestão flexível do currículo visa promover uma mudança gradual nas práticas de gestão 
curricular nas escolas do ensino básico, com vista a melhorar a eficácia da resposta educativa aos 
problemas surgidos da diversidade dos contextos escolares, fazer face à falta de domínio de 
competências elementares por parte de muitos alunos à saída da escolaridade obrigatória e, 
sobretudo assegurar que todos os alunos aprendam mais e de um modo mais significativo (Garcia, 
2006) 
A gestão flexível do currículo permite que a escola saia da sua rotina habitual e que cada vez mais 
se ouça falar de trabalhos em grupo, de aulas planificadas em conjunto, de reuniões mais assíduas 
entre os membros do conselho de turma, entre os directores de turma, em suma, a dinâmica das 
escolas começa a alterar‐se significativamente. Para isso, os professores têm que mudar as suas 
atitudes, têm que sair das suas salas e deixar de considerar a sua disciplina como soberana (Garcia, 
2006). Os docentes devem reunir esforços e tornar o conjunto das disciplinas como um todo coeso 
e promotor das aprendizagens essenciais que possibilitam ao aluno ser um verdadeiro cidadão, 
pronto para saber agir em qualquer circunstância da vida. Segundo a sua experiência profissional, 
poder organizar todo o processo de ensino e aprendizagem numa perspetiva de flexibilização e 
articulação curricular, possibilita a abertura de portas ao sucesso educativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Conclusão 
Chegado ao fim do presente trabalho académico que versa em torno da Flexibilização Curricular 
e, que consistiu na revisão bibliográfica o grupo pode concluir que: o currículo pode ser 
conceituado como a totalidade de experiências a serem vivenciadas pelo aluno, sob a orientação da 
escola, levando-se em conta seus conhecimentos anteriores e valorizando-se os seus interesses. 
Mas também concluímos que a Flexibilização Curricular é um conjunto de respostas educativas 
que devem ser dadas pelo sistema educacional para favorecer todos os alunos, possibilitando o 
acesso ao currículo, sua participação integral e o atendimento às necessidades educacionais 
diferenciadas, de acordo com a realidade de cada aluno. 
É importante referenciar que a flexibilização curricular culmina na sala de aulas, é aqui onde o 
professor faz os devidos ajustes nos diferentes elementos da proposta curricular para possibilitar o 
processo de ensino-aprendizagem e interacção do aluno na dinâmica geral da aula. Podemos 
afirmar que flexibilização curricular são modificações que se realizam no contexto de sala de aula 
e estão relacionados com a priorização de objectivos e actividades, formas de agrupamentos de 
alunos, organização dos recursos materiais, utilização de variados procedimentos de avaliação e, 
essencialmente, o uso de uma metodologia variada que permita a interacção e o estabelecimento 
do processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Referências bibliográficas 
GALLO, S. “Conhecimento, transversalidade e educação: para além da interdisciplinaridade”. 
Impulso, v. 10, n. 21. Piracicaba: Unimep, 1997, p.115-133. 
BEYER, Hugo Otto. Educação Inclusiva ou Integração? Implicações pedagógicas dos conceitos 
como rupturas pragmáticas. Ensaios Pedagógicos: Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de 
Educação Especial, 2006, p. 277- 80. 
CARVALHO, Rosita Edler D. Adequação Curricular: um recurso para a educação inclusiva. sd., 
p. 1. 
DUK, Cynthia; HERNANDÉZ, Ana M. y SIUS, Pia. Las Adaptaciones Curriculares: Una estategia 
de individualización de la enseñanza. Disponível em: 
http://es.geocities.com/teoriaadaptaciones/adaptaciones.pdf. Pesquisa em 01 de novembro de 
2007. 
GARCIA, R. M. C. Políticas para a educação especial e as formas organizativas do trabalho 
pedagógico. Revista Brasileira de Educação Especial. v.12, n 3 Marília, set./dez. 2006.

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