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Currículo, Legislação e Proposta Pedagógica 
Currículo, Legislação e Proposta Pedagógica
Bem-vindo ao estudo sobre Currículo, Legislação e Proposta Pedagógica, três pilares fundamentais para a compreensão e 
organização dos sistemas educacionais. Este material foi elaborado para fornecer uma visão abrangente sobre como esses 
elementos se inter-relacionam e impactam diretamente o processo de ensino-aprendizagem nas instituições educacionais 
brasileiras.
Ao longo deste material, exploraremos os conceitos fundamentais do currículo escolar, a legislação educacional que norteia as 
práticas pedagógicas e os elementos constitutivos de uma proposta pedagógica eficaz. Compreender esses aspectos é 
essencial para educadores, gestores e todos os profissionais envolvidos com a educação que buscam promover uma formação 
de qualidade, alinhada tanto às exigências legais quanto às necessidades dos estudantes no contexto contemporâneo.
A seguir, apresentamos o sumário completo dos temas que serão abordados:
Sumário
Currículo Escolar: Conceitos Fundamentais1.
Dimensões do Currículo Escolar2.
Currículo Escolar: Elaboração e Implementação3.
Currículo Escolar na Base Nacional Comum Curricular4.
Currículo Escolar na Perspectiva da Educação Inclusiva5.
Legislação Educacional: Fundamentos e Conceitos6.
A Constituição Federal e a Educação7.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional8.
O Plano Nacional de Educação (PNE)9.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)10.
Diretrizes Curriculares Nacionais11.
A Lei Brasileira de Inclusão e a Educação12.
Leis Sobre Diversidade e Educação para as Relações Étnico-Raciais13.
Legislação Sobre Financiamento da Educação14.
Legislação Sobre Gestão Democrática da Educação15.
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica16.
Legislação Sobre Valorização dos Profissionais da Educação17.
A Proposta Pedagógica: Conceitos e Fundamentos18.
Fundamentos Legais da Proposta Pedagógica19.
Dimensões da Proposta Pedagógica20.
Etapas de Elaboração da Proposta Pedagógica21.
Elementos Constitutivos da Proposta Pedagógica22.
A Proposta Pedagógica e o Currículo Escolar23.
A Proposta Pedagógica e a Gestão Democrática24.
A Proposta Pedagógica e a Avaliação Institucional25.
Implementação e Monitoramento da Proposta Pedagógica26.
Desafios na Elaboração e Implementação da Proposta Pedagógica27.
Tendências e Inovações na Proposta Pedagógica28.
Referências Bibliográficas29.
Currículo Escolar: Conceitos Fundamentais
O currículo escolar representa um elemento central na organização do trabalho pedagógico e na estruturação do processo de 
ensino-aprendizagem. Mais do que um simples documento ou conjunto de disciplinas, o currículo representa uma construção 
social e cultural que expressa intencionalidades educativas, refletindo valores, concepções e princípios que orientam as 
práticas pedagógicas dentro de uma instituição.
De acordo com Sacristán (2013), o currículo pode ser compreendido como "a expressão do equilíbrio de interesses e forças 
que gravitam sobre o sistema educativo num dado momento, enquanto que através dele se realizam os fins da educação no 
ensino escolarizado". Essa definição nos permite entender o currículo como um campo de disputas, onde diferentes visões de 
mundo, sociedade e educação buscam se afirmar.
Na perspectiva contemporânea, o currículo transcende a mera lista de conteúdos ou matriz curricular, abrangendo todas as 
experiências educativas organizadas e vivenciadas pelos estudantes sob a orientação da escola. Conforme aponta Arroyo 
(2013), o currículo deve ser compreendido como uma "trajetória, viagem, percurso", que envolve não apenas o que está 
explicitamente declarado nos documentos oficiais (currículo prescrito), mas também aquilo que efetivamente se concretiza na 
prática cotidiana escolar (currículo real ou em ação) e o que é aprendido pelos estudantes (currículo aprendido).
É importante destacar ainda a existência do chamado "currículo oculto", conceito que, segundo Apple (2006), refere-se àquelas 
aprendizagens implícitas, não declaradas, que ocorrem no ambiente escolar através de rotinas, interações, organização do 
espaço, relações de poder e que influenciam significativamente a formação dos estudantes, transmitindo valores, atitudes e 
normas sociais.
Currículo Prescrito
Documentos oficiais que orientam o trabalho 
pedagógico
Currículo Real
O que efetivamente se materializa na prática 
cotidiana
Currículo Aprendido
O que os estudantes efetivamente aprendem
Currículo Oculto
Aprendizagens implícitas, não declaradas 
formalmente
Dimensões do Currículo Escolar
O currículo escolar apresenta múltiplas dimensões que precisam ser compreendidas pelos gestores educacionais para que 
possam orientar adequadamente o trabalho pedagógico em suas instituições. Compreender essas dimensões é fundamental 
para uma gestão curricular eficaz e alinhada com os princípios educacionais contemporâneos.
Na dimensão política, o currículo reflete escolhas e prioridades que estão intrinsecamente ligadas a projetos de sociedade. 
Como afirma Moreira (2007), "todo currículo é uma seleção da cultura e, como tal, expressa visões de mundo, valores e 
significados de determinados grupos sociais". Isso significa que o gestor escolar precisa estar atento às relações de poder que 
permeiam as decisões curriculares, buscando garantir que o currículo favoreça a formação crítica e cidadã.
A dimensão epistemológica do currículo diz respeito à natureza do conhecimento selecionado e organizado para ser ensinado. 
Segundo Lopes e Macedo (2011), esta dimensão envolve questionamentos sobre quais conhecimentos são considerados 
válidos e dignos de serem incluídos no currículo escolar. O gestor educacional deve promover reflexões sobre a relevância, 
pertinência e significado dos conhecimentos incorporados ao currículo, considerando sua capacidade de dialogar com a 
realidade dos estudantes e promover uma formação integral.
Já a dimensão pedagógica refere-se às formas de organização e desenvolvimento das práticas de ensino-aprendizagem. 
Envolve metodologias, estratégias, recursos didáticos e processos avaliativos. Conforme destaca Libâneo (2013), essa 
dimensão implica definições sobre como o conhecimento será abordado, como serão organizados os tempos e espaços 
educativos, e como será verificada e valorizada a aprendizagem dos estudantes.
1Dimensão Política
Envolve as relações de poder, interesses e visões de 
sociedade que influenciam as escolhas curriculares
2 Dimensão Epistemológica
Refere-se à natureza, seleção e organização dos 
conhecimentos considerados válidos para compor 
o currículo3Dimensão Pedagógica
Diz respeito às formas de organização das 
experiências de aprendizagem, metodologias e 
avaliação 4 Dimensão Cultural
Relaciona-se com o reconhecimento e valorização 
da diversidade cultural no currículo escolar
Currículo Escolar: Elaboração e Implementação
A elaboração e implementação do currículo escolar constitui um processo complexo que demanda planejamento estratégico, 
participação coletiva e alinhamento com as diretrizes educacionais vigentes. Este processo não se resume a um momento 
específico, mas configura-se como uma construção contínua que exige constante avaliação e reconstrução.
O ponto de partida para a elaboração curricular deve ser a análise do contexto sociocultural da escola e de seus estudantes. 
Segundo Almeida e Valente (2011), um currículo significativo precisa estar ancorado na realidade local, atendendo às 
necessidades formativas específicas da comunidade escolar. Isso implica realizar diagnósticos para identificar características, 
potencialidades e desafios do território, bem como as expectativas e demandas dos diferentes atores educacionais.
A construção do currículo deve ser um processo democrático, envolvendo professores, gestores, estudantes, famílias e 
representantes da comunidade. Como defende Veiga (2019), a participação coletiva "possibilitaum fim em si mesma, mas um meio para a construção de um projeto 
coletivo e para a formação de sujeitos críticos e autônomos.
Além do processo de elaboração, a gestão democrática também deve se expressar no conteúdo da proposta pedagógica, que 
deve prever estruturas e mecanismos de participação no cotidiano escolar, como conselhos escolares, grêmios estudantis, 
associações de pais, assembleias, comissões, fóruns de discussão, entre outros. De acordo com Souza (2017), estes espaços 
não apenas garantem a democratização das decisões, mas também constituem importantes ambientes de aprendizagem 
política e cidadã, contribuindo para a formação de sujeitos críticos, participativos e comprometidos com a transformação 
social.
Participação Coletiva
Envolvimento de todos os segmentos da comunidade 
escolar na elaboração, implementação e avaliação da 
proposta pedagógica
Diálogo e Transparência
Comunicação eficaz e acesso às informações sobre o 
projeto educativo e as decisões escolares
Autonomia e Responsabilidade
Exercício da autonomia escolar com compromisso 
social e responsabilidade pelos resultados 
educacionais
Colegialidade e Cooperação
Trabalho colaborativo e decisões compartilhadas em 
instâncias colegiadas e grupos de trabalho
A Proposta Pedagógica e a Avaliação 
Institucional
A proposta pedagógica e a avaliação institucional estabelecem entre si uma relação dialética e complementar, sendo ambas 
componentes fundamentais do ciclo de gestão escolar. A avaliação institucional, compreendida como um processo sistemático 
de análise da escola em suas múltiplas dimensões, constitui-se tanto como instrumento para a elaboração e revisão da 
proposta pedagógica quanto como objeto dela, uma vez que os mecanismos e processos avaliativos devem estar claramente 
explicitados no documento.
Segundo Fernandes (2018), a avaliação institucional permite à escola conhecer-se de forma ampla e aprofundada, 
identificando suas potencialidades, fragilidades, desafios e oportunidades de melhoria. Este autoconhecimento é essencial 
para a construção de uma proposta pedagógica relevante, contextualizada e transformadora, pois fornece subsídios para o 
diagnóstico da realidade e para o estabelecimento de objetivos, metas e estratégias alinhados às necessidades institucionais. 
Assim, a avaliação institucional configura-se como um importante ponto de partida para o planejamento e a revisão do projeto 
educativo.
Por outro lado, a proposta pedagógica deve prever e detalhar os processos de avaliação institucional, estabelecendo sua 
periodicidade, metodologia, instrumentos, critérios, indicadores e formas de utilização dos resultados. Como destaca Lück 
(2017), é fundamental que a avaliação institucional não seja concebida como um evento pontual ou burocrático, mas como um 
processo contínuo e formativo, integrado ao cotidiano escolar e orientado para a melhoria das práticas educativas. A proposta 
pedagógica deve, portanto, institucionalizar a cultura avaliativa na escola, fomentando a reflexão crítica e o compromisso 
coletivo com a qualidade educacional.
Um aspecto importante da relação entre proposta pedagógica e avaliação institucional é a coerência entre as concepções e 
práticas. Como observa Sordi (2019), a avaliação deve refletir e reafirmar os princípios e valores expressos na proposta 
pedagógica, evitando contradições ou dissonâncias que possam comprometer a integridade do projeto educativo. Por 
exemplo, se a proposta pedagógica afirma o compromisso com a formação integral, participação democrática e inclusão, os 
processos avaliativos devem ser igualmente integrais, participativos e inclusivos, considerando as múltiplas dimensões da 
qualidade educacional e envolvendo os diferentes atores da comunidade escolar.
Avaliação para Elaboração da Proposta
A avaliação institucional como instrumento de diagnóstico e 
subsídio para a construção da proposta pedagógica.
Levantamento e análise de indicadores educacionais 
(acesso, permanência, desempenho)
Identificação de necessidades e expectativas da 
comunidade escolar
Mapeamento de potencialidades e fragilidades 
institucionais
Análise do contexto social, econômico e cultural da 
escola
Avaliação de recursos, infraestrutura e condições de 
trabalho
Avaliação na Proposta Pedagógica
A proposta pedagógica como espaço para definição e 
institucionalização dos processos avaliativos.
Concepção de avaliação e seus princípios orientadores
Dimensões a serem avaliadas (pedagógica, 
administrativa, relacional, etc.)
Metodologias, instrumentos e procedimentos 
avaliativos
Periodicidade e responsáveis pela condução dos 
processos
Formas de sistematização, divulgação e utilização dos 
resultados
Mecanismos de revisão e atualização da própria 
proposta pedagógica
Implementação e Monitoramento da Proposta 
Pedagógica
A implementação e o monitoramento da proposta pedagógica constituem etapas cruciais para transformar as intenções e o 
planejamento em ações concretas e resultados efetivos. Uma proposta pedagógica bem elaborada, mas não implementada 
adequadamente, torna-se um documento meramente burocrático, sem impacto real nas práticas educativas e na qualidade da 
educação ofertada.
De acordo com Libâneo (2018), a implementação da proposta pedagógica requer a mobilização e o engajamento de toda a 
comunidade escolar, sob a liderança da equipe gestora. Esta implementação não ocorre de forma automática ou linear, mas 
constitui um processo dinâmico, que envolve adaptações, negociações e aprendizados contínuos. Para que seja bem-sucedida, 
é fundamental que a proposta seja amplamente conhecida e compreendida por todos os atores educacionais, que as 
responsabilidades estejam claramente definidas, que os recursos necessários estejam disponíveis, e que haja um ambiente 
organizacional favorável à inovação e à colaboração.
O monitoramento da implementação, por sua vez, consiste no acompanhamento sistemático das ações desenvolvidas, 
permitindo identificar avanços, dificuldades e necessidades de ajustes. Como destaca Machado (2017), este monitoramento 
não deve ter caráter fiscalizador ou controlador, mas formativo e reflexivo, visando apoiar os atores envolvidos e qualificar 
continuamente as práticas. Para isso, é importante estabelecer indicadores claros, coletar dados de forma regular e confiável, 
analisá-los coletivamente, e utilizar as informações para a tomada de decisões fundamentadas.
Um desafio comum na implementação e monitoramento da proposta pedagógica é a articulação entre o planejado e o 
realizado, entre o ideal e o possível, entre as dimensões pedagógica, administrativa e relacional da escola. Segundo Oliveira 
(2019), muitas vezes as escolas enfrentam tensões e contradições neste processo, devido a fatores como limitações de 
recursos, resistências a mudanças, pressões externas, ou emergências do cotidiano. Para superar estes desafios, é 
fundamental que a equipe gestora desenvolva competências como liderança compartilhada, comunicação eficaz, gestão de 
conflitos, flexibilidade estratégica e resiliência institucional.
Difusão e Apropriação
Divulgação ampla da proposta pedagógica e promoção de espaços para estudo, discussão e apropriação por toda a 
comunidade escolar
Detalhamento Operacional
Elaboração de planos de ação específicos para cada dimensão da proposta, com definição clara de objetivos, 
atividades, responsáveis, prazos e recursos
Mobilização de Recursos
Identificação e organização dos recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos necessários para a 
implementação das ações previstas
Formação Continuada
Desenvolvimento de ações formativas para capacitar os profissionais da educação a implementarem as 
mudanças e inovações previstas na proposta
Acompanhamento Sistemático
Monitoramento regular das ações, coleta e análise de dados, identificação de avanços e dificuldades, proposição 
de ajustes quando necessário
Avaliação Periódica
Realizaçãode avaliações formais em momentos estratégicos, envolvendo todos os segmentos da comunidade escolar 
na reflexão sobre os resultados alcançados
Desafios na Elaboração e Implementação da 
Proposta Pedagógica
A elaboração e implementação da proposta pedagógica, embora fundamentais para a qualidade educacional, são processos 
complexos que enfrentam diversos desafios. Compreender estes desafios é essencial para que gestores escolares possam 
desenvolver estratégias adequadas para superá-los, garantindo que a proposta pedagógica se constitua efetivamente como 
um instrumento de transformação e melhoria da escola.
Um dos principais desafios refere-se à cultura organizacional e às resistências a mudanças. Segundo Fullan (2016), muitas 
escolas são marcadas por culturas individualistas, conservadoras ou burocráticas, que dificultam a construção coletiva e a 
inovação pedagógica. Em contextos assim, a elaboração e implementação da proposta pedagógica podem enfrentar 
resistências explícitas ou implícitas, manifestas em comportamentos como apatia, ceticismo, boicote ou conformismo 
superficial. Para superar este desafio, é fundamental que a equipe gestora desenvolva uma liderança transformacional, que 
promova a confiança, o diálogo aberto, o reconhecimento das contribuições individuais e o compromisso coletivo com a 
melhoria contínua.
Outro desafio significativo é a conciliação entre as demandas internas e externas à escola. Como observa Barroso (2017), as 
escolas estão sujeitas a múltiplas pressões e regulações, como políticas educacionais, avaliações externas, expectativas das 
famílias, demandas do mercado de trabalho, entre outras. Estas pressões podem gerar tensões e contradições na proposta 
pedagógica, especialmente quando há divergências entre as concepções e valores da escola e as exigências externas. Os 
gestores escolares precisam, portanto, desenvolver a capacidade de "mediação estratégica", articulando as demandas externas 
com as necessidades e características específicas da instituição, de modo a preservar sua autonomia e identidade, sem ignorar 
os contextos mais amplos em que está inserida.
A sustentabilidade da proposta pedagógica ao longo do tempo também representa um desafio considerável. Conforme 
destaca Hargreaves (2015), muitas iniciativas educacionais promissoras são abandonadas ou diluídas devido a fatores como 
mudanças na equipe gestora, rotatividade de professores, descontinuidades políticas, escassez de recursos, ou simplesmente 
o desgaste natural que ocorre quando o entusiasmo inicial dá lugar à rotina. Para garantir a continuidade e o aprofundamento 
da proposta pedagógica, é essencial institucionalizar práticas e processos, investir na formação de lideranças em todos os 
níveis da organização, documentar e celebrar os avanços, e manter viva a reflexão coletiva sobre o projeto educativo, 
adaptando-o às novas realidades sem perder seus princípios essenciais.
Participação e Engajamento Dificuldade em envolver efetivamente todos os segmentos da comunidade escolar, especialmente 
famílias e estudantes, no processo de elaboração e implementação da proposta pedagógica. Tempo e Condições de Trabalho 
Escassez de tempo institucionalizado para reuniões, estudos e planejamento coletivo, bem como sobrecarga de trabalho dos 
profissionais da educação, que dificulta o envolvimento qualificado nos processos participativos. Formação dos Profissionais 
Lacunas na formação inicial e continuada dos gestores e professores em relação a temas como planejamento educacional, 
gestão democrática, currículo, avaliação e metodologias inovadoras. Articulação Teoria-Prática Dificuldade em traduzir os 
princípios e concepções teóricas em práticas pedagógicas e organizacionais coerentes e transformadoras, evitando o 
distanciamento entre o "discurso" e a "ação". Avaliação e Revisão Fragilidade nos processos de monitoramento, avaliação e 
revisão da proposta pedagógica, que muitas vezes não são realizados de forma sistemática e participativa, comprometendo 
sua atualização e relevância.
Tendências e Inovações na Proposta Pedagógica
As propostas pedagógicas, como instrumentos dinâmicos e contextualizados, estão constantemente sendo influenciadas por 
novas tendências educacionais, avanços científicos, transformações sociais e inovações tecnológicas. Compreender estas 
tendências e inovações é fundamental para que gestores escolares possam elaborar propostas pedagógicas atualizadas, 
relevantes e alinhadas às demandas contemporâneas.
Uma tendência significativa é a crescente ênfase no desenvolvimento de competências e habilidades para o século XXI. De 
acordo com Perrenoud (2015), as sociedades contemporâneas, marcadas pela complexidade, incerteza e rápidas 
transformações, exigem que os indivíduos desenvolvam não apenas conhecimentos específicos, mas competências amplas 
como pensamento crítico, criatividade, comunicação, colaboração, letramento digital, autonomia, resiliência e capacidade de 
aprender continuamente. Esta perspectiva tem levado muitas escolas a reverem suas propostas pedagógicas, buscando 
superar abordagens fragmentadas e conteudistas em favor de propostas mais integradoras, contextualizadas e voltadas para o 
desenvolvimento integral dos estudantes.
Outra tendência importante é a incorporação de metodologias ativas e inovadoras. Segundo Moran (2018), estas 
metodologias colocam o estudante como protagonista do processo de aprendizagem, promovendo o engajamento, a 
autonomia e a construção significativa do conhecimento. Entre as abordagens que têm ganhado destaque nas propostas 
pedagógicas contemporâneas estão: aprendizagem baseada em projetos, problemas ou desafios; aprendizagem por 
investigação; sala de aula invertida; gamificação; design thinking; e metodologias maker. Estas abordagens, quando 
incorporadas de forma intencional e alinhada aos objetivos educacionais, podem contribuir para experiências de 
aprendizagem mais dinâmicas, relevantes e efetivas.
A integração das tecnologias digitais também tem impactado significativamente as propostas pedagógicas. Como destaca 
Bacich (2018), as tecnologias podem ampliar as possibilidades de acesso à informação, comunicação, colaboração e criação, 
além de permitir a personalização do ensino e a construção de ambientes híbridos que combinam espaços físicos e virtuais. No 
entanto, a autora ressalta que a simples inserção de tecnologias não garante inovação ou qualidade; é essencial que seu uso 
seja orientado por objetivos pedagógicos claros e por uma concepção de educação que valorize a autonomia, a colaboração e a 
construção crítica do conhecimento. Assim, as propostas pedagógicas contemporâneas precisam contemplar não apenas a 
infraestrutura tecnológica, mas principalmente as competências digitais, os valores éticos e as abordagens pedagógicas que 
orientarão o uso das tecnologias.
Personalização e 
Diferenciação Pedagógica
Propostas que reconhecem e 
valorizam a diversidade de perfis, 
interesses e ritmos de aprendizagem, 
oferecendo percursos flexíveis e 
personalizados.
Currículos flexíveis com 
possibilidades de escolha pelos 
estudantes
Avaliação formativa e feedback 
constante
Uso de tecnologias adaptativas e 
recursos diversos
Tutoria e mentoria individualizada
Educação Socioemocional e 
Bem-estar
Atenção crescente ao 
desenvolvimento de competências 
socioemocionais e à promoção do 
bem-estar físico e mental da 
comunidade escolar.
Programas estruturados de 
educação socioemocional
Práticas de mindfulness e 
autorregulação
Ambientes acolhedores e seguros
Abordagem integral da saúde e 
bem-estar
Educação para a Cidadania 
Global e Sustentabilidade
Propostas que conectam o local e o 
global, promovendo o engajamento 
com questões planetárias e o 
compromisso com a sustentabilidade.
Abordagem dos Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável 
(ODS)
Projetos de intervenção 
socioambiental
Consciência intercultural e 
valorizaçãoda diversidade
Educação para o consumo 
consciente e a cidadania ativa
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SAVIANI, D. Sistema Nacional de Educação e Plano Nacional de Educação: significado, controvérsias e perspectivas. 2. ed. 
Campinas: Autores Associados,a criação de uma identidade 
institucional e favorece o compromisso com a proposta educacional delineada". Cabe ao gestor escolar coordenar esse 
processo, criando espaços de diálogo e negociação para que diferentes vozes sejam ouvidas e consideradas nas definições 
curriculares.
Na implementação do currículo, é fundamental considerar as condições concretas da escola, como infraestrutura, recursos 
disponíveis, formação docente e organização do trabalho pedagógico. De acordo com Moreira (2015), a implementação 
curricular não é uma simples aplicação de um documento, mas um processo de reinterpretação e recriação, que depende do 
engajamento e da compreensão dos professores. Assim, é essencial que o gestor promova formações continuadas e 
acompanhamento pedagógico sistemático, auxiliando os docentes a compreenderem e colocarem em prática as orientações 
curriculares.
Diagnóstico
Análise do contexto sociocultural, características e necessidades da comunidade escolar
Construção Coletiva
Envolvimento dos diversos atores educacionais no processo de elaboração curricular
Planejamento
Definição de objetivos, conteúdos, metodologias, recursos e processos avaliativos
Implementação
Colocação em prática das definições curriculares, com suporte formativo aos docentes
Avaliação e Revisão
Monitoramento contínuo e ajustes necessários para garantir a efetividade do currículo
Currículo Escolar na Base Nacional Comum 
Curricular
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em 2017 para a Educação Infantil e Ensino Fundamental e em 2018 
para o Ensino Médio, representa um marco significativo na política curricular brasileira. Este documento normativo define o 
conjunto de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo da Educação Básica, 
estabelecendo um referencial comum obrigatório para a elaboração dos currículos escolares em todo o território nacional.
A BNCC fundamenta-se em dez competências gerais que expressam direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos 
estudantes, articulando conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a formação integral e o pleno 
exercício da cidadania. Como destaca Cury (2018), a BNCC "representa uma tentativa de estabelecer um patamar comum de 
aprendizagens a todos os estudantes brasileiros, contribuindo para a equidade educacional, sem desconsiderar a diversidade 
regional, estadual e local".
Para os gestores escolares, a implementação da BNCC implica em revisitar e redimensionar o currículo institucional, 
garantindo o alinhamento com as diretrizes nacionais, mas preservando e valorizando a autonomia e as especificidades da 
escola. Segundo Machado e Alves (2020), esse processo envolve um movimento dialético entre o que é comum (nacional) e o 
que é diverso (local), buscando um equilíbrio que permita atender às demandas formativas contemporâneas sem uniformizar 
as práticas educativas.
É importante ressaltar que a BNCC não esgota o currículo, mas define o que é essencial. Como explicam Aguiar e Dourado 
(2018), "ela representa a parte comum do currículo, a qual deve ser complementada pela parte diversificada, definida a partir 
dos contextos locais, regionais e das propostas pedagógicas das instituições". Assim, cabe aos sistemas de ensino e às escolas, 
sob a liderança de seus gestores, construir currículos que articulem o comum (BNCC) e o diverso (particularidades locais), em 
um processo de contextualização e complementação.
Competências Gerais da 
BNCC
Conhecimento
Pensamento científico, crítico e 
criativo
Repertório cultural
Comunicação
Cultura digital
Trabalho e projeto de vida
Argumentação
Autoconhecimento e 
autocuidado
Empatia e cooperação
Responsabilidade e cidadania
Etapas da Educação Básica
Educação Infantil: campos de 
experiências e direitos de 
aprendizagem
Ensino Fundamental: áreas de 
conhecimento, componentes 
curriculares e habilidades
Ensino Médio: áreas de 
conhecimento e itinerários 
formativos
Desafios para 
Implementação
Formação continuada dos 
professores
Adequação de materiais 
didáticos
Reorganização dos tempos e 
espaços escolares
Articulação entre BNCC e 
avaliações externas
Integração com políticas de 
inclusão e diversidade
Currículo Escolar na Perspectiva da Educação 
Inclusiva
A concepção de um currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva representa um desafio significativo e necessário 
para a construção de sistemas educacionais equitativos. Este paradigma exige uma reconfiguração curricular que reconheça, 
valorize e responda à diversidade presente nas escolas, promovendo o direito de todos à educação de qualidade.
O currículo inclusivo fundamenta-se no princípio da diferenciação pedagógica, que, segundo Mantoan (2015), "não significa 
individualizar o ensino ou criar caminhos distintos para alguns alunos, mas reconhecer que os estudantes possuem 
características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que são únicas". Nesse sentido, o planejamento 
curricular deve incorporar estratégias flexíveis que contemplem múltiplas formas de apresentação dos conteúdos, diversas 
possibilidades de expressão dos estudantes e diferentes modos de engajamento no processo educativo.
Na perspectiva de Pletsch e Souza (2018), um currículo verdadeiramente inclusivo não se restringe a adaptações ou 
adequações pontuais para estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas 
habilidades/superdotação. Ele envolve uma mudança estrutural na organização curricular, partindo da premissa de que é o 
currículo que deve se adequar aos estudantes, e não o contrário. Isso implica romper com a lógica homogeneizadora e 
classificatória que tradicionalmente orientou as práticas escolares.
O gestor escolar tem papel fundamental na promoção de um currículo inclusivo, incentivando práticas colaborativas entre 
professores da sala comum e professores do atendimento educacional especializado, promovendo formações continuadas 
sobre desenho universal para aprendizagem e mediando a construção de um projeto educativo que valorize a diversidade 
como elemento enriquecedor do processo educacional. Como destacam Glat e Pletsch (2013), a efetivação de um currículo 
inclusivo "depende não apenas de mudanças nas práticas pedagógicas, mas na cultura escolar como um todo, envolvendo 
valores, crenças e atitudes de todos os atores educacionais".
Princípios do Currículo Inclusivo
Reconhecimento e valorização da diversidade como 
elemento enriquecedor do processo educativo
Flexibilidade na organização de tempos, espaços e 
agrupamentos
Diferenciação pedagógica e metodológica sem 
discriminação
Avaliação formativa que considere os diferentes 
percursos de aprendizagem
Trabalho colaborativo entre todos os profissionais da 
educação
Estratégias para Implementação
Adoção dos princípios do Desenho Universal para 
Aprendizagem (DUA)
Elaboração de Planos de Ensino Individualizados (PEI) 
quando necessário
Utilização de recursos de tecnologia assistiva
Formação continuada em educação inclusiva para todos 
os profissionais
Criação de redes de apoio intersetoriais envolvendo 
saúde, assistência social e outros
A implementação de um currículo inclusivo requer, portanto, que o gestor escolar promova uma transformação cultural na 
instituição, construindo consensos em torno da diversidade como valor pedagógico e estabelecendo estruturas 
organizacionais que permitam responder adequadamente às diferentes necessidades educacionais. Como afirmam Santos e 
Paulino (2016), "a inclusão é um processo sem fim, que exige contínua reflexão e ação coletiva para a superação das barreiras 
que impedem a participação plena de todos os estudantes".
Legislação Educacional: Fundamentos e 
Conceitos
A legislação educacional compreende o conjunto de normas jurídicas que regulam a educação como direito, serviço público e 
atividade socialmente relevante. No Brasil, esse arcabouço normativo estrutura-sede forma hierárquica, partindo da 
Constituição Federal e desdobrando-se em leis, decretos, resoluções e pareceres que estabelecem diretrizes, princípios e 
regras para o funcionamento dos sistemas de ensino e das instituições educacionais.
Conforme aponta Cury (2019), a legislação educacional reflete o contexto histórico, político e social de sua produção, 
expressando tensões, conflitos e consensos em torno das finalidades, organização e gestão da educação. Assim, para 
compreendê-la adequadamente, é necessário situá-la no quadro mais amplo das disputas sociais e das concepções de 
educação, sociedade e cidadania que orientam as políticas públicas em cada momento histórico.
A importância da legislação educacional para a gestão escolar é destacada por Vieira (2018), que a considera um instrumento 
essencial para a organização e o funcionamento das instituições de ensino. O conhecimento aprofundado do ordenamento 
jurídico-educacional permite aos gestores escolares atuarem com segurança, legitimidade e responsabilidade, tanto no 
cumprimento das exigências legais quanto na defesa e ampliação dos direitos educacionais da comunidade escolar.
No entanto, é fundamental compreender que a legislação, por si só, não garante a efetivação do direito à educação. Como 
ressalta Saviani (2015), há sempre uma distância entre o que está prescrito na lei e o que se realiza na prática social. Cabe aos 
gestores e à comunidade escolar apropriar-se criticamente das normas legais, interpretando-as à luz dos princípios 
democráticos e dos objetivos educacionais que defendem, e utilizando-as como instrumentos para qualificar as práticas 
educativas e para reivindicar condições adequadas de trabalho e aprendizagem.
Constituição Federal
Norma suprema que estabelece os princípios e diretrizes fundamentais
Leis Federais
LDB, PNE, ECA e outras leis que regulamentam a educação nacional
Normas dos Sistemas de Ensino
Decretos, resoluções e pareceres dos Conselhos de Educação
Regimentos e Normas Institucionais
Documentos que regulam o funcionamento específico de 
cada escola
A Constituição Federal e a Educação
A Constituição Federal de 1988, também conhecida como "Constituição Cidadã", representa um marco fundamental para a 
educação brasileira, ao estabelecê-la como um direito social fundamental e delinear princípios e diretrizes que orientam todo 
o sistema educacional do país. De acordo com Ranieri (2018), a Constituição elevou a educação a um novo patamar jurídico-
político, reconhecendo-a como direito público subjetivo e dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade.
No artigo 205, a Constituição estabelece as finalidades da educação: "pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". Esse triplo objetivo, como destaca Severino (2017), expressa uma 
concepção ampla de educação que transcende a mera instrução ou capacitação profissional, comprometendo-se com a 
formação integral dos sujeitos e com a construção de uma sociedade democrática.
O artigo 206 estabelece os princípios que devem nortear o ensino, entre os quais se destacam: a igualdade de condições para o 
acesso e permanência na escola; a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; o 
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; a valorização 
dos profissionais da educação; a gestão democrática do ensino público; e a garantia de padrão de qualidade. Esses princípios 
constitucionais, segundo Oliveira (2020), configuram um projeto educacional comprometido com a democratização do acesso 
ao conhecimento e com a construção de uma educação de qualidade para todos.
Outro dispositivo constitucional relevante é o artigo 211, que estabelece o regime de colaboração entre os entes federados na 
organização dos sistemas de ensino, atribuindo à União a função redistributiva e supletiva, aos Municípios a responsabilidade 
prioritária pela educação infantil e ensino fundamental, e aos Estados a atuação prioritária no ensino fundamental e médio. 
Este arranjo federativo, como analisa Abrucio (2016), busca equilibrar autonomia e coordenação na gestão das políticas 
educacionais, reconhecendo as especificidades locais e, ao mesmo tempo, a necessidade de garantir padrões nacionais de 
qualidade.
Direito Social Fundamental
A educação é reconhecida como direito social 
fundamental no artigo 6º da Constituição Federal
Objetivos da Educação
Pleno desenvolvimento da pessoa, preparo para a 
cidadania e qualificação para o trabalho (art. 205)
Princípios do Ensino
Igualdade de acesso, liberdade de aprender e ensinar, 
pluralismo, gratuidade, gestão democrática e 
qualidade (art. 206)
Regime de Colaboração
Organização dos sistemas de ensino em colaboração 
entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
(art. 211)
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/1996, é o principal instrumento normativo da educação 
brasileira, regulamentando os dispositivos constitucionais referentes à educação e estabelecendo as diretrizes e bases para 
todos os níveis e modalidades de ensino no país. Como afirma Saviani (2014), a LDB representa a "carta magna da educação", 
expressando uma concepção de educação e um projeto de organização do sistema educacional que refletem o momento 
histórico e as correlações de forças presentes em sua elaboração.
A LDB caracteriza-se por sua natureza descentralizadora, flexível e aberta, que reconhece e valoriza a autonomia dos sistemas 
de ensino e das instituições educacionais. Conforme destaca Libâneo (2015), a lei adota o princípio da gestão democrática do 
ensino público (art. 3º, VIII e art. 14), determinando a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Para o gestor 
escolar, este princípio representa tanto um direito quanto uma responsabilidade, exigindo a construção de processos 
decisórios participativos e transparentes.
Um dos avanços significativos da LDB foi a definição das incumbências de cada ente federado e das instituições de ensino. O 
artigo 12 estabelece que os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a 
incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica, administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros, 
assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos, zelar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada 
docente, prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento, articular-se com as famílias e a comunidade, e 
informar os pais sobre a frequência e o rendimento dos alunos. Essas atribuições, segundo Castro (2018), conferem à escola 
um grau significativo de autonomia, ao mesmo tempo em que estabelecem parâmetros para a atuação dos gestores escolares.
A LDB também se preocupa com a qualidade do ensino, estabelecendo no artigo 9º, VI, a necessidade de "assegurar processo 
nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de 
ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino". Esta disposição, como observa Dourado 
(2017), tem fundamentado a criação e o desenvolvimento dos sistemas de avaliação educacional, como o SAEB, ENEM, 
ENADE, entre outros, que se tornaram importantes instrumentos de gestão e de accountability das políticas educacionais.
Estrutura e 
Organização
Define a organização 
da educação em 
sistemas de ensino 
(federal, estaduais e 
municipais) e 
estabelece os níveis e 
modalidades 
educacionais
Gestão 
Democrática
Estabelece a 
participação de 
professores, 
comunidade e 
conselhos na gestão 
das escolas públicas
Formação 
Docente
Determinarequisitos 
para a formação 
inicial e continuada 
dos profissionais da 
educação
Avaliação
Prevê processos 
nacionais de 
avaliação para 
assegurar a qualidade 
do ensino
O Plano Nacional de Educação (PNE)
O Plano Nacional de Educação (PNE), estabelecido pela Lei nº 13.005/2014, representa um instrumento de planejamento de 
Estado que orienta a execução e o aprimoramento de políticas públicas educacionais para o decênio 2014-2024. Com caráter 
decenal e força de lei, o PNE estabelece diretrizes, metas e estratégias para todos os níveis, etapas e modalidades da educação 
brasileira, constituindo-se como uma política de Estado que transcende governos e busca garantir a continuidade e a 
progressividade das ações educacionais.
O atual PNE está estruturado em 20 metas, acompanhadas de estratégias específicas para sua concretização. Conforme 
análise de Dourado (2017), essas metas podem ser agrupadas em quatro grandes blocos: metas estruturantes para a garantia 
do direito à educação básica com qualidade (metas 1 a 11); metas relativas à redução das desigualdades e valorização da 
diversidade (metas 8, 9, 10 e 11); metas concernentes à valorização dos profissionais da educação (metas 15 a 18); e metas 
referentes ao ensino superior (metas 12, 13 e 14).
Para os gestores escolares, o PNE representa um importante referencial para o planejamento institucional, pois estabelece 
parâmetros e indicadores que devem orientar as ações educativas nos diversos níveis dos sistemas de ensino. Martins (2019) 
destaca que o conhecimento aprofundado do PNE permite aos gestores alinhar o projeto pedagógico da escola às diretrizes 
nacionais, participar de forma qualificada dos processos de elaboração e monitoramento dos planos educacionais em nível 
local (estadual e municipal), e reivindicar políticas e recursos que contribuam para o alcance das metas estabelecidas.
Um aspecto crucial do PNE é o financiamento da educação. A meta 20 estabelece a ampliação do investimento público em 
educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país até o quinto ano de 
vigência do plano e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do decênio. Segundo avaliação de Amaral (2017), essa 
meta é fundamental para a viabilização das demais, pois sem recursos adequados, dificilmente será possível expandir o acesso 
e melhorar a qualidade da educação nos patamares pretendidos pelo plano.
Alfabetização Meta 5: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental. Educação Integral 
Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% 
dos alunos da educação básica. Qualidade da Educação Básica Meta 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as 
etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem. Formação Docente Meta 15: Garantir política 
nacional de formação dos profissionais da educação, assegurando que todos os professores da educação básica possuam 
formação específica de nível superior. Gestão Democrática Meta 19: Assegurar condições para a efetivação da gestão 
democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela Lei nº 8.069/1990, representa um marco na legislação brasileira 
ao estabelecer a doutrina da proteção integral, reconhecendo crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, em condição 
peculiar de desenvolvimento e com prioridade absoluta nas políticas públicas. Esta legislação, fruto de ampla mobilização 
social e alinhada com a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU, rompe com a perspectiva assistencialista e tutelar 
que caracterizava as políticas para a infância e juventude no país.
No campo educacional, o ECA reafirma o direito à educação como dever compartilhado entre o Estado, a família e a sociedade, 
estabelecendo um conjunto de dispositivos que impactam diretamente a gestão escolar. O Capítulo IV do Estatuto, dedicado 
ao direito à educação, cultura, esporte e lazer, determina que é direito da criança e do adolescente ter acesso à escola pública e 
gratuita próxima de sua residência, ser respeitado por seus educadores, contestar critérios avaliativos, organizar e participar 
em entidades estudantis e ter acesso à informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que 
respeitem sua condição peculiar de desenvolvimento.
Para gestores escolares, o ECA estabelece importantes responsabilidades, como a comunicação ao Conselho Tutelar dos casos 
de maus-tratos envolvendo seus alunos, reiteração de faltas injustificadas, evasão escolar e elevados níveis de repetência (art. 
56). Como destaca Nascimento (2018), esta disposição concretiza o princípio da proteção integral, ao reconhecer a escola 
como um espaço privilegiado para a identificação de violações de direitos e para a articulação de ações intersetoriais voltadas 
à proteção de crianças e adolescentes.
Outro aspecto relevante do ECA para a gestão escolar é o reconhecimento do direito à participação de crianças e adolescentes 
nos processos educativos. Segundo análise de Sarmento (2016), o Estatuto reforça a dimensão democrática da educação, ao 
estabelecer que crianças e adolescentes têm o direito de organizar e participar em entidades estudantis e de contestar 
critérios avaliativos, o que exige das escolas a criação de espaços e mecanismos de participação adequados às diferentes faixas 
etárias e etapas de desenvolvimento.
Acesso à Educação
Direito à escola pública e 
gratuita próxima da 
residência do estudante
Participação
Direito de organizar e 
participar em entidades 
estudantis
Avalição Justa
Direito de contestar 
critérios avaliativos e 
recorrer às instâncias 
escolares superiores
Proteção
Direito a ser respeitado 
pelos educadores e 
protegido contra violência 
e discriminação
Diretrizes Curriculares Nacionais
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) constituem normas obrigatórias que orientam o planejamento curricular das 
escolas e dos sistemas de ensino, estabelecendo a base nacional comum e os princípios que devem nortear a educação em seus 
diferentes níveis e modalidades. Elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologadas pelo Ministério da 
Educação (MEC), as DCNs representam um importante instrumento de política curricular, garantindo flexibilidade e 
autonomia às instituições, mas assegurando uma base comum em todo o território nacional.
Segundo Moreira (2017), as DCNs diferenciam-se de outras políticas curriculares por seu caráter mandatório e por 
estabelecerem diretrizes gerais, e não conteúdos específicos ou detalhamentos metodológicos. Essa característica reflete uma 
concepção de currículo que valoriza a diversidade cultural e regional, bem como a autonomia pedagógica das instituições 
educacionais, permitindo que cada escola construa seu próprio projeto curricular a partir de parâmetros comuns.
Para cada etapa e modalidade da educação básica, existem diretrizes específicas que consideram suas particularidades e 
finalidades. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Resolução CNE/CEB nº 5/2009), por exemplo, 
definem a criança como sujeito histórico e de direitos, que constrói sua identidade nas interações, relações e práticas 
cotidianas. Já as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 anos (Resolução CNE/CEB nº 7/2010) 
estabelecem que esta etapa deve assegurar a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer os meios 
para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Na perspectiva de Lopes e Macedo (2016), o conhecimento das DCNs permite aos gestores escolares compreender os 
princípios que devem orientar as práticas pedagógicas, os valores que fundamentamo currículo e os direitos de aprendizagem 
a serem garantidos em cada etapa da educação. Assim, as diretrizes constituem um importante referencial para a elaboração e 
avaliação do projeto político-pedagógico da escola, para a organização curricular e para a formação continuada dos 
profissionais da educação.
Educação Infantil
Concepção de criança como 
sujeito de direitos
Eixos estruturantes: interações 
e brincadeiras
Indissociabilidade entre cuidar 
e educar
Valorização da diversidade 
cultural
Ensino Fundamental
Articulação dos três anos 
iniciais como bloco pedagógico
Valorização dos conhecimentos 
prévios dos estudantes
Organização dos componentes 
curriculares em áreas de 
conhecimento
Abordagem interdisciplinar e 
contextualizada
Ensino Médio
Formação integral do estudante
Trabalho como princípio 
educativo
Pesquisa como princípio 
pedagógico
Articulação entre educação e as 
dimensões do trabalho, da 
ciência, da tecnologia e da 
cultura
A Lei Brasileira de Inclusão e a Educação
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), Lei nº 13.146/2015, também conhecida como Estatuto da Pessoa 
com Deficiência, representa um importante avanço na garantia de direitos e na promoção da cidadania das pessoas com 
deficiência no Brasil. Fundamentada na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU (incorporada à 
legislação brasileira com status de emenda constitucional), a LBI adota o modelo social de deficiência, que reconhece a 
deficiência como resultado da interação entre pessoas com impedimentos e as barreiras ambientais e atitudinais que limitam 
sua participação plena na sociedade.
No âmbito educacional, a LBI dedica o Capítulo IV (art. 27 a 30) ao direito à educação, garantindo um sistema educacional 
inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida. Como destaca Mantoan (2018), a 
lei reafirma o "direito das pessoas com deficiência a acessarem o sistema regular de ensino em igualdade de condições e 
oportunidades com as demais pessoas", combatendo práticas segregacionistas e discriminatórias ainda presentes em muitos 
contextos educacionais.
Um aspecto inovador da LBI é a especificação de mecanismos para a efetivação da inclusão escolar. O artigo 28 estabelece um 
conjunto de incumbências do poder público para assegurar a educação inclusiva, incluindo: projeto pedagógico que 
institucionalize o atendimento educacional especializado; oferta de educação bilíngue (Libras como primeira língua e 
português escrito como segunda língua) para estudantes surdos; pesquisas para o desenvolvimento de novos métodos e 
técnicas pedagógicas; formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional especializado e de 
profissionais de apoio escolar; acessibilidade em edifícios, transportes, materiais didáticos e tecnologias; ampliação de ofertas 
de educação a distância; articulação intersetorial na implementação de políticas públicas.
Para os gestores escolares, a LBI representa tanto um conjunto de obrigações legais quanto um importante instrumento para a 
promoção de uma cultura inclusiva nas instituições de ensino. Segundo Carvalho (2019), a implementação efetiva da lei requer 
dos gestores a capacidade de liderar processos de transformação cultural e organizacional, promovendo a formação 
continuada das equipes, a adequação dos espaços e recursos pedagógicos, e o desenvolvimento de práticas educativas 
acolhedoras da diversidade. Além disso, exige a articulação com outros setores e serviços, como saúde, assistência social e 
conselhos de direitos, para garantir o atendimento integral às necessidades dos estudantes com deficiência.
1Educação Inclusiva
Sistema educacional inclusivo em todos os níveis, 
com igualdade de oportunidades e condições de 
acesso, permanência e participação
2 Acessibilidade
Adaptações razoáveis, recursos de tecnologia 
assistiva, arquitetura acessível e comunicação 
adequada às diferentes necessidades3Projeto Pedagógico
Institucionalização do atendimento educacional 
especializado e serviços de apoio no projeto 
pedagógico da escola 4 Formação Profissional
Formação inicial e continuada de professores e 
funcionários para o atendimento educacional 
especializado
Leis Sobre Diversidade e Educação para as 
Relações Étnico-Raciais
A legislação educacional brasileira incorporou, nas últimas décadas, importantes dispositivos voltados ao reconhecimento e 
valorização da diversidade étnico-racial, cultural e linguística, resultado de intensas mobilizações de movimentos sociais e da 
crescente compreensão da educação como espaço estratégico para a superação de desigualdades históricas. Este conjunto 
normativo representa um avanço significativo na construção de um sistema educacional que reconheça e valorize a 
pluralidade constitutiva da sociedade brasileira.
A Lei nº 10.639/2003, posteriormente alterada pela Lei nº 11.645/2008, tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-
brasileira, africana e indígena nos currículos escolares de todos os estabelecimentos de ensino, públicos e privados. De acordo 
com Gomes (2017), estas leis buscam superar a perspectiva eurocêntrica que tradicionalmente orientou os currículos 
escolares brasileiros, promovendo uma educação para as relações étnico-raciais positivas, baseada no respeito à diversidade e 
na valorização das contribuições desses grupos na formação da sociedade brasileira.
O Conselho Nacional de Educação regulamentou estas leis por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Resolução CNE/CP nº 1/2004) e 
das Diretrizes Operacionais para a implementação da história e das culturas dos povos indígenas na Educação Básica (Parecer 
CNE/CEB nº 14/2015). Estes documentos oferecem orientações pedagógicas e curriculares para a implementação das 
referidas leis, destacando a necessidade de ações integradas que envolvam toda a comunidade escolar.
Para os gestores escolares, a implementação destas leis representa um desafio e uma oportunidade para promover uma 
educação antirracista e intercultural. Conforme destaca Silvério (2016), não se trata apenas de inserir conteúdos específicos 
no currículo, mas de "repensar as relações étnico-raciais, sociais e pedagógicas, os procedimentos de ensino, as condições 
oferecidas para aprendizagem e os objetivos da educação". Isto implica investir na formação continuada dos profissionais da 
educação, na aquisição de materiais didáticos adequados, na revisão do projeto político-pedagógico da escola e na promoção 
de uma cultura institucional que valorize a diversidade e combata o racismo e outras formas de discriminação.
Lei nº 10.639/2003 e Lei nº 11.645/2008
Tornam obrigatório o ensino da história e cultura afro-
brasileira, africana e indígena nos currículos escolares, 
promovendo o reconhecimento e valorização da 
contribuição desses povos na formação da sociedade 
brasileira.
Conteúdos devem ser ministrados em todo o currículo 
escolar, especialmente nas áreas de educação artística, 
literatura e história brasileira
Inclusão no calendário escolar do dia 20 de novembro 
como "Dia Nacional da Consciência Negra"
Diretrizes Curriculares Nacionais
Orientam a implementação das leis, estabelecendo 
princípios, fundamentos e metodologias para o trabalho 
pedagógico com as relações étnico-raciais e o ensino de 
história e cultura afro-brasileira, africana e indígena.
Consciência política e histórica da diversidade
Fortalecimento de identidades e de direitos
Ações educativas de combate ao racismo e às 
discriminações
Valorização dos saberes e cosmovisões dos povos 
indígenas e comunidades tradicionais
Legislação Sobre Financiamento da Educação
O financiamento da educação no Brasil é regulamentado por um conjunto de dispositivos legais que estabelecem as fontes de 
recursos, os mecanismosde distribuição e as responsabilidades dos entes federados na manutenção e desenvolvimento do 
ensino. Este arcabouço normativo é fundamental para garantir a sustentabilidade das políticas educacionais e para a 
promoção de maior equidade no acesso a uma educação de qualidade.
A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 212, a vinculação de receitas para a educação, determinando que a União 
aplique, anualmente, nunca menos de 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nunca menos de 25% da receita 
resultante de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino. Segundo Pinto (2018), essa vinculação representa uma 
importante conquista histórica, pois assegura um fluxo contínuo e previsível de recursos para a educação, protegendo-a de 
oscilações políticas e econômicas.
Um mecanismo central no financiamento da educação básica é o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação 
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), instituído pela Lei nº 14.113/2020 (que sucedeu a Lei nº 
11.494/2007), com caráter permanente. O FUNDEB é um fundo especial, de natureza contábil, formado por recursos 
provenientes de impostos e transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios, complementados pela União quando 
necessário. De acordo com Martins (2021), o FUNDEB representa um importante instrumento de redução das desigualdades 
educacionais, ao estabelecer um valor mínimo por aluno e ao considerar as especificidades das diferentes etapas, modalidades 
e tipos de estabelecimentos de ensino na distribuição dos recursos.
Outro componente relevante do financiamento educacional é o salário-educação, contribuição social recolhida pelas 
empresas e destinada ao financiamento de programas, projetos e ações voltados para a educação básica pública. 
Regulamentado pela Lei nº 9.766/1998, o salário-educação é dividido em quotas federal (1/3) e estadual e municipal (2/3), e 
representa uma importante fonte adicional de recursos para investimentos em qualidade e equidade educacional. Para os 
gestores escolares, o conhecimento da legislação sobre financiamento é essencial para compreender as possibilidades e 
limites do uso dos recursos públicos, para realizar uma gestão financeira responsável e transparente, e para participar dos 
debates sobre políticas de financiamento que impactam diretamente o funcionamento das escolas.
3
Recursos Vinculados
Percentuais mínimos de 
receitas de impostos 
destinados à educação
FUNDEB
Mecanismo de 
redistribuição de recursos 
para a educação básica
Salário-Educação
Contribuição social das 
empresas para financiar 
programas da educação 
básica
Transferências 
Voluntárias
Programas e ações do 
governo federal para 
estados e municípios
Legislação Sobre Gestão Democrática da 
Educação
A gestão democrática do ensino público é um princípio constitucional, estabelecido no artigo 206, inciso VI, da Constituição 
Federal de 1988, e reafirmado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em seus artigos 3º, inciso VIII, e 14. 
Este princípio expressa o reconhecimento da educação como um direito social que deve ser exercido com a participação 
efetiva de todos os sujeitos envolvidos no processo educativo, superando modelos autoritários e tecnocráticos de gestão 
escolar.
A LDB, em seu artigo 14, estabelece que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na 
educação básica de acordo com suas peculiaridades e conforme dois princípios fundamentais: a participação dos profissionais 
da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos 
escolares ou equivalentes. Paro (2016) destaca que estes princípios reafirmam a escola como espaço público e a educação 
como bem comum, cujas decisões devem ser construídas coletivamente, em processos transparentes e inclusivos.
O Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024) estabelece, em sua meta 19, a necessidade de "assegurar condições, no prazo 
de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho 
e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para 
tanto". Entre as estratégias previstas para o alcance desta meta, destacam-se o apoio e o fortalecimento de conselhos 
escolares e conselhos municipais de educação, a participação da comunidade escolar na formulação dos projetos político-
pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares, e a formação de conselheiros dos 
conselhos de acompanhamento e controle social do FUNDEB.
Para os gestores escolares, a legislação sobre gestão democrática representa tanto um direito quanto uma responsabilidade. 
Como observa Dourado (2015), não se trata apenas de cumprir requisitos formais, mas de construir uma cultura institucional 
participativa, que reconheça e valorize os diferentes saberes e perspectivas presentes na comunidade escolar. Isto implica 
criar e fortalecer espaços de participação (como conselhos, grêmios estudantis, associações de pais), promover processos 
decisórios transparentes e inclusivos, desenvolver mecanismos de comunicação eficazes, e investir na formação para a 
cidadania e o exercício democrático.
Conselhos Escolares
Órgãos colegiados compostos 
por representantes dos 
segmentos da comunidade 
escolar
Funções deliberativas, 
consultivas, fiscais e 
mobilizadoras
Participação nas decisões 
pedagógicas, administrativas e 
financeiras da escola
Respaldo legal: LDB, art. 14, II e 
PNE, meta 19, estratégia 19.5
Projeto Político-
Pedagógico
Documento que define a 
identidade da escola e os 
caminhos para a educação que 
se deseja
Construção coletiva 
envolvendo todos os segmentos 
da comunidade escolar
Expressão da autonomia e da 
responsabilidade coletiva
Respaldo legal: LDB, art. 14, I e 
PNE, meta 19, estratégia 19.6
Grêmios Estudantis
Entidades autônomas 
representativas dos estudantes
Espaço de aprendizagem 
política, social e cultural
Formação para a cidadania e o 
exercício democrático
Respaldo legal: Lei nº 
7.398/1985 e PNE, meta 19, 
estratégia 19.4
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação 
Básica
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) constitui-se como uma das principais políticas de avaliação 
educacional em larga escala no Brasil, tendo como objetivo produzir indicadores sobre a qualidade da educação brasileira. 
Instituído pela Portaria nº 931/2005 e recentemente reformulado pela Portaria nº 458/2020, o SAEB representa um conjunto 
de avaliações externas que permitem ao INEP realizar um diagnóstico da educação básica e dos fatores que podem interferir 
no desempenho dos estudantes.
De acordo com Bonamino e Sousa (2012), o SAEB caracteriza-se como uma avaliação de sistema, de natureza amostral ou 
censitária, dependendo da etapa avaliada, que busca aferir a proficiência dos estudantes em componentes curriculares 
considerados fundamentais, especialmente Língua Portuguesa (leitura) e Matemática (resolução de problemas). Além disso, 
por meio de questionários contextuais, o SAEB coleta informações sobre fatores sociais, econômicos e escolares que 
influenciam o processo de ensino e aprendizagem.
A partir de 2019, o SAEB passou a englobar todas as avaliações externas realizadas pelo INEP para a educação básica, 
incluindo a avaliação da educação infantil. Conforme explica Alves (2021), as avaliações são aplicadas em diferentes etapas: no 
2º ano do ensino fundamental (avaliação amostral de Língua Portuguesa e Matemática), no 5º e 9º anos do ensino fundamental 
e no 3º ou 4º ano do ensino médio (avaliações censitárias de Língua Portuguesa e Matemática). Os resultados são expressos 
em escalas de proficiência e, combinados com as taxas de aprovação obtidas por meio do Censo Escolar, compõem o Índice de 
Desenvolvimento da EducaçãoBásica (IDEB).
Para os gestores escolares, o SAEB e seus resultados representam importantes instrumentos de gestão. Castro (2018) destaca 
que, quando apropriados de forma crítica e contextualizada, eles podem contribuir para a identificação de fragilidades e 
potencialidades da escola, para o direcionamento de ações pedagógicas e administrativas, e para o acompanhamento 
longitudinal dos avanços e desafios da instituição. No entanto, o autor alerta para o risco de uma utilização meramente 
classificatória e competitiva dos resultados, que pode levar à estreiteza curricular e a práticas pedagógicas voltadas 
exclusivamente para o preparo para os testes, em detrimento de uma formação mais ampla e integral.
Avaliações em Larga 
Escala
Testes padronizados de 
Língua Portuguesa e 
Matemática aplicados 
periodicamente
Questionários 
Contextuais
Instrumentos que coletam 
informações sobre condições 
socioeconômicas e práticas 
escolares
IDEB
Índice que combina 
resultados de desempenho e 
fluxo escolar
Divulgação de 
Resultados
Plataformas e relatórios que 
disponibilizam dados para 
escolas e sistemas de ensino
Legislação Sobre Valorização dos Profissionais 
da Educação
A valorização dos profissionais da educação é um princípio constitucional, estabelecido no artigo 206, inciso V, da Constituição 
Federal, que prevê a "valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com 
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas". Este princípio é reafirmado e 
detalhado em diversas leis e normas que compõem o ordenamento jurídico-educacional brasileiro, reconhecendo o papel 
estratégico desses profissionais para a qualidade da educação e para a concretização das finalidades educativas.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) dedica um título específico (Título VI) aos profissionais da educação, 
estabelecendo diretrizes para sua formação, carreira e condições de trabalho. Segundo o artigo 67 da LDB, os sistemas de 
ensino devem promover a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes: ingresso exclusivamente por concurso 
público de provas e títulos; aperfeiçoamento profissional continuado; piso salarial profissional; progressão funcional baseada 
na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na 
carga de trabalho; e condições adequadas de trabalho.
Um marco importante na valorização docente foi a aprovação da Lei nº 11.738/2008, que instituiu o Piso Salarial Profissional 
Nacional (PSPN) para os profissionais do magistério público da educação básica. De acordo com Jacomini e Penna (2016), além 
de estabelecer um valor mínimo nacional para a remuneração dos professores, a lei determina que, na composição da jornada 
de trabalho, devem ser observados o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de 
interação com os educandos, reservando-se, portanto, no mínimo 1/3 para atividades extraclasse (planejamento, formação, 
avaliação etc.).
O Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024) dedica quatro metas à valorização dos profissionais da educação: meta 15 
(política nacional de formação de profissionais da educação), meta 16 (formação em nível de pós-graduação e formação 
continuada), meta 17 (valorização do magistério e equiparação salarial com outros profissionais com escolaridade 
equivalente) e meta 18 (planos de carreira). Para os gestores escolares, a legislação sobre valorização dos profissionais da 
educação representa tanto um direito a ser garantido quanto um instrumento de gestão. Como ressalta Oliveira (2019), a 
valorização profissional está diretamente relacionada à motivação, ao comprometimento e ao desenvolvimento profissional 
docente, impactando significativamente a qualidade das práticas educativas e os resultados de aprendizagem.
1
Formação Inicial e Continuada
Políticas e programas para qualificação profissional
Remuneração Adequada
Piso salarial e planos de carreira atrativos
Condições de Trabalho
Jornada adequada com tempo para planejamento
Participação nas Decisões
Envolvimento nas instâncias decisórias da escola
A Proposta Pedagógica: Conceitos e 
Fundamentos
A proposta pedagógica, também denominada projeto político-pedagógico, constitui-se como um dos mais importantes 
instrumentos de gestão escolar, expressando a identidade, os objetivos e os caminhos que a escola pretende percorrer para 
concretizar sua função social e suas intencionalidades educativas. Trata-se de um documento vivo, resultado de um processo 
coletivo de reflexão e planejamento, que articula as dimensões pedagógica, administrativa, financeira e relacional da escola.
Segundo Veiga (2017), a proposta pedagógica caracteriza-se como política por estar intimamente articulada ao compromisso 
sociopolítico com os interesses reais e coletivos da comunidade escolar e pedagógica, por definir as ações educativas e as 
características necessárias à escola para que ela cumpra seus propósitos e sua intencionalidade. Nessa perspectiva, o projeto 
político-pedagógico não é um simples documento burocrático ou um conjunto de planos e projetos isolados, mas a expressão 
da autonomia e da responsabilidade coletiva da escola.
A base legal para a elaboração da proposta pedagógica encontra-se na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), 
que estabelece, em seu artigo 12, inciso I, que os estabelecimentos de ensino têm a incumbência de "elaborar e executar sua 
proposta pedagógica", e, no artigo 14, inciso I, que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino 
público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e com o princípio da "participação dos profissionais da 
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola".
Vasconcellos (2016) destaca que a proposta pedagógica é, essencialmente, um instrumento teórico-metodológico que visa 
ajudar a escola a enfrentar os desafios do cotidiano de maneira refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é 
fundamental, participativa. Sua importância reside no fato de ser uma ação intencional, com um sentido explícito, com um 
compromisso definido coletivamente. Por isso, considera-se que a proposta pedagógica é também um instrumento que 
contribui para a superação da fragmentação do trabalho pedagógico e da rotina mecânica que muitas vezes caracteriza o 
cotidiano escolar.
Dimensão Política
Expressa o compromisso 
social da escola e sua 
articulação com a 
sociedade
2
Dimensão 
Pedagógica
Define as concepções e 
práticas educativas que 
orientam o trabalho 
escolar
Dimensão Técnica
Estabelece métodos, 
processos e recursos para 
a concretização das ações
Dimensão 
Relacional
Aborda as formas de 
interação e convivência na 
comunidade escolar
Fundamentos Legais da Proposta Pedagógica
A proposta pedagógica das instituições educacionais brasileiras fundamenta-se em um conjunto de dispositivos legais que 
legitimam sua elaboração, orientam seu conteúdo e estabelecem princípios para sua construção. Compreender este arcabouço 
normativo é essencial para que gestores escolares possam conduzir processos de elaboração e implementação de propostas 
pedagógicas que sejam tanto legalmente consistentes quanto pedagogicamente relevantes.
A Constituição Federal, em seu artigo 206, estabelece os princípios basilares do ensino, entre os quais se destacam a 
"liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (inciso II), o "pluralismo de ideias e de 
concepções pedagógicas" (inciso III) e a "gestão democrática do ensino público, na forma da lei" (inciso VI). Estes princípios, 
segundo Ranieri (2018), configuram o fundamento constitucional para a autonomia pedagógica das instituições educacionais e 
para a construção participativa de suas propostas educativas.
A Lei de Diretrizese Bases da Educação Nacional (LDB) é mais específica ao tratar da proposta pedagógica. O artigo 12 
estabelece que os estabelecimentos de ensino têm a incumbência de "elaborar e executar sua proposta pedagógica" (inciso I), 
articulando-se com as famílias e a comunidade (inciso VI). O artigo 13 determina que os docentes devem "participar da 
elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino" (inciso I) e "elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a 
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino" (inciso II). Já o artigo 14 estabelece que os sistemas de ensino definirão as 
normas da gestão democrática a partir do princípio da "participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola" (inciso I).
As Diretrizes Curriculares Nacionais para as diferentes etapas e modalidades da educação básica também estabelecem 
parâmetros para a proposta pedagógica das instituições. A Resolução CNE/CEB nº 4/2010, que define as Diretrizes 
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, por exemplo, dedica um capítulo específico (Capítulo II) ao projeto 
político-pedagógico, detalhando seus fundamentos, sua concepção e seus elementos constitutivos. Segundo Cury (2019), 
estas diretrizes buscam equilibrar o respeito à autonomia das instituições com a necessidade de garantir a unidade nacional e 
a qualidade social da educação.
Constituição Federal (1988) Estabelece os princípios do ensino: liberdade de aprender e ensinar, pluralismo de ideias e 
concepções pedagógicas, gestão democrática do ensino público (art. 206) LDB (Lei nº 9.394/1996) Incumbe as escolas de 
elaborar e executar sua proposta pedagógica (art. 12), com a participação dos docentes (art. 13) e dos profissionais da 
educação (art. 14) Diretrizes Curriculares Nacionais Definem parâmetros para a organização curricular e para a proposta 
pedagógica das diferentes etapas e modalidades da educação básica Plano Nacional de Educação Estabelece como estratégia a 
participação da comunidade escolar na formulação dos projetos político-pedagógicos (estratégia 19.6 da meta 19) Base 
Nacional Comum Curricular Orienta a elaboração dos currículos escolares e, consequentemente, das propostas pedagógicas 
das instituições
Dimensões da Proposta Pedagógica
A proposta pedagógica constitui-se como um documento complexo e multidimensional, que articula diferentes aspectos da 
vida escolar para dar coerência e direcionamento ao trabalho educativo. Compreender estas dimensões é fundamental para 
que gestores escolares possam coordenar processos de elaboração e implementação de propostas pedagógicas que sejam 
abrangentes, consistentes e transformadoras.
A dimensão conceitual da proposta pedagógica refere-se às concepções teóricas e princípios filosóficos que fundamentam o 
trabalho educativo da instituição. Como destaca Gadotti (2016), esta dimensão envolve a explicitação de como a escola 
compreende conceitos fundamentais como educação, conhecimento, currículo, avaliação, aprendizagem, desenvolvimento 
humano, diversidade, inclusão, entre outros. Estas concepções não são neutras ou meramente técnicas, mas expressam 
valores, crenças e visões de mundo que orientam as escolhas pedagógicas e organizacionais da escola.
A dimensão situacional envolve a análise da realidade em que a escola está inserida, abrangendo aspectos do contexto social, 
econômico, cultural e educacional, bem como as características, necessidades e expectativas da comunidade escolar. Segundo 
Vasconcellos (2016), esta dimensão busca responder à pergunta "onde estamos?", identificando potencialidades, fragilidades, 
desafios e oportunidades que interferem no trabalho educativo. É a partir desta análise contextual que a escola pode definir 
objetivos e estratégias adequados à sua realidade específica.
A dimensão operacional refere-se ao planejamento concreto das ações que serão desenvolvidas para alcançar os objetivos 
educacionais propostos. De acordo com Libâneo (2015), esta dimensão envolve aspectos como a organização curricular, as 
metodologias de ensino-aprendizagem, os processos avaliativos, a gestão dos tempos e espaços educativos, a utilização de 
recursos, a formação continuada dos profissionais, entre outros. É nesta dimensão que se estabelece "como fazer" para 
concretizar as intencionalidades educativas expressas nas dimensões conceitual e situacional.
Dimensão Conceitual
Concepções teóricas, princípios 
filosóficos e valores que 
fundamentam o trabalho educativo
Dimensão Situacional
Análise do contexto e da realidade 
em que a escola está inserida
Dimensão Operacional
Planejamento concreto das ações, 
metodologias, recursos e processos 
avaliativos
Dimensão Relacional
Formas de convivência, interação e 
participação na comunidade escolar
Dimensão Avaliativa
Mecanismos de acompanhamento, 
monitoramento e revisão do projeto
Etapas de Elaboração da Proposta Pedagógica
A elaboração da proposta pedagógica constitui um processo sistemático, reflexivo e participativo, que requer planejamento e 
organização metodológica adequados. As etapas deste processo não devem ser compreendidas de forma linear ou estanque, 
mas como momentos interligados e recursivos de uma construção coletiva dinâmica e contínua.
A primeira etapa consiste na mobilização e organização da comunidade escolar para a construção da proposta. De acordo com 
Veiga (2018), esta fase é fundamental para garantir a legitimidade e a representatividade do processo, envolvendo ações como 
a sensibilização dos diferentes segmentos sobre a importância da proposta pedagógica, a constituição de comissões e grupos 
de trabalho, a definição de uma metodologia participativa, e o estabelecimento de um cronograma de atividades. É essencial 
que, desde o início, haja clareza sobre o caráter democrático e coletivo da construção, superando visões burocráticas ou 
tecnicistas.
A segunda etapa refere-se ao diagnóstico da realidade escolar, que visa conhecer profundamente o contexto em que a escola 
está inserida e identificar as principais potencialidades, fragilidades, desafios e demandas que precisam ser considerados na 
proposta. Como destaca Luck (2019), este diagnóstico deve contemplar diferentes dimensões: o perfil da comunidade escolar 
(estudantes, famílias, profissionais); os indicadores educacionais (acesso, permanência, desempenho); a infraestrutura e os 
recursos disponíveis; o histórico e a cultura institucional; as práticas pedagógicas e de gestão existentes; e as expectativas e 
necessidades dos diferentes atores educacionais.
A terceira etapa envolve a definição das concepções, princípios e fundamentos que orientarão o trabalho educativo da escola. 
Segundo Padilha (2017), este é o momento de explicitar as bases teóricas e os valores que fundamentam a proposta, 
respondendo a questões fundamentais como: Que tipo de sociedade e de ser humano queremos formar? Qual é a função social 
da escola? Como compreendemos o processo de ensino-aprendizagem? Quais princípios éticos, políticos e pedagógicos 
orientarão nossas práticas? Estas definições constituem o marco referencial da proposta, expressando a identidade e as 
intencionalidades educativas da instituição.
1
Mobilização e Organização
Sensibilização da comunidade, constituição de comissões e definição da metodologia de trabalho
Diagnóstico da Realidade
Levantamento e análise de dados sobre o contexto escolar, identificação de potencialidades e desafios
Definição de Concepções e Princípios
Explicitação das bases teóricas e valores que fundamentam o trabalho educativo
Estabelecimento de Objetivos e Metas
Definição dos resultados esperados em termos de formação dos estudantes e melhoria da escola
Planejamento de Ações
Detalhamento das estratégias, responsabilidades, prazos e recursos para o alcance dos objetivos
Definição de Mecanismos de Avaliação
Estabelecimento de formas de acompanhamento, monitoramento e revisão da proposta
Sistematização eFormalização
Organização e redação do documento final, aprovação nas instâncias competentes
Elementos Constitutivos da Proposta Pedagógica
A proposta pedagógica é um documento abrangente e articulado, que deve contemplar diferentes elementos para expressar 
de forma clara e consistente o projeto educativo da escola. Embora não exista um modelo único ou uma estrutura rígida a ser 
seguida, há elementos essenciais que, de acordo com a legislação e a literatura especializada, devem estar presentes em uma 
proposta pedagógica consistente e funcional.
O marco situacional é o elemento que apresenta a análise da realidade escolar e do contexto em que a instituição está inserida. 
Segundo Gandin (2015), este componente deve partir de um diagnóstico abrangente, que considere dados quantitativos e 
qualitativos sobre a escola, seus estudantes, profissionais e comunidade, bem como sobre o entorno social, econômico e 
cultural. É importante que este diagnóstico não se limite a uma descrição superficial ou burocrática, mas que identifique 
potencialidades, fragilidades, desafios e oportunidades que impactam o trabalho educativo, estabelecendo relações entre o 
contexto local e o cenário educacional mais amplo.
O marco conceitual ou doutrinal expressa as concepções teóricas, filosóficas e pedagógicas que fundamentam o trabalho da 
escola. Como destaca Veiga (2017), este elemento envolve a explicitação de como a instituição compreende conceitos 
fundamentais como educação, conhecimento, ensino, aprendizagem, currículo, avaliação, gestão, entre outros. Não se trata de 
uma mera revisão teórica ou de uma declaração abstrata de princípios, mas da construção de um referencial que oriente 
efetivamente as práticas educativas e a tomada de decisões na escola.
O marco operacional ou programático detalha as ações e estratégias concretas para a concretização dos objetivos 
educacionais propostos. De acordo com Libâneo (2018), este componente deve abordar aspectos como: organização 
curricular (disciplinas, componentes, projetos); metodologias de ensino-aprendizagem; processos avaliativos; gestão dos 
tempos e espaços educativos; utilização de recursos didáticos e tecnológicos; formação continuada dos profissionais; relação 
com as famílias e a comunidade; parcerias e projetos; e formas de organização e participação nas decisões. É importante que 
haja coerência entre o marco operacional e os demais elementos da proposta, de modo que as ações planejadas expressem as 
concepções e respondam aos desafios identificados no diagnóstico.
Identificação da Escola
Dados cadastrais e histórico da instituição
Caracterização da comunidade escolar
Infraestrutura e recursos disponíveis
Organização administrativa e pedagógica
Fundamentos Teórico-Metodológicos
Concepção de educação, ensino e aprendizagem
Princípios pedagógicos orientadores
Abordagem curricular e metodológica
Concepção de avaliação educacional
Objetivos e Metas
Finalidades educativas da instituição
Objetivos gerais e específicos
Metas quantitativas e qualitativas
Indicadores de acompanhamento
Organização do Trabalho Pedagógico
Estrutura curricular e matriz curricular
Metodologias de ensino-aprendizagem
Processos e instrumentos avaliativos
Projetos e atividades complementares
Gestão Escolar
Estrutura organizacional e instâncias colegiadas
Processos decisórios e participação da comunidade
Gestão de pessoas, recursos e infraestrutura
Parcerias e relações interinstitucionais
Avaliação da Proposta
Mecanismos de acompanhamento e monitoramento
Periodicidade e metodologia da avaliação
Critérios e indicadores de análise
Formas de revisão e atualização
A Proposta Pedagógica e o Currículo Escolar
A proposta pedagógica e o currículo escolar são elementos intrinsecamente relacionados, que juntos configuram o projeto 
educativo da instituição. Embora sejam conceitos distintos, eles se articulam de forma dialética, sendo o currículo uma das 
dimensões centrais da proposta pedagógica, ao mesmo tempo em que é influenciado e orientado por ela.
De acordo com Sacristán (2013), o currículo pode ser compreendido como a seleção e organização dos conhecimentos, 
experiências, práticas e valores que a escola proporciona aos estudantes, refletindo as finalidades educativas e as concepções 
sobre conhecimento, aprendizagem e formação humana presentes na proposta pedagógica. Assim, o currículo não se restringe 
a uma lista de conteúdos ou matriz curricular, mas engloba todas as experiências educativas organizadas e propostas pela 
escola, bem como os princípios pedagógicos que as orientam.
Na proposta pedagógica, o currículo deve ser explicitado em diferentes dimensões: como currículo prescrito (o que está 
formalmente estabelecido nos documentos oficiais), como currículo planejado (as intenções pedagógicas da escola), como 
currículo em ação (as práticas efetivamente desenvolvidas) e como currículo avaliado (os processos e critérios de avaliação). 
Como destaca Lopes (2018), é fundamental que a proposta pedagógica explicite as concepções curriculares que orientam 
estas diferentes dimensões, bem como as formas de articulação entre elas, buscando coerência e intencionalidade no trabalho 
educativo.
Um aspecto importante da relação entre proposta pedagógica e currículo é a autonomia da escola na construção curricular. 
Como observa Moreira (2019), embora existam diretrizes curriculares nacionais e outros documentos oficiais que 
estabelecem parâmetros para o currículo, cada escola tem a responsabilidade e a possibilidade de construir seu próprio 
percurso curricular, considerando suas especificidades, desafios e potencialidades. Esta construção contextualizada do 
currículo é uma das principais expressões da autonomia pedagógica da escola e deve estar claramente articulada com as 
demais dimensões da proposta pedagógica, como a gestão, a avaliação e a formação continuada.
3
Fundamentação Teórica
Concepções sobre conhecimento, 
aprendizagem e desenvolvimento 
humano que orientam as escolhas 
curriculares
Organização Curricular
Seleção e sequenciação de 
conteúdos, habilidades e valores a 
serem trabalhados em cada etapa
Abordagem Metodológica
Estratégias, recursos e processos 
didático-pedagógicos para 
desenvolvimento do currículo
Avaliação Curricular
Processos e instrumentos para 
acompanhar e avaliar o 
desenvolvimento curricular
A Proposta Pedagógica e a Gestão Democrática
A proposta pedagógica e a gestão democrática são elementos indissociáveis na construção de uma educação de qualidade 
social. A gestão democrática, princípio constitucional reafirmado pela LDB, configura-se como condição essencial para a 
elaboração, implementação e avaliação de uma proposta pedagógica legítima, significativa e transformadora. Ao mesmo 
tempo, a proposta pedagógica constitui-se como espaço privilegiado para a expressão e a concretização dos princípios e 
práticas da gestão democrática na escola.
Segundo Paro (2019), a gestão democrática implica a participação efetiva da comunidade escolar nos processos decisórios, 
superando modelos autoritários e tecnocráticos de administração. Esta participação não se restringe a aspectos formais ou 
burocráticos, mas envolve o compartilhamento de poder, a transparência nas decisões, o respeito à diversidade de ideias e a 
corresponsabilidade pelos resultados educacionais. A proposta pedagógica, sendo a expressão máxima do projeto educativo 
da escola, deve ser construída a partir destes princípios, garantindo o protagonismo dos diferentes atores educacionais.
A dimensão democrática da proposta pedagógica se manifesta em diferentes níveis. Em primeiro lugar, no processo de 
elaboração, que deve envolver representantes de todos os segmentos da comunidade escolar (gestores, professores, 
funcionários, estudantes, famílias), através de metodologias participativas que valorizem os diferentes saberes e perspectivas. 
Como destaca Gadotti (2016), a participação não é

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