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Teoria do Crime Ilicitude e suas excludentes Aula 03: Ilicitude, excludentes da Ilicitude. Conceito de crime nas aulas anteriores. 1° elemento do crime: Fato típico (conduta, resultado, nexo causal e tipicidade) Nexo Causal (Nexo causal é o elo de ligação entre a conduta e o resultado. É a ponte para que haja a conduta e o resultado). Teoria, conceito, superveniência de causas, tipicidade o que é tipicidade conglobante (Conglobante tem que ser antinormativa que é uma conduta contrária o direito) Dolo (Dolo é a consciência e vontade de realizar a conduta e de produzir o resultado): culpa e preterdolo (Quando houver um crime doloso, um crime posterior culposo, eu tenho preterdoloso, que é um crime qualificado pelo resultado.) 2° Elemento do crime: Ilicitude É a contradição entre a conduta praticada e ordenamento jurídico, existe a ilicitude. Adotado a fase do caráter iniciável da ilicitude, todo fato típico em princípio é ilícito, a não ser que ocorra as causas excludentes da ilicitude. Ilicitude é a regra “Todo Fato Típico é Ilícito” Existem algumas causas previstas na Lei Penal, especialmente na parte geral do CP, que são excludentes da ilicitude. Onde estão estas causas? Estão no art. 23 CP. Que diz: Não há crimes quando o fato praticado em: Essas são as excludentes gerais previstas no Código Penal. Estado de necessidade Legítima defesa Estrito cumprimento do dever legal Exercício regular do direito Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) As Excludentes do Estrito Cumprimento do dever legal e exercício regular de direito, não estão definidos na lei, mas são excludentes que estão na doutrina. Excludentes da Ilicitude As excludentes da Ilicitude são chamadas de descriminantes. As descriminantes são chamadas pela doutrina justificantes, justificativas ou causa de justificação = Excludentes da Ilicitude. Todas as excludentes da ilicitude previstas na parte geral, que não há somente na parte geral do código penal, existem outras espalhadas no código penal. Temos excludentes na parte especial. Ex.: 128 art. Aborto. Será estudado as Excludentes na parte geral. Essas excludentes possuem elementares. Elementar é tudo aquilo que se eu retirar do tipo penal, este tipo desaparece ou se transforma em outro. Ex.: Crime funcionais. Se eu retirar o conceito de funcionário público não tenho mais conceito de crime funcional. Circunstância do crime é tudo aquilo que se eu retirar do crime, o crime permanece o mesmo. Ex.: Arma de fogo no roubo é uma circunstância, se eu retirar a arma de fogo, o crime de roubo permanece o mesmo. Não é necessário que eu pratique um crime de roubo com armas, posso praticar a grave ameaça de outras maneiras. No caso da descriminantes, das excludentes da Ilicitudes, temos os elementares objetivas e subjetivas Elementares objetivas é aquele que não pertence ao agente. Elementares subjetivas que fazem parte do conhecimento do agente. Eu tenho as elementares do estado de necessidade no art. 24, as elementares do estrito cumprimento do dever legal, as elementares de legítima defesa no art. 25 e do exercício regular do direito, estão previstas na doutrina, não estão na lei, estas são as elementares objetivas. Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Quanto as elementares subjetivos são comuns a todas as quatro elementares. Qual é a elementar subjetiva nos quatros casos? “O conhecimento da situação justificante” Ou seja, ainda que todos os elementos objetivos que estão presentes, não conhecer que ela está em legítima defesa, estado de necessidade, no estrito cumprimento de dever legal, ou no exercício regular de direito, não pode beneficiá-la. Ex.: Se um policial, ele prende uma pessoa para se vingar, leva para a polícia e depois descobre que havia um mandado de prisão expedido contra essa pessoa, ele não pode dizer que agiu no estrito cumprimento de dever legal, esta excludente da ilicitude. Então o elemento subjetivo que é o conhecimento da situação tem que estar presente em todas as excludentes da Ilicitude. O conhecimento, o elemento subjetivo tem que estar presente em todas as excludentes. Que é conhecimento da situação justificante. Elementares do crime é tudo aquilo que se eu retirar do tipo penal, este tipo desaparece ou se transforma em outro. Elementares objetivas é aquela que não pertence ao agente. Elementares subjetivas que faz parte do conhecimento do agente. Excludentes com seus elementos objetivos e subjetivos. 1° - Estado de necessidade, art. 24 CP Qual a diferença entre o estado de necessidade e legítima defesa. Estado de necessidade é uma situação de perigo, segundo a lei penal atual. Legítima defesa – agressão Elementares objetivas Elementres Subjetivas Diferença entre o perigo e agressão? Pode estar numa situação de perigo por um ato humano ou por uma força da natureza. A agressão é sempre um ato do ser humano. Ex.: se eu estiver se defendendo de um animal, estado de necessidade (situação de perigo); se tentar se defender de uma pessoa é legítima defesa (é uma situação de agressão). Elementos objetivos do Estado de necessidade: 1° - Situação de perigo atual Perigo que está acontecendo naquele momento. Uma parte da doutrina, entende uma situação de perigo iminente (que está preste a ocorrer). Lembrando que a lei fala em perigo atual e para a maior parte da doutrina, estado de necessidade é somente uma situação de perigo atual. Enquanto que outra parte da doutrina diz que além do perigo atual também é possível no estado de necessidade em situação perigo iminente. 2° - O perigo deve ameaçar o direito próprio e direito de terceiro Ou seja, existe estado de necessidade própria, quando estado de necessidade de terceiro, quando a pessoa ajuda uma terceira pessoa que está em uma situação de perigo. Então eu tenho perigo atual, que é aquele que está acontecendo e o próprio e o estado de necessidade de terceiro. Uma boa parte da doutrina diz de estado de necessidade próprio sempre existe, mas o estado de necessidade de terceiro só haveria se o bem fosse indisponível, como por exemplo, a vida. No caso do bem disponível como por exemplo o patrimônio poderia haver o estado de necessidade desde que houvesse a autorização de terceiro. 1) Situação de Perigo Atual; 2) Ameaça a direito próprio ou alheio; 3) Situação não causada voluntariamente pelo sujeito; 4 ) Inexistência do dever legar de afastar o perigo; 5) Inevitabilidade do comportamento lesivo e 6) Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado. Estado de necessidade próprio sempre existe. Estado de necessidade de terceiro sempre existe quando o bem for indisponível, exemplo a vida. No caso do bem disponível, como por exemplo o patrimônio, poderia haver estado de necessidade, desse que houvesse autorização de terceiro. Se for disponível para esta parte da doutrina deveria haver autorização de terceiro. 3° O perigo não deve ter sido causado voluntariamente pelo agente. O que é uma situação de perigo causado voluntariamentepelo agente? Se o agente provocou dolosamente o perigo, ele não pode alegar um estado de necessidade. Ex.: A pessoa ateou fogo de propósito no cinema, por exemplo. Ele não pode sair do cinema matando uma pessoa alegando estado de necessidade para si próprio. Porque ninguém pode locupletar às custas alheias. No caso de a pessoa ter provocado voluntariamente dolosamente o perigo, ela não pode alegar estado de necessidade a seu favor. O conceito de voluntariamente, Uma parte da doutrina diz: A pessoa que causou o perigo dolosamente não pode alegar estado de necessidade. Outra parte da doutrina diz: O perigo causado tanto dolosamente como culposamente, por exemplo, causar um perigo imprudência ou negligência, você não poderia alegar estado de necessidade para se beneficiar. Qual o posicionamento majoritário? O posicionamento majoritário é no sentido de quê? Atenção: Só o perigo causado dolosamente, não é passível alegar estado de necessidade. Se o perigo for causado pelo agente culposamente, tudo bem que ele elegeu o estado de necessidade. Este é o terceiro elemento, o perigo não pode ter sido causado voluntariamente. 4° Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo. Existem pessoas que tem o dever imposto por lei de enfrentar o perigo. Estas pessoas como policiais, os bombeiros etc. Como regra, não podem alegar estado de necessidade. Quando a pessoa possui um dever imposto pela lei, ela não pode alegar o estado de necessidade. Ex.: Policial diante de um caso concreto de não poder alegar estado de necessidade a seu favor. Mas isto está ligado ao princípio da proporcionalidade, não é um princípio absoluto. No caso do risco que a pessoa cause. Ex.: bombeiro. O risco que ele vai correr seja inútil ou o dano causado seja certo, ele pode alegar estado de necessidade. Na verdade, isso não acontece na prática. Mas a pessoa que pode alegar estado de necessidade é aquela que tem a inexistência do dever legal de enfrentar o perigo. As pessoas que tem um dever imposto por lei, de enfrentar o perigo, não pode alegar estado de necessidade. Mas isso não é um princípio absoluto, isto tem a ver com o princípio da proporcionalidade, isto quer dizer, que no caso concreto ela pode legar estado de necessidade. Ex.: Se um bombeiro corre risco a sua vida e a vida dele está contra um patrimônio, ele pode alegar estado de necessidade. Porém se o bombeiro disputar num helicóptero a última vaga com a vítima, ele não pode alegar estado de necessidade. 5° - Inevitabilidade do comportamento. Somente se admite o sacrifício do bem quando não há outro meio de salvá-lo. Estado de necessidade que é uma situação de perigo, todos os bens são tutelados, pelo direito. Toda vez que sacrificar um bem, este bem é tutelado pelo direito. No caso da legítima defesa a agressão é injusta, ou seja, se eu estou repelindo uma agressão injusta, quer dizer que é contrária ao direito. O que é o requisito da Inevitabilidade do comportamento? Na legítima defesa admite-se o commodus discessus, a saída mais cômoda, diante de uma agressão injusta. O que eu faço? Vou repelir esta agressão injusta. Porém de um caso do estado de necessidade eu tenho que tentar salvar a todos os bens que estão em perigo. É o caso de eu disputar uma tábua de salvação em alto mar no naufrágio. Minha vida, como a vida de outras pessoas são tuteladas pelo direito. O que eu tenho que fazer? Eu tenho que tentar evitar o dano. Se eu não puder evitar o dano, que vou sacrificar o bem. Qual o bem que vou sacrificar? É o último elemento objetivo do estado de necessidade: 6° Razoabilidade do sacrifício. Se não tiver como salvar todos os bens que estão em perigo, eu vou sacrificar um bem. Este sacrifício diz respeito da razoabilidade do sacrifício. Esta razoabilidade é a razoabilidade do homem médio. Então para um homem médio sacrificar um patrimônio é mais razoável do que sacrificar uma vida humana. Conflito entre um patrimônio e uma vida, sacrifica um patrimônio. Ninguém anda com uma balança de farmácia no bolso, para saber qual é o bem que vale mais do que o outro, esta razoabilidade é uma razoabilidade do homem médio. Se não houver uma razoabilidade nos termos do art. 24 § 2°, a pessoa responsável pelo crime com uma causa de diminuição da pena de 1/3 até 2/3. Esses são os elementos objetivos, as elementares do estado de necessidade. Há um elemento subjetivo do estado de necessidade É o conhecimento da situação justificante. Se uma pessoa sacrifica um bem, não conhecendo que ela está em estado de necessidade. Ex. Mata uma pessoa por vingança ou descobre que elementos objetivos de estado de necessidade estavam presentes ela não pode alegar estado de necessidade a seu favor. No momento que os elementos objetivos estão presentes, os elementos subjetivos estão presentes, a pessoa deve conhecer, saber que a situação do estado de necessidade existe. Nós temos as duas teorias que são adotadas para o estado de necessidade: 1° - Teoria Unitária adotada pelo CP Para a teoria Unitária, todo estado de necessidade é justificante (coisa excludente da Ilicitude). Para o código penal o estado necessidade é sempre justificante. Quero o bem sacrificado de um valor menor: Ex.: Salvar uma vida sacrificando um patrimônio Bem sacrificado de valor igual: Ex.: Eu para sacrificar uma vida sacrifico a outra. Quer o bem sacrificado de valor maior. Ex.: Eu sacrifico uma vida para sacrificar um patrimônio. Teoria do Crime – Aula 3, vídeo 3. Sacrificar uma vida para salvar o patrimônio, não há razoabilidade, mas haverá uma diminuição de pena. Mas nunca o estado de necessidade deixa de ser justificante, isso no código penal. 2° Teoria Diferenciadora, não é adotada pelo código penal, ela é adotada pelo código penal militar art. 39 e 43 CP militar. Para a Teoria Diferenciadora o estado de necessidade ora será justificante (exclui a Ilicitude) ora será exculpante (exclui a culpabilidade). Justificante é tudo aquilo que exclui a ilicitude. Exculpante é tudo aquilo que exclui a culpabilidade. Para CP militar, o estado de necessidade será justificante quando o bem sacrificado for menor do que o valor menor que o salvo. Ex.: sacrificar um patrimônio para salvar uma vida. Porém, o estado de necessidade será exculpantes, ou seja, excludente da culpabilidade, quando o bem sacrificado for de valor igual. Ex.: sacrificar uma vida para salvar outra vida. Ou quando o bem sacrificado for de valor maior sacrifício, uma vida para salvar um patrimônio. Temos a teoria Unitária do Código Penal. Uma só. O estado de necessidade é sempre justificante. Temos a teoria diferenciadora, ele diferencia. Ora o estado de necessidade será justificante (excludente da ilicitude), ora será exculpantes (excludente da culpabilidade). Estes são os conceitos da 1° excludentes da Ilicitude, o estado de necessidade. 2° - Excludentes da Ilicitude prevista no Código Penal – Legítima Defesa. A repulsa a injusta agressão atual ou iminente a um direito próprio ou alheio, usando moderadamente dos meios necessários. As excludentes de culpabilidade, também denominadas de dirimentes ou eximentes, são três: a) causas que excluem a imputabilidade (menoridade, doença mental ou desenvolvimento mental retardado e embriagues completa); b) causas que excluem a consciência da ilicitude (coação moral irresistível, obediência hierárquica) e c) causas que excluem a exigibilidade de conduta diversa (erro de proibição). As causas excludentes deilicitude, por sua vez, estão previstas no artigo 23, do Código Penal: Exclusão de ilicitude Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato: I – em estado de necessidade; II – em legítima defesa; III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito Elementos objetivos da legítima defesa 1°) Agressão injusta Definição: Agressão é sempre um ato de um ser humano Injusta é uma agressão contrária ao direito Pode haver legítima defesa de qualquer ser humano, inclusive se esse ser humano for inimputável. Ainda que a pessoa seja imputável (aquele que tem a capacidade de entender e querer). Se a pessoa tem imputabilidade ela receberá uma pena. Se ala é inimputável no Direito Brasileiro, ela recebe a medida de segurança, que tem as modalidades de internação e tratamento ambulatorial. A repulsa a agressão de um imputável, de um inimputável, será sempre uma situação de legítima defesa. Estamos referindo as excludentes da ilicitude, chamadas de descriminantes, justificantes, justificativa ou causa de justificação, são descriminantes reais (descriminantes que está acontecendo), elas excluem a ilicitude. Pode haver o caso das descriminantes putativas, putativa é imaginária, erroneamente suposta. As discriminantes putativas não são excludentes da ilicitude. Podem ser excludentes de dolo e culpa ou excludente da culpabilidade. Estamos falando das descriminantes REAIS, de estado de necessidade e legítima defesa. Existe estado de necessidade real contra imputável e ao inimputável. Se o estado de necessidade real os bens são tutelados pelo direito, podemos dizer que há estado de necessidade real contra o estado necessidade real, mas jamais existirá legítima defesa real 1) Agressão Injusta 2) Atual ou Iminente 2) A direito próprio ou de terceiro; 3) Uso dos meios necessários; 4) Moderação no uso dos meios necessários. contra legítima defesa real, porque na legítima defesa repele-se uma agressão injusta, se ela é injusta não pode ser ao mesmo tempo justa. Legítima defesa real, o que pode haver? Pode haver legítima defesa real contra agressão de imputável e inimputável. Poderá haver legítima defesa real contra legítima defesa putativa (que está na cabeça do agente, ele acredita que está em legítima defesa) Ex. Legítima Defesa Putativa Digamos que eu entre num bar e vejo o meu desafeto, ele põe a mão no bolso e eu penso que ele vai atirarem mim. Eu atiro nele primeiro. Na verdade, quando chego perto do meu desafeto não tinha arma no bolso, tinha apenas um lenço no bolso. Neste caso de legítima defesa, não há um caso de legítima defesa real, mas há um caso de legítima defesa putativa, imaginária. Só existia na minha cabeça. Na verdade, a minha ilicitude não estará excluída, mas haverá uma exclusão de dolo. A legítima defesa putativa é uma agressão injusta, porque ela está só em minha cabeça. A outra pessoa não é obrigada saber se estou em legítima defesa e o que eu penso. Portanto cabe legítima defesa real contra legítima defesa putativa e caberá também legítima defesa putativa contra legítima defesa putativa. Ex.: Dois neuróticos que se encontram em um determinado lugar, um pensa que o outro vai atirar ou vice-versa, e um atira no outro. São duas agressões injustas ocorrendo ao mesmo tempo. Real contra real, não há. Putativa contra putativa existe. Estas são as hipóteses mais importantes dentro da agressão injusta de legítima defesa. Nas excludentes da Ilicitude são situações em que não fato seja típico não há crime, muito embora o fato seja típico ele não é ilícito. Para que exista crime preciso dos três elementos: fato típico, ilícito e culpável. Excludentes da Ilicitude são casos que não há crimes. Embora o fato seja típico, ele não é ilícito, porque há uma causa que afasta, exclui a ilicitude. É a contradição do fato com a norma. Neste caso não há ilicitude, não há crime. 2° Elemento da Legitima defesa. Diz que a Lei que a agressão tem que ser atual ou iminente. Agressão atual é uma agressão que está acontecendo naquele momento. Iminente é uma agressão que está prestes a acontecer, mas iminente não é prestes a uma distância futura. Iminente é uma agressão que está na iminência, quase imediatamente ocorrerá. Teoria do criem aula 3, vídeo 4. A situação de legítima defesa abrange tanto a agressão atual como agressão iminente. Atual é o que ocorrendo naquele momento e iminente é o que estas prestes a acontecer. Por que existe situação de legítima defesa? Ocorre porque o estado não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Por que existe legítima defesa em agressão atual e iminente? Porque na agressão passada seria vingança e agressão futura a pessoa poderá procurar a autoridade. Por isso o segundo elemento é a agressão atual ou iminente 3° Elemento de legítima defesa: A Legítima Defesa pode ser a direito próprio ou de terceiros. O que é legitima defesa própria, quando o agente reage a uma agressão a sua pessoa. Legítima defesa de terceiro a agressão será contra uma pessoa terceira que você ajuda. Ou seja, a agressão a direito próprio, a seu direito ou direito de terceiro. A mesma discussão ao estado de necessidade, admite-se sempre legítima defesa própria. Quanto a legítima defesa de terceiro: Uma parte da doutrina diz, que cabe de direito indisponível. Quando o direito for disponível, cabe autorização do terceiro ainda que seja tácita (que não revela de forma implícita). 4° Elemento da Legítima defesa, usando os meios necessário Meios necessários: É o meio que está à disposição do agente ou se houver dois meios ou usa-se o meio menos lesivo que sirva para repelir aquela agressão. Então o meio necessário é aquele que está à disposição, ou menos lesivo que está à disposição do agente. A maneira pela qual será usada o meio necessário isto diz respeito ao último requisito da legítima defesa o elemento: que é a moderação. 5° Moderação A maneira pela qual será usado o meio necessário. Ex.: Se eu peço um revólver e ele é o único meio que está a minha disposição, ele é um meio necessário. Quantos tiros eu vou dar isso diz respeito a moderação. O revólver pode ser um meio necessário para repelir uma agressão, mesmo que seja um soco. A maneira pela qual eu vou usar esse revólver. Se vou usar para assustar, para ferir ou para matar, isso diz respeito a moderação. Toda as vez que o meio for desnecessário ou que for usado sem moderação (que é até cessar a agressão), cessou agressão, acabou a moderação. Se a pessoa continuar agindo mesmo depois de cessar a agressão, daí não há mais moderação. Quando o meio é desnecessário ou quando é usado imoderadamente, será excesso. Esses são os cincos elementos Objetivos da Legítima defesa. Elemento subjetivo de legítima defesa: O conhecimento da situação justificante De nada adianta eu chegar em casa querendo me vingar do meu vizinho, dar um tiro nele e depois chegar perto e vejo que ele estás prestes a estuprar uma moça. Se no momento eu não conhecia os elementos objetivos, eu não tinha conhecimento da situação justificante. Só existe legítima defesa, estado de necessidade assim com todas as excludentes se houver o elemento subjetivo. ______________________________ //__________________________ Qual a diferença entre estrito cumprimento de dever legal e Exercício regular do direito? Semelhanças entre: Ambos são causas excludentes da Ilicitude e nestas duas causas os elementos objetivos não são previstos na lei penal, mas são previstos na doutrina. É adoutrina que faz a distinção entre estrito cumprimento de dever legal e exercício regular do direito. Estrito cumprimento de dever legal Exercício regular do direito Justificativas previstas no art. 23 CP, nestas duas causas os elementos objetivos não são previstos na lei penal, mas são previstos na doutrina, ou seja, é a doutrina que faz a distinção entre o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de direito. Diferenças entre os dois: No estrito cumprimento do dever legal No estrito cumprimento de dever legar atuar os agentes públicos e os particulares que exerçam uma função pública. Exercício Regular do Direito Enquanto que no exercício regular do direito pode atuar os particulares de uma maneira geral os policiais, os carcereiros, os agentes de polícia, quando fazem alguma coisa dentro da profissão, atuam no estrito cumprimento do dever legal. Ex. de cumprimento do dever legal: Cumprimento de mandado de prisão preventiva, de prisão temporária. As hipóteses de flagrantes compulsório (aquele que a lei penal diz, que as autoridades, os policiais e seus agentes deverão quem quer que esteja em flagrante). São hipóteses de estrito cumprimento de dever legal. Onde só os agentes públicos e particulares exercem sua função pública e particulares, exercem sua função pública que podem atuar. Ex. de Exercício regular de direito Onde só os particulares que podem atuar. Ex.: Flagrante facultativo, o artigo diz que qualquer do povo poderá. Ex.: Casos de ofendículos, são aparatos facilmente perceptível para proteção de uma propriedade. Cerca elétrica, ponta de lança, cacos de vidros. Estou no exercício regular do direito. Professor Damásio de Jesus, diz que apenas eu colocar esses aparatos é exercício regular de direito. No momento que eles são usados, se alguém tentar adentrar a uma residência e eles funcionarem é uma legítima defesa preordenada ou exercício regular do direito. Pode acontecer que nestes casos de estrito dever legal e exercício regular de direito a pessoa extrapole o exercício regular de um direito ou extrapole dever legal. Ex.: Policial pode prender em flagrante ou em preventiva, mas ele se excedeu, mas se por exemplo bater no detento, ele agiu no dever legal, porém excedeu. Nos casos de excesso as pessoas respondem, assim como no exercício regular de direito. Uma pessoa que coloca um ofendículo, por exemplo, uma cerca elétrica numa voltagem superior, ele pode responder pelo excesso. Excesso na excludente da Ilicitude Excesso significa intensificação desnecessária de uma situação inicialmente justificável. No excesso a pessoa se excede, ela intensifica uma situação que anteriormente excede, ela intensifica uma situação que anteriormente era justificada. A pessoa agiu em determinado ponto em legítima defesa, quando ela excede quando ela passa desse ponto, ela está no excesso. Que é essa intensificação desnecessária, dessa situação que anteriormente havia sido justificado. O excesso ele não apaga as excludentes. Ex.: A pessoa agiu até um determinado ponto em legítima defesa, cessada a agressão, não havendo mais moderação, ele excede. Neste caso ela vai responder pelo crime que ela praticou em excesso. Assim, se durante a legítima defesa ela causou uma lesão grave. E no excesso causou uma lesão leve, ela só responderá pela lesão leve, pelo fato praticado durante o excesso. Esse excesso é essa intensificação desnecessária de uma situação inicialmente justificada. Para a doutrina as seguintes espécies de excessos: 1° Excesso doloso Intensificação com dolo, com intenção. No excesso doloso a pessoa responderá pelo crime doloso praticado. Pelo crime praticado a título de dolo. 2° Excesso culposo Aquele onde a pessoa se excede, mas ela se excede por uma imprudência, negligência ou a imperícia. A pessoa vai responder durante o excesso culposo, vai responder pelo crime praticado durante o excesso culposo, obviamente a título de culpa. Temos mais duas espécies na doutrina: 3° Excesso acidental. É aquele em que a pessoa não se excede nem com dolo e nem com culpa. Mas aquele em que a pessoa se excede por causa fortuita ou força maior. Ex.: uma pessoa dá um soco na vítima, ela cai, bate a cabeça no meio fio e morre. Esse seria excesso acidental. No caso do excesso fortuito, por força maior a pessoa não responderá pelo crime praticado durante o excesso. Excesso doloso Excesso culposo Excesso acidental Excesso exculpante A responsabilidade no direito penal ela é subjetiva, ou seja, só é responsabilizado que age com dolo ou por culpa. Se a pessoa age por caso fortuito ou força maior, ela não responderá por nada. 4° Excesso exculpante. Aquele onde a pessoa se excede por medo, por pavor. No excesso exculpante a pessoa também não responderá por nada. Ex.: Mulher estuprada se excede, passada a agressão pelo medo, pelo temor, e continua agredindo o seu agressor. Neste caso o excesso será exculpante e essa pessoa não responderá por nada. Por quê? Porque isto é um caso de inexigibilidade de conduta diversa (que é uma causa que exclui a culpabilidade). Temos as causas legais da exclusão da Ilicitude e as supralegais da Ilicitude que não está na Lei Penal. Temos as Causa Supralegais da Ilicitude São causas que não estão na \lei Penal. Existe uma causa supralegal que é o Consentimento do ofendido Então temos as quatro causas legais da Ilicitude: São justificantes reais, descriminantes reais. Então temos mais uma discriminante real que não está na lei, mas está fora da lei, que é o consentimento do ofendido. Esta causa supralegal é permitida pela doutrina. Que é consentimento do ofendido. Quando o consentimento do ofendido for um elementar do crime. Ex.: Violação de domicílio do art. 150 CP. A legítima defesa Estado de necessidade Estrito cumprimento dever legal Exercício regular de direito Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Entrar ou permanecer em casa alheia sem autorização de quem de direito, se houver consentimento ele não será uma causa de exclusão da ilicitude, mas uma causa de exclusão de tipicidade. Se eu consentir que uma pessoa entre em meu domicílio, não haverá tipicidade na conduta. Mas existe caso onde o consentimento do ofendido excluirá a Ilicitude. Para que ele exclua a ilicitude, este consentimento do ofendido é necessário preencher os seguintes requisitos: Por ser uma causa de exclusão da Ilicitude, temos elementos objetivos e subjetivo. 1° - Elemento do consentimento do ofendido. O consentimento deve ser consentido sem vício, sem fraude e sem coação. Se o consentimento for com vício, fraude ou coação não posso aceitar o consentimento do ofendido. 2° - Requisito do consentimento do ofendido. Deve ser explícito ou implícito. Não é necessário que o consentimento seja explícito, ele pode ser implícito, desde que seja possível reconhecer o consentimento. 3° Requisito do consentimento do ofendido: É a deve ter capacidade para consentir. Com quantos anos no DP tem a capacidade para consentir. Capacidade de consentir no DP é de 18 anos. 4° O bem precisa ser disponível Bem disponível é aquilo que a pessoa dispor. Ex.: Patrimônio é um bem disponível. Não há consentimento do direito do ofendido no direito brasileiro de vida. A vida é um bem indisponível. Por isso não admite no DP o pacto de morte, porque a vida é um bem indisponível. Só existe consentimento quando posso dispor do bem. Normalmenteos bens que posso dispor são bens patrimoniais. 5° Elemento do Consentimento do ofendido. Tem que ser dado antes ou durante a prática do agente. O ofendido tem que consentir antes ou durante a prática da conduta. Se for após não há proveito ao agente. 6° Último requisito, que é o consentimento Revogável a qualquer tempo. O consentimento é revogável a qualquer tempo. Antes ou durante a conduta, eu posso revogar a qualquer tempo. Se não houver mais jeito, eu deixo que a pessoa lesione o meu carro, lesione o meu em. E nesse caso eu consinto após a lesão, ou seja, ele é revogável a qualquer tempo, mas cessada a lesão não há mais como revogar. Esses são os elementos objetivos do consentimento do ofendido: Deve ser consentido sem vício, sem fraude e sem coação; Deve ser explícito ou implícito; Ter capacidade para consentir; O bem precisa ser disponível; Tem que ser dado antes ou durante a prática do agente; Consentimento Revogável a qualquer tempo. Elementos subjetivos Sabendo que aí também existe o elemento subjetivos, ou seja, o conhecimento da situação do consentimento do ofendido. Portanto, estes são os elementos objetivos e subjetivos do consentimento do ofendido. _____________________________ // _____________________________ Na próxima aula irá versar a culpabilidade assim como foi dito existe causas, essas causas de supralegal da exclusão da Ilicitude que existe uma causa de exclusão da supralegal da culpabilidade. Quando foi falado do excesso exculpante seria uma hipótese de inexigibilidade de conduta diversa. Verá que a pessoa que e culpável é exigível outra conduta. Há casos que é inexigível outra conduta do agente, neste caso temos a exclusão da culpabilidade. Como foi falado no excesso exculpante. Portanto essas são as causas legais e supralegais de exclusão da ilicitude, como será falado na próxima aula a causa supralegal da exclusão da ilicitude. Que é a causa que não está prevista na lei penal, mas é uma causa que está fora da lei. São causas admitidas pelos os Tribunais Superiores a existência destas normas tanto como excludentes da Ilicitude com excludente da culpabilidade.
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