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Alegações finais Processo penal

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA – GO
Autos nº8967565456
Secretaria da Vara Criminal
LULA NÃOSEI, brasileiro, casado, professor, inscrito no RG N.: 7832167821, natural de MACEIÓ-AL, nascido aos 14 de maio de 1965, filho de JOSÉ MARIA, residente e domiciliado a rua Manaus, Bairro amazonas, cidade de Goiânia;
 DILMA MANDIOCA, brasileira, casada, cozinheira, inscrita no RG n.: 986678, natural de BELO HORIZONTE- MG, nascida aos 4 de setembro de 1967, filha da MANI OCA MANDIOCA, residente e domiciliada a rua tiririca da serra, Bairro centro, na cidade de Goiania – GO;
JOSÉ DIRCEU PERDEU, brasileiro, casado, açougueiro, inscrito no RG N.: 7832167821, natural de MACEIÓ-AL, nascido aos 18 de janeiro de 1967, filho de JOSÉ MARIA, residente e domiciliado a rua Manaus, Bairro amazonas, cidade de Goiânia, por seu advogado que esta subscreve, vem a digna e augusta presença de V.Exa., com o devido respeito de que é merecedor, apresentar como efetivamente apresenta ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro no art. 403, §3º, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
DOS FATOS
Os acusados foram indiciados pela suposta prática das infrações tipificadas no art. 157 e 211, ambos do Código Penal e art. 12 da Lei 10.823/2003, conforme descrito no inquérito policial, o qual não comporta nenhum suporte fático ou jurídico na verdade.
Aos dias 8 de agosto de 2015, os indiciados foram presos preventivamente, fundamentando-se a respeitável decisão judicial segundo o art. 312, do CPP, para assegurar a aplicação da lei penal.
Realizada audiência de instrução fls. 260/277, aberto prazo legal para apresentação de alegações finais por memoriais.
Apresentadas as alegações finais do Ministério Público, fls. 278/289, onde o nobre “parquet” pugnou pela condenação dos Acusados.
Ocorre Exa., que o Nobre RMP, desvirtuou os fatos não vislumbrando a verdade devidamente demonstrada pelos Acusados, que em momento algum opôs qualquer resistência em colaborar com a justiça demonstrando os fatos como realmente se deram, expondo todos os eventos de forma contínua e clara. 
Os Acusados são trabalhadores e fieis cumpridores de suas obrigações, conforme demonstrado pela Carteira de Trabalho, Previdência e Emprego.  
A acusação dos réus com fulcro no art. 157, caput, do Código Penal, não tem nenhuma relação com a verdade real dos fatos, uma vez que o veículo, supostamente roubado, encontrava-se abandonado na rua onde estavam os réus o qual não exerciam a posse desse bem. Portanto, o simples fato de os acusados estarem no mesmo ambiente que o produto de um crime não os fazem autores deste mesmo crime. E mais, não restou comprovado vítima do suposto crime supratranscrito, logo não há em que se falar em grave ameaça ou violência a pessoa como elementar do crime de roubo.
Os réus ainda foram acusados do tipo previsto no art. 211, do Código Penal, porém as acusações não estão em conformidade com os fatos, pois o exame cadavérico realizado, segundo as fls. ..., não esclareceu com precisão a data do óbito da vítima, o qual pode ter ocorrido há anos. O argumento da acusação é que os réus supostamente ocultaram cadáver, pois estavam nas terras revolvidas no momento da abordagem dos policiais, porém este cadáver, conforme pericia, pode estar ali há alguns anos. 
DO DIREITO
 QUANTO A AUTORIA DO DELITO DESCRITO NA EXORDIAL (atr. 157, caput, e art. 211, CP) - AUSÊNCIA DE DOLO:
 Após demonstrados os fatos como realmente ocorreram nota-se claramente a inexistência do dolo na conduta dos Acusados
Os acusados não incorreram no tipo descrito pelo art. 157, §2º, incisos I e II do Código Penal, pois diz o mencionado artigo:
“Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havela, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
...omissis...
Logo de acordo com o douto e respeitável mestre ROGÉRIO GRECO, em sua obra “Curso de Direito Penal Parte Especial volume III”, o dolo é um elemento subjetivo do tipo sem o qual não há que se falar na concretização do tipo descrito no art. 157 do CP, senão vejamos:
“O crime de roubo somente pode ser praticado dolosamente, não havendo previsão legal para modalidade culposa.”
“Além do dolo, a doutrina majoritária aponta outro elemento subjetivo, que lhe é transcendente, chamado especial fim de agir, caracterizado na expressão para si ou para outrem, constante no art. 157 do código Penal.” (GRECO, Rogério, Curso de Direito Penal Parte Especial volume III, pg. 65)
 Demonstrada a ausência de dolo do acusado (cliente), e que em nossa legislação penal não há previsão da modalidade culposa para o tipo do art. 157 do CP, faz-se imperiosa a absolvição do mesmo nos moldes do art. 386, inciso III do CPP.
Tal tese é compartilhada pela melhor doutrina e jurisprudência, conforme se vê:
“No caso de não haver prova da existência do fato, mas não estar ele subsumido a qualquer figura penal, a absolvição se impõe” (MIRABETE, Julio Fabrini. Código de Processo Penal Interpretado, p. 1002)
“O princípio do nullum crimen, nulla poena sine praevia lege, inscrito noa RT. 5º, XXXIX, da Carta Magna, e no artigo 1º, do Código Penal, consubstanciada uma das colunas centrais do direito penal dos países democráticos, não se admitindo qualquer tolerância de que o fato imputado ao denunciado pode eventualmente ser enquadrado em outra regra penal (...)” (RHC 8171-CE).
O crime tipificado no art. 211, do Código Penal, assim como o crime de roubo, necessita do elemento dolo e o nexo de causalidade entre a conduta e o resultado para que haja a subsunção do tipo penal. Portanto, como supratranscrito, sua ausência importará absolvição conforme reza o art. 386, III, do Código de Processo Penal.
                                                                                  
Salienta-se ainda que além dos Acusados contribuírem com os fatos de forma clara e precisa, colaborou intensamente com a justiça fazendo jus aos benefícios da lei, por ser a mais pura justiça.
                                     
QUANTO A ACUSAÇÃO TIPIFICADA NO ART. 12, DA LEI N. 10.826/2003
Não deve prevalecer à acusação tipificada no art. 14 da Lei n. 10.826/03 contra um dos acusados, LULA NAOSEI, visto que ele possui autorização legal para portar arma de fogo, conforme anexado nas fls...., sendo um equivoco do RMP esta denúncia.
DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, considerando os fatos supra, a ausência de dolo dos Acusados, sendo atípica sua conduta, com fulcro no art. 386, inciso III, do CPP a defesa requer a V. Exa., a improcedência da r. denuncia com a ABSOLVIÇÃO dos acusados da imputação criminal que lhe foi atribuída.
Se ainda assim a V. Exa. não entender que se trata de atipicidade quanto ao delito do art. 157, caput, do CP, requer seja desclassificado para o delito descrito no art. 155, do mesmo diploma legal.
Finalmente, considerando a primariedade dos Acusados e a colaboração com a Justiça, tanto na fase policial, como na judicial, a defesa requer a V.Exa., a aplicação da Pena no mínimo legal, com a diminuição da pena em grau Máximo, contando com o beneplácito de V. Exa. e os benefícios da Lei, por ser de direito e mais pura e cristalina Justiça.
 Termos em que,
 Pede deferimento.
                                                   local... data...
______________________________
Advogado - OAB/...

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