Buscar

autismo infantil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

SII 37
Rev Bras Psiquiatr 2000;22(Supl I):37-9
Introdução
Em 1942, Kanner descreveu sob o nome “distúrbios autísticos
do contacto afetivo” um quadro caracterizado por autismo ex-
tremo, obsessividade, estereotipias e ecolalia.1 Esse conjunto
de sinais foi por ele visualizado como uma doença específica
relacionada a fenômenos da linha esquizofrênica.
Em trabalho de 1956, Kanner continua descrevendo o qua-
dro como uma “psicose”, referindo que todos os exames clíni-
cos e laboratoriais foram incapazes de fornecer dados consis-
tentes no que se relacionava à sua etiologia, diferenciando-o
dos quadros deficitários sensoriais, como a afasia congênita, e
dos quadros ligados às oligofrenias, novamente considerando-
o uma verdadeira psicose.2
As primeiras alterações dessa concepção surgem a partir de
Ritvo (1976), que relaciona o autismo a um déficit cognitivo,
considerando-o não uma psicose e sim um distúrbio do desen-
volvimento.3 Dessa maneira, a relação autismo-deficiência mental
passa a ser cada vez mais considerada, levando-nos a uma situ-
ação díspar entre as classificações francesa, americana e a da
Organização Mundial da Saúde. Assim, se as duas últimas (APA,
1995; WHO, 1993)4,5 enquadram o autismo dentro da categoria
“distúrbios abrangentes de desenvolvimento”, enfatizando a re-
lação autismo-cognição, de acordo com os trabalhos de Baron-
Cohen (1988, 1991),6,7 em oposição flagrante à CID-9; a primei-
ra (Misés, 1990)8 remete-nos ao conceito de “defeito de organi-
zação ou desorganização da personalidade”,9 caracterizando o
conceito de “psicose”em sua expressão tradicional.
Outros autores, como Burack (1992),10 reforçam a idéia do
déficit cognitivo, frisando que o autismo tem sido, nos últimos
anos, enfocado sob uma ótica desenvolvimentista, sendo rela-
cionado a deficiência mental, uma vez que cerca de 70-86%
dos autistas são deficientes mentais.
Entretanto, pela penetração e abrangência dos conceitos, so-
mos obrigados a nos remeter ao autismo a partir de sua conste-
lação comportamental para que possa ser explorado minucio-
samente e para que conexões causais possam ser estabelecidas
dentro das possibilidades atuais.
Cabe lembrar que mesmo a escola francesa, com sua tradição
psicodinâmica, prefere hoje ver o autismo vinculado à questão
cognitiva.11 Lebovici (1991),12 com toda a sua tradição psicana-
lítica, é textual quando diz que “para os clínicos, é uma síndro-
me relativamente precisa. A referência histórica a Kanner faz da
síndrome autística uma maneira mais ou menos específica de
estar no mundo e aí formar relações atípicas”, caracterizando a
ambigüidade e a diferença das duas abordagens e mesmo da
avaliação diversa que permite enquadrarmos crianças diferentes
Autismo infantilAutismo infantilAutismo infantilAutismo infantilAutismo infantil
Francisco B Assumpção Jra e Ana Cristina M Pimentelb
aServiço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (SEPIA-IPq-HCFMUSP). bFundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG)
em um mesmo quadro nosográfico, consistindo em “emprestar
ao conceito de psicose um caráter vago”. No mesmo livro,
Leboyer13 é textual quando diz que “a confrontação das observa-
ções clínicas e dos dados obtidos através da análise dos proces-
sos cognitivos e emocionais permite considerar a descrição de
um modelo cognitivo anormal sustentando a patologia dos
autistas”. Assim sendo, são difíceis, na atualidade, autores, por
mais diversas que sejam suas concepções, que não considerem o
autismo dentro de uma abordagem cognitiva.
Tais fatos são exaustivamente citados por Gillberg (1990)14
quando fala que “é altamente improvável que existam casos de
autismo não orgânico”, dizendo que “o autismo é uma disfun-
ção orgânica – e não um problema dos pais - isso não é matéria
para discussão. O novo modo de ver o autismo é biológico”.
Considerando-se não a visão do autismo como “um dos mai-
ores mistérios e desafios da psiquiatria infantil contemporâ-
nea”, conforme se dizia em meados dos anos 60, mas sim uma
síndrome comportamental definida, com etiologias orgânicas
também definidas, é que foi estruturado o presente trabalho,
visando apresentar as características sintomatológicas, as etio-
logias e o diagnóstico diferencial, bem como os aspectos tera-
pêuticos desses transtornos.
Epidemiologia
Sua epidemiologia corresponde a aproximadamente 1 a 5 ca-
sos em cada 10.000 crianças, numa proporção de 2 a 3 homens
para 1 mulher.15 Observa-se assim uma predominância do sexo
masculino, conforme citado por Frith (1989)16 ou pelo próprio
DSM IV,4 embora quando analisamos as etiologias prováveis,
não encontremos grande número de patologias vinculadas espe-
cificamente ao cromossoma X, o que justificaria essa diversida-
de. Refere-se ainda que quando diferentes faixas de QI são exa-
minadas, tem-se um predomínio ainda maior de indivíduos do
sexo masculino, chegando-se a razões de 15:1, contrariamente a
quando são avaliadas populações com QI superior a 50.
A idade usual de atendimento, caracterizando de forma clara
a dificuldade no diagnóstico precoce, confirma o descrito por
Baron-Cohen (1992):17 que a idade média para a detecção do
quadro é ao redor dos 3 anos, embora o autor sugira que o
diagnóstico já possa ser bem estabelecido ao redor dos 18 me-
ses de idade. Estudos realizados com grandes amostras de por-
tadores das chamadas psicoses infantis referem uma distribui-
ção bimodal, com um grupo de crianças apresentando graves
problemas já nos primeiros anos de vida, enquanto o outro apre-
senta essas dificuldades somente após um período de desen-
volvimento aparentemente normal.18
SII 38
Rev Bras Psiquiatr 2000;22(Supl II):37-9Autismo infantil
Assumpção Jr FB & Pimentel ACM
Desenvolvimento cognitivo
Considerando-se o desenvolvimento cognitivo, mesmo le-
vando-se em conta as dificuldades de avaliação (em que pese o
sugerido pela literatura internacional),19 observa-se pequeno
número de portadores de inteligência normal.
Tal fato é categoricamente enfatizado, considerando-se real
a ligação entre autismo e deficiência mental, estabelecendo-se
a noção de um “continuum autístico” em função exatamente
da variação de inteligência, com características
sintomatológicas decorrentes desse perfil de desempenho.
Isso remete-nos novamente à questão das atuais teorias cog-
nitivas para se pensar o autismo de acordo com os trabalhos de
Frith (1988,1989)20,16 e Baron-Cohen (1988, 1990,1991),6,21,7
questionando-se assim o conceito primitivo de Kanner e a pró-
pria noção de psicose.
Aliás, é Baron-Cohen, em trabalho de 1988,6 que refere que
“uma das teorias propostas para o autismo é afetiva”, consi-
derando, entretanto, que “isso não pode ser confundido com
a noção de autismo ligada a resposta a trauma emocional”.
Entretanto, frisa que a teoria da metarepresentação é uma te-
oria cognitiva que considera como fundamental a incapaci-
dade do autista em compreender os estados mentais do outro.
Assim sendo, os déficits pragmáticos de relacionamento so-
cial e de linguagem seriam dela decorrentes. Considera as-
sim que: o autismo é causado por um déficit cognitivo cen-
tral; o déficit é a capacidade de metarepresentação; e essa
capacidade de metarepresentação é necessária nos padrões
simbólicos e pragmáticos.
Dessa maneira, pensar o autismo dentro de uma visão cogni-
tiva é uma possibilidade capaz de permitir sua compreensão
dentro de um modelo teórico . Por outro lado, pensá-lo dentro
de uma teoria afetiva na qual a incapacidade de interagir com o
ambiente é inata, é fundamentalmente diferente das teorias
psicodinâmicas explicativas dos mecanismos autísticos, uma
vez que somos, diante das evidências apresentadas por diver-
sos autores, levados a considerar a frase de Frith (1988),20 que
refere que “não há evidênciasde fatores psicogênicos no
autismo infantil”.
Outros estudos22-24 também enfatizam a questão cognitiva,
embora procurando funções mais especificamente comprome-
tidas como sendo as responsáveis pela constelação
sintomatológica.
Etiologia
A questão da etiologia é enquadrada ao DSM IV4 no eixo III,
correspondente a “distúrbios e condições físicas” e mostra as
dificuldades de quaisquer estudos a ela relativos, consideran-
do-se que, mesmo com acurada pesquisa diagnóstica, a
inespecificidade dos dados obtidos é marcante, embora a asso-
ciação com fatores biológicos seja indiscutível.25
Essa questão diagnóstica torna-se ainda mais complexa na
medida em que consideramos as chamadas “síndromes de
Asperger” inseridas dentro do “continuum autístico”. Em traba-
lho anterior dos autores do presente trabalho,26 vários quadros
são descritos, privilegiando-se sempre as etiologias médicas, de
acordo com as propostas mais recentes da literatura médica.
Observa-se também que, enquanto grupo, pessoas autistas
apresentam altos níveis periféricos de serotonina em aproxima-
damente um terço dos casos. São observadas também maior fre-
qüência de alterações eletroencefalográficas com quadros con-
vulsivos associados. Da mesma maneira, podem se observar
evidências sugestivas da importância dos fatores genéticos, em-
bora pense-se na multifatoriedade da etiologia do quadro.15
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial dos quadros autísticos inclui ou-
tros distúrbios invasivos do desenvolvimento, como a síndro-
me de Asperger, a síndrome de Rett, transtornos desintegrativos
e os quadros não especificados. Esse diagnóstico diferencial é
uma das grandes dificuldades do clínico. Os quadros de sín-
drome de Asperger são reconhecidos antes dos 24 meses, apre-
sentando também maior ocorrência no sexo masculino, inteli-
gência próxima da normalidade, déficit na sociabilidade, inte-
resses específicos e circunscritos com história familiar de pro-
blemas similares e baixa associação com quadros convulsivos.
Por outro lado, os quadros de síndrome de Rett ocorrem
preferencialmente no sexo feminino, sendo reconhecidos en-
tre 5 e 30 meses e apresentando marcado déficit no desen-
volvimento, com desaceleração do crescimento craniano, re-
tardo intelectual marcado e forte associação com quadros
convulsivos.
Os transtornos desintegrativos são observados antes dos 24
meses, com predomínio no sexo masculino, padrões de socia-
bilidade e comunicação pobres, freqüência de síndrome
convulsiva associada e prognóstico pobre.
Os transtornos abrangentes não especificados tem idade de
início variável, predomínio no sexo masculino, comprometi-
mento variável na área da sociabilidade, bom padrão
comunicacional e pequeno comprometimento cognitivo.
Tratamento
O tratamento é complexo, centrando-se em uma abordagem
medicamentosa destinada a redução de sintomas-alvo, repre-
sentados principalmente por agitação, agressividade e irritabi-
lidade, que impedem o encaminhamento dos pacientes a pro-
gramas de estimulação e educacionais .Considera-se assim o
uso de neurolépticos como vinculado, eminentemente, a pro-
blemas comportamentais.
Cabe lembrar entretanto que, exatamente por se tratarem
de pacientes crônicos, essa visão terapêutica se estenderá por
longos períodos, exigindo dos profissionais envolvidos
monitoração constante, para que tenham uma dimensão exa-
ta do problema.
Sob o ponto de vista psicofarmacoterápico, são utilizados os
neurolépticos, a combinação vitamina B6-magnésio,
fenfluramina, carbamazepina, ácido valpróico e lítio, visando-
se sempre a remissão dos sintomas-alvo.27
Entretanto, em momento nenhum, os autores do presente tra-
balho consideram a psicofarmacoterapia como opção exclusi-
va de tratamento pois, ao acreditar que ela reduz os sintomas-
alvo, pensam que facilite uma abordagem de cunho pedagógi-
co, de acordo com o proposto nos últimos anos.
SII 39
Rev Bras Psiquiatr 2000;22(Supl II):37-9 Autismo infantil
Assumpção Jr FB & Pimentel ACM
Conclusões
O autismo infantil corresponde a um quadro de extrema com-
plexidade que exige que abordagens multidisciplinares sejam efe-
tivadas visando-se não somente a questão educacional e da socia-
lização, mas principalmente a questão médica e a tentativa de es-
tabelecer etiologias e quadros clínicos bem definidos, passíveis
de prognósticos precisos e abordagens terapêuticas eficazes. Com
a maior acurácia das pesquisas clínicas, grande número de
subsíndromes ligadas ao complexo “autismo”devem ser identifi-
cadas nos próximos anos, de forma que os conhecimentos sobre a
área aumentem de modo significativo em um futuro próximo.
Referências
1. Kanner L. Autistic disturbances of affective contact. Nerv Child
1942;2:217-50.
2. Kanner L. Early infantile autism – 1943-1955. J Orthopsychiat
1956;26:55-65.
3. Ritvo ER, Ornitz EM. Autism: diagnosis, current research and
management. New York: Spectrum; 1976.
4. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manu-
al of Mental Disorders (DSM IV). Washington: APA; 1995.
5. WHO. Classificação das doenças mentais da CID 10. Porto Alegre:
Artes Médicas; 1993.
6. Baron-Cohen S. Social and pragmatic deficits in autism: cognitive or
affective? J Autism Develop Disord 1988;18(3):379-401.
7. Baron-Cohen S. The development of a theory of mind in autism:
deviance an delay? Psychiatr Clin North Am 1991;14(1):33-52.
8. Misés R. Classification française des troubles mentaux de lénfant e de
l’adolescent. Neuropsychiatrie de l’enfance 1990;38(10-11):523-39.
9. Houzel D. Reflexões sobre a definição e a nosografia das psicoses.
In: Mazet P, Lebovici S. Autismo e psicose na criança. Porto Alegre:
Artes Médicas; 1991. p. 31-50.
10. Burack JA. Debate and argument: clarifying developmental issues in
the study of autism. J Child Psychol Psychiatr 1992;33(3):617-21.
11. Lellord G, Sauvage D. L’autisme de lénfant. Paris: Masson Eds.; 1991.
12. Lebovici S, Duché DJ. Os conceitos de autismo e psicose na criança.
In: Mazet P, Lebovici S. Autismo e psicoses na criança. Porto Ale-
gre: Artes Médicas; 1991. p. 11-9.
13. Leboyer M. Neuropsicologia e cognições. In: Mazet P, Lebovici S.
Autismo e psicoses na criança. Porto Alegre: Artes Médicas; 1991.
p. 95-101.
14. Gillberg C. Infantile autism: diagnosis and treatment. Acta Psychiatr
Scand 1990;81:209-15.
15. Volkmar FR, Klin A, Marans WD, McDougle CJ. Autistic disorder.
In: Volkmar FR. Psychoses and pervasive developmental disorders
in childhood and adolescence. Washington: American Psychiatric
Press; 1996. p. 119-90.
Concomitantemente, o desenvolvimento de vias de pes-
quisa biológica e cognitivas deve trazer futuras implicações
não somente na questão diagnóstica mas, principalmente,
na questão terapêutica da síndrome.
A descrição de casos e o estudo das populações afetadas
contribui, de forma efetiva, para que pouco a pouco o autis-
mo possa ser melhor compreendido e analisado.
Somente a partir de uma visão médica, embasada em mo-
delos científicos claros, é que poderemos contribuir para o
estudo da questão, ao mesmo tempo em que nos dispomos a
pensar realisticamente o problema dessa população afetada.
Correspondência: Ana Cristina Mageste Pimentel
Rua Engenheiro Carlos Antonini, 148 Bairro São Lucas – 30240-280 Belo Horizonte, MG
16. Frith U. Autism, explaining the enigma. Oxford: Blackwell Pub.; 1989.
17. Baron-Cohen S, Allen J, Gillberg C. Can autism be detected at 18
months? British J Psychiatr 1992;161:839-43.
18. Volkmar FR, Bergman J, Cohen DJ. DSM III and DSM III-R diagnoses
of autism. Am J Psychiatry 1988;145:1404-8.
19. Barthelémy J, Adrien JL, Bouron M, Sauvage D, Lélord G. As esca-
las de avaliação no autismo da criança. Aspectos metodológicos e
aplicações clínicas. In: Mazet P, Lebovici S. Autismo e psicoses na
criança. Porto Alegre: Artes Médicas;1991. p. 51-61.
20.Frith U. Autism: possible clues to the underlyng pathology.
Psychological facts. In: Wing L. Aspects of autism: biological research.
London: Gaskel Eds. & Royal College of Psychiatrists & The National
Autistic Society; 1988. p. 1-10.
21. Baron-Cohen S. Autism, a specific cognitive disorder “mind-
blindness”. Int Rev Psychiatr 1990;2:81-90.
22. Schopler E, Mesibov GB. Diagnosis and assesment in autism. New
York: Plenum Publishing Corp.; 1988.
23. Happé FGE. Wechsler IQ profile and theory of mind in autism: a
research note. J Child Psychiatr 1994;35(8):1461-71.
24. Jarrold C, Boucher J, Smith PK. Executive functionb deficits and the
pretend play of children with autism: a research note. J Child Psychiatr
1994;35(8):1473-82.
25. Steffemberg S. Neuropsychiatric assesments of children with autism: a
population based study. Develop Med Child Neurol 1991;33:495-511.
26. Assumpção Jr. FB. Autismo infantil: um algoritmo clínico [tese de
livre docência]. São Paulo: Faculdade de Medicina da USP; 1993.
27. Gillberg G. Autism and pervasive developmental disorders. J Child
Psychol Psychiat 1990;31(1):99-119.

Outros materiais