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Superior Tribunal de Justiça HABEAS CORPUS Nº 41.182 - SP (2005/0010479-2) RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA (Relator): Trata-se de habeas corpus , substitutivo de recurso ordinário, impetrado pelos advogados Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e Sérgio Eduardo Mendonça de Alvarenga, em favor de SUZANE LOUISE VON RICHTHOFEN, contra decisão do e. Tribunal de Justiça de São Paulo, que não conhecendo do writ originário, por entender ser aquele Tribunal a autoridade coatora, manteve a paciente sob custódia cautelar. Do acórdão atacado, colhe-se o seguinte: "Inicialmente, de ficar salientado que no relatório constante do Recurso em Sentido Estrito interposto visando a única e exclusivamente o afastamento das qualificadoras, constou: mantida a prisão cautelar. (...) A prisão decorrente de sentença de pronúncia, ainda que o réu seja primário e de bons antecedentes, constitui efeito natural desse ato judicial, com o objetivo de garantir a presença dos acusados no julgamento do Conselho de Sentença, sem a qual não é possível a regra prevista no art. 594 do Código de Processo Penal, pois, em tal hipótese, a segregação é regra, enquanto a liberdade exceção. Inexistindo qualquer fato novo a ensejar a soltura da paciente tem-se como desnecessária nova fundamentação, quanto da pronúncia, para que seja mantida a custódia de quem já se encontrava presa durante a instrução. (...) Neste sentido o Acórdão proferido no Recurso em Sentido Estrito acima referido, onde salientado ficou ainda a personalidade da paciente, os motivos e circunstâncias do crime – o homicídio é a expressão mais alta da delinqüência sanguinária e violenta – homicídio praticado à obtenção do patrimônio do casal, visando a união tranqüila dos acusados, sem a interferência dos genitores – age com crueldade, quem revela com a sua conduta, particularmente dolorificada, absoluta ausência de sentimento humanitário. Corretamente salientado ficou pela Procuradoria da Justiça, fls. 79: "ao confirmar a sentença de pronúncia, embora implicitamente, manteve também a prisão cautelar da Paciente, de forma que em relação a argüição passou à condição de autoridade coatora e não pode agora apreciar a presente impetração, em virtude do princípio de que nenhum Documento: 1858419 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 1 de 9 Superior Tribunal de Justiça juiz ou tribunal pode tomar conhecimento de habeas corpus impetrado contra ato que, expressa ou implicitamente, confirmou". (...) Ante o exposto, manifesto-me pelo não conhecimento da ordem, por este Tribunal a autoridade coatora". (fls. 104/107) A paciente, acusada de duplo homicídio triplamente qualificado cometido contra seus pais (art. 121, § 2º, I, III e IV, do Código Penal), além do crime de fraude processual qualificada (art. 347, parágrafo único, do CP), foi presa inicialmente por força de prisão temporária e, logo a seguir, em virtude da decretação de preventiva (19/11/2002), depois convolada em prisão decorrente da decisão de pronúncia (21/03/2003). Sustentam os impetrantes que o real motivo da atual custódia da paciente seria a punição antecipada, não havendo nenhum argumento de natureza cautelar a justificar a prisão; de acordo com a impetração, “à luz da legislação, do ordenamento jurídico, das lições doutrinárias e das construções jurisprudenciais, a prisão cautelar da paciente, reconheça-se, não tem legitimidade”. Argumentam com a inocorrência de ofensa à ordem pública, entendida como a possibilidade da prática de novos delitos; bem assim com a inexistência de indício de que, em liberdade, poderia a paciente tumultuar a colheita de provas; e com que, de igual modo, não há “o mais vacilante sinal” de que ela se furtaria à aplicação da lei penal. Ponderam, ainda, para convencer de que a paciente não abandonaria a Comarca de São Paulo, que sua avó paterna, de mais de oitenta anos, em depoimento judicial, a teria perdoado e que a neta a auxiliaria na rotina diária, cuidando dos problemas de saúde da ascendente. Pleiteiam, nessa linha, a concessão da ordem para o fim de ser deferida liberdade provisória à paciente. O Ministério Público Federal opina pela denegação da ordem, em parecer assim ementado (fls. 229/232): “PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRISÃO PREVENTIVA DEVIDAMENTE Documento: 1858419 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 2 de 9 Superior Tribunal de Justiça FUNDAMENTADA. DECISÃO DE PRONÚNCIA. 1. A paciente, presa preventivamente ao longo de todo o processo, foi pronunciada, mantendo-se seu encarceramento. Diante da sentença de pronúncia, a custódia da paciente, que era da preventiva, passou a ser conseqüência natural da sentença de pronúncia. 2. Parecer pela denegação da ordem.” É o relatório. Documento: 1858419 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 3 de 9 Superior Tribunal de Justiça HABEAS CORPUS Nº 41.182 - SP (2005/0010479-2) EMENTA HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. PROCESSUAL PENAL. DUPLO HOMICÍDIO, TRIPLAMENTE QUALIFICADO. CRIME HEDIONDO. PACIENTE QUE PASSOU TODA A INSTRUÇÃO CRIMINAL PRESA. PRISÃO DECORRENTE DE SENTENÇA DE PRONÚNCIA. DESNECESSIDADE DE NOVA FUNDAMENTAÇÃO. DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. Paciente que permaneceu presa durante toda instrução criminal, em decorrência de custódia preventiva devidamente justificada; com a prolação da sentença de pronúncia, de rigor a manutenção do cárcere, que é decorrência natural de tal decisão, com força substitutiva do título da prisão cautelar persistente. 2. Com isso, se torna desnecessária nova fundamentação para que se imponha a prisão decorrente da pronúncia. Precedentes do STJ. 3. Ordem denegada. VOTO - Vencido O EXMO. SR. MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA (Relator): 1. Preliminarmente, correto o posicionamento do e. Tribunal de Justiça paulista, ao se reconhecer como autoridade coatora; com efeito, ao julgar o recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia e manter – mesmo que implicitamente – a prisão da paciente, do Tribunal a quo passou a emanar eventual coação, forçando a conseqüência natural de não ter como conhecer do writ originário. 2. O i. promotor de Justiça paulista, dr. Roberto Tardelli, requereu, aproximadamente vinte dias após a prática do crime, a decretação da custódia preventiva dos três acusados – aí incluída a paciente –, pelos seguintes motivos (fls. 33/34): "A decretação da prisão preventiva dos acusados é medida imperiosa. Deveras, trata-se de crime hediondo, cometido com requintes tais que, caso condenados, a pena haverá de situar-se em patamar além do piso de lei; todos os três possuem amplas condições de fuga, quiçá do país; finalmente, assim o reclama o senso médio de justiça, até porque, caso soltos, a constrição jurídica, tamanha repercussão dos fatos, resultará na proteção mesma dos denunciados." O Juízo primevo atendeu, na mesma data, ao requerimento ministerial, assim justificando sua decisão (fls. 36/37): Documento: 1858419 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 4 de 9 Superior Tribunal de Justiça "Estando presentes os requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, por conveniência da instrução criminal, para assegurar a eventual aplicação da lei penal e especialmente em virtude do clamor público que envolve o caso, para garantia da ordem pública e até mesmo para assegurar a integridade física dos acusados, acolho a representação formulada pela Autoridade Policial e ratificada pelo Promotor de Justiça, para DECRETAR A PRISÃO PREVENTIVA dos réus DANIEL CRAVINHOS DE PAULA E SILVA, CRISTIAN CRAVINHOS DE PAULA E SILVAe SUZANE LOUISE VON RICHTOHOFEN, expedindo-se contra eles os respectivos mandados de prisão." Poder-se-ia argumentar que, eventualmente, hoje, passados dois anos e meio da data dos fatos, não mais perdure o apontado clamor público, bem como não persiste a preocupação com a integridade física da paciente; à época, contudo, diante da repercussão que o caso alcançou, tais motivos certamente se faziam presentes. Acrescente-se ainda que o Juízo de primeiro grau, por sua proximidade com os fatos, certamente era quem melhor poderia avaliar a presença, ou não, dos requisitos do art. 312 da Lei Processual Penal. Mais adiante, com a prolação da sentença de pronúncia, novamente o Magistrado do Primeiro Tribunal do Júri de São Paulo (SP) se manifestou com relação ao encarceramento cautelar da paciente e de seus co-réus, adotando fundamentação semelhante à utilizada quando da decretação da preventiva, conforme se colhe do seguinte trecho da decisão de pronúncia (fls. 39/55): "Embora os réus sejam primários e não ostentem antecedentes, os crimes de homicídio pelos quais serão julgados são de extrema gravidade, estão classificados como hediondos e causaram intenso clamor público, de modo que, caso os réus não permaneçam privados da liberdade, a ordem pública poderá não estar garantida, assim como a própria segurança deles eventualmente poderá estar em risco." 3. Descabe, agora no âmbito do presente habeas corpus revolver, como se fosse o cerne do tema por dirimir, a fundamentação da prisão preventiva da paciente – até porque sua custódia atual já é decorrente da sentença de pronúncia –; no que concerne a este writ , basta detectar que restara suficientemente, ao menos, fundamentada a decretação da prisão preventiva e que, tendo a paciente permanecido presa desde então, e durante toda a instrução criminal, não há por que desconstituir-lhe Documento: 1858419 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 5 de 9 Superior Tribunal de Justiça a cautela, neste momento, uma vez decorrente de novo título, qual a sentença de pronúncia, que impõe deva aguardar presa seu julgamento pelo Tribunal do Júri. As Turmas Criminais desta Corte Superior de Justiça, reiteradamente, vêm se posicionando pela desnecessidade de nova fundamentação, quando da pronúncia, para a manutenção do cárcere, nos casos, em que o paciente tenha respondido a todo o processo sob custódia. A exceção seria a superveniência de fato novo, suficiente para ensejar a colocação em liberdade, o que, todavia, não se verifica, na espécie sub examine . Confiram-se, a respeito, os seguintes julgados: "HABEAS CORPUS . PROCESSUAL PENAL. PRONÚNCIA. MANUTENÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR. REVOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. RÉU QUE PERMANECEU PRESO DURANTE TODA A INSTRUÇÃO CRIMINAL. 1. A jurisprudência desta Corte de Justiça se mostra firme pela manutenção do acusado na prisão, como conseqüência natural da sentença de pronúncia, se foi mantido sob cárcere durante toda a instrução criminal, máxime, como na hipótese sub examine , tratar-se de delito tido por hediondo (artigo 121, §2º, incisos I e IV, do Código Penal); 2. Ordem denegada. (HC 32.889/GO, Sexta Turma, Rel. para o acórdão Min. Hélio Quaglia Barbosa, DJ de 29.11.2004) "RECURSO EM HABEAS CORPUS. JÚRI. PRISÃO PREVENTIVA MANTIDA EM PRONÚNCIA. PERSISTÊNCIA DOS FUNDAMENTOS. DESNECESSIDADE DE RENOVAÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. 1. A fundamentação das decisões do Poder Judiciário, tal como resulta da letra do inciso IX do artigo 93 da Constituição da República, é condição absoluta de sua validade e, portanto, pressuposto da sua eficácia, substanciando-se na definição suficiente dos fatos e do direito que a sustentam, de modo a certificar a realização da hipótese de incidência da norma e os efeitos dela resultantes. 2. Tal fundamentação, para mais, deve ser deduzida em relação necessária com as questões de direito e de fato postas na pretensão e na sua resistência, dentro dos limites do pedido, não se confundindo, de modo algum, com a simples reprodução de expressões ou termos legais, postos em relação não raramente com fatos e juízos abstratos, inidôneos à incidência da norma invocada. 3. Em sobrevindo a sentença de pronúncia, prescindível se faz a renovação da fundamentação do decreto prisional, suficientemente motivado não apenas na periculosidade da ré e na sua evasão do distrito Documento: 1858419 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 6 de 9 Superior Tribunal de Justiça da culpa, mas também nas ameaças irrogadas contra testemunhas. 4. Em casos de custódia cautelar deve-se prestar máxima confiabilidade ao juízo da causa, mormente porque, presidindo a ação penal, tem-se-no como órgão mais sensível às vicissitudes do processo. 5. Recurso improvido. " (RHC 12.687/MA, Sexta Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, v.u., DJ de 19.09.2002) "RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS . PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO, OCULTAÇÃO DE CADÁVER E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO. ADVENTO DE SENTENÇA DE PRONÚNCIA. NOVO TÍTULO LEGITIMADOR DA CUSTÓDIA. CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Preenchidos os requisitos da prisão preventiva e ocorrendo uma ou mais hipóteses do art. 312 do CPP, como se verifica no caso, não há que se falar em ilegalidade da custódia cautelar. 2. O advento da sentença de pronúncia faz novo título legitimador da custódia cautelar, devendo o réu que se manteve preso cautelarmente durante a formação do sumário de culpa assim permanecer até o seu julgamento pelo tribunal do júri. 3. As condições pessoais favoráveis do recorrente – primariedade, bons antecedentes, residência fixa e atividade lícita – não são garantidoras de eventual direito de liberdade quando outros elementos constantes nos autos recomendam a sua custódia cautelar. 4. Recurso a que se nega provimento." (RHC 17.122/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, v.u., DJ de 06.06.2005) "PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 121, § 2º, INCISO IV, C/C O ART. 29, DO CÓDIGO PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. REITERAÇÃO DE PEDIDO. PREJUDICADO. I - A controvérsia em torno da fundamentação do decreto prisional já foi analisada por esta Corte, quando do julgamento do RHC 16332/MG, de modo que a sua análise encontra-se prejudicada. II - Ressalvada mudança no quadro fático, a manutenção da medida cautelar, agora em decorrência de decisão de pronúncia, não exige nova fundamentação, se essa faz referência aos fundamentos da decretação anterior. (Precedentes do STF e STJ). III - O encerramento da primeira fase procedimental em feito de competência do Tribunal do Júri não é motivo para revogar segregação cautelar que encontra-se devidamente fundamentada. (Precedentes). Habeas corpus denegado." (HC 40.754/MG, Quinta Turma, Rel. Min. Felix Fischer, v.u., DJ de 23.05.2005) Documento: 1858419 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 7 de 9 Superior Tribunal de Justiça No mesmo sentido, os seguintes precedentes: RHC 12.736/PR, Sexta Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, v.u., DJ de 01.10.2002; HC 16.415/RJ, Sexta Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, v.u., DJ de 21.06.2001; HC 38.788/MT, Quinta Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, v.u., DJ de 11.04.2005; HC 32.116/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, v.u., DJ de 09.05.2005; HC 37.274/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, v.u., DJ de 02.05.2005; HC 40.638/MS, Quinta Turma, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, v.u., DJ de 11.04.2005. 4. Não se trata, na espécie – o que dirá em homenagem à consistente argumentação dos ilustres impetrantes –, de preservar a custódia cautelar, tão somente com alicerce na "gravidade da infração", ou numa "genérica, abstrata e vazia possibilidadede fuga", ou ainda, numa "não mensurável repercussão dos fatos" (fl. 5). Nem se cuida de perseguir, extemporaneamente, a punição da ré pronunciada, como que para satisfazer ao clamor público, alimentado pela cobertura maciça da mídia sobre os fatos que originaram a ação penal em curso. É de todos sabido que a Corte, reiteradamente, como não poderia deixar de ser, tem homenageado subordinação ao princípio constitucional da não-culpabilidade, (art. 5º, LVII, da CF), não deixando de afirmar, também amiúde, a excepcionalidade da prisão provisória. Com efeito, o que se tem perfilhado, com atenção e critério, é que "o enfoque principiológico constitucional robustece a necessidade de se ter devidamente fundamentado o ato processual de exceção, sob pena de se ocultar, sob o manto cego da vingança pública, uma odiosa medida inquisitiva" (VARLEY BELO, "A liberdade provisória, a gravidade do delito e o clamor público", Boletim IBCCRIM n.º 144, Novembro de 2004). Não tem, outrossim, a Corte se vergado à intensidade da força do clamor público, por si, espontâneo ou provocado, com vista à mantença de coerção cautelar penal, atentos seus julgados à ensinança de VICTOR MORENO CATENA, na linha sedimentada de que "a via legítima para acalmar o alarma social não pode ser a prisão provisória, encarcerando sem mais o maior número possível daqueles que prima facie Documento: 1858419 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 8 de 9 Superior Tribunal de Justiça apareçam como autores de atos delituosos, senão uma decisão rápida de mérito, condenando ou absolvendo, porque só a sentença prolatada num processo penal determina a pena do acusado ("Lecciones de Derecho Procesal Penal", 2ª edição, Codex Editorial Constituición Y Leys, SA, 2003, p. 208, apud VARLEY BELO, ob. e loc. cits.). O que sobreleva, realmente, na espécie sub examine , é que houve a prisão preventiva, fundamentadamente decretada, mantida intacta e imune a impugnação recursal; bem por isso, a paciente foi preservada sob a custódia processual, durante todo o curso do feito, até que pronunciada, não acudindo razão, agora, uma vez substituído o título da prisão cautelar e ausente evidência de fator acrescido e influente, por que se lhe deva restituir, desde logo, a liberdade, provisoriamente, antes de sua submissão ao julgamento do Tribunal do Júri. 5. Diante do exposto, DENEGO a ordem de habeas corpus . É como voto. Documento: 1858419 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 9 de 9
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