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1) O procedimento o juri é escalonado, isto é, escalonado em duas etapas bem distintas. A primeira fase é o juízo de instrução preliminar (judicium acusationis ), que se inicia com o recebimento da denúncia e ordem de citação do acusado (...). A primeira fase é uma autentica fase de filtro. Somente após superada esta etapa, será possível remeter o julgamento do réu à segunda etapa. Ele deve ser conduzido, até a preclusão da decisão de pronúncia, pelo juiz da instrução preliminar (...) I- A decisão de pronúncia deve indicar a materialidade delitiva e dos indícios de autoria, bem com o tipo penal violado, e sua qualificadoras, causas de aumento de pena e diminuição de pena. II- Caso o acusado seja impronunciado em razão da ausência de indícios de autoria, o trânsito em julgado da referida decisão fará coisa julgada formal, por isso enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade do réu pode ser processado novamente, desde que surjam novas provas novas. III- O juiz deve absolver sumariamente o acusado no caso de inimputabilidade decorrente de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, desde que essa seja a única tese defensiva e, caso cabível o recurso de apelação. Quais itens estão errados? III 2) Xexelento desferiu disparos de arma de fogo, contra Necodemo, causando-lhe lesões corporais, sem, contudo, mata-lo, e foi pronunciado e levado a julgamento perante o tribunal do júri, pelos crimes de homicídio qualificado tentado e porte ilegal de arma de fogo. Com base nas informações acima e tendo em vista o estudo realizado sobre o procedimento especial do Tribunal do júri, assinale a alternativa correta. A ( x ) Em caso de absolvição do crime de tentativa de homicídio, o juiz presidente continuará completamente para o julgamento do crime conexo, ou seja, o porte ilegal de arma de fogo. B ( ) Em caso de desclassificação do crime de tentativa de homicídio para lesão corporal o processo será remetido para o juízo singular estando o crime desqualificado como o conexo. C ( ) Em caso de absolvição do crime de tentativa de homicídio, o conselho de sentença de sentença continuará competente para julgar o crime conexo, ou seja o porte ilegal de arma de fogo. D ( ) Em caso de desclassificação do crime de tentativa de homicídio para lesão corporal , o conselho de sentença continuará competente para o julgamento do crime conexo, ou seja pelo porte ilegal de arma de fogo. 3) Tício, grande traficante de drogas, matou a sua esposa Mocreia em razão desta o ter delatado para polícia, o fato ocorreu no dia 20 de abril de 2024, na pacata cidade de Alto paraíso de goiás / Go. Sendo de Tìcio foi preso em flagrante. Após o regular processeguimento do feito, foi designada audiência de instrução e julgamento, oportunidade em que foram ouvidas as testemunhas e procedeu o interrogatório do réu, sendo que este afirmou que caso fosse condenadao mataria todas as testemunhas, promotor e juiz. As partes apresentaram alegações finais, tendo o juiz pronunciado o acusado nos termos da denúncia. Não houve interposição de recurso pelas partes. O ministério público ingressou com pedido de desaforamento junto ao Presidente do tribunal do júri, alegando em síntese, que o comportamento do acusado trouxe perturbação da ordem pública, além de comprometer a imparcialidade dos jurados. Com base nas informações, assinale a alternativa correta. A – ( ) O pedido formulado pelo MP deve ser acolhido pois presentes os requisitos para o deferimento do desaforamento, sendo necessária a oitiva da defesa. B – ( ) O pedido formulado do MP não deve ser acolhido, uma vez que o MP não é parte legitima para postular o desaforamento. C – ( ) O pedido do MP não deve ser acolhido, uma vez que deveria ser apresentado perante o Tribunal de justiça e não perante o juiz presidente do tribunal do júri. D – (x ) O Pedido formulado pelo MP não deve ser acolhido, uma vez que deveria ser apresentado perante o tribunal de justiça e não perante o juiz presidente do tribunal do júri 4 – ( ) Após a 1° fase do procedimento bifásico inerente ao Tribunal do júri entende que, muito embora exista, no caso concreto da materialidade delitiva, há dúvidas sobre os indícios suficientes de autoria. Nesse cenário o estudo realizado em sala de aula e o entendimento atual predominante atual no STJ é correto afirmar: A – ( ) O juiz proferirá decisão de pronúncia, da qual cabe recurso em sentido estrito. B _ (x ) O juiz proferirá decisão de impronúncia, da qual cabe recurso em sentido estrito. C – ( ) O juiz proferirá decisão de impronúncia, da qual cabe recurso de apelação. D – ( ) O juiz proferirá decisão de absolvição sumária, da qual cabe recurso de apelação. 5 – Tício e Mévio foram denunciados e pronunciados pela suposta prática de crime previsto no art. 121, § 2°, inc. I e IV, do código penal. Após o transito da decisão de pronúncia, o magistrado designou o dia 26/11/2024, segunda feira, para realização do julgamento em plenário. Com base nas informações, e tendo em vista o estudo realizado sobre o procedimento do Tribunal do júri, analise os itens abaixo e depois assinale a alternativa correta. I – Segundo entendimento do STJ, caso o MP junte documentos nos autos, estes somente poderão ser utilizados na Sessão plenária se a defesa for intimada com três dias de antecedência do julgamento, ou seja 23/11/24. II – A sessão plenária somente poder ser instalada com a presença no mínimo de 15 jurados. Porém, se em razão de impedimento, suspeição ou de incompatibilidade, dispensa ou recusa não houver o número suficiente para formação do conselho de sentença, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido. A essa situação a doutrina chama de “estouro de urna ” III – Na elaboração dos quesitos, o juiz levará em consideração os termos da pronúncia, interrogatório e as alagações das partes, devendo quesitar obrigatoriamente sobre a materialidade, autoria ou participação, absolvição do réu, causas de diminuição de pena, qualificadoras, causas de aumento de pena, e por fim agravantes e atenuantes. A -( ) Todos os itens estão corretos. B - ( ) Todos os itens são falsos. C - ( ) Apenas o item III é falso D – (x ) Apenas o item II é verdadeiro 6 – Mévio é denunciado perante a 2° Vara criminal de Taguatinga-df, sob a acusação de que teria praticado o crime de roubo simples contra Mocreia. Na resposta à acusação, a defesa indicou duas testemunhas ouvidas, as quais residiam na comarca de Goiânia, go para onde foi expedida a carta precatória, designando-se audiência para suas oitivas. Como o advogado de Mévio não compareceu o Juízo Deprecado nomeou Defensoria Pública para acompanhar o ato. Encerrada a instrução com o interrogatório do réu. Instaladas a se manifestarem na instrução com o interrogatório do réu. Instalada a se manifestarem na fase do art. 402 do CPP, as partes nada requereram. Em seguida o MP apresentou as alegações finais e pugnou pela condenação do réu. Já a defesa apresentou a sua peça processual e alegou absolvição do réu por insuficiência de provas. Em seguida, o Magistrado proferiu a sentença condenatória. Não concordando com a decisão, a defesa interpôs recurso de apelação e suscitou a nulidade do processo em razão das oitivas das testemunhas na comarca de Goiânia terem sido realizadas sem sua presença. Com base nessas informações, tendo em vista o estudo realizado de aula e os entendimentos das cortes superiores, assinale a alternativa correta: A – ( ) Caso a defesa tenha sido cientificada da expedição da carta precatória, o juízo deprecante não precisaria intima-la da audiência no juízo deprecado e por isso o recurso não deveria ser provido, mesmo se demonstrado prejuízo B – (x ) O recurso deveria ser provido, uma vez que é obrigatória a cientificarão da defesa pelo juízo deprecante da audiência designada, sendo o prejuízo presumido e por isso a nulidade pode ser alegada a qualquer tempo. C – ( ) Caso da defesa não tenha sido cientificada da expedição da carta precatória, o recurso deveria ser provido, independentementedo momento processual em que a nulidade foi alegada, desde que demonstrado o prejuízo. D – ( ) Independente da defesa ter sido ou não cientificada da expedição da carta precatória, o recurso deveria ser provido, pois o prejuízo é presumido e a nulidade pode ser alegada a qualquer tempo e nesse caso em razão do princípio da consequencialidade anulam-se todos os atos a partir da inquirição das testemunhas 7 – O advogado do acusado Xexelento, observando determinado acontecimento no processo, entende por bem seguir a nulidade do feito, tendo em vista a a violação do devido processo legal, ocorrida durante a audiência de instrução e julgamento. Acerca da teoria geral das nulidades, é correto afirmar que o princípio da causalidade significa: A – (x ) A possibilidade do defeito do ato se estender aos atos que lhe são subsequentes e que deles dependam; B – ( ) Que nenhuma das partes poderá alegar nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha ocorrido; C – ( ) Que não há como se declarar a nulidade de um ato se este não resultar prejuízo as partes; D – ( ) Que não se declara a nulidade a nulidade do ato processual que não houver influenciado na apuração da verdade substancial do fato. 8 – No dia 28 de outubro de 2024, Tício foi preso em flagrante por suspostamente ter praticado o crime de corrupção passiva. O MPDF, ofereceu denuncia, imputando a Tício a prática de crime previsto no art.317, do código penal, ou seja, crime praticado por funcionário público contra a administração pública. O juiz recebeu a denúncia e determinou a citação do acusado, tendo o advogado deste apresentado resposta à acusação, oportunidade em que alegou preliminarmente a nulidade do processo, sob o argumento de que Tício não foi notificado para apresentar defesa preliminar. Considerando o texto apresentado e o regramento atinente ao processo para apurar o crime de responsabilidade de funcionário público contra a administração pública, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre ela. I – Segundo entendimento do STJ é desnecessário a resposta preliminar de que trata o artigo 514, do CPP; Porque: II - A resposta preliminar somente é cabível nos crimes afiançáveis; A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta. A - ( ) A asserções I e II são proposições verdadeiras , mas a II não é uma justificativa correta da I B – ( ) A asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I C – (x ) A asserções I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falta; D – ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a proposição II é verdadeira. 9 – Acerca do processo e o julgamento dos crimes de calúnia e injúria, de competência do juiz singular, é correto afirmar: A – ( ) Se depois de ouvir o querelante e o querelado , o juiz achar provável a reconciliação, promoverá entendimento ente as partes, na sua presença. B – ( x) No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo de desistência de decorrido o prazo ( 5 ) dias sem retratação, a queixa será arquivada; C – ( ) Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando o termo. D – ( ) Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras , ou para completar a máximo legal. OBS.: GABARITO OFICIAL QUESTÕES: Q3 – C , Q5 – D, Q9 - B Correção prova A2 ✅ 1) Sobre as fases do Tribunal do Júri e suas decisões Análise dos itens: Item I – CORRETO. A decisão de pronúncia deve demonstrar a materialidade do fato e indícios suficientes de autoria (art. 413, caput, do CPP). Além disso, deve conter o tipo penal, inclusive qualificadoras, causas de aumento ou diminuição de pena, pois isso delimita a atuação do júri (súmula 162 do STJ). Item II – CORRETO. A decisão de impronúncia faz coisa julgada formal. O processo pode ser reaberto com novas provas (art. 414, § único, CPP). Ex: novas testemunhas, laudos, confissão etc. Item III – ERRADO. A absolvição sumária por inimputabilidade (art. 415, IV, CPP) não depende de ser a única tese defensiva. Basta estar comprovada nos autos. E o recurso cabível não é apelação, mas sim recurso em sentido estrito (art. 581, III, CPP). ✅ Gabarito: Apenas o item III está errado. ✅ 2) Conexão entre tentativa de homicídio e porte ilegal de arma Letra A – CORRETA. Se o réu for absolvido do crime doloso contra a vida, o juiz presidente do júri julgará o crime conexo (porte ilegal de arma), conforme o art. 492, § 1º, CPP. Letra B – ERRADA. Em caso de desclassificação para lesão corporal, o juiz remete os autos ao juiz competente para julgar o novo tipo penal (art. 492, §2º, CPP). Mas o crime conexo permanece no júri, se também for doloso contra a vida ou se não houver prejuízo à competência. Letra C – ERRADA. Após absolvição do crime doloso contra a vida, o conselho de sentença encerra sua competência. O juiz presidente julga o conexo. Letra D – ERRADA. Com a desclassificação do crime doloso contra a vida, o conselho de sentença se encerra, e o processo segue para o juiz singular. ✅ Gabarito: Letra A. ✅ 3) Desaforamento com base em risco à imparcialidade e ordem pública Letra A – CORRETA. O desaforamento é possível antes do julgamento, se houver risco à imparcialidade dos jurados ou à ordem pública (art. 427, caput, CPP). Deve-se ouvir a defesa obrigatoriamente, mesmo que não haja recurso da pronúncia. O pedido do MP é legítimo. Letra B – ERRADA. O MP é parte legítima para pedir o desaforamento. O CPP é claro nesse sentido (art. 427). Letra C – ERRADA. O pedido é feito ao Tribunal de Justiça, sim, mas via relatório do juiz presidente ou por pedido do MP/defesa — mas o juiz presidente é apenas o encaminhador, não o destinatário final. Letra D – ERRADA. Não precisa trânsito em julgado da pronúncia. Basta que a pronúncia não tenha sido cassada por recurso. O pedido pode ser feito a qualquer tempo até a sessão do júri. ✅ Gabarito: Letra A. ✅ 4) Dúvida quanto à autoria no fim da 1ª fase do júri Letra A – ERRADA. Se não há indícios suficientes de autoria, o juiz não pode pronunciar. Letra B – CORRETA. Na dúvida sobre os indícios de autoria, o juiz deve impronunciar (art. 414, CPP). Recurso cabível: recurso em sentido estrito (art. 581, IV, CPP). Letra C – ERRADA. A decisão de impronúncia não admite apelação, e sim recurso em sentido estrito. Letra D – ERRADA. Não há hipótese de absolvição sumária com dúvida na autoria. Isso é para causas claras e objetivas (ex: excludentes de ilicitude ou culpabilidade). ✅ Gabarito: Letra B. ✅ 5) Sessão do júri e quesitação Item I – CORRETO. Segundo o STJ, documentos juntados pelo MP somente podem ser usados se a defesa for intimada com 3 dias de antecedência da sessão do júri (HC 480.187/SP). Item II – CORRETO. De fato, a sessão só é instalada com 15 jurados presentes (art. 463, §1º, CPP). Se houver falta por motivo legítimo, o júri é adiado. Isso é conhecido como “estouro de urna”. Item III – ERRADO. O juiz quesita apenas materialidade, autoria/participação, absolvição, qualificadoras e causas de diminuição de pena (art. 483). Agravantes e atenuantes não são quesitadas — são avaliadas pelo juiz na sentença. ✅ Gabarito: Letra C (Apenas o item III é falso). ✅ 6) Nulidade da carta precatória sem intimação da defesa Letra A – ERRADA. Mesmo que a defesa saiba da carta precatória, deve ser intimada da audiência no juízo deprecado (HC 410.034/PR, STJ). Prejuízo é presumido. Letra B – CORRETA. A defesa tem direito de acompanhar a oitiva. Se não intimada da data da audiência, há nulidade absoluta, com prejuízo presumido. Letra C – ERRADA. Se a defesa não foi intimada da audiência, o prejuízo é presumido — não se exige prova do dano. Letra D – ERRADA. O prejuízo é presumido, mas não se anula todo o processo desde asoitivas sem uma análise do caso concreto. O princípio da instrumentalidade das formas exige proporcionalidade. ✅ Gabarito: Letra B. ✅ 7) Princípio da Causalidade nas nulidades Letra A – CORRETA. O princípio da causalidade determina que um ato inválido contamina os atos subsequentes que dele dependem. Ex: interrogatório feito sem defesa = sentença nula. Letra B – Trata do princípio da convalidação. Letra C – Trata do princípio do prejuízo. Letra D – Trata do princípio da instrumentalidade das formas. ✅ Gabarito: Letra A. ✅ 8) Defesa preliminar nos crimes de funcionário público (art. 514, CPP) I – VERDADEIRA. STJ entende que a defesa preliminar do art. 514 CPP não é obrigatória nos casos de prisão em flagrante, como neste caso (HC 201.838/SP). II – FALSA. O art. 514 não faz essa distinção entre crimes afiançáveis e inafiançáveis. Isso foi superado. ✅ Gabarito: Letra C. ✅ 9) Procedimento nos crimes de injúria e calúnia (juizado especial/crimes contra a honra) Letra A – CORRETA. Segundo o art. 520, CPP: Se o juiz entender que há chance de reconciliação, ele promoverá o entendimento entre as partes. Letra B – ERRADA. Não há prazo de 5 dias para retratação após desistência. A reconciliação pode ocorrer a qualquer momento antes da sentença. Letra C – ERRADA. A conciliação deve ser na presença dos advogados e deve ser documentada. Letra D – ERRADA. O prazo para contestação da exceção da verdade é de três dias, conforme art. 523, CPP. ✅ Gabarito: Letra A. ✅ 10) Desclassificação do crime doloso contra a vida Letra A – ERRADA. Quando o Conselho de Sentença desclassifica o crime doloso contra a vida, ele perde a competência para julgar o novo crime. O juiz presidente então profere a sentença (art. 492, §2º, CPP). Letra B – ERRADA. A competência do juiz singular é posterior à desclassificação. O juiz presidente do júri é quem julga o novo crime, não o próprio conselho de sentença. Letra C – ERRADA. Havendo desclassificação, o julgamento do crime residual é feito pelo juiz presidente, sem novo julgamento. Letra D – CORRETA. Na desclassificação de crime doloso contra a vida para crime comum, o juiz presidente profere a sentença sobre o novo crime (art. 492, §2º, CPP). Se for crime de competência do Juizado Especial Criminal, ele remete os autos ao juizado. ✅ Gabarito: Letra D. 📚 RESUMO – TRIBUNAL DO JÚRI (CPP, arts. 406 a 497) ⚖️ 1. Competência do Júri · Julgar crimes dolosos contra a vida (art. 5º, XXXVIII, CF): · Homicídio (simples, qualificado, privilegiado) · Infanticídio · Induzimento ao suicídio · Aborto provocado por terceiro · E os crimes conexos (porte ilegal de arma, ocultação de cadáver, etc.) 🧭 2. Fases do Procedimento 📌 1ª Fase: iudicium accusationis (juiz singular) Objetivo: verificar se há indícios suficientes de autoria e materialidade. · Denúncia ou queixa-crime · Resposta à acusação (prazo de 10 dias – art. 406) · Instrução: oitiva de testemunhas, interrogatório, debates · Decisão de pronúncia (art. 413) · Admite materialidade e indícios de autoria · Possível recurso: ReSE (art. 581, IV) · Outras decisões: · Impronúncia (art. 414) · Desclassificação (art. 419) · Absolvição sumária (art. 415) 📌 2ª Fase: iudicium causae (Plenário do Júri) · Escolha dos 7 jurados dentre 25 convocados · Debates orais: acusação e defesa (1h30 cada) · Quesitação (art. 483): 1. Materialidade 2. Autoria/participação 3. Absolvição 4. Qualificadora/circunstância agravante 5. Causas de diminuição ou aumento · Sentença (art. 492) . Juiz aplica a pena conforme respostas dos jurados 📑 3. Decisões cabíveis na 1ª Fase · Pronúncia (art. 413): envia o réu ao júri · Impronúncia (art. 414): ausência de indícios · Desclassificação (art. 419): se o fato não for doloso contra a vida · Absolvição sumária (art. 415): · Excludente de ilicitude (legítima defesa, etc.) · Excludente de culpabilidade (ex: inimputabilidade) · Fato atípico · Ausência de prova da existência do crime 🧷 4. Nulidades · Defesa deve ser intimada da audiência de oitiva em carta precatória (Súmula 273/STF) · Falta de intimação da defesa: nulidade absoluta com prejuízo presumido 🚚 5. Desaforamento (art. 427) · Quando há: · Risco à imparcialidade dos jurados · Risco à ordem pública · Segurança do acusado · Demora no julgamento · Pedido pode ser feito pelo: · Ministério Público · Defesa · Juiz presidente (ex officio) · Julgado pelo Tribunal de Justiça 📄 6. Quesitação (art. 483) 1. Materialidade 2. Autoria ou participação 3. Absolvição 4. Qualificadoras (se houver) 5. Causas de aumento/diminuição (se houver) · Agravantes e atenuantes: analisadas pelo juiz presidente, não são quesitadas. ⚖️ 7. Sentença e consequências · Desclassificação: juiz presidente julga o novo crime (art. 492, §2º) · Absolvição: juiz profere sentença absolutória · Condenação: juiz aplica a pena 📚 Fundamentos Importantes · Princípio da soberania dos veredictos (CF, art. 5º, XXXVIII) · Plenitude de defesa · Sigilo das votações · Juiz natural · Livre convicção dos jurados Se quiser, posso também criar mapas mentais, flashcards ou te ajudar com questões discursivas sobre o tema. Deseja revisar algum ponto específico agora? Parte superior do formulário Parte inferior do formulário Juiz Predicado e Juiz Predicante 📌 Conceito: Essa terminologia é usada na doutrina processual penal (e também civil) para designar os juízes que participam de cartas precatórias: · Juiz Predicante (ou deprecante): é o juiz titular do processo, que expede a carta precatória para que um ato seja praticado fora de sua jurisdição. · Juiz Predicado (ou deprecado): é o juiz da comarca onde o ato deve ser cumprido, ou seja, quem recebe a carta precatória e realiza o ato em nome do juiz do processo. 🔍 Exemplo: Processo penal tramita em São Paulo (juiz predicante), mas uma testemunha mora em Salvador. O juiz paulista expede carta precatória ao juiz da comarca de Salvador (juiz predicado) para que colha o depoimento. ⚖️ Nulidade Absoluta e Nulidade Relativa 📌 Conceitos: O Código de Processo Penal trata das nulidades nos arts. 563 a 573, e elas são classificadas em absolutas ou relativas: 🔴 Nulidade Absoluta · Definição: violações graves e essenciais às garantias constitucionais do processo (como o contraditório, ampla defesa, competência, juiz natural etc.). · Pode ser alegada a qualquer tempo (não preclui). · Reconhecida de ofício pelo juiz. · O ato é ineficaz desde a origem (nulidade ex tunc). · Fundamento legal: Art. 564, incisos do CPP + princípios constitucionais. Exemplos: · Julgamento sem defesa técnica (Súmula 523 do STF). · Incompetência absoluta do juízo. · Ausência de intimação do defensor. · Prova obtida por meio ilícito (art. 5º, LVI, CF). 🟠 Nulidade Relativa · Definição: vícios formais que não comprometem a essência do processo, mas afetam regras legais sem tocar em garantias fundamentais. · Devem ser arguidas no momento oportuno (senão, precluem). · Necessita demonstração de prejuízo (art. 563 do CPP). · Fundamento legal: arts. 563 e 571 do CPP. Exemplos: · Inversão da ordem de oitiva de testemunhas. · Ausência de assinatura em ato não essencial. · Citação com pequena irregularidade, mas com comparecimento do réu. 📨 Carta Precatória: Função e Finalidade 📌 Conceito: A carta precatória é um instrumento de cooperação judiciária. Trata-se de um ato formal pelo qual um juiz (predicante) solicita a outro juiz (predicado) que pratique um ato processual fora da sua jurisdição. ⚙️ Função: Permitir que o processo penal seja instruído mesmo quando partes, testemunhas ou provas estão em outra comarca, seção ou subseção judiciária. 🎯 Finalidade: Garantir celeridade e efetividade ao processo, respeitando a competência territorial dos juízos. 📖 Fundamento legal: · CPP, art. 354: “Se, ao juiz parecer necessário, poderá expedir carta precatória para inquirição de testemunha que resida fora da jurisdição do juízo processante.” · Código de Processo Civil, arts. 260 a 268 (aplicação subsidiária, CPP, art. 3º). 📝 Exemplo prático: No processo penal que tramita em Curitiba, uma testemunha reside em Manaus.O juiz de Curitiba envia carta precatória ao juiz de Manaus para que ouça a testemunha. Esse depoimento será juntado aos autos principais.