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AULA 6 - TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

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AULA – 6 
 
PESSOAS JURIDICAS 
 
CONCEITO 
São entidades as quais a lei confere personalidade, capacitando-as a ser sujeitas 
de direitos e obrigações. Atuam na vida jurídica com personalidade diversa da 
dos indivíduos que as compõem. 
 
NATUREZA JURIDICA 
Varias teorias procuram explicar o fenômeno que leva um grupo de pessoas a 
constituir um unidade orgânica, com individualidade própria reconhecida pelo 
Estado e distinta das pessoas que a compõem. 
Podem ser reunidas em dois grupos: 
TEORIAS DA FICÇÃO (ambas não são aceitas) 
Ficção Legal – desenvolvida por Savigny, sustenta que a pessoa jurídica constitui 
uma criação artificial da lei. 
Ficção Doutrinaria – afirma que a pessoa jurídica é criação dos juristas, da 
doutrina. 
TEORIAS DA REALIDADE 
Teoria da Realidade Objetiva – sustenta que a pessoa jurídica é uma realidade 
sociológica, que nasce por imposição de forcas sociais. 
Teoria da Realidade Jurídica (ou institucionalista de Hauriou) – assemelha-se a 
primeira. Considera as pessoas jurídicas organizações sociais destinadas a um 
serviço ou oficio, e por isso personificadas. 
Teoria da Realidade Técnica – entendem seus adeptos, especialmente Ihering, 
que a personificação dos grupos sociais é expediente de ordem técnica, a forma 
encontrada pelo direito para reconhecer a existência de grupos de indivíduos, 
que se unem na busca de fins determinados. 
 
REQUISITOS PARA A CONSTITUICAO DA PESSOA JURIDICA 
1 - Vontade Humana Criadora – intenção de criar uma entidade distinta da de 
seus membros. Materializa-se no ato de constituição. 
2 - Observância das Condições Legais – instrumento particular ou publico, 
registro e autorização ou aprovação do Governo. O ato constitutivo, denomina-se 
estatuto, em se tratando de associações (sem fins lucrativos); contrato social, em 
se tratando de sociedades, simples ou empresarias (antigamente denominadas 
civis e comerciais), e escritura publica ou testamento, em se tratando de 
fundações (CC, art. 62). Deve ser levado a registro para que comece, então, a 
existência legal da pessoa jurídica de direito privado (CC, art. 45). Antes do 
registro, não passara de mera “sociedade de fato” ou “sociedade não 
personificada”. 
Registro Publico: - sociedade empresaria (na Junta Comercial) 
- sociedade simples de advogados (na OAB – EAOAB, arts. 15 e 
16, §3º) 
- demais pessoas jurídicas de direito privado (no Cartório de 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas – LRP, arts. 114 e s.) 
Aprovação do Governo: algumas pessoas jurídicas precisam ainda de autorização 
do Executivo (CC, art. 45), como as seguradoras, as instituições financeiras as 
administradoras de consorcio etc. 
3 - Liceidade dos Seus Objetivos – objetivos ilícitos ou nocivos constituem causa 
de extinção da pessoa jurídica (CC, art. 69) 
 
 
CLASSIFICACAO DA PESSOA JURIDICA 
Quanto a Nacionalidade: 
- Nacionais 
- Estrangeiras 
Quanto a Estrutura Interna: 
- Corporação – (universitas personarum: conjunto ou reunião de pessoas). 
Visam a realização de fins internos, estabelecidos pelos sócios. Os seus 
objetivos são voltados para o bem de seus membros. Dividem-se em 
associações e sociedades, que podem ser simples ou empresarias. 
- Fundação – (universitas bonorum: reunião de bens). Visam objetivos 
externos, estabelecidos pelo instituidor. 
Quanto a Função: 
- Pessoas Jurídicas de Direito Publico: 
 Externo – Nações estrangeiras. Santa Se. Organismos Internacionais 
 Interno: 
– Administração Direita (União, Estados, DF, Territórios e 
Municípios) 
– Administração Indireta (autarquias, inclusive as associações 
publicas, fundações publicas e as demais entidades de caráter 
publico criadas por lei) 
- Pessoas Jurídicas de Direito Privado (art. 44) 
 Associações (entidades que nao tem fins lucrativos, mas morais, 
culturais, desportivos ou beneficentes) 
 Sociedades Simples (tem fim econômico e sao constituídas, em geral, 
por profissionais liberais ou prestadores de serviços) 
 Sociedades Empresarias (também visam lucro. Distinguem-se das 
sociedades simples jurídicas porque tem por objetivo o exercício de 
atividade própria de empresário sujeito ao registro previsto no art. 
967 do CC.) 
 Fundações Particulares (acervo de bens que recebe personalidade 
para a realização de fins determinados – art. 62, paragrafo único) 
 Organizações Religiosas (tem fins pastorais e evangélicos e tratam da 
complexa questão da fé, distinguindo-se das demais associações civis.) 
 Partidos Políticos (tem fins políticos, não se caracterizando pelo fim 
econômico ou não) 
 Sindicatos (embora não mencionados no art. 44 do CC, tem a natureza 
de associação civil – CF, art. 8º; CLT, arts. 511 e 512) 
 Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (foram incluídas 
no rol do art. 44 do CC pela Lei. n.12.441/2011.) 
 
 
 
DESCONSIDERACAO DA PERSONALIDADE JURIDICA 
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica (disregard of the legal 
entity) permite que o juiz, em casos de fraude e de má-fé, desconsidere o 
principio de que as pessoas jurídicas tem existência distinta da de seus membros 
e autorize a penhora de bens particulares dos sócios (CC, art. 50; CDC, art. 28) 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURIDICAS 
a) Responsabilidade contratual: as pessoas jurídicas, desde que se tornem 
inadimplentes, respondem por perdas e danos (CC, art. 389). Tem 
responsabilidade objetiva por fato e vicio do produto e do serviço (CDC, 
arts. 12 a 25) 
b) Responsabilidade extracontratual: as pessoas jurídicas de direito privado 
(corporações, fundações, etc) respondem civilmente pelos atos de seus 
propostos, tenham ou não fins lucrativos (CC, arts. 186 e 932, III) 
A responsabilidade das pessoas jurídicas de direito publico por ato de 
seus agentes é objetiva, sob a modalidade do risco administrativo. A 
vitima não tem o ônus de provar culpa ou dolo do agente publico, mas 
somente o dano e o nexo causal. Admite-se a inversão do ônus da prova. O 
Estado se exonerará da obrigação de indenizar se provar culpa exclusiva 
da vitima, forca maior e fato exclusivo de terceiro. Em caso de culpa 
concorrente da vitima, a indenização será reduzida pela metade (CF, art. 
37, §6º; CC, art. 43) 
 
EXTINCAO DA PESSOA JURIDICA DE DIREITO PRIVADO 
a) Convencional: por deliberação de seus membros, conforme o quórum 
previsto nos estatutos ou na lei. 
b) Legal: em razão de motivo determinante na lei – CC, art. 1.034 
c) Administrativa: quando as pessoas jurídicas dependem de autorização do 
Governo e praticam atos nocivos ou contrários aos seus fins. 
d) Natural: resulta da morte de seus membros, se não ficou estabelecido que 
prosseguira com os herdeiros. 
e) Judicial: quando se configura algum dos casos de dissolução previstos em 
lei ou no estatuto e a sociedade continua a existir, obrigando um dos 
sócios a ingressar em juízo. 
 
DOMICILIO DA PESSOA JURIDICA DE DIREITO PUBLICO 
O art. 75 do Código Civil declara que o domicilio da União é o Distrito Federal; 
dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; e do Município, o lugar onde 
funcione a administração municipal. O das demais pessoas jurídicas é o lugar 
onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem 
domicilio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

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