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cultura somática

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES
 NA CULTURA SOMÁTICA
Prof. Eduardo Fonseca
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CORPO E CULTURA
 As diversas culturas desenvolvem modos de sentir e representar o corpo. Toda cultura elabora maneiras de cuidar do corpo de seus membros:
 Corpo-saúde – práticas preventivas, curativas, higiênicas;
 Corpo-estético – adornos e ornamentação (pinturas, tatuagens, colares, brincos);
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CORPO E CULTURA
 No Brasil, até a década de 80, o corpo era um meio de agir sobre o mundo. Cuidado com ele estava relacionado com o desejo de ter boa saúde e vida longa;
 Corpo saudável permitia cumprir com as tarefas familiares, sociais, religiosas, políticas, sentimentais;
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CULTURA SOMÁTICA
 Em nossa cultura atual, mérito e reconhecimento dependem da aparência e desempenho corporal;
 O corpo passa a ser central em nossa vida e um fim em si mesmo. Desempenho físico passou a ser fonte de admiração moral e reconhecimento social;
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CULTURA SOMÁTICA
 Em nossa cultura atual, temos obsessão pelo corpo bronzeado, magro, sarado e siliconado;
 A aparência corporal é supervalorizada. Fugir ao ideal estético é algo humilhante, degradante, vergonhoso;
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CULTURA SOMÁTICA
 Inventamos um novo modelo de identidade, a bioidentidade, e uma nova forma de cuidado consigo, a bioascese;
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BIOIDENTIDADE
 Identidade construída a partir dos atributos físicos. O corpo se tornou um referente privilegiado para a construção das identidades;
 Bioidentidade – os nossos atributos físicos definem o que somos e devemos ser;
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BIOASCESE
 Práticas de cuidado de si baseadas na disciplina e controle corporal;
 Controle da alimentação, disciplina na prática de exercícios físicos e autoperitagem corporal. Sujeito que se autocontrola, autovigia e autogoverna;
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O OLHAR DO OUTRO COMO JUIZ
 Vivemos melindrados com qualquer observação acerca de nosso corpo. O nosso sucesso e fracasso são medidos pela aparência corporal!
 O outro é um observador incômodo e invasivo de nossos possíveis desvios estéticos;
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O OLHAR DO OUTRO COMO JUIZ
 Insatisfação com a imagem corporal tende a suscitar preocupação exagerada com a aparência;
 Incapacidade de dissimular a intimidade do olhar do outro. Eterna desconfiança (Corpo-vitrine); 
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CORPO IDEAL NA CULTURA SOMÁTICA
 Somos responsáveis pela nossa aparência corporal. Para alcançarmos o corpo ideal, intervimos nele por meio:
 Alimentação;
 Exercícios físicos;
 Cirurgias estéticas;
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ALIMENTAÇÃO NA CULTURA SOMÁTICA
 Alimentação – poluição física e moral. Comida – impureza, pureza, penitência, salvação, sagrado, profano; 
 Alimentos tabus: proteína animal, açúcar e carboidratos;
 Vivemos culturalmente o dilema: prazer de comer vs. Desejo de emagrecer.
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ALIMENTAÇÃO NA CULTURA SOMÁTICA
Simbolismos da gordura
 A gordura significa ausência de cuidado com o corpo, falta de controle sobre as práticas alimentares, desleixo;
 Gordura, substância poluidora, desperta sentimentos de fracasso, vergonha e culpa;
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ALIMENTAÇÃO NA CULTURA SOMÁTICA
 Excesso de peso, gordura e obesidade são vistos como “defeitos morais”: fraqueza, preguiça, falta de controle;
 Gordura e excesso de peso (fracasso) vs. Magreza e ossos (sucesso); 
 Ser gordo – Discriminação social e sofrimento psicológico;
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ALIMENTAÇÃO NA CULTURA SOMÁTICA
 Restrições, jejuns, purgações, exercícios físicos, inibidores de apetites, cálculo das calorias;
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ALIMENTAÇÃO NA CULTURA SOMÁTICA
 Dietas e atitudes alimentares visando controlar obsessivamente o peso. Ideia fixa de obesidade e medo de engordar. Negação da alimentação (no food);
 Relação “sagrada” com a comida – culpa, expiação, ritualização. Comida como ameaça permanente!
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EXERCÍCIOS FÍSICOS NA CULTURA SOMÁTICA
 Rotinas estafantes em academias para perder peso e modelar o corpo. Disciplina rígida na prática de exercícios e expiação das “transgressões alimentares”;
 Dedicamos muito tempo para realização de exercícios visando queimar calorias e perder peso;
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CRIANÇAS E ADOLESCENTES
 Os adolescentes são alvos da indústria dos produtos lights e diets e fazem contabilidade das calorias (conhecimento das propriedades dos alimentos);
 Propriedades dos alimentos vs. Sabor dos alimentos;
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CRIANÇAS E ADOLESCENTES
 Comunidades de relacionamentos: orkut, facebook, blogs pró-anorexia e bulimia;
 Páginas na internet que permitem que os usuários publiquem textos, imagens e informações sobre dietas e restrições alimentares (no food), purgações (laxantes, vômitos), cálculo de calorias;
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AS ADOLESCENTES E O IDEAL DA MAGREZA
 Ideal cultural da magreza é buscado como símbolo de sucesso (mulheres);
 Magreza é o elemento essencial de uma boa aparência física e determinante na obtenção de sucesso e felicidade (pressão cultural para emagrecer);
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AS ADOLESCENTES E O IDEAL DA MAGREZA
 Compulsão e transgressão alimentares são resolvidas com as purgações: laxantes e vômitos induzidos; 
 O peso corporal é valorizado, sendo a perda de peso apreciada e julgada como extraordinária conquista e demonstração de autocontrole;
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CORPO E MASCULINIDADE
 O corpo é preparado para competição, violência e combate. Os corpos são exigidos ao extremo como demonstração de virilidade, força e dominação;
 Os meninos são incentivados para lutar, boxear, duelar, competir. Corpo-guerreiro; corpo-fortaleza;
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DISTÚRBIOS DA IMAGEM CORPORAL
 Vigorexia (fisiculturismo compulsivo);
 Anorexia nervosa (transtorno alimentar);
 Bulimia (transtorno alimentar);
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ANOREXIA E VIGOREXIA
Semelhanças
 Preocupação exagerada com o corpo;
 Distorção da imagem corporal;
 Baixa autoestima;
 Personalidade introvertida;
 Perfeccionistas e obsessivos;
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ANOREXIA E VIGOREXIA
Semelhanças
 Fatores socioculturais comuns;
 Tendência a automedicação;
 Semelhante idade (adolescência);
 Modificações na alimentação;
 Negação da doença (gravidade);
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ANOREXIA E VIGOREXIA (diferenças)
Anorexia
 Autoimagem de obeso;
 Automedicação: laxantes e diuréticos;
 Mulheres;
Vigorexia
 Autoimagem de fraco;
 Automedicação: anabolizantes;
 Homens;
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ANOREXIA NERVOSA
 A anorexia nervosa envolve severas perturbações no comportamento alimentar, sendo sua principal característica o medo mórbido de engordar;
 Recusa consciente e obstinada em alimentar-se com intuito de perder peso (≠ ausência de apetite);
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ANOREXIA NERVOSA
 Medo mórbido de engordar, temor intenso de ganhar peso. Abstinência e purgação alimentar;
 Percepção distorcida e insatisfação crônica com a imagem corporal. 
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ANOREXIA NERVOSA
 Emagrecer + medo de engordar + eliminar as partes gordas do corpo;
 Recusa de manter um peso corporal na faixa normal mínima;
 Negação da gravidade de seu estado físico e recusa de se reconhecer doente;
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REFERÊNCIAS
BRETON, David Le. Adeus ao Corpo. São Paulo: Editora Papirus, 2003.
COSTA, Jurandir F. O Vestígio e a Aura. São Paulo, Eitora Garamond, 2004.
SANT’ANNA, Denise B. (org.). Políticas do Corpo. São Paulo: Estação Liberdade, 1995.
SANT’ANNA, Denise B. Corpos de Passagem. Ensaios sobre Subjetividade Contemporânea. São Paulo: Estação Liberdade, 2001.
SERES, Michel. Variações Sobre o Corpo. São Paulo: Editora Bretrand Brasil, 2004.
 
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ANOREXIA, BULIMIA E VIGOREXIA
 Baixa autoestima;
 Perfeccionistas e obsessivos (anorexia, vigorexia);
 Instabilidade e impulsividade afetiva (bulimia);
 História de depressão e transtornos de ansiedade (anorexia);
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