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Donald Winnicott e a Mãe

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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
Texto: Os Bebês e suas Mães.
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
Conteúdo da Unidade
Algumas Notas Biográficas
. As fases do desenvolvimento emocional do bebê. 
Os fenômenos e os objetos transicionais.
A função do brincar e o amadurecimento psíquico. 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
Alguns dados biográficos
1896 – Nasce em 07 de abril, Donald Woods Winnicott, em Plymouth, Inglaterra.
1920 – Forma-se em Medicina, após uma interrupção provocada pela 1ª Guerra Mundial, durante a qual serviu como cirurgião num navio da marinha britânica. Especializa-se em pediatria. 
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1923 – Casa-se com a artista plástica Alice Taylor. Inicia no Hospital Infantil Paddington Green, em Londres, seu trabalho como pediatra, que duraria 40 anos. Faz análise com James Strachey.
1926 – Melanie Klein se muda para Londres, tornando-se referência na análise de crianças. 
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1927 – Começa sua formação analítica pela Sociedade Britânica de Psicanálise.
1933 – É analisado por Joan Rivière, uma das principais discípulas de M. Klein.
1935 – Habilita-se como analista de crianças.
1939 – Freud, que havia se exilado com a família em Londres, morre em 23 de setembro. Começa a 2ª Guerra Mundial. 
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1939 – Winnicott trabalha como consultor psiquiátrico do governo, atendendo crianças separadas da família pela guerra (experiência importante para seu trabalho teórico sobre o papel da mãe na constituição do psiquismo).
1941 – Iniciam-se os debates entre Anna Freud e Melanie Klein, sobre o trabalho com crianças. 
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1945 – Ao final desses debates, formam-se três grupos (dirigidos por Anna, Klein) e um terceiro que se manteve fora dos debates, o Middle Group, coordenado por Winnicott. Publica “Desenvolvimento emocional primitivo”.
1949 – Separa-se de Alice .
1951 – Casa-se com Elsie Claire N. Britton, assistente social e colaboradora de Winnicott.
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1951 – Publica “Objetos transicionais e fenômenos transicionais.” 
1956 – Torna-se presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise, cargo que exercerá até 1959.
1960 – Publica “Teoria do relacionamento paterno-infantil” e “A distorção do ego em temos de verdadeiro e falso self. 
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19 65 – É eleito pela segunda vez presidente da Sociedade Britânica, com mandato até 1968.
1971 – Morre em Londres, em 28 de Janeiro. Vários trabalhos inéditos são publicados em livros. 
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Principais Conceitos – introdução
Ponto de partida – Pediatria e o atendimento clínico de bebês, crianças e seus pais. 
Winnicott desenvolveu conceitos relativos aos estágios mais primitivos do desenvolvimento emocional do bebê, antes que ele conheça a si mesmo e aos outros. 
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Sua teoria do desenvolvimento segue dois caminhos:
a) Um deles se refere ao crescimento emocional do bebê e corresponde à jornada do lactente da dependência absoluta à independência, passando antes pela dependência relativa, ou à jornada do princípio do prazer ao princípio da realidade e do auto-erotismo às relações objetais.
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b) O outro caminho se refere ao cuidado materno, suas características e adaptações às necessidades específicas de cada fase do desenvolvimento do lactente.
Ocorrem processos de maturação e é necessário um ambiente de facilitação desses processos.
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No início do processo de desenvolvimento emocional, três aspectos devem ser considerados. De um lado está a hereditariedade, de outro, o ambiente (cuidado materno), que pode apoiar, falhar ou traumatizar. No meio está o bebê, vivendo, crescendo e acumulando experiências. 
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Ao nascer, o bebê traz consigo suas tendências hereditárias, que incluem os processos de maturação, isto é, um impulso biológico para a vida, para o crescimento e para o desenvolvimento. Mas o crescimento físico e emocional depende, para sua efetivação, de um ambiente de facilitação, cuja característica é a adaptação às necessidades que sempre se modificam e que se originam dos processos maturacioanais. 
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Mãe suficientemente boa – Inicialmente a mãe suficientemente boa é o ambiente favorável. Essa mãe reconhece a dependência do bebê e se adapta constantemente às suas necessidades, criando um setting onde o bebê pode viver uma experiência de onipotência e progredir no seu desenvolvimento no sentido da integração, do crescimento emocional e do acúmulo de vivências. 
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O ambiente, quando suficientemente bom, possibilita o processo de maturação, isto é, a evolução do ego e seus mecanismos de defesa, o desenvolvimento do self, a história do id, das pulsões e de suas vicissitudes.
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Segundo Winnicott, a vida psíquica começa no momento em que o ego passa a se desenvolver. O lactente está em um estado de fusão com a mãe, sendo absolutamente dependente da provisão física e emocional que lhe proporciona. O bebê não se dá conta, mesmo inconscientemente, de sua dependência, pois o seu ego ainda não está integrado e maduro. 
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O ego fraco do lactente, amparado pelo ego materno, torna-se forte, uma vez que a mãe passa a sustentar física e emocionalmente esse bebê, satisfazendo a sua dependência absoluta. 
A mãe suficientemente boa aguarda que o bebê dê sinais de suas necessidades e de sua prontidão para receber a gratificação instintual e só então providencia sua satisfação.
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Quando o cuidado materno mostra-se confiável, a continuidade da linha da vida, o bebê se mantém e ele experimenta uma continuidade de ser, pois os processos de desenvolvimento de seu ego não sofreram excessivas perturbações emocionais ou físicas. Essa é a base do ego. 
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Desenvolvimento Egóico e Mãe Dedicada.
Durante o período de dependência absoluta, o progresso continuado dos processos de maturação possibilita, quanto ao desenvolvimento do ego, três realizações:
Integração;
Personalização;
Início das relações objetais.
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Essas realizações são interdependentes e sobrepostas, e para serem alcançadas dependem dos cuidados proporcionados pela mãe suficientemente boa, cujas funções são:
Holding (apoio);
Handling (manejo);
Apresentação dos objetos.
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Integração e Holding.
A teoria postula uma não-integração primária do ego do bebê. Logo nas primeiras 24 horas de vida, esse estado não-integrado se torna uma integração estruturada com duração de alguns momentos, que vão se estendendo e tornam-se mais longos, persistentes e complexos. 
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A tendência à integração, a principal do processo maturacional, faz parte do potencial herdado do bebê, podendo se revelar desde que certos determinantes ambientais, que fazem parte da capacidade de holding da mãe, sejam proporcionadas, Por fornecer uma sustentação
adequada, a mãe possibilita que fragmentos da atividade motora e sensorial do bebê fundamentam o narcisismo primário comecem a se juntar. 
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Essa realização, juntamente com o aparecimentos de rudimentos de uma elaboração imaginativa sobre o funcionamento do corpo, possibilita o surgimento de momentos de integração, nos quais o bebê é uma unidade, embora ainda muito dependente. 
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Nos primeiros estágios do desenvolvimento, a integração está mais claramente associada a determinados estados afetivos está mais claramente associada a determinados estados afetivos e emocionais que Winnicott denominou estados excitados, tais como os momentos de amamentação.
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Gradualmente, a integração se torna um fato estabelecido, e só então se pode dizer que o bebê tem condições de se aperceber de que aquele que: grita, chora, fica triste, dorme, se alimenta, sonha, etc, é o mesmo indivíduo. E que as várias figuras de mães que foram sendo construídas em sua mente, através de cada uma dessas experiências emocionais, é, na verdade, uma só mãe.
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Durante os momentos calmos de contato mãe-bebê, uma relação entre egos entre os dois participantes dessa dupla, se constitui. 
Esse relacionamento favorece a identificação do bebê com sua mãe, apesar de, do ponto de vista do bebê, não existir nada além dele próprio, pois a mãe é parte dele mesmo. 
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Antes da aquisição do status de unidade, a partir da não-integração, aparece uma série de estados dissociados, por causa da emergência de uma integração parcial. Com o tempo, essas dissociações desaparecem, e a integração surge como algo totalmente estruturado e os estados dissociados transformam-se em mecanismos de defesa, isto é, uma fração do self permanece 
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apartada do self principal, aparecendo em determinados momentos que são comuns no início da infância, em certos tipos de tendências anti-sociais e em estados psicóticos. 
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Em condições favoráveis, períodos de não-integração continuam a ocorrer, sendo esses estados os precursores da capacidade adulta para o repouso, o relaxamento e para a capacidade de estar só. É durante a não-integração que o impulso criativo pode surgir e ser sentido como real, verdadeiro e pessoal.
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A função do holding associa-se à confiabilidade e responsabilidade. O holding satisfatório não pode ser ensinado, uma vez que se assenta na capacidade da mãe se identificar com o bebê. Através de um holding adequado a mãe:
a) Protege o bebê de agressões fisiológicas, levando em conta a sensibilidade cutânea, auditiva, visual e do órgão vestíbulo-coclear. 
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b) Protege o bebê de invasões ambientais, uma vez que ela “sabe” da falta de conhecimento de qualquer coisa que não seja ele mesmo. 
c) Possibilita ao bebê uma transição gradativa entre o estado calmo e o estado excitado, entre o sono e o estado disperso, etc.
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d) Criar uma rotina específica para aquele bebê, modificando-a a cada dia à medida que ele cresce e se desenvolve física e psiquicamente. 
As falhas no cuidado levam à desintegração. Essa condição (que é diferente de não-integração), é um mecanismo de defesa e que é vivido pelo bebê como uma angústia inimaginável – ser feito em pedaços. 
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Personalização e Handling.
A psique é entendida por Winnicott como elaboração imaginativa de partes, sentimentos e funções somáticas, apesar de apoiada no funcionamento corporal, não se encontra, desde o início do desenvolvimento emocional, firmemente ligada a ele. 
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Com a integração periódica do ego, aspectos da psique e do soma se envolvem num processo de inter-relação denominado personalização. 
Ao adquirir a capacidade de habitar o próprio corpo e apreciar suas funções, um desenvolvimento adicional pode ocorrer; o bebê passa a ter uma membrana limitante (pele) que se coloca entre o eu e o não eu. 
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O bebê agora tem um interior, uma realidade interna, um esquema corporal e um exterior. O bebê torna-se possuidor de um corpo, residência de seu self. A partir de então, osv ensinamentos de Melanie Klein a respeito das fantasias primitivas podem ser considerados.
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Com base nas funções corporais de incorporação (introjeção) e eliminação (projeção), o mundo externo (realidade compartilhada) passa a ser enriquecido pelo potencial interno, e o mundo interno é enriquecido pelo contato com o mundo externo. 
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Para tanto o bebê necessita de uma mãe capaz de se envolver emocionalmente com o seu corpo e suas funções, apresentando o corpo e a psique um ao outro, envolvendo-os num processo de inter-relação. 
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Essa função é definida como um manejo (handling) adequado. É através do cuidado com o corpo, da satisfação de suas necessidades de movimento e expressão corporal e da facilitação de satisfações cutâneas e musculares, que a mãe oferece experiências afetivas e físicas ao bebê e demonstra todo o seu amor, que aqui significa aceitar o bebê e seu corpo sem restrições. 
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Um manejo não adequado nos estágios mais precoces, quando não corrigido, provoca angústias inimagináveis, em razão do ataso, fracasso ou perda de uma união firme entre a psique e o corpo. Essas falhas aparecem na clínica com despersonalização. 
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A necessidade adaptativa cuidadosa da mãe às necessidades do bebê não dura muito tempo, pois rapidamente o bebê se torna capaz de compensar as deficiências de sua mãe através do surgimento da atividade mental. A mãe pode começar a falhar lentamente, pois a atividade mental (pensamento) organiza a experiência e organiza outras funções (catalogar, usar o tempo, classificar). 
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Alem disso, fantasias primitivas são enriquecidas pela memória e se transformam em imaginação, sonhos e jogos e surge a função de verificação, que possibilita fazer previsões. Todas essas aquisições ajudam a preservar a onipotência (base da confiança) do bebê durante esse período. 
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Início das Relações Objetais e Apresentação de Objetos.
Ao alcançar a integração por períodos mais longos e ter uma psique inserida no corpo, o lactente atinge um momento delicado e precário, pois um novo fenômeno se coloca em evidência: o exterior. 
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No desenvolvimento normal, a mãe dedicada, através do holding e de sua compreensão, cria um estado de “isolamento”, não permitindo que o não-eu invada o self do bebê. A mãe respeita o isolamento do bebê e aguarda até que ele, através de um gesto espontâneo, descubra o meio ambiente. A mãe da ao bebê a ilusão de que existe uma realidade externa correspondente à sua capacidade criativa. 
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A mãe traz um pedacinho do mundo até o bebê, de forma compreensiva e limitada, adequada às suas
necessidades, e proporciona uma experiência de onipotência ao permitir que o bebê tenha a ilusão de que o que foi encontrado seja algo por ele criado. 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
A relação de objeto está inteiramente vinculada à apresentação que a mãe faz de cada pedacinho do mundo para o lactente.
Vagarosamente, a mãe vai aumentando a porção de realidade compartilhada que apresenta ao bebê, satisfazendo a crescente capacidade da criança de usufruir do mundo, sempre tomando o cuidado de preservar certa porção de ilusão, condição indispensável para o viver criativo. 
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Se a mãe for bem sucedida em capacitar o bebê a usar a ilusão, ele estará preparado para aceitar, com facilidade, os movimentos de desilusão gradual (desmame) que virão a seguir. O estado de fusão mãe-bebê começa a se desfazer e a mãe passa a ser percebida como separada de seu self. Esse é o momento entre o “nada haver senão eu” e a existência de objetos e fenômenos situados fora do controle onipotente. Self autônomo. 
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Caso o bebê tenha um sentimento de confiança na fidedignidade materna, que foi sendo introjetada durante a experiência de ilusão, numerosos processos mentais passam a se desenvolver no momento em que a continuidade (fusão) está cedendo lugar à contigüidade. 
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Esses mecanismos permitem ao bebê lidar com a separação do objeto e fazer uso dessa separação, que o inicia na jornada em direção à dependência relativa e à independência.
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Objetos e Fenômenos Transicionais.
Permitem que a criança desenvolva essa independência. Esses podem ser assim descritos:
A experiência que o bebê adquire, constantemente repetida, de que há um limite temporal para a frustração (ela tem fim); 
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Um crescente sentido de processo;
Os primórdios da atividade mental. 
O emprego de satisfações auto-eróticas;
Recordar, reviver, fantasiar, sonhar, integrando passado, presente e futuro;
Os fenômenos e objetos transicionais que surgem e progressivamente se espalham por todo o espaço potencial. 
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A área intermediária de ilusão e o objeto transicional – No estágio da ilusão, relacionados temporalmente com os fenômenos auto-eróticos e com a sucção do punho e do polegar, algum objeto (cobertor, lençol, babador, fralda) ou fenômeno (som, ruído, maneirismo do bebê) surge e adquire uma grande importância na vida do lactente. 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
O objeto (ou fenômeno) é por ele investido e usado na hora de dormir, como defesa contra a ansiedade, especialmente a do tipo depressivo. A mãe suficientemente boa percebe seu significado e valor e respeita a adição do bebê a ele. 
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O objeto transicional inicia o bebê em uma área de ilusão, que vai possibilitar a separação entre o mundo dos objetos e o self. Há um espaço potencial entre o bebê e a mãe, que tanto pode se tornar uma área infinita e desértica de separação quanto um espaço preenchido criativamente com produtos da imaginação do bebê, com o brincar criativo, as artes, a filosofia e o sentimento religioso. 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
O self verdadeiro e o falso self. 
Ao proporcionar um holding físico e psicológico e um manejo corporal e ao permitir a experiência de onipotência do bebê, fazendo-o acreditar estar criando e controlando o mundo, a mãe dedicada permite que o self verdadeiro se revele. 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
Originando-se da vitalidade dos tecidos (elementos sensório-motores) e das funções corporais e associando-se ao processo primário, o self verdadeiro só se torna realidade viva se a mãe repetidamente satisfazer o gesto espontâneo. 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
É a adaptação da mãe que permite ao self verdadeiro reunir os pormenores do viver, que coincidem com a realidade interna do lactente, tornando-a mais complexa e possibilitando sua relação com a realidade externa, com uma gradual renúncia da onipotência. Só assim o bebê se torna capaz de lidar com estímulos sem ser traumatizado por eles,pois tendo uma contrapartida na realidade interna, são encarados como projeção.
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
Quando a mãe é incapaz de alimentar a onipotência do bebê, isso produz uma ruptura na vivência do self verdadeiro que só é recuperada por um retorno do bebê ao seu estado de isolamento, em que o meio ambiente não entra. 
Quando o bebê aceita a invasão ambiental através da submissão, inicia um falso self . 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
Esse falso self que tem como função ocultar o self verdadeiro e assim evita sua exploração e seu aniquilamento. O falso self, reduzido à submissão reage às exigências do meio, parecendo aceitá-las, constituindo uma série de relacionamentos falsos, com base na imitação, identificação e introjeção, chegando até a aparentar ser real, sem ter, porém a espontaneidade e a criatividade. 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
O estágio da Preocupação (concern).
A partir do 6º mês, grandes alterações começam a se processar no bebê, que se torna capaz de compreender que tem um mundo interno e um exterior de onde pode receber coisas (introjeção), tendo também a capacidade de se livrar (projeção) dos objetos que não mais deseja.
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
Essa evolução leva o bebê a uma aceitação da responsabilidade por toda a destrutividade que está ligada ao viver, à vida instintiva, à raiva e à frustração e a um relacionamento com uma pessoa total (mãe-objeto e mãe ambiente) total, conquistas da posição depressiva que Winnicott descreve como preocupação. 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
As duas mães se unem na mente do bebê. Amor e ódio passam a coexistir no seu mundo interno, tornando-o capaz de experimentar a ambivalência e o sentimento de culpa. 
Papel do Pai.
Dois enfoques aparecem nos trabalhos de Winnicott sobre a função paterna. 
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Unidade 3 – Donald Winnicott e a Mãe Devotada e seu Bebê 
a) Como uma extensão da figura materna durante a fase de dependência absoluta (e de apoio para a mãe realizar suas funções).
b) Como objeto total (estágio da preocupação), uma unidade, contribuindo com os processos de integração que estão ocorrendo no ego.

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