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5 - BEM DA FAMÍLIA E BEM JURÍDICO

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Direito Civil – Bem de Família e Bem Jurídico
5 – BEM DE FAMÍLIA E BEM JURÍDICO
Bem de família
Histórico: a fonte histórica mais importante é o Homestead Act – Texano de 1839. O CC/16, quando em tramitação, foi proposta a inclusão do bem de família no seu texto.
Espécies de bem de família
Voluntário: regulado no art. 1.711 do CC.
Legal: regulado pela lei 8.009/90. 
Conceito de bem de família voluntário: disciplinado a partir do art. 1.711 do CC, é o instituído por ato de vontade do casal ou de terceiro, mediante formalização do registro de imóveis (escritura pública), deflagrando dois efeitos fundamentais: 
Impenhorabilidade limitada: significa que o imóvel torna-se isento de dívidas futuras, salvo obrigações tributárias decorrentes do imóvel e despesas condominiais (art. 1.715) 
Inalienabilidade relativa: significa que uma vez inscrito o bem de família voluntário, ele só poderá ser alienado com a autorização dos interessados, cabendo ao Ministério Público intervir quando houver participação de incapaz (art. 1.717). Para evitar fraudes, o art. 1.711 do CC limitou o valor do bem de família voluntário ao teto de 1/3 do patrimônio líquido dos seus instituidores. Os instituidores apenas declaram para o oficial do registro que o bem a ser instituído compõe apenas 1/3 do valor do patrimônio do casal. 
O novo CC inovou ao admitir a possibilidade de afetar, no art. 1.712, rendas ao bem de família voluntária, visando à proteção legal. 
Obs.: o STJ tem admitido também, em situação diversa, inclusive para o bem de família legal, que a renda proveniente de imóvel locado seja considerada impenhorável à luz das normas do bem de família (Resp. 439.920)
BEM DE FAMÍLIA – IMÓVEL LOCADO – IMPENHORABILIDADE – INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA DA LEI Nº 8.009/90.
O fato de o único imóvel residencial vir a ser alugado não o desnatura como bem de família, quando comprovado que a renda auferida destina-se à subsistência da família. Recurso especial provido.
Ler os artigos 1.720, que cuida da administração do bem de família voluntário e o 1.722, que cuida da extinção, ambos do CC.
Essas regras não “pegaram” no Brasil.
Conceito de bem de família legal: a súmula 205 do STJ admite a aplicação retroativa da lei 8.009/90. Essa lei consagra a impenhorabilidade legal do bem de família independentemente de inscrição voluntária em cartório. O bem de família legal convive com o bem de família voluntário. Existindo os dois bens de família, a proteção legal recai sobre o imóvel de menor valor, a não ser que tenha inscrito o imóvel de maior valor.
Obs.: a despeito do que dispõe o parágrafo único do art. 1º da lei 8.009/90, o STJ tem admitido o desmembramento do bem para efeito de penhora (Resp. 510.643, 515.122). Ex.: Grandes imóveis e impossibilidade de desmembramento. Protegem-se também os bens móveis quitados que guarnecem a residência.
PROCESSO CIVIL - IMPENHORABILIDADE - BEM DE FAMÍLIA – INVIABILIDADE DE FRACIONAMENTO DO IMÓVEL - REEXAME DE PROVA - SÚMULA 7/STJ - DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL - INEXISTÊNCIA - CONTEXTO FÁTICO DIVERSO 
1. A impenhorabilidade do bem de família, trazida pela Lei 8.009/90, se estende ao imóvel em que se encontra a residência familiar, nos termos do art. 1º, parágrafo único da lei. O racionamento do imóvel para efeito de penhora, que a princípio se admite, se afigura inviável no presente caso, conforme atestaram as instâncias ordinárias.
2. Não se admite o recurso especial amparado em pressuposto fático diverso do revelado pelos juízos ordinários, cuja constatação dependa do reexame do conjunto fático-probatório, a teor o que dispõe o enunciado n. 7 da Súmula do STJ.
3. Dissídio jurisprudencial não verificado.
4. Recurso especial não conhecido.
Exceções à proteção do bem de família legal, art. 3º da lei. Para o professor devem ser aplicadas ao bem de família voluntário.
Não oponível em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência ou de suas contribuições previdenciárias. 
Obs.: a melhor hermenêutica desse inciso é no sentido e que empregados meramente eventuais não se subsumem a exceção prevista em lei. (Resp. 644.733).
Não oponível nos processos dos créditos decorrentes do financiamento do imóvel, para aquisição ou construção, nos limites do crédito e acréscimos em função do contrato.
Não oponível aos créditos decorrentes de pensão alimentícia.
Não oponível aos créditos decorrentes de obrigações tributárias referentes ao imóvel (obrigações propter rem). Vide Rext. 439.003.
Processos movidos para execução de hipoteca sobre o imóvel, oferecido como garantia real pelo casal ou entidade familiar. 
Entende-se que se o imóvel é oferecido voluntariamente pelo casal em garantia hipotecária é uma renúncia ao bem de família.
Obs.: a mera indicação do bem a penhora, segundo o STJ, não impede a futura alegação de bem de família (AgRg no Resp. 813.546).
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. BEM DE FAMÍLIA OFERECIDO À PENHORA. RENÚNCIA AO BENEFÍCIO ASSEGURADO PELA LEI. 8.009/90. IMPOSSIBILIDADE.
1. A indicação do bem de família à penhora não implica em renúncia ao benefício conferido pela Lei 8.009/90, máxime por tratar-se de norma cogente que contém princípio de ordem pública, consoante a jurisprudência assente neste STJ.
2. Dessarte, a indicação do bem à penhora não produz efeito capaz de elidir o benefício assegurado pela Lei 8.009/90. Precedentes: Resp 684.587 - TO, Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Quarta Turma, DJ de 13 de março de 2005; REsp 242.175 - PR, Relator Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, Quarta Turma, DJ de 08 de maio de 2.000; REsp 205.040 - SP, Relator Ministro EDUARDO RIBEIRO, Terceira Turma, DJ de 15 de abril de 1.999)
3. As exceções à impenhorabilidade devem decorrer de expressa previsão legal.
4. Agravo Regimental provido para dar provimento ao Recurso Especial.
Se o bem é produto de crime;
Nas ações de cobrança de obrigações contra fiador em contrato de locação.
O STF já pacificou o entendimento no sentido de que o fiador em contrato de locação não goza da proteção do bem de família, de maneira que a penhora do seu imóvel residencial é considerada constitucional (Rext. 352.940).
Obs.: vale lembrar, nos termos do art. 1.647 do CC, que o cônjuge, casado em regime que não seja de separação de bens, necessita da autorização outro para prestar fiança.
O devedor solteiro goza da proteção do bem de família?
O que fundamenta o bem de família é o princípio da dignidade da pessoa humana, traduzido na proteção à moradia. Com isso, é possível concluir que a pessoa solteira tem proteção ao bem de família. Resp. 450.989.
PROCESSUAL – EXECUÇÃO - IMPENHORABILIDADE – IMÓVEL - RESIDÊNCIA – DEVEDOR SOLTEIRO E SOLITÁRIO – LEI 8.009/90.
- A interpretação teleológica do Art. 1º, da Lei 8.009/90, revela que a norma não se limita ao resguardo da família. Seu escopo definitivo é a proteção de um direito fundamental da pessoa humana: o direito à moradia. Se assim ocorre, não faz sentido proteger quem vive em grupo e abandonar o indivíduo que sofre o mais doloroso dos sentimentos: a solidão.
- É impenhorável, por efeito do preceito contido no Art. 1º da Lei 8.009/90, o imóvel em que reside, sozinho, o devedor celibatário."(EREsp 182.223-SP, Corte Especial, DJ de 07/04/2003).
Bens jurídicos.
Conceito: é toda utilidade física ou ideal que seja objeto de um direito subjetivo. 
Qual é a diferença entre bem e coisa?
Orlando Gomes diz que bem é gênero e coisa espécie; MHD e Venosa, contrariamente, afirmam que a noção de coisa é mais ampla; WBM em determinado trecho de sua obra “Curso de Direito Civil”, afirma poder haver uma sinonímia. A melhor razão está com Orlando Gomes, na linha do direito alemão, quando afirma que a noção de coisa é mais restrita, limitando-se aos objetos corpóreos e materiais.
O que se entende por patrimônio jurídico? Qual sua natureza jurídica?
Para os clássicos, patrimônio era a representação econômica da pessoa. Atualmente, afirma-se, quantoà sua natureza jurídica, que patrimônio é uma universalidade de direitos e obrigações. 
Sob o influxo da dignidade da pessoa humana, renomados autores (Carlos Bittar, Wilson Mello da Silva, Rodolfo Pamplona Filho, etc.) têm admitido o denominado patrimônio moral, que seria o conjunto de direitos da personalidade (honra, imagem, vida privada etc.).
Vale lembrar que a teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo (Luis Edson Fachin) sustenta, em respeito ao princípio da dignidade, que cada pessoa deve ter resguardado pela lei civil um mínimo de patrimônio para sua sobrevivência digna. 
Principais classificações de bens jurídicos
Imóveis por força de lei: art. 80 do CC
Os direitos reais sobre bens imóveis e as ações que os asseguram. Ex.: hipoteca.
Direito à sucessão aberta. Por conta da natureza imobiliária do direito à herança, no caso de cessão do direito hereditário, exige-se escritura pública, bem como, forte corrente doutrinária (Francisco Cahali) afirma, a necessidade da autorização conjugal, nos termos do art. 1.647 do CC.
Bens móveis por força de lei: art. 83 do CC.
Energias que tenham valor econômico. Energia elétrica, biológica (sêmen de boi) etc.
Os direitos reais sobre os objetos móveis e as ações correspondentes.
Bens acessórios
Frutos: espécies de bens acessórios, são utilidades renováveis, cuja percepção não exaure a coisa principal.
Natural: laranjas, abacaxi, bananas.
Artificial: tecido na indústria.
Civil: aluguel, juros.
Produtos: diferentemente do fruto, é uma utilidade que não se renova, esgotando a coisa principal. Ex.: petróleo, ouro, carvão numa mina.
Pertenças: é a coisa que serve o bem principal, sem integrá-lo, art. 93 do CC. Ex.: aparelho de ar condicionado. 
Benfeitorias: é toda obra realizada pelo homem na estrutura de uma coisa com o propósito de conservá-la (necessária), melhorá-la (útil) ou proporcionar prazer (voluptuária). Toda benfeitoria é artificial, obra humana na estrutura que já existe. Construção de coisa aumentando o volume do bem é acessão artificial. Com isso, a piscina pode ser uma benfeitoria ou uma acessão; se aquela for tamanha que se torne uma construção será acessão.
O que são bens imóveis por acessão intelectual? 
São os bens que o proprietário intencionalmente destina para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade (art. 43, III, do CC/16). Ex. maquinário agrícola numa fazenda. Enunciado nº 11 da 1ª jornada do CJF, afirmou que essa classificação não existe mais. Esses bens imóveis por acessão intelectual pode ser tidos atualmente como pertenças.
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