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LICENCIATURA EM QUÍMICA Destilação por arraste de vapor de água: Extração do óleo essencial do Eucalipto Citriodora Leilane de Souza e Hugo Barros Nilópolis- 2015 Instituto Federal do Rio de Janeiro Licenciatura em Química Química Orgânica 1 Flávio de Almeida Violante DESTILAÇÃO POR ARRASTE DE VAPOR DE ÁGUA 26 de novembro de 2015 LQ321, Leilane de Souza e Hugo Barros Introdução. Os óleos essenciais são conhecidos e empregados desde a antiguidade, porém datam do início do século XVIII os primeiros estudos para sua caracterização química. Pois são comercialmente utilizados, principalmente por seus aromas agradáveis, em perfumes, incensos, temperos e como agentes flavorizantes em alimentos, alguns são também conhecidos por sua ação antibacteriana, analgésica e antifúngica. Podendo ser de origem natural ou sintética. As de origem natural são geralmente extraídas de plantas, flores, raízes ou animais, enquanto as sintéticas tentam reproduzir no laboratório os aromas naturais. As essências (ou óleos essenciais) são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, odoríferas e de aparência oleosa a temperatura ambiente (Simões e Spitzer, 2009). Extração é a retirada ou separação de componentes de um sistema específico, empregando solventes líquidos ou vapor de água. A extração de uma essência natural é realizada por prensagem, maceração, extração com solventes voláteis ou através de destilação por arraste a vapor, este sendo, além de eficiente, possibilita uma elaboração de menor custo. A destilação por arraste a vapor é processo mais utilizado na obtenção de óleo essencial de plantas aromáticas (Atti-Serafini e Cassel, 2001), pois é uma destilação de misturas imiscíveis (não se comportam como soluções), ou seja, os componentes dessa mistura entram em ebulição a uma temperatura menor do que os pontos de ebulição individuais de cada componente. Sendo assim, uma mistura de compostos com alto ponto de ebulição e água, pode ser destilada a temperaturas menores que 100 °C (ponto de ebulição da água), não decompondo o óleo essencial. Já que a pressão total de vapor de uma mistura de líquidos imiscíveis é igual a soma da pressão de vapor dos componentes puros individuais (Lei de Raoult e Lei de Dalton). Objetivo. Obter o óleo essencial do eucalipto citriodora, através da destilação por arraste de vapor, com uma adaptação para simplificar o processo, de modo que o material a ser extraído fica diretamente em contato com a água sob aquecimento (hidrodestilação), sendo assim possível analisar o aproveitamento do processo. Parte Experimental. 3.1. Aparelhagem: 1º parte: Cabeça para destilação (Claysen); Condensador reto; Mangueira de látex; Suporte universal; mufas e garras; Balão de fundo redondo 1.000 ml; tripé e Tela de amianto; Bico de Bunsen; Bécher. Nesta parte inicial, foi montada uma estrutura de hidrodestilação, no qual o condensador foi conectado ao balão de fundo redondo de 1.000ml, que continha folhas de eucalipto trituradas e 2/3 de sua capacidade preenchidos com água. Logo em seguida a essa estruturada montada, o bico de Bunsen foi aceso, havendo uma espera de aproximadamente 40 min para que o conteúdo do interior do balão pudesse entrar em ebulição. Ao iniciar-se a ebulição o vapor foi para o condensador, sendo resfriado e gotejando no bécher a uma velocidade constante, a mistura era imiscível composta de óleo essencial e água. 2º parte: Suporte universal; argolas; Funil para líquidos; Funil de separação; Frasco coletor. Aqui, foi montada a aparelhagem para extração por solvente, onde a mistura imiscível foi posta no funil de separação. Foram separadas as duas fases: na primeira fase foi obtida a água que foi guardada em um frasco âmbar para outro processo e na segunda fase foi obtido o óleo essencial (fase orgânica, que ficou por cima da água por ser menos denso), cerca de 10 ml, que foi armazenado em outro frasco. Resultados e discussões. Ao aquecer a solução (folhas de eucalipto + água) a ser destilada esperou-se cerca de 40 min para começar o processo de ebulição, enquanto era aquecida, observou-se a mudança de cor desta, cuja inicialmente era parcialmente incolor (devido a água) e com presença das folhas verdes de eucalipto, com o aquecimento, as folhas foram ganhando tonalidade marrom, junto com a solução. O líquido condensado foi coletado imiscível, sendo possível observar pequenas gotas de óleo misturadas dentro do líquido branco. Ao se extrair o óleo essencial de eucalipto, por intermédio do funil de separação, pôde-se observar que o rendimento é baixíssimo e varia entre 0,5% à 2,0% segundo (Lassak, 1988). E sua principal composição é de óleo de citriodora (C10H18O) que está presente em 65% á 80% do teor de óleo essencial extraído deste vegetal. Este rendimento pode ser comprovado através da nossa prática, já que em 3h só foi possível extrair cerca de 10 ml de óleo. Conclusão. Pode-se concluir que a técnica de destilação ou arraste a vapor é eficiente para ser empregada na destilação de substâncias que se decompõem nas proximidades de seus pontos de ebulição e que são insolúveis em água, como é o caso da citriodora. Anexo • A destilação por arraste de vapor de água serve como processo para quais produtos importantes da nossa economia? Para produtos da indústria farmacêutica, cosmética, de perfumaria e de limpeza com as seguintes finalidades: obtenção de produtos naturais; extração de matérias-primas e fármacos de fontes botânicas; extração de óleos de sementes e ácidos graxos; extração de aromas e constituintes cosméticos, e extração de óleos essenciais de plantas aromáticas. • Por que foi possível utilizar o bico de Bunsen? Porque esse equipamento aquece rápido e fácil a solução, mesmo que a solução tenha alto ponto de ebulição, desde que não seja inflamável, evitando assim qualquer acidente. • Quais as principais vantagens da extração por vapor de água? Este processo é vantajoso pois, é um processo simples e barato já que utiliza equipamentos convencionais, a mistura entra em ebulição em temperatura inferior ao ponto de ebulição da água e os produtos obtidos neste procedimento são substâncias orgânicas, que são geralmente insolúveis em água, sendo assim facilmente identificado. • Faça um resumo ressaltando as principais informações sobre o trabalho: publicado por BIZZO, H. R.; HOVELL, A. M.; REZENDE, C. M. Óleos Essenciais no Brasil: aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas. Quim. Nova 2009, 32, 588-594. Este trabalho teve como objetivo verificar o potencial antimicrobiano de Pimenta pseudocaryophyllus var. pseudocaryophyllus, foi avaliado o óleo essencial extraído de suas folhas quanto à atividade nos microrganismos: Aspergillus niger, Penicillium verrucosum, Escherichia coli, e Staphylococcus aureus. A metodologia utilizada foi o método do papel de filtro embebido no óleo essencial a ser testado. A extração do óleo essencial foi feita por hidrodestilação em aparelho Clevenger modificado por Wasicky. Testou-se o óleo essencial de plantas provenientes de Campos do Jordão e de Itaquaquecetuba. Os resultados obtidos mostraram que o óleo da planta procedente de Campos do Jordão apresentou atividade antimicrobiana muito próxima à do citral, inibindo em 72,7 % e 71,5 %, respectivamente, o crescimento dos microrganismos; porém, foi significativamente superior ao da planta procedente de Itaquaquecetuba, que apresentou 38,8 % de inibição. Quanto aos microrganismos, a inibição do crescimento foi maior para P. verrucosum (83,3%), seguido por A. niger (71,9%) e S. aureus (70,3%), que não apresentaram diferença entre si. A menor inibição foi apresentada por E. coli (18,4%). Com exceção de E. coli, que apresentou a mesma característica de inibição para os dois óleos e o citral, todos os demais fatores apresentaram interação significativa, demonstrando especificidade de reaçãopara cada um dos níveis desses fatores e o potencial antimicrobiano, do óleo essencial de Pimenta pseudocaryophyllus var. pseudocaryophyllus. O rendimento do óleo essencial da planta coletada em Campos do Jordão foi de 2,3% e da coletada em Itaquaquecetuba foi de 1,9% (p/v).
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