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REVESTIMENTOS PARA FUNDIÇÕES. 1- Introdução Depois da obtenção do padrão de cera é fixado ao mesmo um pino formador do condutor de alimentação. Em seguida o padrão de cera é incluído em revestimento. O revestimento é manipulado da mesma maneira que o gesso comum ou pedra. Após o endurecimento do revestimento o pino e a cera são removidos e através do canal de alimentação um liga metálica fundida é forçada a ocupar o espaço (molde) deixado pela cera. 2 – Tipo : A especificação n.º 2 da ADA, e engloba três tipos de revestimentos para fundição de ligas de ouro. 2.1 – Tipo I Os revestimentos desse tipo destinam-se à fundição de restauração e coroas metálicas, quando a compensação de solidificação da liga é conseguida pela expansão térmica do revestimento. 2.2 Tipo II Os revestimentos desse tipo são usados, também para a fundição de restauração e coroas metálica, porém a maior compensação é pela expansão higroscópica do revestimento . 2.3 Tipo III Estes revestimentos são utilizados na construção de próteses parciais removíveis com ligas de ouro, cobalto - cromo- níquel e próteses parciais fixas com ligas de níquel – cromo. 3 – REVESTIMENTOS AGLUTINADOS POR GESSO. 3-1 – Composição Sulfato de cálcio hemidrato alfa ou beta .................................... 25 à 45 % Sílica (SiO2 ) ................................................................................ 55 à 75 % Modificadores químicos............................................................... 2 % 3.2 - Função dos componentes. O sulfato de cálcio hemidrato é o aglutinante, para manter conjuntamente os outros ingredientes, promovendo rigidez e resistência ao revestimento. A maioria dos revestimentos modernos contém o hemidrato alfa, devido à maior resistência conseguida. Assim, é imperativo que os revestimentos de gesso não sejam aquecidos acima de 700 º C, devido a decomposição e liberação de enxofre os quais poderá contaminar as ligas metálicas. A sílica (SiCO2) funciona como material refratário e promove a expansão do revestimento durante o aquecimento. Alguns modificadores químicos (cloreto de sódio e ácido bórico) estão presente com agentes modificadores (aceleradores e retardadores) com o fim de controlar o tempo e a expansão de presa. Um material corante estará presente. Outros agentes redutores, tais como carbono e cobre pulverizado, são usados em alguns revestimentos na tentativa de prover atmosfera não oxidante no molde, quando da fundição da liga metálica. 3.3 – Tempo de presa O tempo de presa pode ser medido e controlado da mesma maneira que para os gessos. Conforme a Especificação n.º 2 da ADA, o tempo de presa não deve ser menor que 5 minutos e nem maior que 25 minutos. Os revestimentos tomam presa entre 9 e 18 minutos. 3.4 – Expansão normal de presa Uma mistura de gesso/sílica produz expansão de presa maior do que a verificada quando do uso isolado do gesso. Provavelmente, as partículas de sílica interferem no entrelaçamento ou imbricação dos cristais à medida que estes se formam. Assim, o movimento de crescimento dos cristais é para fora, tornando-se mais eficiente na produção de expansão. O objetivo da expansão de presa é auxiliar no aumento do molde, para compensar parcialmente a contração de fundição da liga metálica. 3.5 – Expansão higroscópica de presa A expansão higroscópica de presa difere da expansão normal de presa, descrita no item anterior, quanto ao fato de que ocorre quando o gesso é deixado endurecer em contato ou imerso em água, apresentando-se maior magnitude que a expansão de presa normal. Teoria da expansão higroscópica de presa. A expansão higroscópica de presa é uma continuação da expansão comum de presa, pois a água de imersão substitui a água de hidratação e assim impede o confinamento dos cristais em crescimento, pela tensão superficial da água em excesso. Devido ao efeito diluente das partículas de quartzo, expansão higroscópica de presa nesses revestimentos é maior do que quando é usado só com gesso como aglutinante. Qualquer pó insolúvel em água que pode ser molhado, pode ser misturado com gesso hemidrato resultando expansão higroscópica. Quanto maior a quantidade de sílica ou outra agente inerte de carga, mais facilmente a água adicionada pode difundir através do material em presa e maior é a expansão, pela mesma razão descrita para a expansão normal de presa do revestimento. 3.5.1 – Influência da composição. A magnitude da expansão higroscópica de presa é proporcional, geralmente, ao conteúdo de sílica do revestimento , mantido outro fatores iguais. Quanto menor o tamanho das partículas da sílica, maior a expansão higroscópica. Em geral, o hemidrato alfa produz expansão higroscópica maior na presença da sílica, que o hemidrato beta. 3.5.2 – Influência da proporção A/P. Quanto maior a relação água/revestimentos original, menor será a expansão higroscópica da presa. 3.5.3 – Influência da espatulação. Com a maioria dos revestimentos, quanto menor o tempo de espatulação, menor a expansão higroscópica. Este fator é importante, também, em relação ao controle da expansão normal de presa. 3.5.4 – Influência da durabilidade do revestimento. Quanto mais velho o revestimento, menor é a sua expansão higroscópica. (validade e armazenamento) 3.5.5 – Influência do tempo de imersão. A magnitude maior da expansão higroscópica da presa é verificada quando a imersão em água se faz antes da presa inicial do revestimento. Quanto mais tempo se esperar, depois da presa inicial, para imergir o revestimento em água, menor será a expansão higroscópica. 3.5.6 – Influência do confinamento A expansão higroscópica e inibida pela oposição de forças apresentadas pelas paredes de um anel rígido. Por esta razão, devem-se utilizar anéis de borracha ou anéis revestidos com amianto para se obter o efeito desejado, permitindo a expansão livre do revestimento. 3.5.7 – Influência da quantidade de água adicionada. A magnitude da expansão higroscópica de presa pode ser controlada pela quantidade de água adicionada ao revestimento que está endurecendo. Está provado que a magnitude da expansão higroscópica é diretamente proporcional à quantidade de água adicionada durante a presa, até um ponto em que ocorre um máximo de expansão. Além desse máximo não haverá qualquer expansão, independentemente da quantidade de água excedente. 3.6 – Expansão térmica. A expansão térmica dos revestimentos odontológicos ocorre quando eles são aquecidos lentamente até suas temperaturas de transição e que estão relacionadas com sua composição ou com o tipo de sílica usado. Nesses períodos, ocorre o fenômeno chamado de “inversão da sílica”, convertendo-se ela da forma estrutural alfa para a forma estrutural beta, determinado a expansão da massa. Como se verifica, a expansão térmica está diretamente relacionada com o tipo e a quantidade de sílica existente no revestimento. Outra característica desejável de um revestimento é que sua expansão térmica máxima seja atingida à temperatura não maior que 700º C, o aquecimento não deve exceder a essa temperatura, para ser evitada contaminação da liga, pela decomposição do gesso. 3.6.1 – Influência da relação A/P. A magnitude da expansão térmica está relacionada com a quantidade de sólidos presentes assim, é de esperar que quanto mais água for usada na mistura do revestimento, menor será a expansão térmica. 3.6.2 – Influência de modificadores químicos Uma desvantagem do revestimento que contém quantidade suficiente de sílica para impedir qualquer contração durante o aquecimento é que o efeito enfraquecedor da sílica, em tais quantidades, poderá ser excessivamente grande. A adição de pequenas quantidades de cloreto de sódio, potássio ou lítio, aos revestimentos, elimina a contração causada pelo gesso e aumenta a expansão, sem a presença de quantidade excessiva de sílica. 3.7 – Contração térmica.Quando um revestimento esfria a partir de 700º C, a curva de contração segue um traçado, inverso ao da cursa de expansão, verificada com a inversão do quartzo-beta ou da cristobalita-beta até atingir uma forma estável, á temperatura ambiente. 3.8 – Resistência A resistência do revestimento deve ser adequada para prever fratura ou fragmentação do molde, durante o aquecimento e a fundição da liga metálica. Ela é aumentada de acordo com a quantidade e tipo de gesso utilizando como aglutinante. O sulfato de cálcio hemidratado alfa em lugar do gesso comum aumenta definitivamente a resistência à compressão do revestimento. Porém, quando a fundição são peças mais complicadas e maiores, é necessária uma maior resistência, como aquelas exigidas para revestimento do tipo III. A resistência de um revestimento é influenciada pela proporção água/pó; quanto maior a quantidade de água empregada, menor a resistência à compressão. O aquecimento do revestimento à 700º C, não faz com que a resistência seja muito menor que aquela apresentada à temperatura ambiente. Após ser esfriada à temperatura ambiente a resistência diminui consideravelmente, devido, talvez às pequenas fraturas que se formam durante o esfriamento. 3.9 Finura do pó A finura do pó do revestimento poderá afetar o tempo de presa e outras propriedades; como foi visto, um sílica muito fina, provoca maior expansão higroscópica, pois quanto mais fino o revestimento, menor serão as irregularidade superficiais da peça obtida por fundição. 3.10 – Porosidade Durante a fundição o metal fundido é injetado no molde, sob pressão. O ar existente no molde deverá ser expulso antes da penetração do metal, com o fim de evitar uma pressão de retorno, o método mais comum de ventilar-se o molde é através dos poros dos revestimentos. Quanto maior a quantidade de cristais de gesso existente no revestimento endurecido, menor será em geral, a porosidade. 4 – REVESTIMENTOS AGLUTINADOS POR FOSFATO. O rápido crescimento do uso das restaurações metalocrâmica e o uso crescente de ligas de zona de fusão mais elevados resultaram em aumento do emprego do revestimento aglutinado por fosfato. O aumento significante no emprego de restaurações metalo-cerâmicas exigiu o uso de ligas de ouro de fusão mais elevada, que não se fundem bem com os revestimentos de gesso. Da mesma forma, a tendência atual na direção do uso de ligas mais baratas, que exigem revestimentos de fosfato. 4.1 – Composição Óxido de magnésio (Básico) Fosfato de natureza ácida Sílica...................mais ou menos 80 % Carbono 4.2 Função dos componentes. O óxido magnésio e o fosfato de mono amônia reagem quimicamente formando o aglutinante, conferido rigidez e resistência ao revestimento. O agente de carga é a sílica, na forma de cristobalita, quartzo ou uma mistura dos dois. A finalidade da carga é tornar o material refratário e promover a expansão térmica elevada. Em sua maioria os revestimentos de fosfato utilizam um liquido, sendo o pó misturado com uma suspensão aquosa de sílica coloidal. Em alguns casos a água pode ser usada como liquido de mistura. 4.3 – Expansão de presa e térmica. Teoricamente, a reação deveria incluir uma contração, como nos produtos de gesso, mas, na prática há uma expansão ligeira e isto pode ser consideravelmente aumentado, usando em lugar de água uma solução de sílica coloidal. Esta substancia, proporciona aos revestimentos de fosfato uma vantagem incomum, sob o aspecto de que a expansão pode ser controlada de uma contração para uma expansão significante. A contração térmica em revestimentos de fosfato é devido à decomposição do aglutinante (fosfato de amônio e magnésio), e é acompanhado por desprendimento de amônia, prontamente notado pelo seu odor. Parte da contração é, porém, mascarado devido á expansão da carga refratária, especialmente no caso da cristobalita. 4.4 – Tempos de trabalho e de presa A reação de endurecimento, por si mesmo, causa desprendimento de calor e isso acelera ainda mais a velocidade de presa. Quanto mais eficiente a espatulação, melhor é, em geral, a fundição, em termos de lisura e precisão. Prefere-se espatulação mecânica à do tipo a vácuo. Ligas Metálicas Introdução As restaurações metálicas fundidas são trabalhos restauradores indiretos, obtidos por vários passos operatórios, desde o preparo do dente até a fundição desse elemento. Espera-se que uma liga para uso odontológico tenha as seguintes características: Resistência à oxidação e corrosão Resistência à compressão Dureza superficial Escoamento que permita o brunimento Baixa contração de fundição Compatibilidade biológica Baixo custo Ligas Metálicas É a combinação de dois ou mais metais, em múltiplos arranjos. São chamados binários quando dois elementos são combinados nas suas diversas proporções; sistema tenário para três. Classificação das ligas metálicas As ligas odontológicas são: Liga altamente nobre: Essas ligas são constituída com quantidade maior ou igual a 40% de ouro e maior ou igual a 60% de metais nobres (Ouro, Irídio, Platina ,Ródio ,Paládio, Rutênio, Ósmio) Liga nobre: As ligas nobres são constituídas por maior ou igual de 25% de elementos metálicos nobres. Ligas predominantemente de metais básicos: Essas ligas são compostas por mais de 75% de metais básico e menos de 25% de metais nobre. Ligas de Ouro O ouro sempre foi o referencial ideal para as restaurações metálicas fundidas. O conteúdo de ouro de uma liga para uso odontológico é calculado de acordo com o quilate da liga. Por definição, quilate é o número de partes de ouro em 24 partes da liga; por exemplo, um ouro de 22 quilates apresenta 22 partes de ouro puro, em um total de 24 partes, sendo 2 partes de outros metais. Composição da liga de ouro Ouro: * confere resistência a oxidação * aumenta a ductibilidade e maleabilidade da liga Cobre: * até 20% aumenta a resistência e a dureza da liga * diminui a zona de fusão da liga * possibilita maior homogeneidade da liga Prata: * melhora a ductibilidade da liga * neutraliza a cor avermelhada conferida pelo cobre Platina ou Paládio: confere maior resistência a oxidação e corrosão e aumenta a resistência e a dureza da liga. Zinco: atua como agente antioxidante. Existem cinco tipos de ligas de ouro usadas na Odontologia. Tipo I: Liga mole: são fracas e moles sendo úteis em áreas não sujeitas a tensões oclusais, não sendo muito usadas. Tipo II: Liga média: são empregadas para incrustações, nas quais a possibilidade de brunidura de margens é mais importante que a alta resistência. Tipo III: Liga dura: são usadas em incrustações, coroa ¾, retentores e pônticos de prótese fixa, onde a brunidura é menos importante do que a resistência. Tipo IV: Liga extra dura: são duras e não dúcteis, sendo indicadas em regiões de altas tensões como PPR. Não usadas de forma extensa devido ao custo. Tipo V: Liga para restaurações metalocerâmicas : são usadas para confecção de estrutura metálica da porcelana. Tipo Ouro Cobre Prata Paládio Platina Zinco I 87% 49% -- -- -- -- II 76% 8% 13% 2,5% -- 0,5% III 70% 10% 15% 3% 1% 1% IV 66% 15% 12% 3% 2% 2% Obs. As ligas do tipo III e IV são susceptíveis ao tratamento térmico e podem ser endurecidas ou amaciadas por meio de ciclos adequados. Tratamento térmico amaciador: Após a fundição da liga, retira-se o anel da centrífuga, espera-se até que a sobra da liga perca a sua cor rubra e a seguir imerge-se o anel em um recipiente contendo água fria, esfriando rapidamente o anel através de um choque térmico. Tratamento térmico endurecedor: pode ser realizado por três processos. Coloca-se a restauração fundida (anel) no forno à temperatura de 450ºCmantendo durante 5 minutos, em seguida desliga-se o forno, deixando abaixar para 250ºC, manter esta temperatura durante 15 minutos, em seguida imergi-la em água fria. Coloca-se a restauração no forno à 370ºC durante 15 minutos, em seguida retirá-la do forno, deixando esfriar lentamente. Após a fundição, deixar esfriar naturalmente até a temperatura ambiente. Liga de Prata / Paládio É uma boa liga alternativa ao uso do ouro. Essas ligas têm sido empregadas em restaurações metálicas unitárias, tais como : MOD, Coroas totais, 4/5, pinos intra canais e próteses fixas pouco extensas. Ex: Palliag, Albacast, etc. Liga de Prata/Estanho Essas ligas tiveram suas formulações inicialmente com estanho e prata, depois foram incorporados outros elementos como cobre e zinco, com finalidade de melhorar suas propriedades físico-quimicas. O resfriamento dessa liga após a fundição deve ser lento para não haver precipitação do estanho e assim, evitar processos de oxidação e corrosão da restauração. Essas ligas são indicadas para as restaurações metálicas tipo MOD, Coroa total e 4/5. Nunca devem ser usadas em próteses fixas, sendo ligas macias de fácil brunimento. Ex: Primalloy, DFL Alloy, Pratalloy, etc. Liga de Cobre/Alumínio/Zinco Essas ligas foram introduzidas no mercado com a finalidade de baratear o custo das RMF e são indicadas para restaurações unitárias, pinos intra canais e próteses fixas metaloplástica. Essas ligas, apesar de seus problemas inerentes, como contração de fundição, oxidação e corrosão, continuam sendo usadas pela maioria dos dentistas. Ex: Duracast, Godent, Idealloy, etc. Liga de Níquel/Cromo São ligas de alta fusão utilizadas como alternativa às ligas de ouro para cerâmica (Tipo V), em trabalhos metalocerâmicos, e para confecção de PPR. Basicamente o níquel, entra na formulação entre 67% a 80 % e o cromo entre 12 a 23 %, outros metais podem fazer parte da formulação, tais como o alumínio, manganês e titânio. Ex: Durabond, Resistal P, Nicrodent, etc. Liga de Cromo/Cobalto São ligas de alta fusão, constituída de 53% a 67% de cobalto e 25% a 32% de cromo e 2 a 6% de molibdênio, possuindo a mesma indicação das ligas de níquel/cromo.
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