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1 CARBOIDRATOS E SEU METABOLISMO NOS RUMINANTES Prof. Dr. Leilson Rocha Bezerra UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI CAMPUS PROF.ª CINOBELINA ELVAS – BOM JESUS NUTRIÇÃO DE RUMINANTES São substâncias orgânicas, formadas por C, H e O, encontrando-se o H e o O nas mesmas proporções da molécula de água. CARBOIDRATOS: IntroduçãoCARBOIDRATOS: Introdução Ingestão de Forragem Gordura do Leite CARBOIDRATOS: FunçãoCARBOIDRATOS: Função Função dos Carboidratos: • Fonte de energia • Maior componente das rações comerciais; • CHO compreende 70 a 80% da razão de MS • Maior parte da Energia para Produção de Leite CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS *MONOSSACARÍDEOS - albopentoses, albohexoses � OLIGOSSACARÍDEOS - sacarose, maltose, lactose � POLISSACARÍDEOS Estruturais: celulose , hemicelulose , pectina NÃO estruturais: amido (ENN) Divisão segundo Hall e Chase (1994) Conteúdo Celular Carboidratos não estruturais (amido, açúcares, pectina, galactosanas e beta-glucanas) Parede celular Carboidratos estruturais (celulose e hemicelulose) CARBOIDRATOS: ClassificaçãoCARBOIDRATOS: Classificação Sistema de Fracionamento dos carboidratos Sniffen et al., (1992) – Fracionamento -proteína e carboidratos Van Soest, (1994)- Frações de carboidratos divididas – Sistema de detergente Frações A e B1 são solúveis em detergente neutro Sniffen et all., (1992) – Definição do modelo – Fração A de açucares, Fração B1 consiste de amido, pectinas e glucanas. 2 (VAN SOEST et al , 1991; SNIFFER et al 1992; VAN SOEST, 1994). FRACIONAMENTO DOS CARBOIDRATOS A = Solúvel em detergente neutro e de rápida degradação no rúmen, formada basicamente de açucares simples. B1 = Solúvel em detergente neutro e também de rápida degradação no rúmen, formada basicamente por amido e pectina. B2 = Fibra potencialmente degradável com degradação ruminal mais lenta e constituída basicamente de celulose e hemicelulose. C = Fibra indisponível, formada de lignina e fibra associada a lignina. TABELA 1. Composição, degradação ruminal e digestão intestinal das frações de carboidratos Sistema de Detergente TABELA 2. Composição, degradação ruminal e digestão intestinal das frações de carboidratos SEPARAÇÃO DOS ÁCIDOS ORGÂNICOS DOS AÇÚCARES E A SEPARAÇÃO DE PECTINAS E GLUCANAS DA FRAÇÃO DE FIBRA SOLÚVEL. MICROORGANISMOS Digestão e fermentação dos alimentos fibrosos produto final da fermentação microbiana e atividades biossintéticas ANIMAL PRÓPRIAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS - Digestão dos Carboidratos - Digestão dos Carboidratos Não há digestão na boca; Ação da microbiota do rúmen: Substrato Agentes Amido Bacteroides amylophylus Streptococcus sp. Succinimonas amylolytica Succinivibrio dextrinosolvens Maltose Bacteroides ruminicola Butyrivibrio fibrisolvens Selenomonas ruminantium Celulose/ Hemicelulose Bacteroides succinogenes Ruminococcus albus Ruminococcus flavefaciens Pectinas B. Succinogenes B. fiobrisolvens B. ruminicola - Microbiota Ruminal e Síntese de AGVs Rúmen Bactérias Anaeróbicas Transformam Substratos (Carboidratos) Etapas: -Hidrólise; -Acidogênese; -Acetogênese; -Metanogênese. 3 • Utilização dos CHO pelas bactérias do rúmen 1º) DEGRADAÇÃO EXTRACELULAR Amido MaltoseAmilase α e ß e Isoamilases 2º) CATABOLISMO INTRACELULAR: INTERIOR DAS BACTÉRIAS fermentação hidrólise AGV CO2 amônia Rúmen Bactérias Anaeróbicas Transformam Substratos (Carboidratos) Etapas: -Hidrólise Grandes Moléculas => Pequenas Moléculas -Bacteróides amylophilus; -Streptococcus bovis; -Succinimonas amylolytica; -Succinivibrio dextrinolíticas. - Hidrólise Rúmen Bactérias Anaeróbicas Transformam Substratos (Carboidratos) Etapas: -Acidogênese (Fermentação) Pequenas Moléculas => Fermentadas Ocorre no Interior das Bactérias -Bacteroides ruminicola; -Butyrivibrio fibrisolvens; -Selemonas ruminantium. AGVs - Acidogênese ou Fermentação CELULOSE BACTÉRIAS CELULOLÍTICAS Ruminococcus albus Ruminococcus flanefaciens Bacteróides succinogene CELULASE CELOBIOSE - SUCCINATO CELOBIASE GÁS CARBÔNICO (CO2) E METANO(CH3) GLICOSE ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS HIDRÓLISE Outras bactérias MALTOSE RÚMEN • Utilização dos CHO pelas bactérias do rúmen CELOBIOSE - SUCCINATO CELOBIASE GÁS CARBÔNICO (CO2) E METANO(CH4) Outras bactérias MALTOSE PERDA DE ENERGIA VACA LEITEIRA 300 LITROS DE CO2 300 LITROS DE CH4 4000 KCAL 1/3 DAS NECESSIDADES DE MANTENÇA DE UMA FÊMEA DE 550 KG CELULOSE..... 18 GLICOSE ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS MALTOSE ÁCIDO ACÉTICO- 64%- 10ATP ÁCIDO PROPIÔNICO- 19%- 18ATP ÁCIDO BUTÍRICO - 17% - 27ATP 38ATP CELULOSE..... Parte da maltose escapa a digestão ruminal e será digerida nos intestinos Absorvidos pela parede do rumem-retículo 4 ÁCIDO PURÚVICODIFOSFATO DE TIAMINA COENZIMA A ACETIL CoA + ÁCIDO OXÁLICO CICLO DE KREBS (mitocôndria) ACETIL CoA CO2 + H2O + 12 ATP Uma volta no KC Ponto de partida para síntese de AGV no citoplasma e na mitocôndria Presença de Oxigênio HEMICELULOSE BACTÉRIAS HEMICELULOLÍTICAS XILOBIOSE XILOSE ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS HIDRÓLISE DEGRADAÇÃO UTILIZAÇÃO BACTÉRIAS PECTINOLÍTICAS PECTINA ÁCIDO PÉCTICO ÁCIDO GALACTORÔNICO CICLO DE KREBS AMIDO PROTOZOÁRIOSBACTÉRIAS AMILOLÍTICAS Streptococus bovis Bacteróides succinogenes Bacteróides amylophilus bactérias açucares simples e complexos ACÉTICO PROPIÔNICO BUTÍRICO bactérias ácidos intermediários bactérias produtoras de metano GLICOSE + METANO + AC. GRAXOS VOLÁTEIS RÚMEN INTESTINO AMILASE PANCREÁTICA MALTOSE MALTASE GLICOSE ÁCIDO LÁTICO PH = 5,7 -5,8 PH = 6,7 - 7,1 PH = 6,0 - 6,5 GLICOSE 60-75% REQUERIMENTO TECIDOS ÓRGÃOS - FÍGADO Corrente sangüínea GLICOSE - 6 - FOSFATO PENTOSES RNA E DNA GLICOGÊNIO ROTA GLICOLÍTICA (Embden-Meyerhof) PIRUVATO GLICEROLCICLO DE KREBS Glicose a Piruvato Rúmen Bactérias Anaeróbicas Transformam Substratos (Carboidratos) Etapas: -Hidrólise; -Acidogênese; -Acetogênese; -Metanogênese. AGVs Exigências Energéticas do Animal - Síntese de AGVs Ácido % mistura dos AGV acético 60 - 70 propiônico 15 – 20 butírico 10 – 15 • Fermentação dos carboidratos acético, propiônico e butírico - ácido lático? produto intermediário acético e propiônico - produção de acetato e butirato produção de íons H2 metano - produção de propionato incorporação de H2 metano Efic ferm. Ácidos Graxos Volateis (AGVs) 5 Em termos de quilocalorias (Kcal) por molécula grama a mediação do potencial energético dos AGV: Ac. Acético = 209 Ac. Propiônico = 367 Ac. Butírico = 524 Glicose = 673 M et ab ol is m o do s A G V Metabolismo dos AGV Metabolismo dos AGV - A maioria dos AGVs são absorvidos no epitélio ruminal, mas também no retículo, omaso e intestino delgado; - Fatores que estimulam a absorção do carboidratos: • Aumento da concentração dos AGVs no líquido ruminal; • Diminuição do pH; (pk 4,8-4,9; formação de base) • Presença de Butirato; (vilosidades) Absorção dos AGV Varia com a fonte e o tratamento; Principalmente estômagos; ID e IG; Ligninas e Fenólicos ( degradação); Alcalóides ( digestão da celulose); Taninos ( cons. volunt. e digestib.); - Local, Velocidade e Quantidade 6 Dietas ricas em volumosos ÁCIDO ACÉTICO convertido em CoA e gorduras corporal e leite Dietas ricas em amido ÁCIDO PROPIÔNICO entra no ciclo de krebs via succinato e forma glicose via oxalacetato e fosfoenolpiruvato Dietas ricas em proteínas ÁCIDO BUTÍRICO transforma-se em corpos cetônicos CELULOSE.....OUTROS ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS: VALÉRICO CAPRÓICO FÓRMICO ISOBUTÍRICO ISOVALÉRICO Acetato Propionato - A Alimentação e os Tipos de AGVs Produzidos Butirato - A Alimentação e os Tipos de AGVs Produzidos Balanço da Fermentação Glucose 2 Acetate + 2 CO2 + 8 H Glucose Butyrate + 2 CO2 + 4 H Glucose 2 Propionate + 2 [O] CO2 + 8 H CH4 + 2 H2O COMPOSIÇÃO DA DIETA NA DIGESTÃO DE CARBOIDRATOSCOMPOSIÇÃO DA DIETA NA DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS � 7% AMIDO E SACAROSE Aumenta açucares Diminui PH - ÁCIDO LÁTICO Diminui bactérias celulolíticas Queda consumo de alimentos (= zero -- PH = 5,0) � PRESENÇA 1% N; Ca; P; Na Atender a formação de proteínas microbianas USO DE TAMPONANTES 7 FATORES QUE AFETAM A DIGESTÃO DAS PLANTASFATORES QUE AFETAM A DIGESTÃO DAS PLANTAS � ÁCIDOS FENÓLICOS tóxicos diminui microorganismos diminui digestibilidade da celulose � ALCALÓIDES inibe bactérias celulolíticas diminui digestibilidade da celulose diminui a produção de AGV diminui a disponibilidade de energia � TANINOS inibidores de enzimas digestivas (ligam-se às proteínas) deprime o valor nutritivo da MS redução da ingestão voluntária � LIGNINA ligações fortes c-c não são susceptíveis à hidrólise maturidade fisiológica teor de lignina e digestibilidade da planta LIMITAÇÃO DO USO DE CARBOIDRATOS NA NUTRIÇÃO ANIMAL Ruminantes Limites de uso de carboidratos para maximização da fermentação ruminal Nível adequado de fibra efetiva: 20 a 22% de FDN efetivo na dieta 75% proveniente de forragem Mínimo de 19% FDA Mínimo de 28% de FDN Mínimo de 17% de FB Carboidratos não estruturais (amido e açúcares): 33-38% da matéria seca Não ruminantes Maximo 15-18% de FB (variando entre espécies) Vamos dar aquela ração, pra ver se ele gosta!!!!
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