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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO 4º PERÍODO ARIEL BRAGA CRISTIANO DA SILVA ELISALDO JÚNIOR ISAAC NUNES SIMÃO PEDRO UMA BREVE ANÁLISE O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E A NORMA REGULAMENTADORA Nº 18 Teresina - PI Novembro de 2015 ARIEL BRAGA CRISTIANO DA SILVA ELISALDO JÚNIOR ISAAC NUNES SIMÃO PEDRO UMA BREVE ANÁLISE O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E A NORMA REGULAMENTADORA Nº 18 Atividade discente realizada para a disciplina de Ambiente e Segurança do Trabalho, do curso de bacharelado em Engenharia de Produção da faculdade Uninovafapi como requisito de complemento de carga horária. Orientador: Prof. Msc. Linardy de Moura Sousa Teresina - PI Novembro de 2015 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 1. ATRIBUIÇÕES DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO ............................................ 7 2. O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E A NR 18 ....................................................... 9 3. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 14 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 15 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Instalações sanitárias Figura 2 – Refeitório Figura 3 – Quadro de melhorias da área – 5S Figura 4 – Almoxarifado com a política de gestão 5S 5 INTRODUÇÃO A indústria da Construção Civil é entendida como um setor da economia ainda com certo atraso tecnologicamente e em termos de gestão, quando comparado com outros tipos de indústrias como a automotiva, a mineradora, a têxtil, a de alimentos, e etc. Podemos observar também que o gerenciamento da segurança e saúde dos trabalhadores da construção civil também não tem avançado com a mesma proporção, principalmente por causa da dificuldade dos empregadores em se adequar aos aspectos preconizados pelas normas regulamentadoras, bem como em contribuir para a criação e manutenção de uma política de saúde e segurança nos canteiros de obra. A engenharia de produção não é um ramo das engenharias tão recentes assim não, ela remonta no Brasil à década de 50, sendo a Escola Politécnica da USP a primeira a inaugurar o curso no Brasil em 1957, pelo então professor e engenheiro Ruy Aguiar da Silva Leme. Desde então, a atuação desse profissional tem tido um vasto campo de atuação, não apenas restrito a indústria automobilística como foi na década de 50 com a chegada das grandes montadoras no país, mas também a praticamente todos os ramos da economia, desde a indústria da construção civil, da têxtil, a de alimentos, a mineradora, e etc., e em cada uma dessas empresas existe claro uma peculiaridade, desafios diferentes, objetivos diferentes, mas o profissional de engenharia de produção está habilitado a desempenhar com sucesso o seu trabalho seja em que empresa for. A indústria da construção civil em especial é um ramo da economia em que o engenheiro de produção atua, desde a fase de planejamento do canteiro, da aquisição de máquinas e equipamentos, da análise de custos da construção (compra de materiais), a logística que envolve todas as operações dentro do canteiro, a folha de pagamento, cargos e salários, política de benefícios, em fim, ele pode estar atrelado a todas essas atividades. Mas um aspecto importante em que esse profissional pode ter uma grande participação é no campo da segurança do trabalho, e em se tratando da construção civil deve-se ater aos pressupostos da Norma Regulamentadora nº 18, que trata das Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil, bem como outras Normas importantes também aplicadas. 6 O desenvolvimento da gestão da segurança do trabalho em um canteiro de obras é sempre um desafio, não apenas para os profissionais que estão diretamente ligados a ela, como técnicos de segurança do trabalho, médicos do trabalho, engenheiros de segurança, e etc., mas para o próprio gestor da empresa, é difícil dada à própria peculiaridade da atividade, envolta em uma série de riscos para a saúde e a integridade física do trabalhador que ali estar bem como a de outras pessoas que se encontram próximas do canteiro, e dentro dessas dificuldades o engenheiro de produção pode ser uma ferramenta útil, pois cabe a ele desenvolver estratégias que possibilitem a empresa desenvolver o seu trabalho da melhor forma possível, com o menor custo possível e acima de tudo com o menor tempo também. O engenheiro de produção pode auxiliar a equipe de segurança do trabalho propondo medidas de correção que sejam adequadas às previstas na Norma Regulamentadora nº 18, e demais Normas, possibilitando assim um resultado mais eficiente, como por exemplo, na aquisição de materiais para guarda-corpo que está previsto na NR 18 em seus itens 18.13.4 e 18.13.5, ele pode propor que seja alugado ou comprado materiais metálicos ao invés de confeccioná-los em madeira, reduzindo assim custos de aquisição e redução de impactos ambientais com compra de madeira; com relação aos treinamentos dos empregados que dispõe o item 18.28 ele pode propor, por exemplo, que seja feito com uma periodicidade maior e que seja ministrado de modo teórico e prático além daquilo que dispõe a Norma, aumentando assim a eficiência do conhecimento adquirido pelo empregado e sua colocação em prática evitando possíveis acidentes ou danos ao maquinário ou a própria segurança do canteiro. Portanto, o profissional de engenharia de produção pode agregar muito valor no campo da segurança do trabalho em uma indústria da construção civil, é claro, que a especialização na área é sempre um ponto de maior riqueza de conhecimento, mas a própria matriz curricular do curso já o prepara, mesmo que de forma básica para os desafios e dificuldades que venham a surgir. 7 1. ATRIBUIÇÕES DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO As atribuições do profissional de engenharia de produção esta contida no Art. 1º da Resolução 235/75 do CONFEA, que afirmar o seguinte: Art. 1º - Compete ao Engenheiro de Produção o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º da Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973, referentes aos procedimentos na fabricação industrial, aos métodos e seqüências de produção industrial em geral e ao produto industrializado; seus serviços afins e correlatos. Vejamos agora o que diz o Art. 1º da Resolução nº 218: Art. 1º - Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica; Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação; Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica; Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria; Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico; Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica;Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; Atividade 09 - Elaboração de orçamento; Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade; Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico; Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13 - Produção técnica e especializada; Atividade 14 - Condução de trabalho técnico; Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo; Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação; Atividade 18 - Execução de desenho técnico. 8 Com base nesses dados podemos perceber que existem diversas atividades atribuídas ao profissional da engenharia de produção, os dispostos nº 11 e 12 é interessante, pois abre a possibilidade da execução e fiscalização de obras também ser desenvolvida por esse profissional, não sendo portando, algo restrito apenas a engenharia civil, logo, pode prestar serviços de fiscalização, propondo correções e mudanças no layout ou no desempenho de certos serviços. Dentro da segurança do trabalho em um canteiro de obras o engenheiro de produção pode desenvolver o seu trabalho de múltiplas formas, dentro do seu campo de atribuições auferido por lei federal, passando, portanto, a ter um papel de consultor e executor direto de determinados serviços, se observarmos a Norma Regulamentadora nº 18 podemos ver que além de extensa e complexa, em termos de execução prática, a presença de um profissional cuja formação acadêmica tem foco na gestão é de importância para o setor de segurança e saúde do trabalho, pois pode aliar o conhecimento dos componentes do SESMT com o de um profissional que vê a obra como um todo e tem habilidades de desenvolver e implantar medidas que terão impacto em toda a infraestrutura do negócio, não apenas em um campo específico. 9 2. O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E A NR 18 Este trabalho visa analisar e expor, sem necessariamente fazer um estudo profundo e completo, mas apenas uma análise sobre como o engenheiro de produção pode contribuir com o desenvolvimento das diretrizes contidas na Norma Regulamentadora nº 18 no âmbito da segurança do trabalho em canteiros de obras, para isso, se irá fazer aqui um apanhado a cerca dos principais itens da NR 18 e enfatizar como é a participação desse profissional para o desenvolvimento da segurança do trabalho nesse tipo de indústria. A Norma Regulamentadora nº 18 é uma norma direcionada para os canteiros de obras e frentes de trabalhos, sua implantação nem sempre é fácil, muitas vezes deixando itens básicos por ser desenvolvido, gerando assim uma maior probabilidade de acontecer acidentes e doenças do trabalho. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, só em 2011 o setor da construção civil registrou mais de 59808 acidentes de trabalho, sendo o campeão nesse período. Muito desse resultado poderia ter sido eliminado se houvesse um interesse maior por parte dos empresários em implantar as diretrizes da NR 18 e demais Normas, integrando todos por meio de uma gestão de segurança do trabalho mais eficiente e concisa, entretanto, essa realidade ainda está longe de acontecer. O item 18.4 da NR 18, que diz respeito às áreas de vivência, reporta a obrigação dos canteiros de obras em dispor de instalações sanitárias, vestiários, alojamentos, local de refeições, cozinha (se houver preparo de refeições), lavanderia, área de lazer e ambulatório (caso seja frente de trabalho com 50 ou mais trabalhadores). Nesse item, por exemplo, o engenheiro de produção pode ser importante no que compete à escolha da melhor localização dessas áreas de vivência partindo da lógica de que o tempo que o empregado irá usar para se dirigir a esses locais e retornar ao seu posto de trabalho pode acarretar uma redução do tempo de serviço dele, e como tal uma perda de produção, por isso, embora os profissionais do SESMT já tenham observado essa obrigação, é interessante não construí-las em qualquer lugar, mais partindo da equação (produção = tempo x percurso), onde se as instalações ficarem muito distantes, a sua produção vai ser baixa, daí a observância de gestor do engenheiro em verificar a melhor localização para as áreas de lazer dentro do canteiro. 10 Figura 1 – Instalações sanitárias Na Figura 1, podemos ver a imagem de uma instalação sanitária simples. A aquisição dos materiais a serem utilizadas aqui deve ser observada pelo custo que elas terão no orçamento da obra como um todo, a sua qualidade, a sua durabilidade, entre outros itens importantes, nem sempre quem faz parte do universo de um canteiro de obras dá importância ao item “custos”, mas que no final da obra ou mesmo quando ocorre atraso na entrega acabam tendo impacto nos futuros preços do imóvel. O engenheiro de produção também avalia em parceria com a contabilidade, os custos de aquisição dos materiais a serem usados nas áreas de lazer, portanto, ele irá se reunir com a equipe do SESMT e irá propor os melhores produtos a serem usados nessa área. Ele também pode propor as formas de higienização e controle, desenvolvendo planilhas de controle de manutenção periódica a serem reportados ao gestor da obra, logo, são itens que nem sempre a equipe de segurança observa, e o engenheiro de produção é importante neste ponto. 11 Figura 2 - Refeitório Na Figura 2 mostra um exemplo de um refeitório em um canteiro de obras, pode- se ver a disposição dos bancos e cadeiras, o bebedouro, lixeiras com tampa, dentro outros itens, exatamente como manda a Norma, contudo, é importante outros itens que venham a tornar o ambiente ainda mais confortável para os empregados e fazer com que os mesmos trabalhem com mais interesse e dedicação. Nessa área o engenheiro de produção também pode agregar conhecimento; propondo, por exemplo, que se coloque uma TV ou uma sinuca para diversão dos empregados após o almoço, ou algumas cadeiras com encosto para dormir um pouco, ou uma mesa de ping-pog, em fim, aparatos simples, mas que fazem os colaboradores entender que a empresa precisa deles e como tal oferece conforto e diversão para estes após o almoço. Entender a área comportamental e as formas de otimização da produção são ferramentas que o engenheiro de produção dispõe para alcançar seus objetivos. Outro item importante que o engenheiro de produção pode desenvolver dentro de um canteiro de obras a fim de melhorar determinadas atividades, como por exemplo, a área de vivência, é a chamada Política de 5S, uma ferramenta de gestão que 12 surgiu no Japão após a segunda guerra mundial e que ajudou o país a crescer e recuperar a produção, alto-estima e potencialidade produtiva dos trabalhadores japoneses. Em um canteiro de obras, às vezes é complicado desenvolver essa ferramenta seja pela presa em executar os serviços, seja pela má vontade das pessoas envolvidas, seja pelo próprio desinteresse do gestor da obra, entretanto, os benefícios são enormes e variam desde a redução de perdas e furtos, até o aumento da produtividade; a área de carpintaria (item 18.7) e a de armações de aço (18.8), por exemplo, onde existem riscos elevados de cortes e perfurações, a implantação dessa ferramenta é fundamental, e cabe ao profissional da engenharia de produção o planejamento e a execução dessa ferramenta de gestão em um canteiro de obras em parceriacom o gestor da obra e com todos os demais empregados envolvidos, veja a Figura 3, um quadro do sistema 5S que deve ser preenchido todos os dias pelas pessoas de uma determinada área ou setor de serviços. Figura 3 – Quadro de melhorias da área – 5S Para que funcione a contento, é preciso que seja feito um acompanhamento diário, e seja estipulado, por exemplo, dentro da produção dos empregados o item 5S da sua área, isso ajuda a manter o espírito de cooperação e de manutenção, pois se não for feito inspeções diárias pode ocorrer dos empregados simplesmente deixar de lado a sua funcionalidade e importância e voltar ao estágio inicial novamente. Uma série de acidentes com ou sem afastamento que ocorrem diariamente tem como causa a desorganização no ambiente de trabalho, e esse modelo de gestão é importante no processo de redução de perda de mão-de-obra por incapacidade, seja temporário ou permanente. 13 Pode-se ver apenas por alguns itens da Norma Regulamentadora nº18 o tão importante é a atividade do profissional de engenharia de produção em um canteiro de obras para um bom desempenho da área da segurança do trabalho, sendo obviamente que está é apenas uma parte das mais diversas atividades as quais o engenheiro de produção tem que executar. Além de atuar dando suporte ao pessoal do SESMT, ele também avalia o sistema logístico do canteiro, onde irá colocar os materiais, qual o espaço necessário, quais os custos de transporte e pessoal, como aumentar a produtividade sem alterar de modo significativo os custos com produção, em fim, são inúmeras atividades que se fazem presente o profissional da engenharia de produção. A Figura 4 mostra, por exemplo, como a ferramenta de gestão 5S torna os ambientes mais confortáveis, limpos e organizados. Figura 4 – Almoxarifado com a política de gestão 5S 14 3. CONCLUSÃO Por uma simples observação de alguns itens previstos na NR 18, a Norma que trata da segurança em canteiros e frentes de trabalho, ou seja, a indústria da construção civil leve ou pesada pode-se observar que embora não seja necessariamente um profissional especializado em segurança do trabalho, o engenheiro de produção tem conhecimentos e habilidades mais do que suficientes para desempenhar com sucesso o seu trabalho em um canteiro de obras, seja auxiliando os membros do SESMT seja desenvolvendo ferramentas de gestão com o intuito de aumentar a produtividade. Em se tratando de canteiro de obras, é essencial o conhecimento da NR 18 para uma correta compreensão e desenvolvimento de técnicas que visem o aumento do desempenho profissional, portanto, a cadeira de segurança do trabalho que faz parte da grade curricular do estudante de engenharia de produção torna-se importante neste item, haja vista que o futuro profissional de engenharia de produção deve ter as noções mínimas de segurança e saúde do trabalho para poder desenvolver bem seu trabalho. Pautamos a NR 18 porque é uma Norma importante e que ainda precisa de muitas pesquisas para alcançar uma maior eficiência na sua implantação em um canteiro de obras ou frente de trabalho, o profissional da engenharia de produção tendo esta Norma em mente pode estudar formas e técnicas de otimizá-la em parceria com os membros do SESMT, portanto, um profissional tende a ajudar o outro, o engenheiro com os seus conhecimentos de gestão e os profissionais do SESMT com a sua especialização na área. 15 BIBLIOGRAFIA http://www.guiadacarreira.com.br/historia/evolucao-engenharia-producao/ Acesso: 22/11/2015 às 14h37min; http://www.creamg.org.br/faleconosco/Lists/PerguntasFrequentes/DispForm.aspx?ID =88&ContentTypeId=0x0100E12C0DB0C15F4C44BD516860EFF299E2 Acesso: 22/11/2015 às 15h04min; http://5s.com.br/2/o-que-e-5s.php Acesso: 22/11/2015 às 23h51min; DIEESE. Estudo setorial da construção. Estudos e pesquisas, 56, abril de 2011; Norma Regulamentadora nº 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, MTE, 2015.
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