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Questionário Direito Administrativo I

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Questões de Direito Administrativo I
1 - O que é Administração Direta? Dê um exemplo. 
Administração Direta é aquela composta por órgãos ligados diretamente ao poder central, federal, estadual ou municipal. São os próprios organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias.
A característica determinante da administração direta é a sua composição: Os órgãos públicos pertencentes a ela estão ligados diretamente ao poder executivo federal, estadual ou municipal. Neste sentido, estes órgãos de fato integram essas pessoas federativas (Federação, Estados e Municípios) e são responsáveis imediatos pelas atividades administrativas do Estado.
Além disso, não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa, uma vez que seus orçamentos são subordinados às esferas das quais fazem parte.
Como exemplo de órgãos da administração direta pode-se citar os ministérios do governo federal, as secretárias dos estados federativos e dos municípios.
2 - O que é Administração Indireta? Dê um exemplo. 
É o conjunto de pessoas administrativas que têm competência para o exercício de forma descentralizada de atividades administrativas. Ocorre na esfera federal, estadual e municipal. Estão vinculados a um órgão da administração direta e este por sua vez promove, somente, o controle finalístico.
A administração indireta é caracterizada por entidades que possuem personalidade jurídica própria, possuindo, portanto, patrimônio, autonomia administrativa e orçamento específico para seus fins e de responsabilidade de gestão. Os exemplos correntes são as autarquias, as fundações públicas, empresas públicas, agências e sociedades de economia mista. Cada uma dessas entidades, por sua vez, possui algumas características próprias. 
3 - Faça uma relação entre administração direta e desconcentração. 
A desconcentração é transferir a prestação de um serviço de um órgão para outro dentro da própria administração direta, é a distribuição do serviço dentro da mesma Pessoa Jurídica, no mesmo núcleo, razão pela qual será uma transferência com hierarquia.
4 - Faça uma relação entre administração indireta e descentralização.
Descentralização consiste na Administração Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para a Administração Indireta ou para o particular, criando uma nova pessoa jurídica. Essa nova Pessoa Jurídica não ficará subordinada à Administração Direta, pois não há relação de hierarquia, mas esta manterá o controle e fiscalização sobre o serviço descentralizado.
5 -Diferencie empresa pública e sociedade de economia mista.
As sociedades de economia mista devem ter a forma de Sociedade Anônima (S/A), constituída por algum ente estatal (União, Estados ou Municípios), no qual o governo é o principal acionista (50% + 1 ação é do governo) e os particulares são sempre minoritários. Desta maneira podemos dizer que existe uma parceria entre o poder público e as empresas privadas, contudo o controle acionário está na mão do poder público. O capital social é divido também entre os particulares, que adquire suas cotas por meio da compra de ações.
As Empresas Públicas é a pessoa jurídica de capital inteiramente público (100% do capital é do poder público), instituído por um ente estatal (União, Estado, DF ou Município), com a finalidade prevista em lei, ou seja, são entidades da administração pública indireta. A finalidade é sempre de natureza econômica, eis que em se tratando de empresa ela deve visar o lucro, ainda que este seja usado em prol da comunidade. O capital social ostentado é exclusivo do poder publico.
6 - Diferencie as agências reguladoras das demais autarquias.
As Autarquias são PJ de direito público, criada por lei específica para exercer uma atividade tipicamente estatal com as mesmas prerrogativas e restrições da pessoa que a criou. Ex: INSS, INCRA, IBAMA -autarquias profissionais: CRM,CREA
Agência reguladora é uma autarquia de regime especial criada por lei específica para regular setores sociais concedidos ou delegados à iniciativa privada. Ex: Anatel, Aneel, Ancine, etc.
Cada vez mais os serviços públicos estão sendo passados a empresas privadas. É uma pessoa jurídica de direito público.
A diferença entre as autarquias comuns com estas é o seu regime, a estabilidade das agências reguladoras que possuem um mandato fixo. O direito de uma agência é assumido por mandato certo; varia de acordo com a lei ou cada agência.
7 - Explique os dois sentidos do princípio da impessoalidade, previsto constitucionalmente. 
Para os administrados: Não levar em conta os seus próprios interesses. Ser imparcial. Não beneficiar nem prejudicar ninguém. Levar em conta apenas o interesse público.
 Para a própria administração: Não utilizar a máquina administrativa para a própria promoção.
8 - Explique como se aplica o princípio da legalidade para os cidadãos e para administrador. 
Para os cidadãos é aplicado de forma que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada, senão em virtude de lei. Ou seja, o cidadão pode fazer tudo que não seja proibido. (art. 5, II, CF)
Para o administrador se a lei nada disser ele não está autorizado a agir, ou seja, ele só faz o que a lei determina. O que ela não permite está proibido. (Art. 37, “caput”, CF)
9 - No que consiste o principio da autotutela da administração pública? 
De acordo com o princípio da autotutela, a Administração Pública exerce controle sobre seus próprios atos, tendo a possibilidade de anular os ilegais e de revogar os inoportunos. Isso ocorre, pois a Administração está vinculada à lei, podendo exercer o controle da legalidade de seus atos.
Nesse sentido, dispõe a Súmula 346, do Supremo Tribunal Federal: "a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos". No mesmo rumo é a Súmula 473, também da Suprema Corte, "a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial".
Outrossim, a autotutela refere-se também ao poder da Administração de zelar pelos bens que integram seu patrimônio, sem a necessidade de título fornecido pelo Judiciário.
10 - Faça uma diferença entre polícia administrativa e policia judiciária.
O poder de polícia que o Estado exerce pode incidir tanto na área administrativa quanto na área judiciária. A doutrina costuma apontar como diferença o fato da polícia administrativa ter caráter preventivo, pois tem por objeto impedir ações antissociais, e a polícia judiciária ter caráter repressivo, pois tem por objeto punir os infratores da lei penal. Afirma-se que a diferença não é absoluta, pois a polícia administrativa tanto pode agir preventivamente, como pode agir repressivamente. Diz-se também que a polícia judiciária, embora seja repressiva em relação ao indivíduo infrator da lei penal, é também preventiva em relação ao interesse geral, porque, punindo-o, tenta evitar que o indivíduo volte a incidir na mesma infração.
A polícia administrativa incide sobre bens, direitos e atividades, ao passo que, a polícia judiciária atua sobre as pessoas, individualmente ou indiscriminadamente. Porém, ambas exercem função administrativa, ou seja, atividade que buscam o interesse público.
A polícia administrativa é exercida por órgãos administrativos de caráter fiscalizador, já a polícia judiciária, em razão de preparar a atuação da função jurisdicional penal, é exercida pela polícia civil ou militar.
O ilustre constitucionalista, Alexandre de Moraes, sintetiza bem o conceito da Polícia Administrativa “é também chamada de polícia preventiva, e sua função consiste no conjunto de intervenções da administração, conducentes a impor à livre ação dos particulares a disciplina exigida pela vida em sociedade” (MORAES, 2006, p. 1817).
A Polícia Administrativa se rege pelo Direito Administrativo, predominando o seu caráter preventivo, pois sua principal função é evitarque atos lesivos aos bens individuais e coletivos se concretizem. Para Celso Antônio Bandeira de Melo (2004, p. 731) “o que aparta a polícia administrativa de polícia judiciária é que a primeira se predispõe unicamente a impedir ou paralisar atividades anti-sociais enquanto a segunda se preordena à responsabilização dos violadores da ordem jurídica.”
Para distinguir a Polícia Administrativa da Judiciária, reportemos aos ensinamentos do ilustre professor Celso Bastos (2001, p. 153):
Diferenciam-se ainda ambas as polícias pelo fato de que o ato fundado na polícia administrativa exaure-se nele mesmo. Dada uma injunção, ou emanada uma autorização, encontra-se justificados os respectivos atos, não precisando ir buscar o seu fundamento em nenhum ato futuro. A polícia judiciária busca seu assento em razões estranhas ao próprio ato que pratica. A perquirição de um dado acontecimento só se justifica pela intenção de futuramente submetê-lo ao Poder Judiciário. Desaparecida esta circunstância, esvazia-se igualmente a competência para a prática do ato.
Então, podemos afirmar que a Polícia Administrativa possui maior discricionariedade, já que atua independentemente de autorização judicial, visando a impedir a realização de crimes.
A Polícia Judiciária tem sua atuação regida, entre outros dispositivos legais, pelo Código de Processo Penal, predominando o seu caráter repressivo, pois sua principal função é punir os infratores das leis penais. De acordo com seu próprio nome, a Polícia Judiciária atua em auxílio à Justiça, apurando as infrações criminais e as respectivas autorias. Nesse sentido, Guilherme de Souza Nucci (2005, p. 123) destaca que:
O nome polícia judiciária tem sentido na medida em que não se cuida de uma atividade policial ostensiva (típica da Polícia Militar para a garantia da segurança nas ruas), mas investigatória, cuja função se volta a colher provas para o órgão acusatório e, na essência, para que o Judiciário avalie no futuro.
Para melhor elucidar a questão da diferenciação entre as duas categorias das polícias recorremos a Álvaro Lazzarini, citado pela professora Maria Sylvia Di Pietro (LAZZARINI, 2000, apud DI PIETRO, 2002, p. 112):
A linha de diferenciação está na ocorrência ou não de ilícito penal. Com efeito, quando atua na área do ilícito puramente administrativo (preventiva ou repressivamente), a polícia é administrativa. Quando o ilícito penal é praticado, é a polícia judiciária que age.
Assim, a Polícia Judiciária tem a finalidade de apurar as infrações penais e as suas autorias, através do inquérito policial, procedimento administrativo de caráter inquisitivo, o qual consiste na realização de uma investigação preliminar ao processo penal.
11 - Faça uma diferença entre licença e autorização em matéria de poder de policia. 
A LICENÇA É O ATO ADMINISTRATIVO VINCULADO pelo qual o poder público, verificando que o interessado atendeu a todas as exigências legais, possibilita-lhe a realização de atividades ou de fatos materiais, vedados sem tal apreciação. A licença supõe apreciação do poder público no tocante ao exercício de direito que o ordenamento reconhece ao interessado; por isso não pode ser negada quando o requerente atende a todos os requisitos legais para sua obtenção.
Uma vez expedida, traz o pressuposto da definitividade, embora possa estar sujeita a prazo de validade e possa ser anulada ante ilegalidade superveniente.
A licença se desfaz, ainda, por CASSAÇÃO, quando o particular descumprir requisitos para o exercício da atividade, e por REVOGAÇÃO, se advier motivo de interesse público que exija a não realização da atividade licenciada, cabendo, neste caso, indenização ao particular. A licença se exterioriza em documento denominado "alvará". 
Exemplos de licença: licença de construir, licença ambiental, licença de localização e funcionamento.
A AUTORIZAÇÃO apresenta-se como ato administrativo DISCRICIONÁRIO E PRECÁRIO, pelo qual a Administração consente no exercício de certa atividade; portanto, inexiste direito subjetivo à atividade. No âmbito do poder de polícia, diz respeito ao exercício de atividades cujo livre exercício pode, em muitos casos, constituir perigo ou dano para a coletividade, mas que não é oportuno impedir de modo absoluto; por isso, a modalidade administrativa tem a faculdade de examinar, caso a caso, as circunstancias de fato em que o exercício pode se desenvolver, a fim de apreciar a conveniência e oportunidade da outorga.
Exemplos mais comuns: PORTE DE ARMA, comércio de fogos. De regra, a autorização se expressa por escrito, de modo explícito. Pode-se, porém, cogitar de autorização implícita, no caso em que se exige para o exercício da atividade, comunicação prévia à autoridade administrativa: a não oposição desta equivaleria a uma autorização implícita. Se a autoridade considerar que há perigo na atividade, manifesta-se, de modo explícito, em sentido contrário. A condição ao exercício da atividade encontra-se, então, na comunicação prévia. Exemplo: direito de reunião, sem armas, pacificamente, em locais abertos, independentemente de autorização, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente ( CF, art. 5º, XVI).
12 - No que consiste o atributo da auto-executoriedade das medidas de Polícia?
As medidas de polícia são aplicadas imediatamente pela administração sem precisar de prévia autorização do Poder Judiciário, sempre haverá um controle judiciário, porém um controle posterior.
13 - Estabeleça a diferença entre abuso de poder, excesso de poder e desvio de autoridade. 
A conduta abusiva dos administradores pode decorrer de duas causas:
1ª) o agente atua fora dos limites de sua competência; e
2ª) o agente, embora dentro de sua competência, afasta-se do interesse público que deve nortear todo o desempenho administrativo.
No primeiro caso, diz-se que o agente atuou com "excesso de poder" e no segundo, com "desvio de poder".
Excesso de poder é a forma de abuso própria da atuação do agente fora dos limites de sua competência administrativa. Nesse caso, ou o agente invade atribuições cometidas a outro agente, ou se arroga o exercício de atividades que a lei não lhe conferiu.
Já o desvio de poder é a modalidade de abuso em que o agente busca alcançar fim diverso daquele que a lei lhe permitiu, como bem assinala LAUBADÈRE. A finalidade da lei está sempre voltada para o interesse público. Se o agente atua em descompasso com esse fim, desvia-se de seu poder e pratica, assim, conduta ilegítima. Por isso é que tal vício é também denominado de "desvio de finalidade", denominação, aliás, adotada na lei que disciplina a ação popular (Lei n. 4.717, de 29/6/1965, art. 2°, parágrafo único, letra "e").
No direito administrativo existem três institutos atribuídos à expressão poder cuja distinção é indispensável para sua compreensão, são eles: abuso de poder, excesso de poder e desvio de poder.
Abuso de poder - é a conduta ilegal do administrador público, seja: a) pela ausência de competência legal; b) pela ofensa ao interesse público; ou, c) pela omissão. De acordo com a doutrina é gênero das espécies excesso de poder e desvio de poder.
Excesso de poder - é espécie do gênero abuso de poder, o qual consiste na atuação do agente público sem competência ou ultrapassa seu limite de competência. O ato será ilegal em razão de vício de competência.
Desvio de poder (ou desvio de finalidade) - outra espécie do gênero abuso de poder, corresponde ao ato exercido por agente público competente, mas que não atende ao interesse público. Há no caso um vício ideológico, subjetivo; um desvio na vontade. O ato será ilegal por ofença à finalidade (mas há posição no sentido de ser vício no motivo).
14 - Estabeleça a diferença entre motivos, motivação e teoria dos motivos determinantes.
O motivo e a motivação são institutos correlatos aos atos administrativos, mais especificamente aos seus elementos de composição. O motivo é a situação de fato e de direito que é anterior à prática do ato administrativo e que determina ou autoriza que seja praticado;já a motivação é a apresentação expressa desses motivos. O primeiro é requisito do ato administrativo, propriamente dito, e o segundo, sub-elemento do requisito forma. Assim, motivo e motivação se relacionam, mas não se confundem, e a teoria dos motivos determinantes deles decorre, pois exige que as circunstâncias de fato e de direito externados para a prática do ato sejam congruentes com a realidade, sob pena de sua invalidação.
O MOTIVO
O motivo é causa imediata do ato administrativo, constituindo situação de fato e de direito que determina ou autoriza a prática do ato ou, em outras palavras, o pressuposto fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato1. A ausência de motivo ou a indicação de motivo falso invalidam o ato administrativo.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2004, p. 203) aduz que o motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo. Pressuposto de direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato. Pressuposto de fato, como o próprio nome indica, corresponde ao conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o ato. Anote-se, ainda, que a ausência de motivo ou a indicação de motivo falso invalidam o ato administrativo.
São exemplos de motivos2: na concessão de licença-paternidade, o motivo será sempre o nascimento do filho do servidor; na punição do servidor, o motivo é a infração por ele cometida; na ordem para demolição de um prédio, o motivo é o perigo que ele representa, em decorrência da sua má conservação; no tombamento, o motivo é o valor histórico do bem.
A MOTIVAÇÃO
Não se deve, contudo, confundir motivo com motivação. A motivação faz parte da forma do ato, isto é, ela integra o elemento forma e não o elemento motivo. Se o ato deve ser motivado para ser válido, e a motivação não é feita o ato é nulo por vício de forma (vício insanável) e não por vício de motivo3.
A motivação é, portanto, a declaração escrita do motivo que determinou a prática do ato. É a demonstração, por escrito, de que os pressupostos autorizadores da prática do ato realmente estão presentes, isto é, de que determinado fato aconteceu e de que esse fato se enquadra em uma norma jurídica que impõe ou autoriza a edição do ato administrativo que foi praticado. Em resumo, a motivação é a declaração escrita do motivo que levou à prática do ato4.
O fundamento da exigência de motivação é o princípio da transparência da administração pública, que deriva do princípio da publicidade, cuja base mediata é o princípio da indisponibilidade do interesse público, ressaltando-se, ainda, que doutrinariamente afirma-se que a motivação deve ser prévia ou contemporânea à expedição do ato.
Teoria dos motivos determinantes
Há a denominada teoria dos motivos determinantes em consonância com a qual a validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu fundamento, de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade. Por outras palavras, quando a Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija a motivação, ele só será válido se os motivos forem verdadeiros12.
15 - É correto dizer que um ato administrativo vinculado nunca pode ser revogado? Explique. 
Sim, No que tange aos atos vinculados, verifica-se, um limite ao poder de revogar, pois, em tais atos, não existe o poder de escolha na conveniência e oportunidade, sendo que caberá indenização pelos danos causados caso haja revogação nesse sentido.
I. PODER VINCULADO É aquele de que dispõe a Administração para a prática de atos administrativos em que é mínima ou inexistente sua liberdade de atuação. Devemos lembrar que todos os atos administrativos são vinculados quanto aos requisitos competência, finalidade e forma. Os atos vinculados também o são quanto aos requisitos motivo e objeto. O ato que se desvie minimamente dos requisitos previstos na lei será nulo e caberá à Administração ou ao Poder Judiciário declarar sua nulidade. 
II. PODER DISCRICIONÁRIO É aquele em que a Administração dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato. Conveniência e oportunidade formam o núcleo do chamado poder discricionário. Esses elementos é que permitem ao administrador público eleger, entre as várias condutas previstas na lei, a que se traduz como mais conveniente e oportuna para o interesse público. Jamais é permitida atuação arbitrária, sob Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. qualquer circunstância. O ato discricionário implica liberdade de atuação administrativa, sempre dentro dos limites previstos na lei. Cabe salientar que o ato discricionário ilegal poderá ser anulado tanto pela Administração quanto pelo Poder Judiciário, pois o que não pode ser apreciado pelo Judiciário é o mérito administrativo. Da mesma forma, entendendo a Administração serem inoportunos ou inconvenientes poderá revogá-los. A doutrina e a jurisprudência modernas enfatizam a tendência de limitação ao poder discricionário da Administração. Assumem relevância os princípios implícitos da razoabilidade e da proporcionalidade como as maiores limitações impostas ao poder discricionário da Administração.
16 - No que consiste o mérito administrativo de um ato discricionário. Explique.
Motivo e objetivo é o mérito administrativo, que é feito por critérios de conveniência e oportunidade do interesse público
Todo ato administrativo, seja vinculado ou discricionário, é em parte, sempre, vinculado. A competência, a finalidade e a forma não podem ficar ao critério do juízo do administrador, portanto são sempre vinculados, já, nos discricionários, o motivo e o objeto podem ser julgados pelo administrador se oportunos e convenientes.
O mérito administrativo nada é mais que o juizo que o administrador faz sobre a conveniência e oportunidade dos atos administrativos, portando, não se pode falar em mérito administrativo se o ato for vinculado.
17 - Faça uma diferença entre anulação e revogação de um ato administrativo.
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
18 - No que consiste a teoria do risco administrativo adotada no artigo 37 par 6 da CF? 
Teoria que consagrou a responsabilidade objetiva. Toda a atividade estatal envolve risco. É a responsabilidade objetiva do Estado, o Estado paga o terceiro lesado, desde que ocorra o dano por ação praticada pelo agente público, mesmo o agente não agindo com dolo ou culpa.
A teoria do risco administrativo enseja a obrigação de indenizar da só ocorrência da lesão, causada ao particular por ato da Administração, não exigindo qualquer falta do serviço público, nem culpa de seus agentes.
19 - As pessoas jurídicas de direito privado, respondem objetivamente pelos danos que seus agentes causarem em terceiros?
Sim, quando prestadora de serviço público. Quando estiver exercendo atividade econômica responde pelas regras do CC; a responsabilidade não será objetiva. 
A posição atual dos tribunais é que a responsabilidade objetiva dos prestadores de serviço público e dos delegatários de serviço público alcança as ações de seus agentes praticadas na prestação do serviço público, antinjam usuários ou não-usuários do serviço.
Já as Pessoas Jurídicas de Direito Privado (mesmo pertencentes à Administração Pública Indireta) não respondem pelos danos de seus agentes na exploração de atividade econômica. Aplicando a responsabilidade própria do Direito Privado.
20 - O Estado responde por danos causados pelo poder judiciário? Explique.
Em regra, não existe responsabilidade do Estado por parte de atos do Poder Judiciário, porém, entende-seque o juiz por ter liberdade para decidir de acordo com o entendimento dele comportará duas exceções:
- Erro do judiciário na sentença.
- Quando o agente ficar preso além do tempo da sentença.
Pode, nesses casos, a vítima entrar face ao Estado.

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