Buscar

Recurso Especial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS
Processo originário nº: 20.11.2015
	Recorrente 
	
	ANTÔNIO MARINHO DA SILVA
	Recorrida
	
	EMPRESA TRANSPORT SEGURO LTDA.
ANTÔNIO MARINHO DA SILVA, brasileiro, viúvo, representada nos autos originários de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO, movida em desfavor de EMPRESA TRANSPORT SEGURO LTDA., vem, por intermédio de seus advogados infra-assinados, com o devido respeito, com fulcro no art. 105, III, “a” da Constituição Federal, bem como nos arts. 1.029 e seguintes do CPC e demais dispositivos pertinentes, interpor, tempestivamente, RECURSO ESPECIAL, conforme razões em anexo.
Ultimados os atos processuais subsequentes, com o juízo de admissibilidade positivo, postula pela remessa dos autos ao Colendo Superior Tribunal de Justiça.
 Nestes Termos,
Pede deferimento.
 Goiânia, 20 de novembro de 2015.
FERNANDO HENRIQUE DE FREITAS E GONTIJO
OAB/GO XXXXX
FERNANDA ALVES DE ABREU
OAB/GO XXXXX
EXCELSO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
ÍNCLITOS MINISTROS,
DAS RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL
O acórdão proferido pela X Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em julgamento da Apelação reformou a sentença prolatada em primeiro grau sob o argumento de que não houve prova da culpa da empresa no fato danoso em si, não aplicando-se a responsabilização objetiva por tratar-se de pessoa jurídica de direito privado. Ademais, a egrégia Câmara entendeu que, ainda que provada a culpa da empresa, a vitima não era usuária do transporte coletivo, motivo pelo qual não se aplica a responsabilidade objetiva.
Desse modo, o respeitável decisium violou claramente dispositivos de leis federais (especialmente, Código de Defesa do Consumidor) e princípios constitucionais, negando-lhes vigência, conforme se vê nos fundamentos adiante expostos.
DA TEMPESTIVIDADE
A decisão, conforme se depreende dos autos, foi publicada no dia 11 de novembro de 2015, iniciando a contagem do prazo no dia seguinte (12 de novembro) e expirando, pois, o prazo em 26 de novembro de 2015, demonstrando-se assim a tempestividade do presente recurso.
DOS PRESSUPOSTOS DA ADMISSIBILIDADE RECURSAL
O presente recurso é cabível consoante disposição em artigo 105, III, a da Constituição Federal, face à contrariedade da lei federal, in casu do Código de Defesa do Consumidor e na própria Constituição Federal, conforme será desenvolvido nas razões recursais. 
SÍNTESE DA LIDE
Cuida-se de ação de indenização proposta pelo recorrente em face da recorrida, EMPRESA TRANSPORT SEGURO. O autor da ação visava obter indenização pelo atropelamento de sua esposa, Mara da Silva, que veio a óbito em função de atropelamento perpetrado por ônibus da recorrida, que invadiu a calçada e causou o acidente. 
Em sua defesa, a recorrida alegou unicamente a inexistência de responsabilidade pelo dano, vez que, a vitima não era usuária do serviço publico e, o acidente se deu por culpa de terceiro. 
A sentença prolatada pelo juízo a quo condenou a recorrida ao pagamento de indenização no valor de R$ 150.000,00 e uma pensão mensal no valor de um salário mínimo, pois considerou suficientemente provada a culpa da Empresa Transport Seguro, que interpôs recurso de apelação tempestivamente. 
O mencionado recurso foi reconhecido e provido, que reformou totalmente a sentença de 1º grau mediante entendimento colegiado que não restou comprovada a culpa da empresa transporte seguro vez que, por tratar-se de pessoa jurídica de direito privado, não incide responsabilidade objetiva. 
Ademais, ainda que houvesse comprovação da culpa da empresa, a vítima sequer era usuária dos serviços prestados pela empresa, motivo que igualmente afasta a responsabilidade objetiva. 
Contudo em que pese nobre entendimento do colegiado do Tribunal de origem, tal acórdão não merece prosperar, por estar em flagrante confronto com a legislação federal em vigência, conforme veremos a seguir.
DO PRÉ QUESTIONAMENTO
No vertente recurso, trata-se de violação ao artigo 735 do Código Civil e dos artigos 14 e 17 do Código de Defesa do Consumidor. 
As referidas matérias foram devidamente ventiladas nas instâncias ordinárias conforme se depreende do acordão vergastado. 
DAS RAZÕES DE DIREITO
No caso em tela, temos a existência de um acidente que levou a óbito a esposa do recorrente , acidente este causado por um ônibus pertencente à frota da Empresa Transport Seguro, concessionária do transporte público coletivo, que invadiu a calçada destinada a pedestres e abalroo a vítima.
Não merece prosperar o entendimento esposado pelo tribunal de origem, vez que, em virtude da empresa recorrida prestar serviços de caráter público, inobstante ser constituída como pessoa jurídica de direito privado, há incidência inquestionável da responsabilidade objetiva, conforme disposição literal do artigo 37, § 6ª, da Constituição Federal. Desse modo não há que se discutir a existência de do elemento culpa no caso sub examine, vez que a mera existência de prejuízo a terceiro constitui por si só o dever de indenizar a vítima ou seus sucessores. 
Neste diapasão leciona Carlos Roberto Gonçalves in Direito Civil Brasileiro, volume IV, página 226:
“Em relação à responsabilidade extracontratual, ou seja, a danos causados a terceiros, o que prevalece é artigo 37, § 6º da Constituição Federal, que responsabiliza de forma objetiva, na modalidade de risco administrativo, as pessoa jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviço publico, pelos danos que os seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.”
A esse respeito já manifestou-se este Colendo Tribunal:
RESPONSABILIDADE CIVIL. ATROPELAMENTO PROVOCADO POR MOTORISTA DE ONIBUS PERTENCENTE A EMPRESA PERMISSIONARIA DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 37, PARAGRAFO 6., DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.- INOCORRENCIA DE AFRONTA AO ART. 458, N. II, DO CPC, POIS O ACORDÃO RECORRIDO CONTEM SUFICIENTE FUNDAMENTAÇÃO.- ASSENTADA A DECISÃO RECORRIDA EM MOTIVAÇÃO CONSTITUCIONAL, ADEQUADO, E O RECURSO EXTRAORDINARIO E NÃO O ESPECIAL.- PRETENSÃO, ADEMAIS, DE REEXAMINAR MATERIA PROBATORIA EM SEDE INIDONEA PARA TANTO (SUMULA N. 07-STJ). RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO.(REsp 44.980/MG, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 14/11/1995, DJ 15/04/1996, p. 11536)
Noutro ponto insta salientar que sob o prisma do Código de Defesa do Consumidor estabelece em seu artigo 14 que o fornecedor de serviços responde de forma objetiva por danos causados aos consumidores em decorrência de defeitos relativo à prestação de serviços.
O artigo 17 do mencionado Códex equipara a consumidor todas as vitimas do evento, ainda que não tenham estabelecido relação de consumo clássica com o prestador de serviço. Este é o caso ora tratado, vez que mesmo ante o fato que a vítima não era usuária do transporte coletivo, esta equipara-se a consumidor (ou bystander) no evento danoso que lhe tirou a vida restando claro a incidência de responsabilidade objetiva ora recorrida.
A esse respeito, colacionamos acórdão do STJ:
CIVIL, PROCESSO CIVIL E CONSUMIDOR. ADMINISTRADORA DE SHOPPING CENTER. EXPLOSÃO POR VAZAMENTO DE GÁS. CADEIA DE FORNECIMENTO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. EMPREGADO DO FORNECEDOR. FIGURA DO CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO. APLICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA ESPECÍFICA. DANOS MORAIS. VALOR. REVISÃO EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. MONTANTE RAZOÁVEL. DISPOSITIVOS LEGAIS ANALISADOS: ARTS. 2º, 3º, 7º, PARÁGRAFO ÚNICO, 17 E 25 DO CDC; E 21, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. 1. Ação ajuizada em 13.04.1999. Recurso especial concluso ao gabinete da Relatora em 14.03.2013. 2. Recurso especial em que se discute a extensão da figura do consumidor por equiparação prevista no art. 17 do CDC. 3. Os arts. 7º, parágrafo único, e 25 do CDC impõem atodos os integrantes da cadeia de fornecimento a responsabilidade solidária pelos danos causados por fato ou vício do produto ou serviço. 4. O art. 17 do CDC prevê a figura do consumidor por equiparação (bystander), sujeitando à proteção do CDC aqueles que, embora não tenham participado diretamente da relação de consumo, sejam vítimas de evento danoso decorrente dessa relação. Todavia, caracterização do consumidor por equiparação possui como pressuposto a ausência de vínculo jurídico entre fornecedor e vítima; caso contrário, existente uma relação jurídica entre as partes, é com base nela que se deverá apurar eventual responsabilidade pelo evento danoso. 5. Hipótese em que fornecedor e vítima mantinham uma relação jurídica específica, de natureza trabalhista, circunstância que obsta a aplicação do art. 17 do CDC, impedindo seja a empregada equiparada à condição de consumidora frente à sua própria empregadora. 6. A indenização por danos morais somente comporta revisão em sede de recurso especial nas hipóteses em que o valor fixado se mostrar irrisório ou excessivo. Precedentes. 7. Nos termos do art. 21, parágrafo único, do CPC, se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas verbas de sucumbência. 8. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. (STJ - REsp: 1370139 SP 2012/0034625-0, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 03/12/2013, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/12/2013)
Desse modo resta patente que não há que se discutir a comprovação do elemento culpa (e, inclusive, sequer incidiria o vedado reexame de provas por esta instância superior), pois os dispositivos federais citados e violados pelo tribunal de origem estabelecem claramente a responsabilidade objetiva da recorrida.
Insta frisar que alegação esposada pela recorrida, que ouve culpa exclusiva de terceiro no evento danoso, igualmente não merece prosperar isso porque o artigo 735 do Código Civil estabelece que ainda que haja culpa de terceiro, não se elide a responsabilidade do transportador, cabendo a este o manejo da devida ação regressiva ao agente causador do dano.
Saliente-se, por oportuno, que não há qualquer pedido, no presente recurso, de reapreciação de provas, apenas se está evidenciando a incorreta aplicação das leis federais aplicáveis ao caso concreto.
DOS REQUERIMENTOS
Ex positis, ante a manifesta contrariedade aos dispositivos de lei federal apontados, tal panorama autoriza o manejo de Recurso Especial, conforme preceitua o art. 105, “a” da Constituição da República, vindo requer o conhecimento e provimento do presente Recurso Especial, ante ao atendimento de todos os requisitos para a sua impetração, bem como o seu provimento para sejam sanados os vícios apresentados, além do reconhecimento do direito da parte recorrente ao deferimento de seu pleito, por ser medida de inteira JUSTIÇA!
Termos em que, pede deferimento.
Goiânia, 20 de novembro de 2015.
Fernando Henrique de Freitas e Gontijo Fernanda Alves de Abreu
	OAB/GO: XXXXX OAB/GO: XXXXX
	
� PAGE \* MERGEFORMAT �7�

Continue navegando