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Capítulo 7 (Parte 3) 1 Físico Química Universidade estadual de Maringá Departamento de Química Profª Drª Daniela Martins Fernandes de Oliveira Medida de - Experiência de Joule-Thomson Tp H Precisamos associar a quantidade , com quantidades facilmente mensuráveis experimentalmente. Tem-se que H = U + pV. Derivando: dH = dU + pdV + Vdp Sabemos que: )10(C dU V dVV UdT T Introduzindo os valores de dU em dH: VdppdVdV V UdT T VC dH Mantendo T cte e dp: V p Vp p V V U p TTTT H Tp H )17( dH dp p HdT T H Tp Rearranjando: VVp V U TTT P P H Para líquidos e sólidos 0 P T V e portanto: V T P H Como para líquidos e sólidos o Volume molar é pequeno, 0 P H T APROXIMAÇÃO Para gases ideais: H = U + nRT ( ) n H = U + RT Como U = f(T), então H = f(T) e portanto o termo 0 P H T Como a energia do gás ideal é função apenas da T, a entalpia é função apenas da Temperatura e independe da Pressão (28) H = U + PV (27) Para gases reais: 0 p H T Para identificar este termo para gases reais temos o experimento de JOULE – THOMSON, que consiste na expansão de um gás através de uma barreira porosa em um processo adiabático. Um fluxo estacionário de gás passa através de uma barreira porosa com pequeno orifício que age como uma válvula de estrangulamento, de forma que ocorre queda na pressão ao passar da esquerda para a direita e queda na Temperatura. pi, Vi Ti pi pf pf, Vf Tf pi pf pi > pf U = w (q = 0, processo adiabático) Cálculo do w realizado pelo gás na passagem pela placa porosa...... A derivada é muito pequena para gases reais, mas pode ser medida. pi= cte pf= cte No compartimento esquerdo tem-se: )0( 11 0 1 1 VpVdpw V ESQ No compartimento direito temos: )0( 22 2 0 2 VpVdpw V DIR 2211 VpVpw www Total DIRESQTotal Como o tubo é isolado: q=0, U = W 012 111222 221112 HHH VpUVpU VpVpUU (Processo isoentálpico) A entalpia do gás é uma constante na expansão de Joule-Thomson. O Volume à esquerda de , o gás é empurrado pelo gás que está por trás e exerce uma pressão p1. 1V O Volume à direita de , o gás que escoa precisa empurrar o gás à sua frente, o qual exerce uma pressão oposta p2. 2V A expansão ocorre sem variação de entalpia ► Observações no experimento: T e P JT Hp T Retornando a eq. (20) e fazendo dH = 0: (29) Que dividida por dP fica: A razão entre a variação da temperatura e a variação da pressão é relacionada da seguinte forma: Onde μJT é o coeficiente de Joule-Thomson. μJT é definido como o valor limite dessa razão, quando p tende à zero. TH P P H P TC T TJP P HC (30) )20(C dH dp p HdT T p dP P HdTC T P 0 Medindo Cp e J-T determinamos a diferencial A queda de T (efeito Joule-Thomson) é facilmente medida, principalmente se a diferença de pressão for grande. Medindo-se μJT, e CP → pode-se determinar (∂H/∂p)T μJT importante em aplicações tecnológicas associadas a liquefação de gases • μJT é zero para o gás ideal (H= H(T)) • μJT depende das forças de interação, da pressão e da natureza do gás. A maioria dos gases (reais) possui μJ-T > 0 na temperatura ambiente e abaixo dela. Exceções: H2 e He. (Esses dois gases se aquecerão após sofrer esse tipo de expansão). dpCpdTCdH JTP )( Voltando na eq. (20): (31) T TJP P HC O efeito Joule-Thomson pode ser usado como base para um dispositivo refrigerador. Esse procedimento é o que é feito no método de Linde para produzir ar líquido. )20(C dH dp p HdT T p μJT > 0: gás se resfria na expansão μJT < 0: gás se aquece na expansão •Temperatura de inversão (Tinv.): T na qual μJT muda de negativo para positivo Tinv. depende da pressão Os gases que exibem efeito de aquecimento (μJT < 0) em dada T, exibem também efeito de resfriamento (μJT > 0) nas T abaixo de uma certa T de inversão superior. O sinal do μJT depende das condições do gás. no interior da área sombreada é + e no exterior é -. A T correspondente a uma certa P sobre a fronteira é a “temperatura de inversão” na referida pressão. Gases possuem tipicamente 2 Tinv : uma elevada e outra baixa.. Liquefação: T < Tinv.. Para dada P, a T < Tinv para que o gás resfrie na expansão ** Gases que possuem Tinv. muito baixa: resfriados muito p/ liquefação p/atm Interpretação Molecular μJT > 0 (resfriamento) condições onde Z < 1 (forças atrativas dominantes) μJT < 0 (aquecimento) condições onde Z > 1 (forças repulsivas dominantes) JT = 0 Gás Ideal. Isso indica que sua T se mantém inalterada em uma expansão Joule-Thomson, mostrando que as forças intermoleculares participam decisivamente da intensidade do efeito. - A energia cinética média das moléculas em um gás é proporcional à T. A redução da velocidade média das moléculas é equivalente ao resfriamento do gás. Se a velocidade for reduzida ao ponto que as moléculas sintam a presença umas das outras, devido às forças atrativas, o gás resfriado se condensará em um líquido. - Quando separamos as moléculas umas das outras numa expansão, parte da energia cinética deve ser convertida em energia potencial para que se alcance máxima distância, desta forma, fazemos com que as moléculas se movam mais lentamente quando aumentamos a separação entre elas. Essa sucessão de eventos moleculares explica o efeito Joule-Thomson : “resfriamento de um gás real através de expansão adiabática”. O efeito de resfriamento que corresponde a μJT > 0 é observado nas condições em que as forças atrativas são dominantes, porque as moléculas ao se afastarem entre si contra as forças atrativas, se movimentam mais lentamente. Mudanças de Estado em Condições Adiabáticas Experimentalmente não existe um sistema perfeitamente isolado. Uma aproximação → Frasco de Dewar Significa que o trabalho é realizado às custas da energia do sistema. Isto é evidenciado pela diminuição da Energia Interna do sistema. U = Cv T = wadiabático proporcional a T Para um processo adiabático: Se w é produzido pelo sistema, Tsistema Se w é feito sobre o sistema, Tsistema wddUeqd 0 Durante uma mudança de estado adiabática, não há escoamento de calor. A diminuição da energia de um sistema é evidenciada quase que somente por uma diminuição da temperatura Até aqui analisamos mudanças de estado à T=cte; à V=cte, à P=cte e à H=cte. Vamos analisar agora mudanças de estado adiabáticas. dV positivo significa dU negativo (expansão) dV negativo significa dU positivo (compressão) dU = – pext.dV Se considerarmos apenas o trabalho de expansão/compressão: Mudança de Estado Adiabática para um gás ideal dU = CV.dT = – pextdV Irreversível - Para pext.= constante CV.dT= - pext.dV (32) A redução da T é proporcional a pext. p/ expansão: queda máxima na T ocorre quando pext. for máxima P/ dado de V, teremos uma em T. - Se a transformação for reversível, e considerarmos o sistema como sendo um gás ideal, então: pext.= p = n.R.T/ V, e a equação (32) torna-se: (Reversível) CV.dT= - pext.dV (32) Para 1 mol: Integrando de T1 a T2 e de V1 a V2: (31) separando as variáveis: A expressão obtida relaciona a variação na temperatura do sistema com a variação de volume para uma expansão adiabática reversível de um gás ideal. Para expressar esta diferença de temperatura em função da pressão, fazemos: A equação obtida relaciona a variação da temperatura do sistema coma variação na pressão numa transformação adiabática do gás ideal. Note a semelhança com a equação 33.. (34) (33) 2 2 2 P RTV 1 1 1 P RTV Unindo os termos que multiplica 1 2ln T T Dividindo por CV temos: Logo: Substituindo este resultado em (33) temos: Como: Podemos simplificar esta relação, pois, para o gás ideal (34) (35) (36) Onde é sempre maior que a unidade. Estas eq. (35 e 36) nos dizem que dois estados de um gás ideal que possam ser conectados por um processo adiabático reversível, obedecem à condição: PV= cte Aplicações da 1° LEI – Calor de Reação ou Termoquímica Estudo do calor envolvido em processos químicos e físicos: Reações químicas mudanças de estado de agregação formação de soluções Considerando um sistema fechado com fronteira diatérmica Q = U se V = cte Q = H se P = cte No laboratório normalmente as transformações ocorrem à P = cte. Portanto o calor envolvido é QP = ΔH. Então podemos ter: ΔH > 0 (endotérmica) ΔH = 0 (isoentalpica) ΔH < 0 (exotérmica) - Se o sistema estiver mais quente após uma reação, precisará escoar calor para as vizinhanças, p/ restaurar o sistema à sua temperatura inicial. (q 0) - Se o sistema estiver mais frio após uma reação, precisará escoar calor a partir das vizinhanças, p/ restaurar o sistema à sua temperatura inicial. (q 0) Mudanças a Pressão cte: QP = ΔH H = U + PV ΔH = ΔU + Δ(PV) Para sólidos e líquidos: Δ(PV) é muito pequeno: ΔH ΔU Para processos onde há formação ou consumo de gases: Δ(PV) = Δ(nRT) Gás ideal ΔH = ΔU + Δ(nRT) ΔH = ΔU + Δ(n).RT (38) Sendo que Δ(n) = ng(produtos) – ng(reagentes) (37) EX: Para a reação à 0ºC: C6H12O6(s) + 6O2 (g) ¨6CO2(g) + ¨6H2O(g) ΔU = -2559 kJ. Calcular ΔH. Resolução: Δ(n) = 12 – 6 = 6 Usando a eq 38: ΔH = -2559kJ + (6)(8,317JK-1mol-1)(273 K) ΔH = -2554 kJ O calor envolvido em um processo químico é especificado a partir de: - equação química balanceada - estado de agregação - temperatura e pressão Equação termoquímica Fe2O3(s) + 3H2(g) 2Fe(s) + 3H2O(l) ΔH = -33 kJ LEI de HESS: Como a entalpia é uma função de estado uma mesma reação pode ser realizada por diferentes caminhos e o ΔH terá sempre o mesmo valor!!!!!!! Ex: Na (s) + ½ Cl2 (g) NaCl (s) Os estados inicial e final do sistema precisam estar à mesma T e P. “ Se transformarmos um dado conjunto de reagentes em um dado conjunto de produtos, por mais de uma seqüência de reações, a variação total de entalpia será a mesma para as diferentes seqüências”. Lei de Hess é conhecida como a soma dos calores de reação Na(s) + H2O(l) NaOH(s) + ½ H2(g) -139,78 kJ/mol ½ H2(g) ½ Cl2(g) HCl(g) -92,31 kJ/mol HCl (g) + NaOH(s) NaCl(s) + H2O(l) -179,06 kJ/mol ½ H2(g) ½ Cl2(g) HCl(g) -92,31 kJ/mol Na(s) + HCl (g) NaCl(s) + ½ H2(g) -318,84 kJ/mol Na(s) + ½ Cl2(g) NaCl(s) -411,15 kJ/mol Na(s) + ½ Cl2(g) NaCl(s) -411,15 kJ/mol A variação total de entalpia precisa ser a mesma para cada seqüência que tem a mesma reação química global DEFINIÇÕES - Estado padrão : estado da substância na sua forma mais estável sob pressão de 1 bar (1bar = 0,987 atm) - Entalpia padrão ΔH : entalpia da substância no estado padrão 1 bar - Entalpia padrão de formação ΔHf : Quantidade de calor liberada ou absorvida quando um mol do composto se forma a partir de seus elementos cada qual estando no estado de referência. O estado de referência é o estado mais estável do elemento a 1 bar, numa dada temperatura. Ex: a 298K e 1bar, o estado de referência para: O2 C Gás Grafite, sólido Hg líquido Por definição a entalpia padrão de formação dos elementos no estado de referência é nula, em qualquer temperatura. A Reação de Formação Ex. A 1 bar e 298 K: a) 6 C (s,gr) + 3H2(g) C6H12 (s) ΔHf b) CO (g) + 1/2O2(g) CO2(g) ΔHreação Entalpias Tabeladas, em geral a 25 °C Para compararmos calores de reação, devemos ter: De um modo geral: Hfº = Hº é propriedade extensiva Hº (produtos) Hº (reagentes)- Estado final Estado inicial a) 1 H2 (g) + ½ O2 (g) → 1 H2O (l) b) 2 Fe (s) + 3/2 O2 (g) → 1 Fe2O3 (s) Cada uma das entalpias molares das espécies está multiplicada pelo respectivo coeficiente estequiométrico, . ΔH = Hfinal – Hinicial Para reação: Fe2O3(s) + 3H2(g) 2Fe(s) + 3H2O(l) Determinação dos Calores de Formação Em alguns casos é possível determinar diretamente o calor de formação de um composto conduzindo a reação em um calorímetro e medindo o efeito de calor produzido. Exemplo: Em alguns casos, o calor de formação é medido indiretamente: Por exemplo: reação lenta; formação de mais de um produto. Nestes casos, faz se a medida indireta do calor de formação: Medida no calorímetro conhecidos com precisão calculado Entalpias de processos físicos H2O(s) H2O (l) Hº fusão H2O (l) H2O (g) Hº vaporização H2O (s) H2O (g) Hº sublimação + Quando as reações acontecem no sentido inverso, H tem o mesmo valor numérico e sinal oposto H2O (l) H2O (g) H = +44 kJ H2O (g) H2O (l) H = -44 kJ Lei de Hess: A entalpia padrão de uma reação é igual à soma das entalpias padrões das reações parciais em que a reação possa ser dividida. Entalpia de Ligação O2 (g) 2O (g) Hº298,15= 498,34 kJ/mol H2O (g) 2H (g) + O (g) Hº298,15= 926,98 kJ/mol A entalpia média de ligação O – H na água é ½ (926,28 kJmol) = 463,49 kJ/mol Em casos onde se tem diferentes tipos de ligação, se faz necessário a introdução de uma hipótese adicional. Ex: H2O2 (g) 2H (g) + 2O (g) Hº298,15= 1070,6 kJ/mol Existem ligações H – O e O – O Supor que as ligações H – O tenham em média a mesma entalpia que na água: 1070,6 – 926,98= 143,62 kJ/mol (entalpia da ligação O – O) Se considerarmos a atomização da molécula diatômica gasosa: Entalpia de ligação da molécula de O2 1. Dois estágios sucessivos na produção de ácido sulfúrico industrial é a combustão do enxofre e a oxidação do dióxido de enxofre à trióxido de enxofre. A partir da entalpia padrão de reação S(s) + O2(g) SO2(g) H° = -296.83kJ 2S(s) + 3 O2(g) 2 SO3(g) H° = -791.44kJ calcule a entalpia de oxidação do dióxido de enxofre à trióxido de enxofre na reação: 2SO2(g) + O2(g) 2 SO3(g) H = -197,78 kJ 2. Calcule a entalpia de formação do Ca(OH)2(s) a partir dos seguintes dados: H2(g) + ½ O2 (g) H2O (l) H= -68,3 kcal CaO + H2O (l) Ca(OH)2(s) H = -15,3 kcal Ca(s) + ½ O2 (g) CaO(s) H = -151,8 kcal. Ca (s) + H2 (g) + O2 (g) Ca(OH)2 (s) H = -235,4 kcal kJ 3. Calcule a entalpia padrão de reação para a combustão parcial do metano: 2CH4(g) +3O2(g) 2CO(g) + 4H2O(l). Hº = -1214 kJ Usando os seguintes dados: CH4(g) + 2O2(g) CO2(g) + 2H2O(l) - 890kJ 2CO(g) + O2(g) 2CO2(g) - 566kJ Dependência do Calor de Reação com a Temperatura Derivando em relação à temperatura, temos: Integrando Se conhecemos o valor de Hº p/ uma reação em dada T, podemos estimar o Hº p/ essa reação em qualquer outra T a partir das capacidades caloríficas. reag p prod pp CCC ººº Exemplo: Calcule ΔH0 a 85ºC para a reação: Fe2O3(s) + 3H2(g) 2Fe(s) + 3H2O(l) ΔH0298K = – 33,29kJ/mol Dados: Substância Fe2O3(s) Fe(s) H2O(l) H2(g) CP0 (J/mol.K) 103,8 25,1 75,3 28,8 Capítulo 07
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