Prévia do material em texto
Revisão História do Pensamento Filosófico – NP2 A RAZÃO Vários sentidos da Razão: · Razão Objetiva: A realidade é racional em si mesma. · Razão Subjetiva: A razão é uma capacidade intelectual e moral dos seres humanos. A Razão em Oposição à 4 atitudes mentais: 1. ⊥ ao conhecimento ilusório / conhecimento meramente aparente. 2. ⊥ às emoções, sentimentos e paixões 3. ⊥ à crença religiosa / dogmática 4. ⊥ ao êxtase místico Os 4 Princípios da Razão: 1. Princípio da Identidade: É condicional para o pensamento. A é A; O que é, é. 2. Princípio da Não-contradição: É impossível que algo seja e ao mesmo tempo não seja algo. 3. Princípio do terceiro-excluído: Condiciona algo à apenas duas opções. Ex: Ou faremos guerra, ou paz. 4. Princípio da razão suficiente (Causalidade): Afirma a existência de relações e conexões internas entre as coisas. Modalidades de Intuição: · Intuição Empírica / Sensível: Experiência Mediata. · Intuição Intelectual: Experiência Imediata (Segue os princípios da razão de identidade, contradição, terceiro-excluído e razão suficiente) · Intuição Emotiva / Valorativa: Quando junto com a experiência Imediata, captamos o seu valor (boa ou má, bonita ou feia etc) Razão Discursiva: · Dedução: De um conceito abrangente, deduz-se à constatação de um conceito particular. · Indução: De um conceito particular, induz-se à constatação abrangente. · Abdução: Junção de conceitos particulares e abrangentes para abduzir-se até um conhecimento novo. (Ex.: Investigação policial) Métodos: · Inatismo Platônico: A partir da teoria da Reminiscência (Já nascemos com a razão e a verdade). Cabe à filosofia nos conduzir a relembrá-las. · Inatismo Cartesiano: Descartes diferencia as ideias em 3 categorias: · Ideias Adventícias: Aquelas provindas da experiência (Sensorial ou sensível) – Geralmente Enganosas · Ideias Fictícias: Criada através da fantasia e imaginação utilizando-se de fragmentos de ideias adventícias. – Sempre Enganosas. · Ideias Inatas: Já nascemos com ela, são inteiramente racionais, sem que houvesse alguma experiência sensorial ou sensível, muito menos criadas pela fantasia. Ex.: Ideia de Infinito. Descartes classifica essas ideias como “Assinatura do Criador” Falhas do Inatismo: A própria razão pode provar que ideia racionais também são falhas (Ex.: Física Cartesiana sendo contestada pela Física Quântica). · Empirismo: A razão, a verdade e as ideias racionais são adquiridas por nós através da experiência. Falhas do Empirismo: A verdade nunca poderá ser obtida, pois é dependente da experiência humana. Sendo assim, não se pode afirmar que a experiência humana é dotada da capacidade de experienciar a verdade. · Ceticismo: Aquele que identifica as falhas dos dois sistemas anteriores (Inatismo e Empirismo), fazendo com que sempre haja dúvida. Renunciando à verdade, pois a razão humana é incapaz de conhecer a realidade. · Dogmatismo: Aquele que adota uma verdade como absoluta e se nega a contestá-la ou colocá-la à exercício do embate. A VERDADE Estágios até obtê-la: · Ignorância: É não saber de algo e não ter consciência que não sabe. · Incerteza: Sabemos que somos ignorantes a partir da perplexidade de algo contrário ao que temos como verdade, e que faz com que haja dúvida. · Insegurança: A partir do espanto e admiração diante de algo que abala nossas crenças e convicções, fazem com que saibamos incontestavelmente que aquilo que entendíamos como verdade, não é. Descartes e a dúvida metódica: Descartes submete à análise, à dedução, à indução, ao raciocínio e conclui que, até o momento, há uma única verdade indubitável que poderá ser aceita e que deverá ser o ponto de partida para reconstrução do saber. A atitude Dogmática e a busca da verdade: Na atitude dogmática, é tomado o mundo como já dado, já feito, já pensado, já transformado. Nesta atitude, situações excepcionais são postas nos padrões que já conhecemos. Mesmo quando descobrimos que algo é diferente do que havíamos suposto, essa descoberta não abala nossa crença e nem nossa confiança na realidade. A atitude dogmática se rompe quando somos capazes de uma atitude de estranhamento diante das coisas que nos pareciam familiares. A atitude dogmática é conservadora, isto é, sente receio das novidades. Esse conservadorismo se transforma em preconceito, como forma de defesa daquilo que já é conhecido, sabido, dito... Agrava-se quando essas crenças e opiniões venham de uma fonte sagrada, de uma revelação divina incontestável. 3 Grandes concepções sobre a verdade: 1. Ver – Perceber: Não basta enxergar, mas sim perceber todas as nuances. 2. Falar – Dizer: Ultrapassar a casca do que é dito, mas sim entender as nuances do que está sendo dito. 3. Crer – Confiar: Não basta crer, pois se assim fosse haveria necessidade de concordar com tudo, mas confiar independentemente daquilo que minha limitação enxerga. Verdade em conceitos morfológicos: · Aletheia: Vem do Grego - Não escondido, não dissimulado. Se opõe ao pseudo, o que parece ser, mas não é. · Quando predomina a Aletheia, considera-se que a verdade está nas próprias coisas. A marca do conhecimento verdadeiro é a evidência (Visão intelectual e racional das coisas). · Véritas: Vem do Latim. Precisão, exatidão de um relato, rigor nos detalhes. · Quando predomina Veritas, considera-se que a verdade depende do rigor e da precisão na criação e no uso de regras de linguagem, que devem exprimir, ao mesmo tempo, nosso pensamento ou nossas ideias. · Emunah: Vem do hebraico. Confiança ao cumprimento da palavra, do pacto, da promessa. · Quando predomina a Emunah, considera-se que a verdade depende de um acordo ou de um pacto, consenso e na confiança recíproca entre os membros de uma comunidade de pesquisadores e estudiosos. Contrário à Verdade: · O Erro: Se referem a aparência superficial e ilusória das coisas ou dos seres. · O Falso: Causado por falhas em nossas percepções sensoriais e intelectuais. · A Mentira: Quando propositalmente manipulamos aquilo que encaramos como verdade para transmitir de outra forma. Lógica: · Inferência: Visto que conheço X, disso posso concluir que Y como consequência. · Coerência: Visto que X é assim, então é preciso que Y seja assim. Cuidar das dissonâncias cognitivas etc. · Conclusão sem contradição: Entre o que sabemos de X e a conclusão de Y a que chegamos. – Seria a apuração da Inferência + Coerência. · Conhecimento suficiente: Para entender a conclusão de Y precisamos saber o suficiente sobre X, para conhecer porque se chegou a Y. Diferenças de postura: A partir de 2 premissas, se obtém por inferência uma terceira. · Silogismo: A partir de 2 premissas verdadeiras, chega-se a uma conclusão verdadeira. · Sofismo: A Partir de 2 premissas verdadeiras, chega-se a uma conclusão falsa. Consciência: · O Eu: Do ponto de vista Psicológico, o EU é o reconhecimento da própria identidade. Formada por nossas vivências, pela maneira que sentimos e compreendemos o que passa em nosso corpo e no mundo. · A Pessoa: Do ponto de vista Ético e Moral, a PESSOA, a consciência é a espontaneidade livre e racional, para escolher e agir. · O Cidadão: Do ponto de vista Político, o CIDADÃO é o conjunto de Pessoas que interagem entre ele através de códigos morais. · O Sujeito: Do ponto de vista do Conhecimento, o SUJEITO é a forma do EU que analisa, sintetiza e pode ser representado. Subjetividade e Graus de Consciência: · Consciência Passiva: Aquela na qual temos uma vaga e confusa percepção de nós mesmos. Ex.: Devaneios; momento que precede o sono; pós anestesia; quando muito crianças ou muito idosos. · Consciência vivida, mas não reflexiva: Consciência vivida no dia-a-dia quando não separamos o outro do eu, ou o ambiente do eu. Toda percepção do externo à nós mesmos é interpretado a partir do Eu. Tem característica Egocêntrica. · Consciência ativa e reflexiva: Ideal de consciência para ser vivida, pois reconhece a diferença entre o Eu e o outro. Somente aqui é possível existir as 4 modalidades de consciência (Eu, Pessoa, Cidadão e Sujeito). Sensação X Percepção: A Sensação nos dá as qualidadesexteriores e interiores, isto é, as qualidades dos objetos e os efeitos internos dessa qualidade sobre nós: Tocamos, sentimos, ouvimos qualidades puras e diretas: Cores, odores, sabores, texturas. A passagem da sensação para a Percepção é um ato idealizado pelo intelecto do sujeito do conhecimento, que confere organização e sentido às sensações. Para o filósofo, 'perceber é saber que percebo'; 'Ver é o pensamento de ver' ; 'Ouvir é o pensamento de ouvir'. Existem 3 concepções principais sobre o papel da percepção: 1. Empírica: A percepção é a única fonte do conhecimento. 2. Racionalista Intelectualista: É tida como não confiável, pois depende de fatores particulares do sujeito que às experiencia. 3. Fenomenológica: É considerada originária e parte do conhecimento humano. Entende-se que a percepção é sempre realizada por partes, porém o intelecto não compreende partes de algo. Ex.: Não se pode ver as 6 faces de um cubo de uma única vez. A MEMÓRIA Componentes Objetivos e Subjetivos: · Objetivos: as atividades físico-fisiológicas e químicas de gravação e registro cerebral das lembranças, bem como a estrutura do objeto a ser lembrado. - Gestalt mostra que temos maior facilidade para memorizar uma melodia com sons isolados ou dispersos; que memorizamos mais facilmente figuras regulares do que um conjunto disperso de linhas. · Subjetivos: a importância do fato e da coisa para nós; o significado emocional ou afetivo do fato ou da coisa para nós; o modo como alguma coisa é para nós; a necessidade para nossa vida prática ou para o desenvolvimento de nossos conhecimentos; o prazer ou dor que um fato ou alguma coisa produziram em nós etc. Os dois tipos de Memórias em Bergson: · Memória do Hábito: é um automatismo psíquico que adquirimos pela repetição contínua de alguma coisa, como, por exemplo, quando aprendemos alguma dor. A memória é uma simples fixação mental conseguida à força de repetir a mesma coisa. · Memória Pura ou Memória Propriamente Dita: Não precisa de repetição para conservar uma lembrança. Pelo contrário, é aquela que guarda alguma coisa, fato ou palavra únicos, irrepetíveis e mantidos por nós por seu significado especial afetivo, valorativo ou de conhecimento. Os 6 tipos de memórias: 1. Memória Perceptiva ou Conhecimento: nos permite reconhecer coisas, pessoas, lugares etc. e que é indispensável para nossa vida cotidiana. - Não há apego emocional desta memória. 2. Memória Hábito: Repetição deliberada ou voluntária. Pode ser de gestos ou palavras. 3. Memória Fluxo de duração pessoal: Nos faz gravar pessoas, fatos, coisas lugares cujo significado é importante para nós, seja do ponto de vista afetivo, ou dos nossos conhecimentos. - Existe apego emocional. 4. Memória Social ou Histórica: Fixada na sociedade através dos mitos e relatos, registros, documentos, monumentos, datas e nomes de pessoas, fatos e lugares com significado para a vida coletiva. 5. Memória Biológica da espécie: gravada no código genético e que permitem a repetição em série. 6. Memória Artificial das máquinas: forma simplificada do cérebro humano. As 4 funções da memória: 1. Retenção: de uma percepção, de uma experiência ou de um conhecimento. 2. Reconhecer e Produção do dado percebido: Estabelecer uma relação de nexo entre o já conhecido e o novo. 3. Recordar ou Reminiscência: Reconhecimento de algo do passado como sendo diferente ou semelhante a algo do presente. 4. Evocar o passado: Lembrar o que foi à partir do que é. A IMAGINAÇÃO Sonho, Arte e Loucura: · Sonho: Outra realidade vivida apenas por nós mesmos. · Arte: Outra realidade conhecida por mim, mas exposta aos outros a fim de fazê-los pertencentes a esta realidade. · Loucura: Outra realidade conhecida por mim, mas exposta aos outros, mas que não seja possível fazê-los pertencentes a esta realidade. As cinco modalidades de Imaginação: · Imaginação Reprodutora propriamente dita: A que se utiliza das imagens provindas da percepção e da memória. · Imaginação Evocadora: A que preenche lacunas por imagens afetivas. · Imaginação Irrealizadora: A que substitui a realidade por outra que é só nossa. Tem forte tonalidade mágica. Ex.: Devaneios; Sonho; Brincadeiras; · Imaginação Fabulosa: Mitos e Lendas sociais, a fim de conduzir ações dos indivíduos pertencentes ao coletivo. · Imaginação Criadora: Arte e Filosofia. O PENSAMENTO O pensamento como “Suspensão do Julgamento”: Pensar é suspender o julgamento (até formar uma ideia ou opinião), pesar (Comparar ideias, opiniões, pontos de vista), avaliar (julgar o valor), examinar, ponderar, equilibrar. Pensare, Cogitare e Intelligire: · Pensare: Atividade sobre ideias, opiniões, juízos e pontos de vista já existentes. · Cogitare: Considerar atentamente e meditar. Colocar diante de si alguma coisa para considerá-la com atenção. · Intelligire: Escolher entre, reunir entre vários, apanhar, aprender, compreender, ler entre, ler dentro. O Pensamento e a necessidade do método: Apreende, compara, separa, analisa, reúne, ordena, sintetiza, conclui, reflete, decifra, interpreta, interroga. O pensamento ordenado segue um conjunto de regras e procedimentos racionais. As 3 finalidades das regras e procedimentos racionais: · Conduzir à descoberta de uma verdade até então desconhecida; · Permitir a demonstração e a prova de uma verdade já conhecida; · Permitir a verificação de conhecimentos e averiguar se são ou não verdadeiros. 4 Traços comuns aos diferentes métodos filosóficos: · Método Reflexivo: parte da auto-análise ou do autoconhecimento do pensamento; · Método Crítico: investiga os fundamentos e as condições que sustentam o conhecimento verdadeiro; · Método Descritivo: descreve as estruturas internas ou essências de cada campo de objetos do conhecimento e das formas de ação humana; · Método Interpretativo: busca as formas de linguagem e as significações ou os sentidos dos objetos, suas origens e transformações. O movimento Kinesis para os gregos: Kinesis - Movimento / Mudança Tipo > Direção > Velocidade Evolução > Incerta > Lenta Transformação > Certa > Moderada Revolução > Incerta > Rápida - Mudanças Qualitativas - Mudanças Quantitativas - Mudanças de lugar ou locomoção - Geração, Nascimento ou Morte. A LINGUAGEM Poder encantatório e o oposto (Tabus): · Encantatório: Capacidade da linguagem de unir o sagrado e o profano, trazendo os deuses até os humanos, ou, como na oração, levar os humanos até o sagrado. · Tabu: Palavras proibidas que podem ser de cunho sexual ou político (puta, homossexual, aborto, amante, masturbação, terrorista, guerrilheiro, revolucionário etc.) 4 Origens: 1. Nasce por imitação: palavras, tons, altura da natureza. As palavras seriam a onomatopeias dos sons da natureza. 2. Nasce por imitação dos gestos: Seria uma espécie de pantomima ou encenação. Gradualmente sendo substituída por sons. 3. Nasce da necessidade: A fome, a sede, a necessidade de abrigar-se levaram à criação de palavras, formando um vocábulo rudimentar, tornando-se mais complexo com o passar do tempo. 4. Nasce das emoções: do grito, do choro, do riso. A Palavra: Como disse Platão, a palavra pode ser remédio, veneno e máscara. 4 Fatores fundamentais da linguagem: 1. Físicos: Fatores anatômicos, neurológicos e sensoriais determinam para nós a possibilidade de falar, escutar, escrever, ler. 2. Socioculturais: Diferença entre línguas. (Espaço e Tempo) 3. Psicológicos: Fatores emocionais, afetivos, perceptivos, imaginativos, lembranças e inteligência criam em nós a necessidade e o desejo da informação. 4. Linguísticos: Nossa capacidade em estruturar através do funcionamento da linguagem. A CONSCIÊNCIA O caso de Anne: Técnica de associação livre praticado com a paciente Anne, por Freud. Alienação social, econômica e intelectual: · Alienação Social: Os humanos não se reconhecem como produtores das instituições sociopolíticas. Ou aceitam passivamente, ou se rebelam. · Alienação Econômica: Os produtores não se reconhecem como produtores. Não se percebe que o trabalhador foi reduzido são mercadorias que produzem coisas. E também não reconhecemque produzem coisas para serem utilizadas para produzir outras coisas (alimentos, objetos de consumo, instrumentos e ferramentas) · Alienação Intelectual: Separa o intelecto do trabalho, levando a crer que apenas as habilidades manuais são importantes. A metáfora do Iceberg para Freud: ID > Ego > Superego As virtudes de Aristóteles: image1.emf